My Secret Past | Dramione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 4
Capítulo 4 - In a thousand years


Notas iniciais do capítulo

Hey gente :3
Estou morrendo de sono então...Boa leitura.



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Eu penteava meus cachos em frente ao espelho do meu quarto. Já deveria ser quase o horário do café e eu ainda estava enrolando para descer. Virei-me e vi Ginny ainda jogada na cama até com a boca aberta em seu décimo sono. Sorri e fui até ela me sentando na beirada.

– Gina... Acorde. – chamei. – Vamos, se eu me atrasar por sua culpa eu te jogo no lago negro. – a ruiva apenas balbuciou ainda de olhos fechados e virou ficando de costas para mim. – Olha aquilo, Gin, é a Cho Chang falando com o Harry?

Juro por Merlin que a garota deu um pulo da cama tão fantástico que eu obrigaria ela a treinar para participar das próximas Olimpíadas. Olhou ao redor e me viu rindo fechando a cara em seguida.

– Hermione! – brigou. – Isso não tem graça.

– Eu discordo. – respondi levantando de sua cama. – Esta na hora, vamos se não nos atrasaremos.

Ela revirou os olhos e passou os dedos pelos fios ruivos.

– E claro que não queremos nos atrasar. – resmungou já entrando no banheiro. – Pode me esperar lá em baixo, dez minutos estarei descendo.

Assenti mesmo sabendo que ela não veria e fui para as escadas.

Quando cheguei no salão comunal da Grifinória havia poucas pessoas ainda ali, todas deveriam estar já tomando seu café. Sentei-me em uma das poltronas em frente a lareira e fiquei olhando para o fogo aceso distraindo-me da melhor maneira que eu conseguiria.

Minha mente voou rapidamente para duas semanas atrás minha pequena “conversa” com Malfoy onde esclarecemos que não havia nada para conversarmos. Desde então eu o evito e depois de um tempo ele entendeu o recado e fazia o mesmo, poderíamos estar no mesmo corredor mas apenas virava a cara e fingíamos que não nos conhecíamos e durante as aulas de poções ele ficava quieto enquanto eu preparava a poção.

Eu tinha certeza que aquela atitude era o melhor a se fazer. Eu sabia disso mas as vezes acabava me pegando querendo desesperadamente ouvir as gracinhas de Draco mesmo sabendo que deveríamos estar afastados. Não conseguia me entender, eu amava Ron, disso tinha certeza, então por que eu sentia uma falta do loiro em alguns momentos?

Joguei toda a culpa na convivência. Quando terminamos doeu, uma dor que eu não espero que ninguém sinta nunca já que sei como foi ruim. Mas logo veio a caça as horcruxes e eu era obrigada a esquecer ou morrer por causa da minha distração. Ron estava sempre perto de mim e aquele sentimento que eu uma vez sentira por ele acabara nascendo novamente e hoje estávamos juntos. Então essa saudade que eu esporadicamente sentia por Malfoy era simplesmente o fato que um dia eu também o considerei uma espécie de amigo.

– Esta pensando no que? – a voz de Ron me traz de volta de meus pensamentos.

Sorrio levantando-me.

– Nada importante. – respondo.

Ele da um sorriso lindo e me puxa para me beijar mas não vamos muito mais que isso já que ouvi alguém pigarrear.

– Vela novamente não, né? – Harry brinca. – Eu sempre estou de vela pra vocês, Hermione, cadê a minha namorada?

– Demorou para acordar. – falei.

– Gina sempre será Gina. – meu ruivo brinca. – Enquanto você Harry, como um ótimo namorado que é espera ela, eu e a Mione já estamos indo, por que eu estou com fome.

Harry revirou os olhos.

– Quando você não esta com fome?

Meu namorado da de ombros.

– Vamos? – perguntou.

Entrelacei nossas mãos e deixamos o moreno para trás enquanto esperava uma Ginny bem atrasada e conversamos enquanto andávamos até o salão comunal.

– Espera. – eu disse. – É muito cedo para sua mãe já estar planejando o natal.

Ron assentiu.

– Diga isso para Molly Weasley. – respondeu. – Sabe, todos morremos de medo de como vai ser o natal esse ano já que o ultimo foi catastrófico. – ele falou enquanto entravamos no salão comunal. – Acho que ela esta fazendo isso também para se ocupar, enquanto esta com muitas coisas na cabeça não tem como ela pensar em Fred, entende?

