~Pov Draco

–Venham e juntem-se a nós, ou morrerão. –Voldemort disse a todos depois de anunciar a morte do Potter.

Eu já havia reencontrado Hermione na Sala Precisa, estava perto dela e das pessoas que estavam lutando pelo que eu queria lutar. Aqueles que não tiveram a má sorte de ter um pai como o que eu tive.

–Draco? –Lucius chamou para ir ficar ao lado dos comensais, mas eu não consegui me mexer, apenas abaixei minha cabeça e fiquei lá. Eu sentia os olhos de Hermione em mim. –DRACO!

–Draco, venha. –Minha mãe pediu e eu suspirei.

Lancei um olhar de desculpas à Hermione e eu fui até lá mesmo contra a minha vontade. Eu precisava me forçar a isso.

–Muito bem Draco, muito bem. -Após ganhar um abraço do cara de cobra eu me dirigi para perto dos meus pais. Quando me virei e olhei para a morena de novo eu vi que ela tinha lágrimas nos olhos.

Depois de Longbotton dizer algumas idiotices que eu não fiz questão de prestar atenção o Potter simplesmente se levantou, assustando a todos e fazendo quase todos os seguidores “leais” irem embora. Minha mãe foi uma, ela simplesmente pegou minha mão e saiu me puxando, Lucius estava logo atrás de nós quando aparatamos em casa.

–Como aquele garoto ainda pode estar vivo?! –Lucius disse nervoso assim que entramos. –Aah não ser que... –Ele olhou para mim e para minha mãe. –Vocês fizeram alguma coisa? Aquela sangue-ruim metida a sabe-tudo que você chamava de namorada aprontou alguma Draco?!

–Por que sempre que algo não dá certo você nos culpa? –Perguntei.

–Porque a culpa sempre é de vocês. –Ele disse e eu percebi que minha mãe não nos olhava, infelizmente ele também percebeu isso já que a olhou também. –Narcisa o que você fez? –Minha mãe não respondeu. –NARCISA RESPONDA!

–Ele é só um garoto Lucius! Harry Potter é só um garoto! –Minha mãe respondeu chorando.

–O QUE VOCÊ FEZ?! –Ele gritou sacudindo-a.

–ELA NÃO FEZ NADA, SOLTE-A! –Falei o empurrando para longe dela.

–Eu menti quando disse para Voldemort que ele estava morto.

–VOCÊ FEZ O QUÊ?! É A SEGUNDA VEZ QUE ME DECEPCIONA NARCISA!!

–SEGUNDA?! ELA SEMPRE FAZ O QUE VOCÊ MANDA! –Eu gritei ficando na frente dela.

–Draco suba, eu resolvo isso. –Minha mãe pediu colocando a mão no meu ombro.

–NÃO VOU SUBIR PORRA NENHUMA, PELO MENOS NÃO ANTES DELE ME DIZER POR QUE VOCÊ O DECEPCIONOU QUANDO SEI QUE FAZ TUDO PRA ELE!

–Lucius não!

–VOCÊ! –Ele gritou. –VOCÊ NÃO É MEU FILHO, É SÓ UM BASTARDO! NASCEU DE UMA TRAIÇÃO DA SUA MÃE!

–Por favor, Draco não me odeie! E-eu...

–POR ISSO MUDOU QUANDO EU TINHA SEIS ANOS?! PORQUE A MAMÃE ACHOU ALGUÉM MELHOR QUE VOCÊ?! VOCÊ É PIOR DO QUE EU PENSEI!

–Você disse que iria para o quarto quando soubesse por que sua mãe me decepcionou, o que ainda está fazendo aqui? –Disse Lucius cruzando os braços.

–Draco... -Minha mãe chamou, mas eu apenas suspirei e subi as escadas, parando na metade delas porque ouvi algo que não gostei nem um pouco.

–Eu disse que perdoaria uma vez Narcisa, essa já é a segunda... –Ele apontou a varinha pra ela e eu corri voltando pra sala. –Avada Kedavra! –Ele disse antes que eu pudesse impedir. Tudo o que eu vir foi minha mãe caindo no chão.

