My Secret Past | Dramione escrita por Isabelle Munhoz


Capítulo 11
Capítulo 11 - Photograph


Notas iniciais do capítulo

Hey, não demorei dessa vez..
Estou contente por ja ter escrito esse cap.
Boa leitura



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Tudo bem. Eu estava parada em frente a um quarto que imagino que poucas pessoas além de mim conheciam. E entre essas pessoas era um ex professor morto. Eu me dividia entre a vontade de sair correndo e a enorme curiosidade de saber o que Snape queria me mostrar. Olhei para o fantasma que me olhava impaciente e com a cabeça apontava para a sala, para que eu entrasse.

– Até morto é impaciente. – reclamei baixinho e olhei ao redor.

Como não havia ninguém me olhando segui o caminho que meu antigo professor mandava e entrei no cômodo secreto que encontrara. Não era grande, me senti dentro de um cubo mágico por algum motivo, mas em vez das paredes serem coloridas eram repletas de livros, pelo menos duas delas. Numa outra tinha uma lousa com algumas coisas escritas que eu não me interessei muito. Estava desconfiada e toda hora olhava para a porta assim via se ela não iria misteriosamente se fechar como num filme de terror e alguém iria começar a brincar com a minha vida.

Coloquei a mão na prateleira e logo tirei por causa da poeira. Com certeza havia anos que alguém não entrava ali e comecei a me preocupar. Será que o ultimo a entrar fora Snape? Ninguém mais além de mim e o fantasma que pelo jeito só eu conseguia ver sabíamos sobre esse quarto? Pensei um pouco e percebi que lembro de ter comemorado sobre como a biblioteca foi um dos poucos lugares no castelo que não havia sido destruído, então aquele quarto estava ali há um bom tempo.

A curiosidade começou a me dominar. Se Snape havia mesmo me levado até aquele quarto tinha que ter algo de especial ali. Porem quando eu estava já pronta para começar a fuçar tudo mesmo estando sujo, ouvi Madame Pince chamar:

– Senhorita Granger, hora do jantar, Madame Pomfrey vai me mandar um Avada se descobrir que esta pulando o jantar na minha área de trabalho.

Soube que se não saísse logo ela iria atrás de mim então gritei:

– Já estou indo.

Dei uma ultima olhada para o quarto me prometendo que assim que tivesse tempo voltaria ali. Olhei ao redor para procurar o espírito do professor de poções mas não achei o que me deixou muito intrigada. Sai do quarto e esperei que a porta se fechasse sozinha como a Sala Precisa faz, naturalmente mas nada aconteceu. Esperei mais um pouco e nada. Ai comecei a me preocupar, como diabos eu iria esconder essa sala? Não acho que Madame Pince ia gostar de descobrir que tinha um cômodo que ela provavelmente não conhecia. Olhei para a estante e vi o livro azul que eu tinha usado para abrir e logo uma idéia veio ate minha mente. Se eu o usei para abrir poderia muito bem usá-lo para fechar, certo?

E assim o fiz.

Peguei o livro e com muita persistência comecei a pular para conseguir colocar aquela coisa no lugar. Realmente, se vão fazer uma sala secreta com uma chave, coloquem-na num lugar mais baixo! Nem todos tem a altura de uma girafa e consegue pegar livros tão facilmente. Mas no final acabou que minha idéia estava certa e assim que o coloquei de volta, a parede voltou a se fechar e parecia que nada tinha acontecido.

– Senhorita Granger? – a bibliotecária apareceu bem na hora. – Esta atrasada. – reclamou.

– Desculpe-me. – pedi. – Já estou indo jantar.

E sai correndo para que ela não fizesse com que eu me distraísse. Minha cabeça estava muito ocupada agora para que eu tivesse que pensar em outra coisa também. Adorei achar uma sala secreta e pensar que em todo o castelo só eu conhecia aquele lugar mas saber que fora Snape que me apresentara me deixava nervosa. Isso quer dizer que tinha algo ali que ele queria que eu visse, talvez algo importante só que eu não conseguia imaginar nada importante vindo dele, não agora depois que ele morreu e a guerra acabou.