– Sim. – afirmei apertando sua mão dando-lhe apoio. – Todos sentimos saudades dele, não se preocupe, sua mãe vai superar.

Ron retorceu seu nariz como sempre fazia quando estava preocupado.

– Eu espero, papai também não esta bem para conseguir dar o apoio que minha mãe precisa.

Chegamos na mesa de Grifinória e nos sentamos para Rony comer como se não houvesse amanhã. Poucos minutos depois vi Harry e Gina entrarem e virem em nossa direção.

– Veja como Ronald é um ótimo irmão. – a ruiva reclama enquanto se senta. – Prefere comida a ver se sua irmã ainda esta viva e bem.

– Hermione disse que logo você desceria, caso algo estivesse errado com você ela já teria feito tudo o possível para te trazer de volta.

Sorri.

– E claro que eu teria trago.

Os três concordaram.

Meus olhos se arregalam quando me lembro de uma coisa.

– Algo errado, Mione? – Harry pergunta.

– O livro! – falou pateticamente. – Eu esqueci que tenho que passar na biblioteca antes da minha primeira aula.

Toda atrapalhada sorrio para eles atrapalhada, levantando-me e correndo para fora do meu salão comunal pensando em como conseguiria ir até a biblioteca e chegar na sala de Runas sem me atrasar.

***

Ser uma aluna perfeita sempre tem suas vantagens. Como eu estava prevendo eu acabei me atrasando um pouco devido a minha passagem na biblioteca mas como sou a melhor aluna dessa escola, com toda a modéstia claro, a professora deixou-me entrar sem problema.

As aulas no período da manhã foram passando rapidamente e agora depois de almoçar andava pelos corredores do castelo indo para a sala do diretor a pedido de Minerva. Assim que cheguei nas estatuas falei a senha e as longas escadarias apareceram. Subi e vi Minerva sentada na antiga mesa de Dumbledore lendo algumas folhas.

– Me chamou, professora? – anunciei minha presença.

Ela levantou o rosto e sorriu.

– Sim, querida. – respondeu. – Sente-se.

Fiz o que ela pediu.

– Tem algo errado?

Minerva negou com a cabeça.

– Na verdade eu precisava de sua ajuda. – ela arrumou os papeis e os guardou. – Mas falta uma pessoa.

Fora o timming perfeito. Minerva terminou de dizer e sua porta fora novamente aberta. Coloquei a mão no braço da cadeira e me virei a tempo de ver a expressão surpresa de Malfoy ao me ver sentada ao lado da diretora.

– Eu não fiz nada. – falou em um tom serio mas eu sabia que estava tentando fazer uma brincadeira. – Granger esta mentindo.

Mordi o lábio tentando não sorrir.

Era estranhamente bom ouvir sua voz calma assim.

– Ela não me disse nada de ruim,senhor Malfoy.

O loiro olhou confuso.

– Então fui eu sim, tia Minnie. – falou chegando mais perto. – E não precisa dos agradecimentos, fiz na maior modéstia.

Joguei-me nas costas da cadeira ficando de costas para ele.

– Também não falei nada de bom. – falei.

Minerva sorriu.

– Eu precisava pelo menos tentar. – Draco falou.

– Sente-se. – Minerva disse. – Vejo que esta com um bom humor hoje senhor Malfoy.

Pelo canto do olho vi que ele fez o que ela pediu.

– É assim que se passar por uma guerra, professora. – sua voz já estava um pouco carregada de amargura. – Tentando sorrir a cada minuto que pode.

O clima pesado se instalou entre nós três por alguns segundos e eu queria ir embora e ficar cada vez mais longe de Malfoy que eu pudesse mas enquanto Minerva não falasse o que queria conosco eu não poderia sair. E por um minuto apavorante imaginei que de alguma maneira estranha ela descobrira sobre nosso rápido envolvimento...

Neguei com a cabeça.

Eu estava mesmo ficando maluca.

– O que quer? – perguntei.

A lucidez voltou para o seu olhar.

– Na verdade, o que eu precisava falar com os dois é que eu sei que desistiram do cargo de monitores. – Minerva disse enquanto entrelaçava seus próprios dedos. – Sei que não estão emocionalmente bem para voltar com tamanha responsabilidade por isso não irei pedir isso, mas eu preciso que façam um favor para mim.

