Evil Ways escrita por Moonlight


Capítulo 12
Evil Ways


Notas iniciais do capítulo

EVIL WAAAYS JHDUIASDH.A₢FEWA NV
Na verdade, nunca fora minha intenção colocar um capítulo com nome da fic ou explicar porque Evil Ways se chama Evil Ways. era nada somente além da música da Banda Santana, que tem MUITO A VER COM HAYFFIE. (vou por o link da letra).
MAS foi o cap mais longo até agora com o O DOBRO de palavras, vocês vão entender porque foi muito necessário colocar Evil Ways e...
Preparem seus corações.
Foi o melhor capítulo que escrevi

até agora.



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— Olha garoto, eu não estou desmerecendo de maneira nenhuma seus argumentos, mas você nasceu em 92. Você é jovem demais pra entender essas coisas. — Disse Haymitch.

Deixe-me recapitular a semana de Haymitch até a este momento.

Na segunda feira, Haymitch deu a aula mais prazerosa da sua vida pra quem estava próximo a morte. Todos os seus alunos, sem exceção, fizeram trabalhos incríveis sobre a Primavera Árabe e apenas dois deles receberam um B. Haymitch desconfiou que todos copiaram uns dois outros, mas as diferenças nos textos manuscritos a mão não deixavam enganá-lo: Eles realmente se esforçaram.

Na terça feira, ele recebera uma ligação da Universidade Columbia, lhe fazendo um convite para que dê a honra de sua presença numa discussão com outros 12 professores economistas, sociólogos e psicólogos sobre política, sociedade e economia. E Columbia adoraria ter a presença do professor criador do projeto Cuba.

Projeto Cuba foi um projeto da melhor época da vida profissional de Haymitch, quando ele ainda era motivado. No entanto, agora, quase sete anos depois, o projeto Cuba fora a única coisa decente de sua carreira, e ele se sentia às vezes como um cantor de uma música só em relação a isso. Todos os convites importantes que ele recebia eram graças aqueles alunos teimosos e ao prazer de ter reprovado uma turma inteira.

— Olha, isso não tem nada a ver. — Disse o garoto. — LeBron é um gênio, eu acho que ele é muito melhor que o Jordan. E só restam a vocês velhos aceitarem que novos gênios chegam de vez em quando.

Haymitch riu em escárnio com as palavras ásperas do garoto e tomou mais um gole do seu whiskey com gelo. Ele estava naquele momento num bar próximo a faculdade, acompanhado do garoto simpático com quem conversara depois da palestra. Um tal de Peter.

Haymitch mal podia acreditar que nessa altura da vida estava tendo sucesso profissional e, vejam só, conquistando amigos novos. Peter era um psicólogo que se interessou no projeto cuba e queria estudar sobre como a mente humana funciona pela sede ao individualismo no mundo capitalista. Horas depois de conversa chata, Haymitch convidou o garoto para tomar umas cervejas e Peter, um tanto gago, só faltou abraçá-lo e chorar. Talvez fosse um moleque solitário. Ou gay.

É... Haymitch pensou que Peter talvez fosse gay. Do contrário, porque todo esse interesse nele? Mas descartou ao lembrar toda a adoração que tinham com seus ídolos do Rock, e achou plausível para o garoto ficar feliz em conhecer o projeto cuba chamado Haymitch.

Cuba. O que antes lhe dera reconhecimento, sete anos depois, estaria matando-o. Irônico, não?

— Vocês vão querer mais alguma coisa?

A garçonete rechonchuda com uma verruga nojenta em cima da boca aparece com uma cara de quem odeia crianças que brinquem em seu jardim. Haymitch não demora em pedir mais um whiskey, enquanto ela encara Peeta com um ódio mortal.

— A sua eu já saquei, velhote. E o garoto, vai beber?

— Desculpe, mas eu estou dirigindo. — Responde Peeta, educado.

— Alguém tem que levar o pai bêbado pra casa não é mesmo? — E então a velha se retira do balcão, indo buscar a bebida do Haymitch risonho ao lado. Ele olha para um Peeta ainda assustado, e de olhos arregalados.

