Remus Lupin

Cheguei em casa de manhazinha.

A ultima noite de lua cheia é sempre a pior.

Abri a porta e escuto uns barulhos vindo da cozinha.

Será que Dora já está de pé as 5:40h da manhã?

Caminho até a cozinha onde encontro minha mulher sacudindo uma panela, que fazia os barulhos que ouvi quando entrei.

—O que você esta fazendo? – pergunto e ela apenas se vira e sorri para mim.

—Bom dia para você também Rem – Dora fala e eu reviro os olhos, me aproximo e lhe dou um selinho.

—Bom dia – falo.

—Estou fazendo pipoca – ela fala enquanto me jogo na cadeira mais próxima – Acordei agora de pouco morrendo de vontade.

—Me desculpe por não ter estado aqui – falo e Dora revira os olhos.

—Não se preocupe com isso – ela diz e então coloca a pipoca numa grande bacia - Vá tomar um banho e depois se você ainda conseguir nos conversamos melhor.

Fui tomar um banho porque eu estava realmente precisando.

Depois me juntei a Dora na sala que comia sua pipoca feliz da vida.

—Como foi a sua noite? – ela perguntou.

—Longa e cansativa – digo suspirando.

—Ouvi dizer que a pipoca ajuda – ela diz e então me dá algumas pipocas na boca.

—Ajuda o que? – pergunto confuso.

—Sei la, não deu tempo de pensar nessa parte – ela diz e eu riu.

—Ahh come sua pipoca e fica quieta sua bobona – falo brincalhão enquanto levo algumas pipocas aos seus lábios – Assim você não fala bobeiras.

Dora num gesto muito adulto me mostra a língua, apenas me fazendo rir dela.

—Vou comer minha pipoca, mas é porque ela ta muito gostosa e não porque você mandou – ela diz – Até porque você não manda em nada mesmo.

—O que?!! – exclamo ultrajado – Como ousa dizer isso do homem da casa?

—Não me faça rir Remus – Dora fala como se eu tivesse contado uma piada – Você é apenas meu cachorrinho de estimação.

Eu ri.

—Então você só me vê como uma distração? – pergunto indignado e ela concorda rindo – Como você é má Ninfadora, brincando com meus sentimentos esse tempo todo.

—Ai ai, mas é um iludido mesmo – Dora diz enquanto ri – Brincar com os sentimentos alheios é o meu hobby.

—Percebi – falo fingindo ressentimento – Agora como vingança vou comer toda a sua pipoca.

Falo e começamos uma pequena competição para ver quem comia mais rápido. Dora ganhou claro.

—Isso foi roubo – falo bocejando – Você ficava me distraindo.

—Fazer o que se sou linda? – ela pergunta e eu ri concordando com ela – Agora vai dormir que você esta quase caindo de sono.

—Não estou com sono – falo bocejando e Dora ri – Esta bem, mas só se você vier comigo.

—Mas é manhoso esse homem, Merlin – ela diz – Até parece que você que esta grávido não eu.

—Você vem ou não? – pergunto já subindo as escadas, Dora sobe logo atrás.

Deitamos na cama abraçados e dormimos o resto do dia.

Dora provavelmente devia ter passado a noite em claro, como sempre, e não me contou. Acabei acordando antes dela, que ressonava tranquilamente ao meu lado.

Olhei pela cortina e vi que já estava escuro, novamente trocamos o dia pela noite. Isso sempre acontecia quando eu entrava na semana de Lua Cheia.

Deixei Dora dormindo e desci preparar algo para nos comermos.

Afinal já era à hora do jantar.

Fucei nos armários e decidi fazer uma macarronada.

Que é fácil e gostosa.

Coloquei a água para ferver e fui atrás dos ingredientes do molho.

Já estava quase acabando quando ouço os passos de Dora descendo as escadas.

—O que você esta fazendo Remus?

—Nosso jantar – falo e me viro para ela.

Ninfadora estava encostada no batente da porta, com a cara amassada típica de quem acabou de acordar. Ela me olhou estranho.

—O que foi? – perguntei.

—Hum eu tava pensando agora e tive um desejo – ela fala e eu suspiro, aposto que ela vai querer comer outra coisa e não a minha macarronada.

—Que desejo? – pergunto e Dora sorri envergonhada.

—Eu queria comer lasanha – ela diz e eu gargalho vendo que estava certo.

—Tudo bem – falo e ela me olha surpresa.

—Tudo bem? Mesmo?

—Sim – falo – É o mínimo que eu posso fazer, mas não se acostume que só vou atender esse seu pedido porque não passei a noite em casa quando você precisou.

—Remus meu bem você faz tudo o que eu mando – ela diz me abraçando pelo pescoço e rindo.

—E verdade já tinha esquecido que eu sou o seu bichinho – falo beijando o seu pescoço e Dora ri.

—Não se preocupe – ela fala – eu não vou deixar você esquecer, agora vai fazer minha... espera que cheiro é esse?

O molho!

—O molho do macarrão! – exclamo me soltando de Dora e indo desligar o molho que estava queimando – Ai queimei o molho por tua causa que fica me distraindo.

— Quer dizer que eu sou uma distração? – ela pergunta enquanto eu coloco o molho na pia.

—Enorme desse jeito – comento e sinto minhas costas formigando pelo tapa que Ninfadora me deu.

—O que você quis dizer com isso Remus Lupin? – ela perguntou nervosa.

Me virei e Dora estava com os braços cruzados e com a cara amarada.

—Eu to brincando amor – falo e a abraço, Dora ainda parecia brava. Funguei em seu pescoço e ela relaxou um pouco – Vai mesmo ficar brava comigo por uma brincadeirinha boba?

—Não – ela diz rindo e eu me separo dela.

—Acho bom mesmo – falo e vou fazer a lasanha – Só aviso que vai demorar.

—Muito? – ela pergunta fazendo bico.

—Só um pouquinho – falo e começo a fazer a lasanha.

Terminei a lasanha e coloquei no forno, Dora e eu ficamos conversando até a lasanha ficar pronta.

—Vamos comer! – Dora diz feliz.

Coloquei a lasanha na mesa e depois de quase duas horas finalmente jantamos.

Mas isso aqui esta uma delicia – Dora diz de boca cheia – Onde você aprendeu a cozinhar assim?

—Não sei direito, quando era só eu, tive que aprender a me virar – falo e Dora concorda.

— Isso é o sonho de toda mulher – Dora diz e eu a olho confuso.

—O que? – pergunto.

—Ter um marido gostoso e que sabe cozinhar – ela diz e eu gargalho.

—Mas só fala bobagem mesmo – digo rindo e Dora me mostra a língua.

Mostro a minha também.

Terminamos de comer e fomos para a sala assistir TV.

Passamos a madrugada toda na sala, conversando e assistindo TV.

Quando estava quase amanhecendo Dora dormiu nos meus braços.

A peguei no colo e levei para nossa cama.

Dei um beijo em sua testa e sussurrei.

—Eu te amo – beijei sua barriga – E amo você também Teddy.