Enquanto eu andava pensando nisso quase esbarrei em uma das paredes e por pouco não bato minha cabeça. Recriminei-me e voltei a prestar atenção no trajeto e vi alguns fantasmas conversando enquanto andavam em direção ao salão comunal o que me fez começar a refletir. Por que diabos Snape estava aqui? Todos tinham me dito que não era possível ele estar ainda nesse mundo, então por que eu o via? Pelo que testei com Madame Pince, ela também não tinha o visto, e a sala secreta era uma grande prova que não era nenhuma alucinação da minha cabeça. Não sabia se isso era bom. O que poderia ser melhor: estar sendo perseguida pelo fantasma do professor que você mais odiou na vida ou estar começando a enlouquecer e por isso ver o espírito dele? Adoraria uma opção que não fosse de nenhuma das duas.

Certo, Hermione. As perguntas teriam que ficar para depois já que esta em frente a porta do salão comunal. Suspirei e entrei logo atrás de um grupo de meninas que deveriam estar no quinto ano, elas riam de um jeito tão escandaloso que eu me perguntava como foram para na Corvinal. Olhei para a mesa da Grifinória e vi Ron e Harry conversando. Meu impulso inicial foi ir até eles e contar minha nova descoberta mas minha mente voltou a trabalhar, eu não podia falar sobre isso com eles. Eu não podia ir até eles, Ron não queria que eu estivesse ao seu lado e por mais que isso me magoasse eu conseguia entender o motivo. Superar um relacionamento era uma coisa difícil, eu lembrava dos meses que acordei chorando no meio da noite por causa de Malfoy.

Eu estava andando e logo parei antes mesmo de chegar a minha mesa por ter constatado algo. Eu sofri tanto com o rompimento do “relacionamento” com Draco e agora com Ron... Sim, doera e doi muito ainda mas... Era algo mais fácil de agüentar e apenas manter minha mente ocupada fazia tudo sumir. Isso deve ser chamada de maturidade.

Sentei na mesa do lado oposto que meus amigos estavam e fui comer mesmo não estando com fome. Minha mente logo saiu de tudo que eu pensara até agora e comecei a pensar no trabalho de feitiços que tinha que entregar em duas semanas, era melhor começar logo para não deixar tudo pra ultima hora. Meus olhos vagaram pela mesa dos professores e vi Minerva conversando com Slughorn e me assustei com o sorriso que ela deu, era tão grande, acho que nunca tinha visto ela sorrir assim. Fui voltar minha atenção para meu prato e passei os olhos rapidamente para a mesa da Sonserina e notei que os olhos cinzentos me observavam.

Ao ver que eu tinha notado Draco Malfoy deu um sorriso sexy e cafajeste o que só me fez revirar os olhos. Seus olhos brilharam e na minha cabeça eu consegui ouvir a voz do Sonserino dizendo: ‘Sei muito bem como gosta do sorriso em minha boca, Granger’ E com certeza ele estaria falando meu sobrenome de um jeito arrastado que por algum motivo acha que deixa a conversa mais sexy. Dei um sorriso de canto como se dissesse: ‘Só em seus sonhos, fuinha’. O sorriso dele aumentou mais ainda, acho que por ver que eu estava respondendo, bem aquela conversa sem palavras. ‘Na verdade, acho que não gosta do sorriso, você prefere que eu esteja fazendo outra coisa com a minha boca, certo?’ Ele falou com o olhar.

Franzi a testa perante a petulância do loiro! Por favor, ele não faz nada certo com aquela boca ridícula. Só fala besteira e... Okay, tinha algumas coisas que ele fazia muito bem com a boca, com a língua. Mas isso não vem ao caso agora. Eu estava preste a responder quando vi um vulto amarelo chegar perto de mim e tocar meu ombro. Virei-me e Luna estava parada ao meu lado com um sorriso.

– Hermione, acho que é melhor você parar de quase comer o Malfoy com os olhos. – falou calmamente e sorrindo para mim. – Acho que Rony só falta explodir do outro lado da mesa.

– Eu não estou... – tentei me explicar mas fui ver o que minha amiga dizia e sim o ruivo olhava de mim para Malfoy. – Eu só estava...

– Não precisa se explicar para mim, Mione. – ela sorriu e sorri de volta. – Na verdade eu vim aqui por um motivo.

