Hikari escrita por Pan Alban


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas!

Olha a hora Pan!!! Ai desculpem, foi muito difícil escrever esse capítulo, mas espero que todo o sofrimento tenha valido a pena :)

Enjoy!



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Sakura Haruno...

Passamos a manhã toda juntos na terça-feira. Uma terça inesquecível.

Enquanto ela me falava sobre o porquê amar dias frios, eu me via perdido em sua voz e em seu olhos, no jeito que gesticula com as mãos, no jeito que seu lábios se movimentam e em como tudo ao meu redor some quando ela está comigo...

– Estou apaixonado por você.

– O quê?

Agora me dei conta de que pensei em voz alta. Ela me encara surpresa e sua boca entreaberta me chama para um beijo. Me aproximo lentamente sem tirar os olhos dela e a deito no sofá cobrindo-nos com o edredom. A beijo como nunca beijei ninguém. Suave, estudando e me deliciando com cada parte dela.

Meu vício.

As mãos dela passam delicadamente por meu rosto e ela me corresponde com o mesmo sentimento.

Meu coração dispara a esse leve toque e me sinto preenchido por dentro. Quente.

Afasto meu rosto um pouco e a encaro tentando entender o que essa garota é. Como ela consegue me fazer tão bem sem nem ao menos se esforçar pra isso.

Nossos olhos se encontram e o brilho naqueles olhos verdes me hipnotizam, me seduzem...

Ela me encara de volta com aquele rosto inocente e sério.

Minha mão sobe para seu rosto e ela fecha os olhos sorvendo meu carinho.

– Estou apaixonado por você. - sussurro como um segredo e ela prende a respiração.

Espero receber algo em troca, uma resposta recíproca ou um sorriso, mas ela me afasta e corre para o quarto.

– Sakura. - bato na porta do quarto trancado e ela não me responde. - Por favor, fala comigo.

Fico minutos intermináveis esperando um único som que seja, mas tudo se mantém em silêncio.

Fui um idiota, devo ter assustado ela. É claro que ela não sente o mesmo por mim e fui impulsivo...

– Desculpe se fui apressado. É que...

– Vai embora, Sasuke. - ela diz com a voz falha do outro lado.

Pouso minha mão na porta como seu pudesse, de alguma forma, pudesse desfazer tudo e voltar no tempo. Me agarro a esperança dela abrir a porta e me pedir pra ficar. Mas nada disso acontece e eu saio daquele apartamento com as sobras de Sasuke Uchiha.

Depressivo? Exagerado?

Efeito de se apaixonar por ela.

Estava tão cego de culpa que não percebi que tinha algo errado.

Fiquei a tarde inteira pensando em formas de trazê-la de volta. Tentar tudo de novo. Tudo o que eu não poderia e não queria fazer era ficar longe dela.

Próximo ao anoitecer peguei meu carro e fui até o centro da cidade. Eu iria mostrar pra ela o quanto ela era importante para mim. Talvez ela esteja com medo de estar sendo enganada ou qualquer coisa do tipo. Afinal disse que estava apaixonado depois de 4 dias a conhecendo. Mas é real. Eu sinto isso e a quero comigo, ao meu lado.

Saio da joalheria confiante e rumo para o hotel em que ela está hospedada. Paro na vaga em que um taxi acabou de liberar e corro até o elevador.

A caixinha em meu bolso pesa e sorrio só de imaginar o rosto dela ao ouvir tudo que tenho pra dizer.

A porta se abre e corro até a porta 212 com o coração dando um salto. Aperto a caixinha em minha mão e entro no quarto sem bater.

Minha garganta apertou ao ver a camareira limpando o local.

Ela ainda está aqui, não pode ter ido embora.

– Algum problema, senhor? - pergunta a camareira preocupada, devo estar parecendo um louco.

– Onde está a moça que estava aqui? - pergunto sentindo o desespero em minha voz.

Ela não pode ter ido.

– Ela se foi faz alguns minutos senhor.

Corro com a esperança de encontrá-la no saguão, mas ela não está.

– Sakura Haruno. - digo ofegante quando chego a atendente na entrada. - Quando fez check out?

Ela me encara assustada por um momento mas minha impaciência e desespero a fazem se voltar para o computador.

– Ela fez check out há 30 minutos.