–MÃE! –Chamei correndo até ela e abraçando seu corpo que estava imóvel no chão. –POR FAVOR, ACORDA! MAMÃE! –Eu gritei em meio ás lágrimas e nada, ela não se moveu.

Eu a peguei no colo e a tirei do chão, colocando-a deitada no sofá. Quando me virei para olhar Lucius mais uma vez ele tinha a varinha apontada pra mim e um sorriso no rosto.

–Acho que vou fazer uma visitinha para a sua namorada. –Ele disse antes de aparatar, eu fui logo atrás já que sabíamos exatamente onde Hermione estava: Hogwarts.

Quando cheguei e perceberam a minha presença ali todos apontaram as varinhas achando que eu ia fazer algo. Hermione saiu do meio de todos, ela estava machucada.

–Podem abaixar as varinhas, está tudo bem. –Ela disse a todos.

–MAS ELE É UM COMENSAL! –Eu ouvi alguém gritar do meio da multidão.

–Ele não vai fazer nada, eu prometo. –Ela respondeu e aos poucos eles foram abaixando as varinhas. – O que houve Draco? Por que está chorando? –Ela me olhou preocupada e secou meu rosto.

–Nada, agora eu tenho que tirar você daqui. –Eu peguei sua mão e a puxei saindo pela porta da escola.

–Draco, me explica o que está acontecendo! –Ela pediu, mas eu não respondi. –Por que você está chorando?

–Eu sabia que e acharia primeiro que eu. –Eu me virei e encontrei Lucius parado na nossa frente com a varinha apontada.

–Hermione corre. –Mandei apontando minha varinha pra ele.

–Não vai ficar aqui sozinho com ele! –Ela disse pegando a varinha também.

–AVADA KEDAVRA! –Gritei sem me importar com o que aconteceria se ele morresse, mas percebi que ele havia bloqueado o feitiço.

–Não se importa com o que acontece se me matar? –Lucius disse sorrindo e eu apertei minha varinha, nervoso. –ESTUPEFAÇA! –Ele tinha a varinha apontada para Hermione, mas assim que disse o feitiço virou-a para mim pegando-me desprevenido. –Sua vez sangue-ruim.

“AVADA KEDAVRA!” Ele gritou, mas Hermione bloqueou o feitiço, que ricocheteou e acertou Lucy, que vinha atrás dela. Lucy caiu no chão. “IMPERIO!” Ele disse apontando a varinha pra mim. Eu perdi o controle do meu corpo e me levantei, parando ao seu lado. Eu lutava para recuperar meus movimentos, mas por mais que eu quisesse eu não conseguia.

–Jogue sua varinha no chão. –Ele mandou e Hermione ficou quieta. Por dentro eu implorava que ela não fizesse o que ele mandou. –Vai querer mesmo insistir?

–Não faça nada, por favor. –Hermione pediu jogando sua varinha e ele desviou a varinha de mim para ela, fazendo o efeito da maldição que ele estava usando em mim passasse depois de alguns minutos.

–AVADA KEDAVRA! –Ele gritou quando eu comecei a me mexer normalmente. Tudo o que eu vi foram os olhos dela se fechando devagar. Corri até ela e segurei seu corpo antes que alcançasse o chão. –Você vai o próximo. E saiba que se eu for preso depois de tudo isso eu fujo para ir atrás de você.

Foi tudo o que ele disse antes de aparatar.

–Hermione? –Chamei, abraçando-a. – Morena? –Ela não respondeu, assim como minha mãe e isso fez com que as lágrimas voltassem. Eu peguei sua mão e vi que ela ainda usava o anel, o que me fez suspirar aliviado, mas não aliviando minha dor. –Me desculpe por não conseguir impedir, por favor, abre os olhos!

Eu pedi, mas ela não abriu. Então eu a peguei no colo e levei de volta para Hogwarts.