Balancei a cabeça tentando me focar nela.

– O que foi? – perguntei. – Tem algo errado?

Luna assentiu.

– Eu queria ter te falado antes mas nunca parecia ser o momento certo. – disse parecendo preocupada. E Luna parecer preocupada me preocupou mais ainda.

– O que eu deveria saber? – insisti.

– Não acho que seja algo que devemos conversar aqui. – respondeu e tocou os ouvidos para que eu soubesse que ela achava que tinha muitas pessoas ouvindo.

Assenti e sem que ela pedisse levantei da mesa da minha casa e logo a segui para fora do salão comunal. Minha mente estava planejando milhões de hipóteses do que ela queria conversar porem Luna não parava em momento algum, apenas continuava andando e minha curiosidade aumentava. Depois que demos muita volta e chegamos a um corredor completamente desabitado e um pouco escuro ela parou e se virou para me olhar dentro dos meus olhos.

– Durante o ataque ontem, eu acho que consegui ver quem estava liderando os comensais. – comentou.

Nossa, o ataque a Hogsmeade havia sido ontem. Tanta coisa tinha acontecido desde ontem de manhã que eu não conseguia acreditar que tudo isso poderia ter sido só num fim de semana. A Hermione de ontem antes do ataque não era a mesma de hoje a noite, a de ontem ainda tinha um namorado ruivo e não estava vendo Snape por todo canto.

– Como sabe que era o líder? – perguntei.

– Chamavam ela de Milady. – respondeu. – Mas eu estava pensando será que é Milady por ela liderar ou ser a esposa de quem lidera, não faço idéia.

Assenti pensativa.

– Falou com a professora Mc.Gonagall sobre isso?

– Não. – negou.

– Melhor falarmos sobre isso, ela deve contar imediatamente para os aurores. – Comecei a me mexer para irmos atrás da diretora da minha casa mas Luna me impediu com a mão.

– Eu não terminei. – ela disse e logo começou a mexer em suas vestes como se estava procurando algo. – Eu vi quando a tal Milady deixou cair de suas vestes isso, quando aquela bagunça toda acabou voltei lá para buscar achando que tinha alguma pista de quem ela era ou de onde estavam se escondendo. Quando peguei sabia que tinha que conversar com você.

– Era melhor ter ido direto nos Aurores, não tenho muito poder enquanto ainda estivermos em Hogwarts.

– Você vai entender quando ver. – prometeu-me.

Estendeu a mão com a folha que me lembrou uma fotografia. Peguei e virei para ver e notei que eu estava certa, era mesmo uma foto e logo meus olhos se arregalaram. Olhei de volta para Luna que parecia calma. Tirando Draco, agora Ron, Harry, Gina e Minerva, ninguém sabia sobre isso.

Era uma foto minha com Draco. Que tiramos antes da guerra e as memórias daquele dia vieram em minha mente. Eu havia deixado uma das copias com Malfoy e a outra estava em algum lugar do meu quarto cortada ao meio. Se essa não era a minha... Só podia ser do Sonserino idiota. Mas o que mais me surpreendeu, além da foto e de Luna parecer tão calma com tudo isso. Onde estava eu na foto tinha uns rabiscos no meu rosto feito por alguma caneta tinteiro. Desenharam uns chifres e um rabo! Eu não tinha chifres nem rabo.

– Eu... Eu... – não sabia o que dizer. Luna havia achado uma foto minha com Malfoy, não tinha como negar qualquer coisa. – Luna... Eu...

Ela deu um sorriso tranqüilo. Tipico de Luna.

– Não precisa me explicar nada, Hermione, não estou aqui para te julgar.

Sorri em agradecimento.

– Por que não foi até Minerva assim que descobriu isso? – perguntei curiosa.

– Como você nunca comentou com ninguém esse... Lance com Malfoy achei que não queria que ninguém soubesse. – a loira disse. – Então achei melhor ficar na minha ate conversar com você. Mas sabe Hermione, agora sabendo que você e Malfoy... Foram amigos? Se gostaram? Sei lá o que aconteceu, mas agora notando isso, vejo os olhares que trocam, e ficou pensando como eu não reparei isso antes? Vocês se gostavam, não, vocês ainda se gostam.