Draco me olhou mas fingi não notar.

– O que a senhora quer?

– Preciso que os dois comecem a organizar a festa de formatura do sétimo ano. – foi direta.

Formatura. Festa de formatura. Eu havia até me esquecido que a cada final de ano era comum para os formandos organizarem uma festa para assim se despedirem do castelo e de sua vida acadêmica.

– Por que não pede para os monitores chefes? – Draco perguntou. – Por que justo Granger e eu?

– Vocês se odiavam, todos sabemos disso. – ela falou. – Se trabalhassem juntos talvez fossem de exemplos para os outros alunos que andam brigando muito ultimamente.

– Mas ainda nos odiamos, diretora.

– Não amadureceram nada depois de uma guerra? Pensei que como não os vejo mais brigando...

Draco pigarreou.

– Eu não a odeio, Granger.

Virei-me para ele olhando-o irritada.

– Nunca imaginei que esse rancor viria justamente de você senhorita Weasley. – Minerva falou.

Draco e eu viramos com tudo para ela.

– Granger professora. – corrigi.

Ela deu um sorriso meio maroto.

– Você e o senhor Weasley estão praticamente casados senhorita. – ela comentou. – Logo todos irão chamá-la de Weasley.

Malfoy riu sem humor.

– Mas enquanto eles não se casam e vão de unicórnio para o por do sol, ela ainda é uma Granger.

Quase o chutei para que parasse com aquela cena idiota.

– Tudo bem. – A diretora respondeu sem entender o motivo de tamanha irritação do Sonserino. – Mas entendem o motivo de eu precisar justo de vocês? Temos que acabar com esse ódio que tem entre as duas casas.

Eu entendia o motivo que ela estava fazendo tudo isso.

– Eu estou dentro. – Draco falou virando seu rosto para mim e dando um sorriso maroto.

Minerva olhou com seus olhos de gato para mim.

– Ok, eu faço. – aceitei logo. – Mas se eu matar essa doninha no meio tempo já digo que não foi minha culpa!

A diretora abriu um sorriso.

– Estou muito satisfeita com os dois. – ela disse animada. – Não se esqueçam que terão que ver tudo sobre a festa, desde banda a comida. Espero que façam um bom trabalho.

Sorri tentando não demonstrar meu desagrado.

– Já esta quase na hora de suas aulas. – ela disse. – Podem ir.

Não esperei mais nada. Levantei-me num pulo e sai correndo como o diabo foge da cruz, espero que a Minerva não me entenda errado mas eu não podia ficar mais no mesmo ambiente que Draco Malfoy.

Droga! Merlin só podia estar de sacanagem com a minha cara, não se coloca seu ex namorado e seu pior inimigo – que por acaso são a mesma pessoa – para trabalharem juntos.

– Granger. – ouço a voz de Draco me chamando.

Automaticamente olho para trás e ele sorri correndo até mim.

– Não temos nada o que conversar, Malfoy.

– Vamos organizar nossa formatura juntos, acho que temos sim muita coisa para conversar. – ele disse.

– Sobre a formatura veremos depois. – eu disse. – Tenho que ir para a aula e claro, já passei tempo o suficiente por um dia com você. Adeus.

Comecei a acelerar o passo mas ele puxou meu braço.

Inferno!

– Granger, eu entendo o motivo pra você me odiar, acredite, eu entendo. – Draco falou isso e eu parei para olhá-lo nos olhos. – Mas enquanto trabalharmos juntos não pode pelo menos tentar ser legal? Juro que não vou falar nada que não queira.

Eu via que era um pedido sincero.

– Certo, Malfoy, mas só falaremos sobre esse bendito baile.

Draco abriu um sorriso tão lindo que fez meu coração acelerar um pouco.

– E é agora que você volta a me chamar de Draco?

Revirei os olhos.

– Não.

Ele deu um sorriso arrogante.

– Um cara tem o direito de sonhar.

***

– Finalmente a ultima aula de hoje. – Ron disse enquanto saiamos da sala de estudo da magia para irmos para a torre de astronomia.

– Nem entendo por que estamos tendo astronomia. – resmunguei. – Primeiro: não vamos achar nada nas estrelas que já não soubemos, além do mais é dia! As estrelas nem estão no céu ainda.

