O Sequestro - Cobrade escrita por Keth


Capítulo 35
Boas notícias




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Cobra

Desde a briga entre Jade e o Senhor Edgard eles não tem se falado, ela
resolveu se afastar dos pais e ficar somente na nossa casa, descansando
e tentando se preservar pela gravidez já que a um bom tempo tinha
passado por muitas situações de stress, e graças a Deus ela me ouviu e
agora se mantém longe de qualquer situação em que ela se exalte demais.
O processo que o senhor Edgard movia contra mim ainda estava em
andamento, mas, graças ao meu bom advogado o julgamento ainda levaria um
tempo, graças a Deus Duca estava fazendo o possível para atrasar isso
até que ele conseguisse dar seu depoimento e arrumar mais testemunhas, e
principalmente: eles queriam encontrar Lobão primeiro, fazê-lo confessar
os outros crimes e ser preso, assim minha liberdade seria dada no mesmo
instante, porém, por mais que estejam sendo feitas várias buscas não o
encontramos ainda, o que me deixava em alerta.

Com apenas uma semana para o fim desse mês percebemos que a barriga de Jade havia crescido um pouco mais, ela já estava de dois meses – na verdade quase três – porém ela já estava num tamanho considerável. Marcamos um médico para fazer o primeiro ultrasom e com sorte conseguiríamos saber o sexo do bebê. Eu estava adorando aquilo,
estava muito feliz por poder aproveitar ao lado da minha mulher sem ter
de pensar no pedido do pai dela para que abortasse, sem me preocupar com
o julgamento ou com brigas, eu só tinha de me preocupar com os desejos
dela, enjoos e os momentos em que ela passava mal, sim, finalmente
podemos aproveitar nossos dias em paz.

Naquela manhã acordei inspirado, levantei bem cedo, preparei um café da
manhã romântico – nunca ouvi falar disso, então resolvi inovar –
coloquei flores num vaso bem no meio da mesa, fiz panquecas e chá de
camomila para Jade que simplesmente amava chá pela manhã. Peguei a
câmera fotográfica que Jade havia comprado na volta do hospital, com a
promessa de que tiraria muitas fotos com a barriga já crescida, e eu
estava ansioso demais para esperar ela acordar, precisava de fotos
agora. Com cuidado entrei no quarto, observei Jade dormindo como
sempre: com a mão na barriga. De umas semanas pra cá, ela estava com a
mania de dormir com a mão na barriga, não importa a posição, e eu tomava
o cuidado de arranjar uma posição que não fosse desconfortável para ela
de nenhuma forma. Preparei a câmera e tirei a primeira foto, eu sabia
que Jade me mataria por tirar fotos dela dormindo, mas, era o momento
mais bonito que já vi em toda a minha vida. Deixei a câmera de canto e
enchi seu rosto de beijos, logo ela acordou já com um sorriso no rosto.

– Bom dia amor – ela disse com a voz doce.

– Bom dia princesa – sorri e beijei sua barriga – Bom dia pra você
também criaturinha – Jade riu.

– Criaturinha? – ela ergueu uma sobrancelha.

– Não sabemos o sexo, então quis inventar um apelido enquanto não
sabemos o que é – dei de ombros, Jade me beijou.

– Eu sei bobo, é que foi engraçadinho – ela se sentou e me olhou.

– Há quanto tempo está acordado? – disse se espreguiçando.

– O suficiente para dizer que antes da consulta de hoje você terá muitos
mimos – beijei sua mão e fiz uma reverência – Que horas é a consulta?

– As três, tomara que dê para saber o sexo, não aguento mais esse
mistério! – ela riu.

– Eu também, amor, vá no banheiro, faça o que tiver de fazer e venha pra
cozinha, nosso café da manhã será especial – sorri, ela me olhou
intrigada e assentiu.

Peguei a câmera e corri para a cozinha, coloquei as panquecas nos
pratos, arrumei as flores e coloquei o chá numa xícara e esperei com a
câmera preparada, quando Jade entrou e viu a cena tirei a foto, seu
rosto impressionado saiu uma gracinha. Jade me olhou encantada e
acabei tirando outra foto, queria registrar o máximo que pudesse da
gravidez e fazer um álbum para colocar as fotos, quando nossa
criaturinha estivesse maior, poderia ver o quanto esperamos ansiosos por
sua chegada.

– O que é tudo isso? Porque está tirando fotos?

– Estou registrando os momentos da sua gravidez ué! – dei de ombros e
coloquei a câmera de canto – Gostou? – ela assentiu e riu ao ver a panqueca.

– Fez uma panqueca em forma de coração? A que gracinha! – ela se sentou e começou a comer, tomamos o café juntos, conversamos sobre coisas
corriqueiras e rimos muito. Depois de limpar tudo, e olhando para ora
tive outra ideia.