– Ahn? – perguntei confusa. – Luna, não nos gostamos não.

– E aquela troca de olhar que eu interrompi?

– Só estávamos discutindo. – afirmei. – Com o olhar.

– Normalmente minhas discussões nunca tem um sorriso no meio. – Luna provocou.

– Você esta parecendo mais a Gina do que a Luna que eu conheço. – reclamei.

A loira sorriu.

– É a convivência, estou dizendo, esta me transformando.

Revirei os olhos e sorri.

Realmente conviver com Gina era perigoso.

***

Luna se lembrou que tinha tarefa para terminar então logo nos despedimos. Pedi para ficar com a foto e prometi que quando pensasse melhor sobre isso iria atrás de alguém para contar o que acabamos de descobrir. Andei pensativa até chegar na Grifinória, já tinha perdido toda a vontade de voltar a comer então resolvi que era melhor eu começar a fazer minhas tarefas.

Não estava com cabeça para ver Rony me analisar e continuar distante então subi as escadas e joguei-me na cama com as folhas de exercícios para terminar. Quanto tempo eu passei fazendo não saberia dizer, parecia ter sido muito mas por estar tão incomodada com a foto em meu bolso imaginava que o tempo só estava se arrastando. Consegui sim terminar o que eu tinha que fazer mas com muito esforço, toda hora pensava em pegar a foto mas balançava a cabeça em negativa. Pensaria nisso depois, não podia deixar que os acontecimentos dos ultimso dais dias consumissem minha vida.

Bem esse era o que eu estava tentando mas não consegui.

Assim que coloquei o papel e as penas de lado passei a mão em minhas vestes a procura daquela maldita foto e voltei a analisá-la. O sorriso que eu tinha em meu rosto era verdadeiro apesar de tudo. Não conseguia acreditar que aquela maldita doninha branca havia rabiscado nossa foto como se eu tivesse partido seu coração, caso ele não tenha percebido a merda foi ao contrário.

– O que você esta fazendo? – Gina me assustou entrando no quarto.

– Nada. – respondi tentando esconder a foto. – O que esta fazendo aqui?

Ela jogou sua capa em sua cama e virou para me olhar.

– Estava preocupada com você, esta tudo bem? – Ginny perguntou se sentando em minha cama. – Seu rosto esta vermelho como se tivesse brigada com Ron, mas duvido que ele tenha se aproximado de você, então me conte o que aconteceu.

Suspirei.

Ela já sabia tudo, qual era o problema de contar mais uma coisinha?

– Luna achou isso. – contei e entreguei a foto para ela.

A ruiva arregalou os olhos.

– Esse é Malfoy... e você? – perguntou olhando para a foto.

– Não fique tão surpresa, você sabia que namoramos. – repreendi.

– Saber e ver são coisas bem diferentes. – ela resmungou. – Mas por que você tem chifres?

– A minha copia da foto esta em casa então essa só pode ser a de Malfoy. – falei irritada. – Da pra acreditar que ele fez isso em mim? Aquele maldito ser Sonserino.

Gina sorriu e logo voltou com a expressão seria.

– Onde Luna achou isso?

Arrumei-me para sentar-me melhor.

– Isso que é estranho, com um dos comensais do ataque. – eu disse e antes que ela pudesse supor que Draco era comensal continuei: - Luna disse que chamavam o comensal de Milady.

– Milady? – repetiu. – Isso quer dizer que tem uma nova pessoa liderando os comensais?

– Eu não sei. – admiti num suspiro. – Vou pensar nisso amanhã, não sei se minha mente consegue pensar direito hoje.

Gina passou a mão no meu ombro e apertou de leve.

– Sim, você passou por muitas coisas. – devolveu-me a foto e se levantou indo até suas coisas e pegando um pijama. – Mas sabe o que percebi agora? Deveria falar com Malfoy, seja quem for a tal Milady, conhece ele, se não, não estaria com a foto.

Dizendo isso, Gina foi tomar banho e me deixou imersa em meus pensamentos.