Gina da de ombros.

– Essa aula é a qual coloco na categoria vaga.

Andávamos pelos corredores indo em direção a parte de fora do castelo.

– Com que é nossa aula? – Harry perguntou.

. – Corvinal. – Gina e Ron responderam ao mesmo tempo.

– Luna já deve estar lá. – brinquei. – Ela adora olhar as estrelas.

Todos sorriram.

Ainda era um desconforto andar em qualquer lugar e ver pessoas nos olhando e cochichando, as vezes até apontado achando que não víamos. Mas amiguinho, eu tenho uma novidade para vocês, não somos cegos! Sabia que ainda se impressionavam devido aos nossos “feitos” mas era muito desconfortável.

– O que é aquilo? – Gina tirou-me dos meus pensamentos.

Olhei na direção que ela apontava quando vi uma roda de Grifinórios rindo e parecendo estar querendo começar uma briga mas o pior não era apenas os grifinórios estarem fazendo algazarra. Em frente a eles havia um garoto da Sonserina que eu tinha quase certeza que o pai fora um dos piores comensais que houveram e acabara preso e levara o beijo do dementador fazendo com que sua esposa e filho acabassem sendo perdoados. Parecia estar sendo intimidado pelos Grifinórios em sua frente, era uns cinco garotos contra um Sonserino! Desde quando os lados se inverteram e as cobras que viraram as vitimas.

Eu parei tudo nossa caminha junto com Gina para ver o que acontecia. De longe vi uma cabeleira loira ir até eles com mais seus dois amigos.

Merda Malfoy! Não seja retardado.

Harry e eu nos entreolhamos e andamos um pouco para mais perto mas não o suficiente para que nos vissem.

– Pensei que coragem era uma característica da Grifinória. – ouvimos Malfoy falar. – Mas cinco garotos contra um não é nem um pouco corajoso, e sim muito covarde.

– Olha quem veio defender sua laia. – um dos garotos falaram. – Você sabe muito sobre ser um covarde, certo Malfoy?

Olhei para Draco que tinha uma expressão de desprezo.

– Depois falam que nós somos os babacas. – disse e colocou a mão no garoto Sonserino. – Vamos, acho que você tem aula agora.

O garoto deu um riso em direção aos Grifinórios e viraram para sair.

– Realmente Malfoy, não entendo como te aceitaram de volta no colégio. Na verdade eu nem sei como não tem uma cena com seu nome em askaban. – o garoto disse.

Malfoy que já estava de costas andando, parou e virou-se.

– Quem você pensa que é para falar assim comigo?

– Eu sei quem eu não sou. – o outro falou. – Um comensal da Morte.

Blásio colocou a mão no ombro do loiro.

– Esquece ele, Draco, só esta querendo te irritar. Vamos embora.

– Sim, Draco. – o Grifinório tentou imitar a voz de Zabini. – Vamos embora e fugir de novo como fez sua vida toda acatando as decisões do seu pai como um mariquinha.

E foi feito.

Draco Malfoy já tinha perdido a paciência.

– Olha como fala comigo, por que ainda sei muito bem usar a minha varinha. – e dizendo isso tirou sua varinha das suas vestes.

O garoto riu.

– Meu pai esteve no seu julgamento. – falou. – E me contou um fato interessante é que você não pode usar magia sem motivo pelos próximos dois anos como punição, acho que não vai fazer nada contra mim Malfoy.

Draco deu um sorriso maligno e guardou sua varinha.

– Então que bom que eu aprendi a me defender com meus punhos certo?

E com isso Malfoy jogou seu corpo para a frente e com a mão direita deu um soco na cara do Grifinório. Gina soltou um risinho e eu olhei admirada. Não! Sou totalmente contra a violência mas tenho que admitir que até a mim eles estavam irritando agora.

– Como você ousa fazer isso, filhote de comensal? – o amigo do outro Grifinório perguntou. – Alias, não é nem mais um filhote de comensal, vai me mostre a marca negra.

Não sei como isso aconteceu, mas os amigos encurralaram Blásio e Nott que tentaram ajudar e o garoto que fora atingido por Draco jogou-se para cima dele acertando bem seu nariz que começou a sangrar.

– Temos que fazer alguma coisa. – eu falei.