– Amor, coloca seu biquíni, vamos ficar la fora no sol, depois entramos
na piscina um pouquinho – ela assentiu e foi coloca-lo, eu já estava de
bermuda então nem me preocupei, apenas esperei ela voltar.

– Cobra, olha como cresceu! – Jade apareceu de repente com seu
biquíni rosa, colocou um chapéu e óculos escuros, mas, a surpresa veio
ao observar sua barriga. Sim estava maior, e era engraçado como daquela
forma parecia maior, sorri ao vê-la.

– Hoje saberemos porque essa criaturinha está crescendo tão rápido! E já
vamos lhe dar um nome – peguei na mão da minha mulher e a conduzi até os
fundos da casa onde ficava a piscina, levei a máquina e lá tiramos
muitas fotos, de todos os ângulos, de todas as poses, de tudo. Passar a
tarde à beira da piscina foi incrível, foi uma terapia para nós, e um
meio de distrair e segurar a ansiedade, mas, quando a hora de ir a
consulta se aproximou nos apressamos em nos arrumar e ir ao hospital
rapidamente.

Havia muitas mulheres ali também, a maioria já com a barriga enorme,
imaginei Jade já com barrigão e se preparando para o parto, eu sabia
que seria um momento difícil, porém único e perfeito, era algo que eu
estava mais que preparado. Finalmente depois de alguns minutos de espera
foi a nossa vez, entramos no consultório e a doutora sorriu.

– Boa tarde, podem se sentar – ela começou a fazer algumas perguntas a
Jade sobre sua alimentação, sobre o que estava sentindo e lhe fez
recomendações – Agora, senhorita Gardel, poderia se deitar ali e
abaixar um pouco a sua calça? – Jade o fez, eu fiquei em pé ao seu
lado e segurei sua mão.

A doutora passou um gel estranho na barriga dela e logo colocou aquele
aparelho estranho na barriga dela, parecia pressionar, mas, Jade não
reclamava, depois de um tempo tentando entender quais eram aquelas
imagens a doutora abriu um sorriso e olhou para nós ainda passando o
aparelho na barriga dela.

– Me digam, já pensaram nos nomes? – Jade assentiu.

– Já temos dois em mente – ela olhou para mim com ternura.

– Alguém tem alguma preferencia? – assentimos, a doutora sorriu mais
uma vez, aquilo estava ficando assustador.

– Eu não, mas o Cobra quer muito uma menina – respondi.

– Bom, ainda bem, porque Jade está carregando exatamente uma menina
– de repente eu não conseguia me mover, minha mente ficou numa espécie
de transe enquanto a doutora mostrava no ultra som a localização do
bebê, a cabeça e outras coisas, quase imaginei que ia desmaiar,
principalmente quando ouvimos os corações. Respirei fundo e depois que
ela imprimiu as fotos, deu outras recomendações a mim e a Jade e
saímos da sala.

Quando entrei no carro precisei de um tempo, não estava concentrado
direito, estava atordoado, o susto de um sonho realizado era difícil de
se recuperar. Eu estava feliz com a ideia de ser pai, e
eu realmente queria uma menina, mas, isso foi assustador. Teria que conseguir cuidar muito bem dela para que nenhum homem de aproxima. E, também, só de lebrar que alguém poderia fazer com minha menininha o mesmo que fiz com Jade, ficava desesperado. Olhei para a barriga dela novamente, beijei a barriga dela e a acariciei, uma felicidade imensa me invadiu, um sorriso largo brotou em meus lábios e senti as lágrimas vindo, eu estava plenamente feliz, e quando Jade acariciou minha cabeça percebi que ela também chorava.

– Vamos ter uma menina, assim como você queria – assenti.

– Julie, nossa filha! – sorri.

– Finalmente uma notícia boa em meio a essa guerra – Jade suspirou, me
ajeitei em meu lugar e coloquei o cinto.

– Não se preocupe, seu pai vai ceder, uma hora terá de ceder, essa
criança veio por um motivo e talvez ela nos traga essa paz que a
queremos – sorri para ela, Jade concordou e me deu um beijo.

Indo para casa, liguei para Duca, ele tinha finalmente conseguido
prestar seu depoimento e o advogado já tinha conseguido usar isso ao meu
favor, segundo ele, a casa estava praticamente ganha. Jade e eu
ficamos aliviados, menos preocupações, agora só precisávamos seguir as
orientações da médica e manter Jade longe de situações de stress. Duca nos prometeu fazer com
que o Senhor Edgard mudasse de ideia ou pelo menos, pelo bebê,
relevasse e mudasse suas situações atuais, era óbvio que ele não mudaria
de ideia assim simplesmente, mas, faríamos o possível para que o fizesse
e para que ele voltasse a se dar bem com a filha. Tudo o que eu mais
queria é que Edgard e Jade voltassem a se entender e que pudéssemos
viver em paz, para criar nossa pequena e ficarmos felizes, apenas eu,
Jade e Julie..


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