~Pov Hermione

Tomamos café e seguimos para as aulas, mas como o novo professor se atrasou nós ficamos conversando.

–Mione, estou com uma duvida desde que te vi no Salão Principal ontem. –Eu já sabia qual seria a pergunta de Neville, mas resolvi deixá-lo perguntar. –Como você está viva? –Todos na sala se calaram, atentos para ouvir minha resposta. –Quero dizer, n-nós vimos você morta e... O Malfoy disse que o pai dele...

–Não vamos tocar nesse assunto tá? –Pedi.

–Okay Mione, sem problemas. –Ele sorriu.

–Ainda está com o Malfoy? –Julie, uma garota chata perguntou.

–Estou sim, algum problema com isso? –Cruzei os braços.

–Não, é só que isso é estranho não é? Lutaram de lados diferentes e... Ele é um Ex-Comensal, quem garante que não fica por aí fazendo magia negra?

–Eu garanto. –Respondi.

–Mas se você está com ele vai defendê-lo por ser a namorada. Pode até acobertá-lo.

–Então se ela não pode nós podemos garantir. –Disse Rony olhando para Harry. Okay, okay, quem são vocês e o que fizeram com Harry Potter e Ronald Weasley?

–Bom dia alunos, me desculpem o atraso. –Disse o professor ao abrir a porta, indo apressadamente até sua mesa.

~Pov Draco

Meu primeiro dia de aula começou péssimo, bem como eu esperava. As piadas sem graça e cochichos começaram assim que coloquei os pés na sala. E pra melhorar ainda mais, o professor Binns resolveu começar nossa aula falando sobre a Guerra.

Eu queria me levantar e pedir para que ele mudasse de assunto, já não estava aguentando os bilhetes ofensivos que me mandavam e Blás impedia que chegasse a mim, queimando todos com sua varinha.

Mas ele se distraiu e um deles chegou a mim, e aquele era de Luke. Eu sabia porque quando me virei era ele quem estava sorrindo e me encarando. Quando Blás percebeu eu já estava com um desenho péssimo de Voldemort e seus comensais. Ao seu lado estava minha família e eu, e quando o Potter apareceu (reconheci pelo risco na testa) todos nós explodimos.

Eu revirei os olhos e amassei, suspirando e colocando em cima da mesa. Quando a aula acabou e eu e Blás nos levantamos todos já haviam saído. Todos, exceto Luke e a nova turminha dele, a maioria novatos. Ignoramos e tentamos sair, mas eles nos empurraram de volta.

–Dá pra sair da frente? –Falei já irritado.

–Recebeu nossa cartinha? – Luke perguntou me olhando.

–Ah, aquilo? Obrigado, eu não sabia que meu fã clube ainda existia.

–O que achou de ser um Comensal? –Perguntou um idiota chamado Justin.

–Garanto que melhor do que ficar aqui com vocês.

–E como anda a Meg? –Luke sorriu divertido. –A ouvi dizer que vocês são irmãos. É verdade? –Eu não respondi, apenas cruzei os braços. –Então quer dizer que eu tinha um cunhado e não sabia?

Foi demais pra mim, eu rapidamente peguei minha varinha colocando-a no seu pescoço – ela estava com Blás, mas eu havia pegado no meio da aula – e ele sorriu, assim como todos ali, ele sabia que eu iria pra Azkaban se fizesse algo errado.

–Draco não! Mas que droga como pegou a varinha?!

–Vamos, faça. Você vai ter uma vida longa em Azkaban, assim como a do seu pai... Espera, sua mãe o traiu não foi? –Eu apertei ainda mais a varinha fazendo-o soltar um gemido.

–Draco solta essa varinha agora! –Mandou Blásio.

–O que está esperando? Quando fizer e você for levado, a sua namoradinha vai estar com o caminho livre.

–Ora seu...

–Draco, por Merlin! Não vê que ele está fazendo isso para te irritar?! –Blás gritou, mas eu ignorei.

–Conhece a sensação de levar um Crucio? –Ele ficou calado. –RESPONDA! –Mandei e ele negou. –A dor é tão terrível que a única coisa que você consegue pensar quando está acontecendo é em como a morte pode ser uma coisa boa. Ela pode acabar com o seu sofrimento e com toda a agonia. É como se todos os seus ossos estivessem se quebrando ao mesmo tempo várias e várias vezes, e não para nunca.

“Não para até a pessoa que lhe lançou a maldição se cansar. Você sabe que se eu lançar o primeiro não vou me cansar tão cedo Luke, então eu acho melhor que me deixe passar. Eu não me importo com Azkaban. Posso não ter ficado totalmente do lado de Você-Sabe-Quem, mas garanto que sei fazer uma maldição decente. Se eu não soubesse, aquelas pessoas não teriam gritado e muito menos implorado que eu as matasse.”

