Growing back escrita por kelly pimentel


Capítulo 33
capítulo 33




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[Capitol, Cressida]

—Cressida! Cressida! Acorde! – A voz de Johanna diz enquanto sinto meu corpo ser balançado. 

—O que aconteceu? – Pergunto ainda tentando acordar.

—Nós os pegamos! Finalmente. -Ela me encara e deve entender minha momentânea incapacidade de compreensão, pois acrescenta: - Haley e o médico, achei uma conversa dos dois sobre a farsa. Ela não está grávida!! Não está! Eu sabia. – Ela diz pulando na cama, o que definitivamente me acorda.

—Ok. – Digo levantando. – Me deixe ver isso.

Johanna corre e traz o notebook até a cama.

—Aqui, ouça isso. – Diz colocando os fones no meu ouvido.

Escuto por alguns minutos uma ligação entre Haley e o médico. Ele começa perguntando como ela estava se sentido, até ai tudo normal, mas em seguida, pergunta se Peeta havia ficado convencido. Haley afirma que sim e pergunta como eles farão em breve e então o médico diz “você pode engravidar de verdade, isso ajudaria bastante”. Pauso o áudio e tiro os fones do ouvido encarando Johanna que sorri.

—Isso é tudo que precisávamos não era? – Ela pergunta.

—O que você pretende fazer com isso pergunto? Como pretende mostrar isso a Peeta?

—Não sei. – Johanna admite. – Acho que não tem jeito de não machucá-lo tem? Alguma sugestão?

—Não. Ele vai se machucar de qualquer forma. Talvez devêssemos ligar para Katniss.

—De jeito nenhum! – Johanna diz. – Ela não pode ser a pessoa a dar essa notícia, eu comecei isso e eu vou terminar, só preciso de um jeito de fazer com que ele acredite em mim depois de tudo que já aconteceu.

—Vai ficar tudo bem. – Digo. – Me dê isso aqui. – Falo pegando o computador. -Está na hora de uma abordagem mais rígida, eu não queria fazer isso antes, mas posso pegar todas as mensagens que eles trocaram nos últimos dias. Talvez tenhamos mais provas.

Depois de alguns minutos trabalhando finalmente consigo o que queria. Mensagens que provam a armação para desmascarar Johanna no hospital, mostro a ela que sorri um pouco torto.

—Eu queria isso, sabe? Queria desmascarar Haley, mas acho que só agora pensei em como isso vai afetar Peeta.

—Você sabe que é a coisa certa a se fazer, não sabe? – Digo encorajando-a.

—Sei! 

—Ótimo. Agora vamos pensar num plano, algo sem escapatório pra que aquela mentirosa não consiga nos passar a perna.

—Acho que sei o que fazer. -Johanna diz. – Mas isso vai magoá-lo bastante. Embora não deixe nenhuma sombra de dúvidas sobre o caráter dela.  

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[Distrito 12, Katniss]

—O que está fazendo? – Pergunto quando encontro Haymitch abrindo pacotes na minha sala de estar. Ele me olha como se estivesse preparando uma bomba de sarcasmo pra me acertar.

—Isso não é obvio Katniss? Estou abrindo suas correspondências.

—E porque você faria isso? – Perguntando caminhando em sua direção.

—O que mais um bêbado pode fazer?

—Não tem suas próprias correspondências pra abrir?

—Sim. Tenho, quer dizer, tinha. Já terminei com elas.

—Você realmente precisa arrumar algo pra fazer Haymitch. Algo de interessante? – Pergunto sentando ao lado dele no chão.

—Cartas da sua mãe, Gale. Essas pessoas não conhecem telefone? É cansativo. Mas tem algo interessante sim, isso aqui... – ele diz me passando uma carta com um ar muito oficial.

Começo a ler e percebo que se trata do comitê de memória e história do Capitol.

—Isso cheira a Johanna. Ela deve ter mandado o livro pra eles.

—Ela está me saindo uma pessoa ótima. – Haymitch diz sorrindo. -  Em pouco tempo perderá sua respeitada reputação.

Ambos rimos.