***

No dia seguinte resolvi que deixaria toda aquela situação de lado durante o período de aulas, não iria perder meu foco e acabar tirando notas ruins. Eu era Hermione Granger afinal, nada me abalaria ao ponto de me desconcentrar dos estudos. Então escondi a foto em meu material e fiz o que eu mais sabia fazer. Prestar atenção na aula. Almocei com Harry que me contava que logo seria o próximo jogo de Quadribol e por mais que eu odiasse teria que ir para dar o meu apoio, já que jogariam contra a Sonserina.

– Eu vou, Harry, eu vou. – falei levianamente.

– Você sempre diz e nunca vai. – o moreno resmungou.

Sorri.

– Me conhece muito bem.

– Por te conhecer bem vou te arrastar no dia do jogo. – ameaçou ele.

Revirei os olhos e mudamos de assunto.

Como Harry tinha ainda uma aula depois do almoço e eu não resolvi começar a tarefa que tinham passado em História da Magia hoje. Fui para a biblioteca pronta para gastar meu tempo fazendo tarefa mas eu havia me esquecido de mais um problema agora. Aquele maldito quarto de Snape. Claro que enquanto estava lá não consegui pensar em nenhuma outra coisa que não fosse aquele quarto. Minha cabeça começou a rodar e eu sabia que tinha que começar a resolver aqueles quebras cabeças que comecei a receber esses dias.

Desvendar o que um cara morto queria seria mais difícil do que interrogar Malfoy, e por mais que eu estivesse tentando ficar longe daquele loiro de farmácia parecia que sempre tinha algo que me empurrava em sua direção. Droga, universo, assim fica complicado.

Juntei meu material e rezei para que Draco não estivesse na Sonserina, não havia possibilidade nenhuma de eu colocar meus pés novamente naquele lugar. Então em vez de ficar procurando feito boba por ele pelo castelo fui até meu quarto e rezei para que Gina tivesse pegado emprestado o mapa dos marotos que conseguiram novamente depois da guerra. E voalá, estava no meio de um cadernos que ela nem usava. Mesmo usar aquele mapa era estar totalmente fora dos meus princípios, sussurrei o feitiço e logo ele se abriu mostrando onde estava cada ser daquele castelo. Meu coração bateu triste quando vi o nome de Ron com uns garotos do nosso ano na ala oeste do castelo. Tentei focar-me novamente e procurei por Draco Malfoy.

Jardim dos fundos do castelo. E estava sozinho. Parecia que pela primeira vez os céus estavam ao meu favor. Fechei o mapa correndo e vi se ainda estava com aquela foto e corri. Depois de quase morrer por falta de ar enquanto corria percebi que tinha que começar a fazer exercícios antes que eu perdesse toda a minha condição física. Assim que passei para fora do castelo senti aquela brisa e tremi de frio mas assim que vi Draco sentado encostado em uma arvore mais longe sozinho. Marchei até ele e parei logo a sua frente.

– Malfoy. – chamei. – Precisamos conversar.

Ele levantou o olhar e me olhou nos olhos. Acabei surpreendendo-me por ele não dar aquele sorriso arrogante típico dele.

– O que foi? – perguntou.

Mexi em minhas vestes a procura da foto e logo que achei estendi meu braço para que ele pegasse. Draco olhou para baixo e pegou a foto. Seus olhos brilharam quando viu que éramos nós dois e meu coração pareceu parar de bater por um minuto.

– Por que você esta me mostrando isso? – perguntou e voltou a olhar para mim. Malditas órbitas cinzentas! – E por que você se desenhou um rabo e um chifre...?

– Eu? Acha que eu não sei que foi você seu... – não terminei a frase.

Tinha que tentar ser mais educada mesmo que fosse Malfoy.

– Eu não fiz isso. – ele falou. – Minha foto esta na mansão Malfoy.

– Esta dizendo que fui eu? Ah claro, eu sempre quis ter um rabo e chifres. – ironizei. – Me poupe Malfoy, admita logo e podemos continuar com o que eu vim dizer.

Draco parecia confuso e com a mão direita bagunçou seus cabelos.

– Mas eu não fiz isso! – resmungou parecendo irritado. – Granger, a minha foto nem esta no castelo.

– E ela não foi achada em Hogwarts, idiota.

Ele bufou e cruzou os braços sobre o peito.

