Estava temerosa. Quem não estaria? Fora ameaçada, bom se fosse só por ela nem se preocuparia tanto assim, afinal sabia que o pessoal da Fairy Tail não perdoavam que qualquer um da família seja machucada ou coisa do tipo. Mas sabia também que a mesma certeza de segurança não existia para os seus empregados.

Ah... Como era doloroso ter que fazer aquilo, se despedir de sua família, provavelmente para sempre. Realmente não era algo que gostaria. Mas o que poderia fazer? Ela certamente estava sendo observada então não podia fazer nada que comprometesse aos interesses do grupo de magos.

Respirou fundo antes de afastar os grandes portões da guilda, era cedo, muito cedo deveria ser em torno de quatro da manhã.

Mesmo o horário cedo não impedia de ter um movimento ou outro na guilda, pessoas como Mirajane, Cana, os Strauss, a Raijinshuu e Gazille já se encontravam presentes como mais alguns na qual Lucy não tinha tanta afinidade.

Seguiu todos os passos na qual foi instruída, ficou em frente ao quatro de missões por um tempo, mais ou menos dois minutos e finalmente retirou uma folha na qual tinha um tempo mais longo de missão e ficou a observando por mais um tempo antes de finalmente ir em direção ao balcão.

– Mira, gostaria de fazer essa missão, mas estou com duvidas em algumas coisas... Posso ir falar com o mestre? - A albina pegou a missão carimbando sem ver muitos detalhes distraída pela fala da Heatfilia.

– Claro, ele está terminando de resolver algumas coisas no escritório, mas pode subir - Fala um pouco adortada, afinal a maga celestial tinha acabado de voltar de uma missão e já estava querendo ir para outra?

Lucy sorriu gentilmente, Mira contribuiu.

Mas... Porque ela sentia que não iria ver aquele sorriso novamente tão cedo? Ela não iria sair da guilda e sabia se cuidar em caso algum problema. Resolveu ignorar a sensação, afinal dela saiam especulações ridículas em que certamente não era o caso.

Talvez estivesse apenas tentando se tornar mais forte. Sim deveria ser isso.

Doce erro a Strauss mais velha cometeu ao ignorar seu pressentimento.

Lucy fingiu o máximo que pode normalidade enquanto subia as escadas, por sua aparição rara no segundo andar logo atraiu o olhar do Dragon Slayer de raios, mas este não a questionou ou coisa do tipo, não era próximo a maga celestial e muito menos era de sua conta o que ela fazia ou deixasse de fazer.

Deu três batidas na porta e esperou até ouvir um abafado "entre" de seu mestre, logo, realizando a tarefa.

– Lucy, minha filha, o que foi? - Perguntou surpreso com a anormal visita da loira.

Respirou fundo juntando coragem ao que teria que dizer a seguir.

– Mestre... A Fairy Tail é minha família - Começou - Eu sempre sonhei em entrar aqui, e de um tempo para cá esse sonho se tornou realidade - Era clara a emoção que sentia ao dizer tais palavras e o esforço para segurar as lágrimas que já tomavam conta de seus olhos chocolates.

– Todo o tempo que passei aqui foi mágico, e todas as lembranças maravilhosas! - O Dreyer, com sua experiencia, já desconfiava em que final aquele discurso iria dar e as lágrimas passaram para seus olhos também.

– Espero que um dia me entenda, eu tenho os meus motivos e no momento certo você saberá - Garantiu respirando fundo mais uma vez para completar o discurso.

– Eu quero sair da Fairy Tail.

Deus sabe como aquelas palavras foram difíceis de serem pronunciadas. Deus sabe o quão triste aquela sala ficara e principalmente só ele sabia o sofrimento que estava no coração de ambos implantado.

– Eu agora não consigo compreender o motivo disso. Mas posso ver que está sendo doloroso para você também, não vou te proibir de sair, mas quero que saiba que vou querer satisfações mais tarde! - Fala em um tom brincalhão. Bom, ao ponto em que sua voz falha conseguira.

– Creio que saiba das três leis ditas a todos aqueles que saem da Fairy Tail certo? - Indaga Makarov recebendo um aceno positivo pela cabeça da outra.

– Fico feliz que esteja ciente, mas ainda sim é bom dizê-las:

1° Você nunca deve, pelo resto de sua vida, revelar nenhuma técnica que poderia ser vantagem contra a Fairy Tail.
2° Nunca deve contatar clientes antigos para ganho pessoal.
3° Apesar de nossos caminhos se separarem deve continuar vivendo a sua vida com tudo o que pode. Nunca deve considerar que sua vida tem pouco valor e nunca deve esquecer de seus amigos, que te amam.

Assim Lucy saíra depois de um tempo, o suficiente para as lágrimas cessarem e que pudesse sair sem nenhuma desconfiança pelos demais. Tal fato de sua saída fora pedida para ser mantida em segredo pelo Dreyer mais velho até que eles percebessem por si só, outro passo que lhe fora instruída a seguir.

Logo pegou trem, sentando em uma vaga livre, conseguira sair sem desconfiança da guilda já que fora de casaco longo por causa do inverno, fato que o grupo de magos tirou proveito para menos desconfianças ou perguntas que poderiam levar seu plano ao desastre.

A viajem foi longa, um clima frio e céu nublado envolveu o ar durante todo o trajeto, sem se preocupar com o vidro gelado passou a maior parte do tempo encostada neste enquanto chorava. Tinha um plano que iria trazer segurança para os empregados de forma que o contrato não fosse assinado, mas, para tal fato acontecer poderia custar sua própria vida.

Bom, não seria de todo mal, afinal poderia ser proteger alguém ao menos uma vez.

Chegou ao ponto em que chegou a cidade, não tinha conseguido pensar em nenhuma outra maneira, talvez pelo cansaço ou por sua subestimação ao que era capaz. De qualquer forma, iria fazer aquilo.

Não demorou muito para encontrar o adolescente de quinze anos que a conduziu até a mansão Heartfilia, já tinha preparado antes liberando Leo e Virgo que foram na frente, escondidos.

O plano era simples, Loke iria distrair os magos que guardavam os empregados enquanto Virgo os levava para um esconderijo, claro, para dar tempo o suficiente aquilo só iria acontecer quando ela estivesse com o contrato e pena em mãos.

Com um sinal dado por Loke, ela o iria trazer de volta chamando no lugar Aries que "seguraria" os outros durante tempo o suficiente para que ela estivesse longe o suficiente.

Bom, só tinha preparado até ali, o resto seria no improviso, improviso que provavelmente terminaria com sua morte. Talvez até conseguisse impedir que o dinheiro da empresa de seu pai caísse nas mãos deles, o mesmo não tinha como dizer em relação a sua vida.

Dito e cumprido.

Não demorou muito para estar correndo apresada para fora do grande terreno voltando para civilização tentando se mesclar da melhor maneira possível.

Mesmo assim, não parecia ser o suficiente, logo, se encontrava virando em um beco ofegante e escoroou-se na parede mais próxima olhando de relance para a rua principal.

Muita gente é mais forte do que pensa, só que as vezes se esquece de acreditar