– Malfoy ta apanhando feio. – Ron disse rindo.

– Por que não pode usar a varinha. – briguei. – Não vai fazer nada Ronald?

Ele deu de ombros.

– Acho que ele merece o que esta acontecendo. – confessou. – Se não tivesse virado comensal não estaria nessa situação agora.

Olhei-o completamente brava.

– Como se ele tivesse tido muita escolha! – quase gritei. – Se você é um idiota e não vai fazer nada, eu vou.

Vi a expressão de espanto em seu rosto enquanto eu dava meia volta e ia em direção aqueles garotos que brigavam. Tirei minha varinha da capa e apontei para eles.

Com um aceno tirei o garoto que prendia Draco com um feitiço.

– O que vocês pensam que estão fazendo? – falei bem alto.

– Granger. – reconheceram-me. – Só dando uma lição nesse filho de comensal.

– E quem você pensa que é? O justiceiro? – eu disse ainda com a varinha apontada para ele. Andei até Draco que estava se levantando com o rosto todo inchado, ele havia apanhado sim mas o garoto também não estava nem um pouco bem. - Não cabe a você punir eles.

– Cabe a quem então? – um deles perguntou. – O Ministério deixou esses livres e ainda voltaram para Hogwarts! Você fora uma das pessoas que mais sofreu com isso, não sente raiva? Não quer se vingar?

– Não desse jeito. – fui sincera. – Fazendo isso você não esta sendo melhor do que eles, e vamos ser sinceros, você não sabe por tudo que eles passaram para vir dar uma de o Vingador que nem em V de Vingança.

O garoto me fuzilava com raiva no olhar. Com certeza ele não esperava que eu os defendesse.

– Agora some da minha frente. – gritei. – Se eu ver você usando o fator de ele não poder se defender com varinha novamente eu juro que te caço que nem fiz com Voldemort. – olhei para seus amigos. – Com todos vocês.

Acho que eu devo ter dado medo já que os amigos dele o puxaram para longe. Assim que o Grifinório se virou, com um movimento já me virei também e me ajoelhei na frente de Draco que estava com um olho inchado . Coloquei a mão em seu rosto.

– Seu retardado. – xinguei-o. – Viu cinco garotos enchendo e não pode usar varinha? Não entre numa briga.

Ele deu um sorriso mas gemeu com dor.

– Acho que peguei sua coragem suicida dos grifinórios.

Vi as sombras se mexerem e levantei o olhar para Zabini e Nott.

– Como ele esta? – Blásio perguntou.

Olhei bem para o rosto do loiro.

– Bem inchado e sangrando. – respondi. – Mas acho que vai sobreviver, não é hoje que meu sonho de ver Draco Malfoy morrendo se realiza.

– Você estaria chorando tanto no meu funeral. – ele brincou.

Sorri inconscientemente.

– Tem que ir para a enfermaria. – avisei.

Ajudei-o a ficar com a coluna reta.

– Eu o levo. – Blásio falou.

Eu não queria mas foi automático:

– Não. – quase gritei e ao notar os olhares surpresos dos Sonserinos completei: - Vocês vão pra aula, eu levo Malfoy.

Virei-me para puxar Draco em direção a enfermaria mas ai lembrei de um grande detalhe. Ron, Harry e Gina me encaravam completamente chocados por minha atitude heróica em relação a Malfoy. Droga Hermione.

– Não, eu levo. – Blásio insistiu. – Não é problema seu afinal, já fez demais, obrigado.

Sim, um Sonserino agradecendo a mim.

O mundo vai acabar.

– Deixa que ele leva o Malfoy, Mione. – Ron falou com aquele tom ciumento.

– Eu vou levar Ronald. – disse irritada e virei-me para encarar Blás. – Não foi por nada Zabini, só não fiquem se metendo em brigas que eu não vou estar sempre por ai.

Eu me odiava.

Sabia que o certo era deixar Blásio levar Draco e continuar o percurso até a minha sala e fingir que nada havia acontecido. Mas eu sabia que não conseguiria fazer isso, eu precisava levar Malfoy na enfermaria, não tinha como eu continuar como se nada tivesse acontecido.

– Se ela quer me levar, deixem que ela me leve. – Malfoy falou se divertindo. – Tenho um charme irresistível mesmo.

Revirei os olhos.