– Você tem que parar de me usar como saco de pancadas. – Malfoy falou. – Eu tento ser legal e você já me joga trinta pedras.

– Eu não... – tentei justificar-me.

– Não venha com desculpas. – ele disse. – Estou começando a acreditar que você realmente me odeia agora.

Olhei perplexa para Malfoy.

Reavaliei todas as conversas que tivemos nas ultimas semanas e okay, eu admitia que não era muito legal com ele mas odiá-lo? Já estava exagerando. Como Draco esperava que eu agisse? Não podia sair andando de braços deles como velhos amigos por que afinal nunca fomos realmente amigos! E Ron, Harry me matariam se isso acontecesse.

– Eu... Não te odeio. – transformei meus pensamentos em palavras. – Mas não estou aqui para ter uma d.r com você Malfoy, tenho algo realmente serio para conversarmos.

Arrumando suas vestes ele perguntou:

– O que é tão importante?

– Você se lembra onde deixou essa foto? Alguém que pode ter pegado? – perguntei e quando iria continuar a fazer mais perguntas me assustei o que acabou fazendo que eu calasse a boca.

Logo atrás de Draco estava o professor Severo. Estava com uma expressão melhor do que ontem, parecia menos morto. Seus olhos rolavam de mim para Malfoy com uma expectativa enorme. Dei um passo para trás tentando me afastar do fantasma e arregalei os olhos pelo susto. Será que eu seria perseguida por aquele homem para sempre?

– O que foi? – Draco perguntou olhando para trás para ver o que eu tinha visto.

– N-nada. – respondi. – Só... Depois a gente conversa.

Mudança de planos.

Minha prioridade agora era descobrir o que diabos aquele fantasma de Snape queria para poder finalmente me livrar dele. Não era legal ser seguida pelo professor que você sempre odiou. Não esperei que Draco dissesse alguma coisa, virei-me e corri em direção a porta do castelo pronta para voltar a biblioteca. Não sairia daquele quarto antes de descobrir o que tanto queria que eu soubesse. Tinha que ser importante. Severo deveria estar odiando tanto a minha companhia como eu a dele.

Subi os degraus rapidamente e virei para no corredor a esquerda. Estava cada vez mais próxima da biblioteca e comecei a criar hipóteses do que diabos eu tinha que saber. Passei por madame Pince sem ao menos dizer boa tarde, corri para o corredor mais afastado e varri com meus olhos a prateleira procurando aquele livro azul. Logo o achei e comecei novamente a pular para pegar aquele livro, por que não colocaram mais baixo? Teria sido bem mais fácil para mim. Mesmo depois de algum esforço consegui pegar aquele livro e puxei. Menos de um minuto depois a porta estava ali pronta para ser aberta por mim.

Levantei a mão e abri pronta para entrar quando ouvi:

– O que diabos é isso?- virei-me nervosa.

– Malfoy? – chamei. – O que você esta fazendo aqui?

– Você saiu como se tivesse visto um fantasma. – ele disse mesmo não sabendo como estava certo. – Então tentei te alcançar, mas você corre rápido viu? Mas afinal Hermione, o que é isso?

Não era o lugar para termos aquela discussão. Não quando tinha a probabilidade de alguém nos ouvir e ver se estávamos nos matando. Então puxei ele para dentro e fechei a porta. Draco olhava tudo maravilhado e fiquei imaginando se eu estava assim quando entrei aqui pela primeira vez.

– Estou esperando uma explicação.

Balancei a cabeça para focar no presente.

– Você não acreditou que eu tinha visto Snape. – resolvi contar tudo.

– Snape? O que ele tem haver com isso?

– Foi ele que me trouxe até aqui. – falei.

– Te trouxe até aqui? Ele esta morto Hermione. – Malfoy constatou.

Bufei.

– Isso eu sei. – reclamei. – Mas eu o vi, e Malfoy, você tem que acreditar, eu nunca teria achado esse lugar sozinho.

Draco olhava para todos os lados.

– Snape?- o loiro parecia confuso.

– Só... Confia em mim, okay? – pedi. – Sei que não estou louca.

Ele suspirou.

– Tudo bem, digamos que Snape te trouxe realmente até aqui. Por que?

