Jade

– Jade, me desculpa, a culpa foi minha -Cobra quase chorava. Eu ainda chorava muito, não conseguia me acalmar, meu pescoço doía, meu lábio ainda sangrava e os tapas que levei ainda estavam muito vivos na minha pele.

– A culpa não foi sua. -Cobra negou com a cabeça.

– Eu devia ter ficado de olho nele, se eu não tivesse dormido isso não teria acontecido -ele disse e eu comecei a chorar mais ainda- Não, por favor, não chora. Olha pra mim.

Cobra segurou meu rosto enquanto eu chorava, eu não conseguia me acalmar nem olhar para ele. Ele ergueu meu rosto por um momento e me olhava com intensidade, depois se aproximou bem devagar e tocou meus lábios. Foi apenas um selinho leve e delicado, depois ele me olhou como se pedisse permissão para continuar, mesmo sem saber se era realmente isso assenti e ele juntou nossos lábios novamente. Levou um tempinho, mas ao poucos parei de chorar, os lábios de Cobra tinham um incrível poder calmante sobre mim. O fato que é beijar Cobra fazia com que eu me sentisse nas nuvens, seus lábios macios e quentes eram muito bons. Não sei quanto tempo durou, mas Cobra foi parando o beijo com selinhos e sorriu.

– Você não esta mais chorando, fica muito mais bonita sorrindo. -ele sorriu.

– Obrigada, você é o meu herói.

– Estou mais para vilão, não acha? -neguei com a cabeça.

– Nem um pouco. -Ele olhou-me intrigado e afastou nossos corpos, um pouco mais sério.

– Vamos pro seu quarto, você deve estar exausta.

Não estendi bem o que aconteceu, mas obedeci e segui até o quarto. Cobra me deixou lá e saiu sem dizer nada. Eu só não sabia se conseguiria dormir bem depois do ocorrido. (...) Acordei assustada, suada, com meu coração acelerado e minha respiração irregular. Já era a terceira vez naquela noite que eu acordava chorando e gritando, tendo pesadelos com aquela tentativa de estrupo. Limpei meu rosto todo molhado por lágrimas, aquela cena aparecia nitidamente em minha cabeça toda vez que fechava os olhos. Pouco depois Cobra chegou, estava sem camisa e descalço. Seus cabelos estavam bagunçados e seus olhos vermelhos, ele havia chorado? Ou não havia conseguido dorir também?

– Jade, você está bem? -ele se aproximou e sentou na beira da cama.

– Sim, só estou tendo pesadelos.

– Imaginei que fosse isso, você grita muito alto. -ele riu um pouco.

– Me desculpe, é que foi muito assustador. -comecei a chorar de novo.

– Eu devia ter cuidado melhor de você. -Cobra se ajeitou na cama e me puxou para perto dele, deitei minha cabeça em seu ombro e, aos poucos, consegui me acalmar.

– Já disse que você não teve culpa. O importante é que você me salvou.

– Sempre vou te salvar, eu prometo. -ele beijou o topo da minha cabeça e começou a se afastar- Preciso ir para o meu quarto.

– Por favor, não me deixa aqui sozinha, eu não quero ficar sozinha. -Cobra virou e me olhou, percebi que ele hesitava um pouco, mas ainda assim parecia preocupado.

– Ok, eu durmo aqui para que se sinta mais segura.

Cobra e eu deitamos na cama de barriga para cima, ele parecia tenso, mas mesmo assim me aconcheguei em seu peito e coloquei uma de minhas pernas em cima dele, queria dormir agarrada a ele. No começo ele me olhou intrigado e, talvez, um pouco assustado, mas depois pareceu relaxar e começou a mexer em meus cabelos. Eu me senti tranquila e logo depois adormeci ouvindo as batidas do coração dele.

(...)