– Continue com essas gracinhas que em vez de te levar pra enfermaria eu te jogo na caçamba de lixo. – ameacei mas sorri. – Vamos.

Draco deu um sorriso arrogante.

– Não sei se consigo andar, quer me ajudar aqui?

Dei um sorriso perverso.

– Claro. – peguei minha varinha e apontei para ele. – Wingadium Leiosa.

E logo o loiro estava flutuando acima de nossas cabeças. Vi que os Sonserinos queriam rir mas estavam nervosos demais com o que eu faria com o amigo deles.

– Hey. – ele reclamou. – Não acho que essa seja uma posição confortável, Granger.

– Vocês tem aula, melhor irem. – falei para os meus amigos jogando um olhar irritado.

– Você vai mesmo com ele? – Ron perguntou perplexo.

– Vou sim.

Sem esperar mais nada comecei a andar com Draco sobrevoando nossas cabeças.

***

– O que aconteceu com ele? – Madame Pomfrey perguntou quando Draco e eu entramos andando na enfermaria.

Levar Malfoy com um feitiço até a enfermaria não fora uma boa idéia se você quer saber. No meio do caminho eu me distrai e lá se foi o feitiço, só ouvi o barulho do corpo dele contra o chão.

– Além do nariz sangrando, olho roxo e agora coluna quebrada? – ele disse irritado. – Pergunte a senhorita Granger.

– Eu tive as melhores das minhas intenções. – expliquei. – E eu não fiz isso com o seu nariz e seu olho, você fez isso sozinho.

– E as costas?

Sorri sem graça.

– Isso é minha culpa mesmo.

Madame Pomfrey nos olhava confusa.

– Você fez isso com ele?

Neguei com a cabeça.

– Foram outros Grifinórios. – respondi. – Não que eu não quisesse mas estou na onda da paz e tals, sem violência.

Draco me olhou entediado.

– Detesto interromper a conversa, mas pode fazer algo nisso. – e apontou para seu próprio rosto.

A mulher assentiu e chegou mais perto para olhar.

– Ah Malfoy, você deveria parar de irritar as pessoas.

Ri.

– Mas dessa vez eu não fiz nada. – resmungou.

Madame Pomfrey me olhou e eu assenti.

– Dessa vez não foi ele que começou. – eu disse e a mulher pediu para esperar e foi pegar alguma coisa. – Mas não precisava dar o primeiro soco, Draco.

– Eu já estava cansado daqueles idiotas.

Pomfrey voltou com sua varinha.

– Isso vai doer um pouco. – E com isso apontou-a para o nariz do loiro sussurrando logo o feitiço. Draco se remexeu de dor. – O nariz e suas costas damos conta, mas o roxo vai ter que esperar passar.

– Não vai conseguir arrumar? – perguntei.

Ela negou com a cabeça.

– O roxo é efeito colateral do soco, não tem nada errado apenas tem que esperar passar.

– Vocês já viram meu rosto? – Draco perguntou. – Eu sou muito lindo para ficar com um olho roxo.

Revirei os olhos.

– Passe maquiagem. – a enfermeira disse.

Mordi o lábio para não rir da careta de Malfoy.

– E eu sou mulher para passar maquiagem?

– Você não usa? – ela perguntou surpresa. – Mas é branco que nem neve, eu sempre achei que fosse maquiagem.

– Não! Eu Nunca Usei Maquiagem. – ele falou revoltado.

E eu ri fazendo-o olhar bravo para mim.

– Eu também pensava isso no começo. – brinquei falando para Pomfrey.

Draco estava com uma cara completamente fechada.

– Bem, eu tenho mais o que fazer. – ela disse saindo. – Não fiquem por muito tempo.

Assenti.

– Malfoy agradece. – gritei para que Pomfrey ouvisse. – É sempre bom agradecer quando alguém te ajuda em algo.

Ele revirou os olhos e se levantou da cama que sentara. Pegou minha mão direita e olhou dentro dos meus olhos.

– Obrigado, Granger, por me ajudar hoje.

Senti o calor de seu corpo e vi a profundidade de seus olhos.

Puxei minha mão com tudo.

– Isso não muda nada entre nós, Malfoy.

O Sonserino deu um sorriso sexy.

Eu amava esse sorriso.