– Não sei. – falei a verdade. – Mas vou descobrir. Se ele me fez segui-lo até aqui tem que ter algo nesse quarto que ele queira que eu visse, certo?

Malfoy assentiu e sem me falar nada começou a andar pelo quarto e logo foi para uma das prateleiras cheias de livros. Assoprou para ver se saia um pouco da poeira. Aceitei isso como uma ajuda e fui para seu lado procurar alguma coisa. Peguei um livro e comecei a folheá-lo para ver sobre o que se tratava. De vez em quando olhava para Draco e o via tão concentrado e comecei a pensar como ele havia acreditado tão facilmente no que eu falei? Se fosse o contrario eu acharia que ele tinha pirado total.

Quando peguei outro livro algo saiu do livro e voou até o chão. Abaixei-me para pegar e vi que era uma foto. Olhei admirada para as duas crianças loiras que estavam ali. Eram loiras e eu poderia até dizer que eram irmãos gêmeos, o garoto e a garota. Ia colocar a foto de volta dentro do livro quando Malfoy se virou e olhou para mim e em seguida para a foto em minhas mãos. Juro que ele ficou mais branco do que ele é e tirou-a de minhas mãos para olhar melhor.

– O que foi? – perguntei. – Conhece eles?

Malfoy assentiu e levantou o rosto para olhar dentro dos meus olhos.

– Esse garoto na foto sou eu.

***

~~~~~~~~~~~~~~ Há dois anos~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Eu estava sentada na sala precisa com a maquina fotográfica trouxa em minhas mãos. Draco estava sentado logo a minha frente com as penas em mãos fazendo tarefa. Olhava-o admirado, nunca pensaria que Draco Malfoy, o Sonserino arrogante que tanto odiava até que parava para fazer as tarefas. Sorri e sem que ele notasse peguei minha câmera e coloquei no olho para tirar uma foto escondida.

– O que esta fazendo? – perguntou me pegando no flagra.

Sorri.

– Nada não. – respondi.

– Vou ter mesmo que levantar daqui pra descobrir? – ele ameaçou.

Revirei os olhos.

– Só estava tirando uma foto. – resmunguei.

– Eu tenho direito de imagem, sabia Granger? Poderia te processar facilmente. – Draco disse colocando suas coisas de lado para se aproximar de mim. – Isso nem parece uma câmera.

Ri.

– É uma câmera trouxa, seu tonto. – falei. – Ouvi Padma comentar que eletrônicos trouxas não funcionam em Hogwarts e como não li nada sobre isso quis testar, trouxe esse ano mas acabei esquecendo na mala.

– Pra que você quer uma maquina trouxa se aqui tem as nossas? – perguntou enquanto mexia na câmera. – Qual é a diferença das duas? – sua curiosidade era tão genuína que me fez sorrir.

– Para trouxas as fotos não se mexem. – contei. – Quando vi a primeira foto se mexer eu levei um enorme susto.

Draco franziu a testa.

– Não se mexem? Então qual é a graça?

– A graça é registrar um momento importante. – eu disse puxei a câmera de volta para tirar uma foto de nós. – Sorria, Malfoy.

– Não quero tirar foto. – ele reclamou.

– Vou tirar você querendo ou não. – teimei. –Agora é sua escolha ficar bem ou não.

Pelo canto do olhou eu o vi revirar os olhos.

– Sorria. – falei indo apertar o botão.

Antes que a foto fosse tirada senti os braços de Draco me puxar para mais perto e eu praticamente fui espremida contra seu corpo. Olhei para o lado e vi Draco dar um sorriso arrogante e para meu azar a foto foi tirada enquanto eu ainda olhava para ele.

– Droga, vamos tirar outra. – reclamei. – Você me distraiu.

Malfoy riu.

– Chances assim só acontecem uma vez na vida, Granger. Agora perdeu a sua.

Bufei.

– Então ta. – disse guardando a câmera. – Quando eu revelar trago uma pra você.

– Não quero uma foto que não se mexe.

Sorri.

– Mas vou trazer mesmo assim. – prometi e ele foi se afastar de mim mas o puxei para mais perto beijando-o em seguida.

Merlin, eu estava totalmente apaixonada por aquela doninha idiota.


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Notas finais do capítulo

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