Meus braços despencam ao meu lado enquanto fito a porta do hotel descrente que ela me deixou. Meus pulmões não trabalham direito, meu peito dói, minha cabeça pesa e minhas pernas enfraquecem.

Meu mundo cai e me sinto sozinho novamente.

Ando pelas ruas tentando entender o que eu fiz de tão errado. Mas a lembrança de ela iria partir um dia me assalta. Por que não me disse que seria hoje? Ela me diria se eu não tivesse me declarado? Iria me contar ou sumiria como fez?

Meu celular toca e eu sei que não é ela.

Ela não gosta disso...

O celular toca novamente e antes que eu o jogue do outro lado da rua eu vejo o nome de Naruto.

Hinata!

– A Hinata está aí? - pergunto de uma vez quando atendo.

– Ela está. - ele responde apreensivo.

– Me passa pra ela. - peço sentindo uma chama de esperança crescendo em mim.

– Sasuke? - escuto a voz meiga de Hinata.

– Pra onde ela foi? - pergunto sem cerimônia.

– Ela foi embora. - ela responde simplesmente.

– Pra onde? - pergunto dando meia volta e seguindo para meu carro mal estacionado.

– Eu não sei. - ela responde com a voz fraca. - Ela te deixou um recado.

Travo no caminho sentindo minha mão tremer.

– Diga.

– Ela pediu para te agradecer por tudo. - a voz dela falha e ela começa a chorar.

– Onde ela está? - pergunto mais uma vez escutando os soluços da garota do outro lado da linha e Naruto a consolando.

***

10 meses depois

Sakura continua aqui, na minha mente.

Contratei detetives, liguei pra todos que conhecia, fui para outros países, coloquei o rosto dela nos jornais, mas nada, ela simplesmente sumiu.

Meus dias de felicidade se foram com ela e agora choro por duas percas.

Desisti a muito tempo de tentar entender seus motivos de sumirem, não me importava só a queria comigo. Pra me curar.

O fantasma de seus sorrisos me assombram a toda hora e me vi dependente dela.

Hinata fugia de mim toda vez que me via e Naruto ficava cada dia mais irritante me dizendo o quão deprimente eu estava.

Me diga como ele ficaria se perdesse a melhor coisa que já aconteceu em sua vida.

Me lembro perfeitamente daquele 28 de julho. Hinata apareceu em minha sala e meu olhos cansados não acreditaram quando reconheci aquela letra arredondada na carta que me entregou.

Nenhuma palavra foi dita por ela.

– Você a viu? - perguntei me agarrando a uma resposta positiva.

Hinata negou com a cabeça. Suspirei cansado e olhei para o envelope em minhas mãos. Nem vi quando a Hyuuga saiu soluçando de minha sala, minha total atenção estava naquele papel e talvez minhas últimas esperanças também.

Abri o papel dobrado dentro do envelope e segurei o nó em minha garganta ao confirmar a letra de Sakura.



“Querido Sasuke,

Me desculpe por ser egoísta e fugir de novo, mas as coisas não poderiam acontecer.



Corro para o elevador gritando para que Mei remarcasse todos os compromisso desta semana.



Eu não deveria ter me apaixonado por você, não era o certo. Mas eu me apaixonei e acho que foi naquele dia em que entrei apertada no banheiro masculino e ajudei um pobre moço bonito dobrar a manga da camisa.



Entro em meu carro e me atrapalho com as chaves tentando dar partida nele.



Depois daquele dia fiquei maluca pra te ver novamente e qual foi minha surpresa ao vê-lo se sentando a minha frente no dia seguinte. Senti uma felicidade que não sabia se sentiria novamente. Você me envolveu, me deixei levar e descobrir o que é fazer amor.



Corro pela rodovia ignorando os radares em meu caminho, costurando o trânsito com urgência.



Vendo você dormir e revendo cada cena nossa, eu ri sozinha. Estava amando o carinha que conheci no banheiro há dois dias. Como sei que é amor? Isso foi algo simples pra mim. Alguém que sente tudo com mais intensidade e aprendeu a aceitar as coisas com mais facilidade.



Piso no acelerador com força, mas ele não faz o carro andar mais rápido que isso. Ele está lento e meu coração dispara arduamente em meu peito.