– Se você diz... – dando de ombros. – Agora só quero ver como vai explicar para o seu namoradinho o motivo de estar tão preocupada com o vilão?

– Eu não estava preocupada com você.

– E aquele show todo para me trazer a enfermaria?

– Não fiz nenhum show. – esclareci. – Foi apenas para não ir para a aula.

– Sei, Granger, sei.

– Bem, vemos que esta vivo, então estou indo. – falei. – E tenha alguma idéia impressionante para o baile.

Virei-me e comecei a andar quando o Draco gritou:

– Você que sempre sonha com esse baile, não eu.

Sorri ao pensar em como ele me conhecia bem. Fechei minha mão lembrando do calor da dele quando a pegou.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Há dois anos ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

– Eu ainda não entendi. – Malfoy comentou.

Revirei os olhos.

– Nem é algo tão complicado assim, como não entendeu?

Estávamos na biblioteca há no mínimo meia hora explicando e explicando mas o garoto não entendia. Agora entendo por que ele não fora parar na Corvinal, seria praticamente impossível.

– É um feitiço usado. – explico novamente. – Assim caso alguém entrasse em contato com algo misterioso ou que tivesse feitiços das trevas o Ministério seria imediatamente chamado.

– Como o feitiço funcionava? – perguntou.

Peguei o livro na prateleira da frente e mostrei uma imagem.

– Isso, aciona isso. – apontei. – Que vai enviar tipo ondas sonoras... É muito trouxa se você pensar bem.

Draco se virou e fez uma careta.

– Você esta com uma cara péssima. – falei.

– É animador saber disso, Granger. – ele disse. – Estou em abstinência há o que? Duas semanas? E acho que vou morrer.

Olhei-o perplexa.

Ele estava mesmo falando aquilo pra mim?

– Não acho que você morra por falta de sexo. – respondi não sabendo se deveria ou não falar. – Malfoy, você fez a maior idiotice terminando com a Pansy.

Ele cruzou os braços em seu peito.

– Mas ela estava querendo até passar o natal em casa! Não dava mais.

– Malfoy, até parece que não conhece as mulheres. – falei. – A maioria não vai transar com você se não tiverem em um relacionamento.

– Eu sou Draco Malfoy, o cara mais bonito de toda Hogwarts. – ele disse. – Todas aqui adorariam passar uma noite comigo.

– E o cara mais modesto também. – guardei o livro de volta na prateleira. – Nem todas querem dormir com você.

Ele deu um sorriso sexy.

– Admita, Granger, até você gostaria de transar comigo. – sussurrou perto do meu ouvido fazendo eu me arrepiar toda.

Fiquei de frente pra ele e sorri.

– Nem em mil anos.

– Veremos então. – disse.

Olhei por cima de seu ombro e paralisei. Harry andava vindo em nossa direção e não dava tempo para sumir entre os corredores, o que pensaria se visse eu e o Malfoy conversando aqui?

– Malfoy, pare de ser babaca. – falei alto o surpreendendo. – Deixe-me em paz.

– O que...?

– Harry esta vindo, brigue comigo. – sussurrei. – Não tem uma vadia pra comer não?

Draco olhou para trás e viu que Harry já tinha nos visto.

– Ah Granger, pare de querer sempre ser a sabe tudo, isso é irritante.

– Mione, tem algo errado aqui? – Harry me perguntou.

Revirei os olhos como se estivesse brava.

– Malfoy sendo só o Malfoy. – respondi. – Esquece isso, tem algo errado, Harry?

Draco foi se afastando enquanto sorria para as costas do meu melhor amigo.

– Não, só vim avisar que estou indo para minhas aulas com Dumbledore e volto tarde. – disse olhando para trás para ter certeza que Malfoy não estava mais perto.

Assenti.

Com isso meu melhor amigo se distanciou e minutos depois Malfoy apareceu ao meu lado novamente rindo.

– Ele nem desconfiou?

Neguei com a cabeça olhando o horário.

– É melhor eu ir. – falei. – Da próxima vez a gente se encontra na sala precisa? Aqui ainda vão nos ver.

Juntei minhas coisas e ouvi Malfoy rir e comentar:

– Diz que não quer transar comigo mas já ta querendo me levar pra sala precisa.

Sorri e reviro os olhos pronta para sair da biblioteca.


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Notas finais do capítulo

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