— Está chocado, garoto? — Haymitch ri, um tanto alterado. — Não fique assim, filho. — Ele zomba. — Mulheres são assim: Bonitas como deusas ou feias como diabo, mas todas ainda carregam essa essência feminina demoníaca. Elas têm... Evil Ways, entende? Elas têm esse jeito malvado...

Haymitch mal podia desconfiar que Peeta estivesse chocado, na realidade, em perceber que estava a quase uma hora embebedando seu próprio pai. Pior ainda: Ele estava na presença de seu pai, e isso era louco para ele. Já Haymitch ainda tentava descobrir se Peter era mesmo gay.

— E você, Peter... Já namorou uma garota com jeitos malvados? Diabólicos? Maquiavélicos? Endiabrados?

— Na verdade é Peeta, senhor Abernathy. — O Mellark riu, deixando suas paranoias de lado e incrédulo com a situação a sua frente.

— Peeta? Peeta!? Porque sua mãe te chamaria assim?

— Você se chama Haymitch, velho. — Peeta se defendeu, zombando de Haymitch. Logo em seguida, uma ideia irônica passou por sua mente. — Acho que isso é de família, papai.

Ele esperou Haymitch gargalhar até voltar a contar a história de como Wiress era Hades em mulher, e como Glimmer tinha outra espécie de demônio nela.

— Wiress era meio... Gótica. Foi uma experiência horrível, ela sofria por me amar. — Peeta riu, enquanto Haymitch suspirava aliviado. Ele não é gay, então. Não está querendo meu corpo nu. — Já Glimmer era maluca. Ela tinha o nome dos nossos filhos no primeiro mês de namoro e, quando eu terminei, ela pichou o meu carro das piores palavras imagináveis. Naquele momento, senti saudades de Wiress...

Haymitch não poupou risadas ao final da história. Também contou sobre como suas ex-namoradas eram demoníacas, sangue quente, e como suas únicas amigas e vizinhas tinham o mesmo gene. “Parece que nasci pra atrair esse tipo”, concluiu.

— Mas, felizmente ou infelizmente, são mulheres. Não se pode escapar delas. — Peeta selou, fazendo Haymitch concordar sabiamente.

— Temos que viver com isso. — Abernathy levantou seu copo, como se quisesse brindar, até lembrar que seu novo amigo não bebia aquela noite. — Viva ou... Deixe morrer. — Ele finalizou a frase, animado por colocar um trecho de música do Sr. Paul McCartney nela. E, para variar, tivera uma daquelas ideias que nós alertamos no capítulo que Haymitch era especialista em se meter.

O fato amigos, é que Evil Ways, ou jeitos malvados, não era uma característica exclusiva feminina. Haymitch o tinha, e só deus sabe o que Effie passou quando... Espere, ainda não estamos num momento propicio para comentar este assunto.

— Vamos, Peeta. Temos que ir a um lugar, agora. — Disse Haymitch, virando seu resto de Whiskey e levantando-se do banco próximo ao balcão, enquanto arrumava as calças como um caipira e sorria ansioso pela brilhante ideia anterior.

Peeta olhou curioso para Haymitch. Bom, era o segundo pedido oficial de seu pai, numa noite que talvez fosse única, porque afinal ele discordaria? Era pra isso que ele fora atrás desse homem: Para conhecê-lo. E, é daí que mestre povo tirou aquele adágio que você conhece a pessoa de verdade quando ela está sob o efeito do álcool. O quão perigoso poderia conhecer seu pai?

Talvez esse seja o momento de Peeta tomar a decisão em se afastar dum homem que nunca lhe trouxe nem lhe traria benefícios ou ficar com ele, pois afinal, aquele homem eraSkywalker. Ele tinha os genes paternos. – E sejamos verdadeiros: Peeta tem um coração muito bom pra se afastar do homem, mesmo que este só lhe trouxesse problemas. Era tarde demais. Nenhum dos dois percebeu, mas ali, estavam fadados a permanecerem unidos, bem ou mal.