Eu te amo e como posso te deixar assim? Você deve estar se perguntando agora. Bom, naquele domingo quando acordei e descobri que te amava senti uma tristeza profunda. Corri para uma igreja e implorei por um milagre. Justo agora fui descobrir esse sentimento. Mas eu sabia que mesmo que chorasse o dia inteiro esse milagre não viria. Meus dias já estavam contados.



As lágrimas embaçam meus olhos enquanto tento enxergar a estrada de terra a minha frente. Os soluços morrem na garganta e me nego a deixá-los saírem.



Estou num estágio terminal de leucemia. Abandonei a quimioterapia quando descobri que não tinha cura. Decidi que não iria morrer sofrendo e comecei a viajar procurando fazer tudo o que nunca fiz e partir feliz. Já estava conformada com meu destino até aparecer você. Devo confessar que odiei Deus por achar que ele tivesse escrito esse destino cruel para mim, mas agora eu vejo que Ele não foi o culpado de nada. Ele nos colocou no mesmo caminho por um motivo. Mesmo que tenha sido breve e tardio, eu entendo esse motivo. Precisávamos viver o amor.



Bato a porta do carro com força e minhas pernas perdem a força quando as apoio no chão. Engulo o nó insistente em minha garganta e corro até a pequena casa de madeira.



Eu fui egoísta demais ficando cm você aqueles dias, me desculpe. Eu não sabia que você sentia o mesmo que eu. Simplesmente achei que eu era uma aventura, mas eu te procurei e aceitei ser um passatempo pra viver uma ilusão que me fez feliz, até que você disse que estava apaixonado por mim. Me senti a mulher mais feliz do mundo, mas uma vozinha gritou em minha mente que nunca teríamos um pra sempre, e antes que você dissesse EU TE AMO, eu fugi.



Bato na porta da casa deixando os soluços saírem aos poucos enquanto algumas lágrimas se desprendem dos olhos escorrendo para meus lábios trêmulos. A porta se abre e uma senhora me olha com curiosidade.



Eu queria passar meus últimos dias com você. Mas não acho justo te fazer me ver do jeito que estou agora. Quero que você guarde a melhor imagem de mim, sorrindo e parecendo saudável. Quase pulei do táxi quando te vi voltando ao hotel, mas não podia. Durante este tempo que sumi, algo maravilhoso aconteceu e se não fosse por isso eu teria partido mais cedo com certeza.



A senhora abre caminho com um sorriso triste e entro na casa sentindo toda a tristeza que estava reprimida em meu interior. Coloco as mãos na boca controlando os soluços descontrolados e as lágrimas lavam meu rosto quando meus joelhos dobram até o chão.



Se você receber essa carta e descobrir que me ama vá até o endereço que está no verso da carta, tenho algo para você, se tiver percebido que foi só uma paixonite, queime esta carta e ignore tudo.



Levanto quando escuto o choro e lentamente me aproximo daquele pequeno ser que chora mexendo as mãozinhas para cima. A pego no colo e sorrio ao ver os olhinhos verdes lacrimosos se abrindo para mim e o choro cessando. Suas mãos tocam meu rosto e ela se acalma dando um sorriso sem dente para mim. Os cabelos negros estão penteados para o lado e o macacão rosa a faz parecer uma princesa.



Sasuke Uchiha, saiba que eu vou, mas levo esse amor comigo e farei dele eterno.
Só peço uma coisa:



Ajeito a menina em meus braços e vejo perfeitamente o traços de Sakura em seu pequeno rosto. Mas reconheço traços meus ali, o nariz, as sobrancelhas, o queixo... Não há dúvidas de seja minha filha. Nossa filha. Os olhos inocentes brilham para mim e a senhora coloca a mão em meu ombro me dando uma bolsa grande de criança e uma foto de Sakura grávida.



Não chore por mim, não sofra por mim. Quando sentir saudades, sorria para ela. Seja forte por ela.

Para sempre sua.

Sakura Haruno



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Notas finais do capítulo

Droga Pan, vc matou a Sakura? :( dsculpem TT queria fazer algo diferente e resolvi tentar, saibam que estou triste por ela, apesar de curtinha me apeguei a esta fic.

Espero que tenha pelo menos tocado um pouquinho o coração de vocês xD Foi uma experiência incrível escrevê-la.

O proximo cap é o último, espero ver vcs lá :)

Até os reviews, sejam bem sinceros ok?

Bjão



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