Ele tinha os olhos arregalados – assim como todos na sala – e não estava mais sorrindo. Sabia que eu estava falando sério. Quando o soltei, todos eles abriram caminho para mim e Blásio, que ainda estava surpreso. Espero que isso o afaste da Meg por enquanto.

~Pov Meg

Eu estava sentada com Luna durante a aula, quando de repente um garoto da Lufa-Lufa solta uma bombinha - que tinha um cheiro horrível - na sala fazendo todos saírem correndo, até a professora. No meio da corrida eu trombei com alguém e acabei caindo no chão.

–Oh meu Merlin me desc... –Comecei, mas ao ver que tinha esbarrado em Luke o encarei sentindo um arrepio por todo o meu corpo.

–Sou eu quem deve pedir desculpas. Deixe-me ajudá-la. –Ele estendeu a mão pra mim, mas eu não peguei, apenas fiquei no chão sem saber o que fazer.

–Hey Mg’s. – [N/a: Luci linda estou in love com o apelido *-*] Disse alguém ao meu lado, quando desviei o olhar de Luke encontrei Rony. –Está tudo bem? –Ele lançou um olhar para mim e para Luke parecendo preocupado.

–E-eu... –Tentei falar, mas não consegui. Eu não fazia ideia do que fazer.

–“Mg’s”? –Perguntou Luke, mas Rony o ignorou.

–Vem, eu te ajudo. –Ele também estendeu a mão para mim.

–Não precisa, eu já estava ajudando. Meg me deixe te acompanhar até o Salão, é o mínimo que eu posso fazer já que te derrubei.

Para piorar deu a hora do almoço, então todos os alunos saíram, aumentando o fluxo no corredor.

–Rony, me tira daqui... –Pedi pegando sua mão já com os olhos cheios de lágrimas.

Do outro lado do corredor eu vi Draco nos olhando de braços cruzados. Ele estava triste, preocupado, com raiva e eu não o culpava. Eu também não confiava em mim mesma quando a questão era Luke.

Rony me ajudou a levantar e pegou meus livros que haviam caído, me puxando pra perto. Ao virarmos as costas eu ouvi Luke bufar irritado. O ruivo me levou para uma das salas de aula que agora estava vazia e fechou a porta.

–Meg, está tudo bem?

–Vai ficar. –Falei lutando contra as lágrimas.

–Sabe que sou seu amigo não é? –Eu balancei a cabeça assentindo e me sentando em uma mesa. –Pode chorar na minha frente.

–Não, eu não choro mais por quem não merece.

–Ele está mexendo com você? –Eu neguei.

–Só nos esbarramos e eu caí. Fica tranquilo.

–Eu não quero ver você triste por causa dele.

–Não vou ficar okay? –Eu sorri e ele me abraçou.

–Posso te fazer uma pergunta? –Eu assenti. -Por que contou a sua história pra mim?

–Porque primeiro, eu confio em você e segundo, você não tem cara de editor do Profeta Diário porque eu sei que a minha história vale milhões. –Falei séria e ele caiu na gargalhada, me fazendo rir também.

~Pov Hermione

Draco chegou com Blás no salão e eu corri até ele, pulando em seus braços.

–Eu não sabia que eu fazia tanta falta assim. –Ele riu e eu revirei os olhos.

–Como foram as aulas?

–Nada que eu não esperava, e as suas?

–Nada que você não esperava. –Falei.

–Odeio interromper o momento do casal, mas se eu ficar aqui mais um pouco vou acabar vomitando, então Hermione eu acho melhor você ficar com isso. –Blás me entregou a varinha de Draco e eu me virei pra ele cruzando os braços e lhe lançando um olhar severo.

–Eu te odeio Zabini.

–Me odeia, mas não aguentaria um minuto sem mim. –Disse Blás indo em direção a Luna, que balançava a cabeça de um lado para o outro como se estivesse ouvindo alguma música.

–Não podia esperar pelo menos até o meio do ano?

–Ele nos prendeu na sala, não tenho culpa se eu queria estudar.

–Claro, então o que acha de uma maratona de estudos? Só pra aquecer nesse início de ano.

–Só se for do nosso jeito de estudo. –Ele sorriu pegando minha cintura, mas eu continuei encarando-o. –Por favor, morena eu não fiz nada, é sério! Só ameacei!

–Se alguém do Ministério ficar sabendo disso...

–Eu tomo cuidado okay? Me desculpa. –Ele me deu um selinho e depois aprofundou o beijo, me fazendo sorrir. O beijo seguia até que um Grifinório esbarrou no ombro dele com força.

–Sai da frente filhote de comensal. –Ele revirou os olhos e me beijou mais uma vez. E só com isso percebi que o dia dele foi péssimo e que ele estava disfarçando isso muito bem.