Peeta pagou a conta do bar próximo a Columbia só para dirigir até o outro canto da cidade e abrir uma nova conta num novo bar, onde viu, com os próprios olhos, seu pai roubar uma jaqueta de couro de uma pessoa qualquer, subir no palco onde uma banda conhecia dele tocava e, junto com velhos amigos, cantar “Live and Let Die” como um rockstar. Seria uma noite fantástica, se ele não reparasse que Haymitch talvez tivesse graves problemas alcoólicos e arrumasse confusão facilmente. Fora uma briga horrível, e aparentemente sem motivos – já que Haymitch e seu adversário estavam tão visivelmente bêbados que seja qual fosse a razão, já havia sido esquecida há tempos. E como os gritos dos caras que formavam um ringue humano em volta de Haymitch e o bêbado no estacionamento estavam altos demais, Peeta só viu uma solução para tirá-lo de lá:

Entrar na briga também.

Por isso, no final da noite, Peeta se encontrava cheio de sangue saído do nariz e das roupas de Haymitch e com o mesmo apoiado em seu ombro, ainda cantando “live and let die” como se não houvesse amanhã.

E, mesmo com essa noite fatídica e toda errada, preciso que anotem este momento na vida de Peeta.

— Tem certeza que é aqui? — Ele perguntou, com Haymitch pesando cada vez mais nos seus ombros. — apartamento 123?

— Esse mesmo. — afirmou Abernathy.

Peeta passou alguns minutos procurando a chave de Haymitch no bolso até apurar que a porta do apartamento dele estava destrancada. Ele seguiu adiante, com passos cuidadosos para não machucar o velho. Pretendia jogá-lo embaixo do chuveiro e averiguar até que ele estivesse bem quando uma voz feminina num misto de raiva e desespero soou pelo apartamento.

— Seu velho desgraçado, Haymitch! — A moça morena seguiu em direção aonde Haymitch se encontrava sangrando nos ombros daquele cara loiro, que mesmo cheio de hematomas, era divinamente bonito. — O que aconteceu? Você bateu nele? QUEM É VOCÊ, INFERNO?! — Gritou ela, quase arrancando Haymitch do ombro do rapaz.

Peeta demorou dois segundos para assimilar tudo aquilo. E quando dizemos “tudo aquilo”, estamos mencionando a garota a sua frente. Ela tinha aquele sotaque diferente, uns olhos duros de esmeralda e um shorts curto demais num apartamento quente que, subitamente, ficara ainda mais quente. Ela era bonita, muito bonita, bonita mesmo, e ao mesmo tempo em que Peeta pensou em cortejá-la uma ideia horrível passou por sua cabeça: “O que essa garota faz no apartamento dele às 3 da manhã? Ela é namorada dele? Ela é minha... irmã?” – Só pra constar, Katniss estava lá para assegurar de que Haymitch voltaria, ou para atender ao telefone caso a máfia tenha o pegado de vez.

— Ele é meu amigo, Nebraska. — Resmungou Haymitch, ainda alterado demais para que frase saia plausível. Nebraska... Então está explicado esse jeito de falar, pensou Peeta.

— Desde quando você tem amigos, Haymitch? — Perguntou ela. Peeta Mellark decidiu depositar o pesado Haymitch no mesmo sofá que Katniss o jogou no dia em que os cubanos o fizeram bailar, no pior sentido da coisa.

— Eu o conheci hoje, na palestra de Columbia. — Peeta falou. Depois esticou a mão até a moça. — Me chamo Peeta Mellark.

— Porque a sua mão, seu nariz e o velho inteiro estão cheios de sangue, Sr. Mellark? — Perguntou Katniss, ríspida, sem ao menos dar ao rapaz uma chance de ser gentil, ou de ao menos apresentá-los da forma certa, já que a maneira que se conheceram parecia ser a pior possível. Peeta, ao perceber a mão esticada cheia de sangue, a recuou rapidamente e tratou de se explicar.

— Fomos a um bar, e ele acabou arrumando confusão... Eu me meti no meio pra tirá-lo de lá. — Ele diz, meio envergonhado.

