Things we lost in the ice escrita por FAR


Capítulo 4
Capítulo 3




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Depois que as luzes se apagaram, ouvimos um tiro e mais logo em seguida gritos. Lisa queria logo se esconder, mas deveria ter pessoas feridas na rua, eu tinha de ajuda-las, afinal, como enfermeira -desempregada- era meu trabalho, não?

Ao sair na rua, pude ver um táxi amarelo na maior velocidade e um homem loiro correndo atrás dele , que de algum modo, estava o alcançando. Um homem está alcançando um carro na velocidade máxima enquanto corre. Enquanto corre. Notei que o fato havia me distraído do que estava indo checar, e corri pela lado o posto do táxi, para ver o estrago que poderia ter causado.

A vitrine de uma loja de vestidos de noiva estava quebrada, mas aparentemente as pessoas estavam bem, assustadas, mas bem. Perguntei a uma moça o que havia acontecido e ela respondeu que um grande homem loiro estava correndo e caiu para dentro da loja.

Corri algumas quadras para a frente e vi alguns carros destroçados, com fogo se apagando neles, provavelmente foram explodidos. Perto de um dos carros havia uma mulher morena de cabelos curtos com uniforme do exército, ela segurava uma arma e parecia frustrada. Então um carro apareceu e ela logo entrou falando alguma coisa.

Havia de fato pessoas ali, no chão, precisando de cuidados. Mas era tarde demais, estavam todos mortos. Parei no lado oposto da loja de antiguidades do Brooklyn, um homem saiu de lá e ao me ver checando se um dos homens estava vivo, me encarou e logo depois correu.

"NAZISTAS EM NOVA IORQUE. HOMEM MISTERIOSO SALVA CRIANÇA" Era o que dizia manchete do The New York Examiner de dois dias atrás, logo em baixo estava a foto do homem "misterioso", ele estava segurando a porta do táxi que vi, era o homem loiro que vi correndo. Mas ele não era nada misterioso para mim, definitivamente a guerra mudava os homens, mas meus pensamentos estavam bem longe de mudanças tão... grandes.

Aquele homem, aquele novo herói, era Steve.

"Dia 26 de Junho, as 02:00p.m., me encontre no teatro.

Steve"

Foi o que recebi dele naquele mesmo dia. Quando cheguei ao teatro, estava completamente lotado, repleto de adultos e até mesmo crianças. Então vi um grande cartaz, uma foto. Era Steve, mas bem diferente do que achei que iria encontrar. Na foto ele estava usando meia calça azul, uma "camiseta" que se parecia uma versão estranha da bandeira dos Estados Unidos e um capacete, aparentemente feito também de tecido, e segurava um escudo, igualmente parecido com a bandeira dos estados unidos.

Capitão América. Era o que o grande letreiro dizia.

O espetáculo começou poucos minutos depois de eu conseguir meu ingresso, várias mulheres dançavam e cantavam enquanto Steve lia suas frases, que parecia estarem coladas em seu escudo. Ele até mesmo bateu em um falso Hitler.

Quando o espetáculo acabou, entrei na enorme fila para vê-lo, e quando finalmente minha vez chegou... me senti pequena perto dele. Ele simplesmente riu, provavelmente eu estava com uma cara nada muito bonita olhando para ele.

–O que aconteceu com você? -eu disse dirigindo meu olhar para o rosto dele

–Entrei para o exército. -ele disse sorrindo.

–Cale a boca. -ele riu de mim de novo- Como isso é possível?

–Longa história. Será que posso ganhar um abraço?

–Claro que pode.

Eu o abracei, nunca imaginei que teria de levantar os pés para abraçar Steve. O pequeno Steve. Ele disse em palavras rápidas e baixas que explicaria tudo, quando conseguisse voltar para casa. Ou pelo menos sair dessa turnê pelos Estados Unidos.

Não conversamos muito quanto gostaríamos, na verdade, quase não conversamos, o tempo máximo para vê-lo era três minutos. Mas antes de sair, ele me entregou um envelope e disse para ler em casa. Com dificuldade, me despedi e sai do teatro.

Ao sair, vi um dos cartazes de recrutamento de mulheres.

"Saudade não irá traze-lo de volta mais cedo" o cartaz dizia. E era verdade, a saudade não traria Bucky da guerra, e pelo jeito, Steve não voltaria tão cedo. Eu não poderia ficar parada, sabendo que ambos estão fazendo algo para ajudar nosso país nessa batalha e eu aqui, em casa. Eu posso fazer algo. Eu posso fazer alguma diferença na guerra.

"Consiga um trabalho de guerra!" dizia em baixo.

E era exatamente o que eu iria fazer.


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