—Acho que ela sempre foi ótima.

—Bom, eu acho isso desde o dia em que ela fez um show particular naquele elevador.

—Você não presta! – Digo sorrindo.

Mas enfim, parece que você arrumou algo pra fazer, não é mesmo?

—E você também. – Completo. – É uma proposta com base no nosso livro de memória, para atualização dos livros de história contando o lado dos que foram oprimidos por todos esses anos, a maior parte daquelas memórias são suas, anos e anos de torneios.

—Contanto que sirvam Uísque! – Haymitch diz sorrindo. – Vai mesmo aceitar?

—Claro. Não tenho nada pra fazer Haymitch, minha vida precisa de algum sentido, assim como a sua. Chega de ficarmos sentados sentido pena de nós mesmos.

—Eu não sinto pena de mim mesmo. Eu nem sequer tenho coragem pra isso. – Ele diz levantando-se pra reabastecer seu copo.

—Ok. Diga o que quiser. – Falo sorrindo. – Venha, me ajuda a pôr a mesa de jantar. Owen e Delly devem chegar a qualquer minuto pra jantar conosco. E você precisa colocar algo no seu estômago além de vinho.

—Eles vão jantar aqui? Não conte comigo para ser sociável.

—Eu nunca conto. -Respondo sorrindo.

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[Comitê de paz, pov Peeta]

A reunião começa as 10h da manhã, depois de certo atraso todos finalmente chegam e começamos a discutir algumas das principais pautas sobre os distritos e Capitol. O nível de segurança necessário para garantir a ordem sem trazer de volta a sensação de controle do antigo modelo de governo é a principal questão em aberto.

Diana, uma engenheira do comitê liga nossa tela de exibição e começa a compartilhar algumas de seus layous de segurança.

—Um serviço com mais automatização e menos força humana deve trazer uma sensação de segurança maior para a população, a figura do pacemaker ainda é muito forte nos distritos, a violência que esses guardas traziam, por isso é melhor instalar uma política de segurança menos invasiva, algo mais da vigilância que do controle.

Depois de sua apresentação começamos a votar sobre a medida. Haley, sentada do outro lado da mesa sorri pra mim quando me posiciono defendendo o modelo apresentado por Diana. Depois de algum tempo uma transmissão começa e deixa todos impressionados, começo a ouvir uma voz estranhamente conhecida:

—não pode continuar mentindo por muito tempo, ele vai perceber que você nunca esteve grávida, alguma chance de você engravidar nesse período?

—Não. Ainda não. Ele não se rendeu a esse ponto.

Reconheço a voz de Haley que imediatamente se levanta em direção à tela tentando desliga-la. Ela está aos gritos pedindo pra que alguém desligue aquilo e eu não consigo me mover. Estou paralisado. Sei que a primeira vez é a do médico, a presença da voz de Haley deixou aquilo claro. Continuo ouvindo:

—Ele ainda ama a garota em chamas?

—Ama! Mas ele ama mais esse filho.

—Mas o que acontece quando ele descobrir que não há filho.

—Eu darei um jeito. Você vai me ajudar, não vai? Você me deve...

—Eu sei que devo. Não precisa me lembrar.

Passo mais um tempo sentado enquanto muitos não entendem o que está acontecendo. Meu relacionamento com Haley não era algo extremamente público então muitos não entederam o que estava acontecendo, talvez, se ela não tivesse levantando e estivesse aos prantos gritando para que desligasse, gritando meu nome, dizendo que aquilo tudo era uma armação, talvez eles nem mesmo soubesse que aquela era ela, talvez... não consigo pensar. Levanto da cadeira e sigo em direção a porta com Haley atrás de mim.

—Isso é mentira. Você sabe disso, não sabe?

Uma calma me invade sem explicação alguma e eu saio pelo corredor. Chamo o elevador e Haley me alcança novamente:

—Eu te amo. Você precisa acreditar em mim.

—Eu acredito. – Digo. – Acredito que você acha mesmo que me ama, mas ninguém que ama faria uma coisa dessas.

O elevador chega e eu entro. Fechando a porta o mais rápido possível.


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