— Você se meteu na briga por causa de Haymitch? Que amigo... — Desconfiou Katniss.

Quando que um cara loiro, com cara de riquinho e bom moço vai entrar numa briga de bar por um velho que acabara de conhecer? Não faz sentido. Não é plausível. Com certeza ele sequestrou Haymitch e o obrigou a praticar assaltos, ou pior ainda: Ele conspirava com os cubanos. Seria tudo isso, se Haymitch não dissesse que o garoto é “amigo”. Enquanto Katniss dissecava Peeta em pensamentos, ele fazia o mesmo com a garota. Pergunte se ela é sua irmã. Pergunte se ela é filha dele.

— Me perdoe, mas você é namorada dele? — Peeta perguntou, chutando a si mesmo internamente por ter dado prioridade a outros pensamentos. O que só fez Katniss rir.

— Você acha que ele aguentaria tudo isso? — Katniss fez um movimento com as mãos, apontando para si. Depois ela sorriu, em escárnio. Provocadora, esse era o tipo que Katniss se empenhava em ser quando queria ser. Mas naquela noite, só fora irônica e seca, como sempre fora. Nunca uma flor de pessoa, mesmo tendo nome de planta. — Sou praticamente uma... Afilhada.

— Lembra-se do Evil Ways, Peeta? — Haymitch falou, dando sinal de vida e quebrando aquilo que poderia vir a um clima sedutor entre Katniss e Peeta. — É ela. E a amiguinha dela, Johanna... Hey!... Cadê a Johaninha, Nebraska?

— Trabalhando, Haymitch. Já já ela chega. — Um tanto mais calma, Katniss andou pela sala até chegar frente à Haymitch e apurar seu estado, como uma mãe cansada de ver o mesmo joelho do filho machucado pela terceira vez nas aventuras do parquinho. Depois, fez o mesmo com o nariz de Peeta, que deu aos dois um espaço tão pequeno a ser preenchido que Peeta a beijaria, se não fosse uma maneira terrível de ter conhecido a moça.

— Você não está pior do que ele, Peeta. — Ela falou, ainda frente à Peeta. Ainda com o nariz tão perto do dele que poderiam sentir as respirações de ambos. Katniss não tirava os olhos do nariz de Peeta, tocando levemente com a mão na parte sangrenta. Mas quando colocou seus olhos nos olhos azuis de Peeta, fora algo similar aquilo que poderia ser uma comparação entre olhos tempestuosos e céu azul. — Eu vou ali dentro, ver se alguma coisa dele serve em você. Depois você pega a chave em cima da mesa e vai naquele apartamento ali da frente. — Katniss apontou para seu apartamento. — Ele é meu. Você vai lá tomar um banho enquanto eu cuido de Haymitch, depois você vem aqui que eu faço um curativo no seu nariz. E então, só então, você vaza. Entendidos?

Katniss mal esperou uma confirmação de Peeta quando se virou de costas e rebolou até o quarto de Haymitch, procurando algo que servisse em Peeta.

— Haymitch, Quem é ela? Qual é o nome dela? — Peeta perguntou, ainda com a imagem da tempestade olhando para si.

Katniss Everdeen, Peeta. — Haymitch respondeu, quase dormindo. — Evil Ways. Nebraska. E você nunca vai dominá-la, rapaz.

Isso poderia soar como desafios aos ouvidos de Peeta, daqueles que Finnick lhe lançavam e ele facilmente ignorava. Mas ele não poderia ignorar algo que se tratava do furacão Everdeen. Hurricane, sorria Peeta, apreciando com gosto o apelido novo que ele dera a moça.

O Inferno que eu não vou. — Sussurrou Peeta, para si mesmo.


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Notas finais do capítulo

'Vive ou deixe morrer" foi uma referência a canção que ouvia escrevendo esse cap, Live and Let Die, do Sir Paul McCartney. http://www.vagalume.com.br/paul-mccartney/live-and-let-die-traducao.html

E como dito antes, a letra de Evil Ways da Banda Santana: http://www.vagalume.com.br/santana/evil-ways-traducao.html