Broken Hearts escrita por Mika-san


Capítulo 9
Inimigos entre amigos


Notas iniciais do capítulo

Ayeeeeee
Para quem pensava que eu tinha morrido, estou de volta xD
Com cap muuuuito atrasado ¬¬ Mas não se preocupem ù.ú por mais que eu demore com uma fic, eu nunca deixo ela imcompleta xD



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Capítulo 9 – Inimigos entre amigos

 

 

Aquele lugar era rodeado de árvores sombrias que estavam à pelo menos cinqüenta metros de distância; sendo necessário percorrer um caminho de terra em campo aberto até chegar a elas.

 

Definitivamente não era um bom plano de fuga. Havia muitas janelas e a distância era muito grande para que pudesse fugir sem ser visto. O pior de tudo era fazer isso sem magia. Não havia mais correntes prendendo-o às paredes; em compensação, havia uma única no pescoço cuja outra extremidade flutuava a poucos centímetros do chão, apenas para certificar-se de que o prisioneiro não poderia utilizar seu poder mágico. Pois nesse momento Salamander estava sendo transferido.

 

- Salamander-kun, por favor  não pare no caminho. Já estamos chegando. – Disse a mulher que estava guiando Natsu ao seu novo quarto.

 

Natsu seguira a mulher subindo várias escadas. E conforme saíam das masmorras, as janelas começavam a aparecer. E foi assim que o Dragon Slayer percebeu o quanto aquele lugar parecia uma fortaleza. Inclusive, poderia até ser que as paredes tivessem olhos... Literalmente. Alguma coisa naquela construção parecia viva, ou pelo menos parecia exalar magia própria.

 

Vendo um campo aberto em volta do lugar, Natsu imediatamente começou a pensar em como poderia escapar. Descartando plano após plano ao lembrar que estava sem magia. E quem sabe se também não teria de lutar contra a própria corrente para que esta não o impedisse de fugir?

 

A mulher parou ao lado de uma porta de ferro aberta.

 

- É aqui, Salamander-kun.

 

Natsu encarou-a desconfiado. A mulher tinha cabelos negros que chegavam até a cintura, e os olhos de uma cor azul escuro, profundo. O rosto, que lembrava a forma de um coração, lhe dava uma aparência infantil; enquanto a pele clara, contrastando com as roupas pretas, dava a impressão de ser frágil.

 

- Salamander-kun, está escurecendo; não vai descansar? – disse ela, com sua voz fina e inocente – Salamander-kun parece exausto...

 

- Por que me trouxe aqui? – a voz de Natsu saiu ríspida. – O que tem de diferente nesse lugar?

 

De repente a verdade finalmente atingira o Dragon Slayer. Sem magia. Sem poder se defender e nem fugir. Não se tratava de apenas um empecilho no caminho, era o fator principal da vida do Salamander. O que quer que o estivesse esperando naquele quarto encontraria o Dragon Slayer em seu patético estado inofensivo.

 

- Não precisa ter medo, Salamander-kun – a mulher sorriu gentilmente. – Daisuke-sama se importa com você. O processo pode ser um pouco doloroso no começo, mas se você aceitar entregar sua alma a Daisuke-sama agora não precisará passar por isso.

 

- Já disse que NÃO aceitarei isso. Nem agora, nem nunca! – Natsu rugiu com ferocidade.

 

A mulher olhou para o chão, parecendo ter se ofendido.

 

- Mas todos aceitam no final, e são felizes com Daisuke-sama.

 

Como uma alma presa em uma corrente poderia ser feliz, Natsu nem podia imaginar; mas antes que questionasse a mulher sobre isso, esta subitamente o encarou com um estranho brilho nos olhos.

 

- Daisuke-sama precisa muito do Salamander-kun!

 

A mulher falou seriamente, mas podia-se perceber um desespero interior.

 

- Ayame! – uma voz gélida atravessou o corredor. – Ainda não levou nosso convidado ao seu novo quarto?

 

Era outro homem que Natsu não conhecia. Este tinha cabelos escuros, aparentava ter a mesma idade de Daisuke, porém parecia ter mais vigor que este, e seu sorriso não poderia ser descrito com uma palavra melhor do que maldoso.

 

- Yasu-sama! Só estava dizendo ao Salamander-kun que ele não precisa ter medo! – Ayame curvou-se perante o homem, ligeiramente assustada.

 

- Certo, certo. Saia agora. Quero conhecer o Dragon Slayer do fogo.

 

Temerosa, Ayame afastou-se, olhando preocupada para trás antes de virar o corredor.

 

- Natsu, o tão famoso Dragon Slayer da Fairy Tail. É um prezar conhecê-lo. – Yasu abaixou a cabeça em uma curvatura.

 

- Para mim não é. – Natsu falou, já sabendo que aquele homem seria um problema.

 

- Arrogante como um dragão! – Yasu riu – Por que não entramos para conversar um pouco?

 

 Dizendo isso, Yasu agarrou a corrente em um local perto da algema no pescoço do Salamander e atirou-o para dentro do quarto.

 

Com o impulso repentino, Natsu não conseguiu evitar cair no chão. E antes que pudesse se levantar sentiu o pescoço sendo puxado para cima; a corrente estava erguendo-o.

 

- Um pouco mais alto. – Yasu ordenou à corrente, e esta ergueu Natsu, cujos pés estavam à centímetro do chão de pedra, até que seus olhos estivessem no mesmo nível de Yasu.

 

- Agora aperte um pouco mais. – disse Yasu, obviamente divertindo-se com a situação.

 

Natsu ouviu o som do metal se contraindo, e de repente emitiu um som sufocado. A corrente estava impedindo sua respiração. Imediatamente ele levou as mãos à algema tentando puxá-la, usando de toda sua força no desespero para inspirar novamente.

 

- Só mais um pouco. – Yasu ordenou mais uma vez.

 

O metal rangeu de novo e Natsu arregalou os olhos enquanto desesperava-se ainda mais. Aquilo iria quebrar seu pescoço a qualquer momento, se não o matasse sufocado antes. Seus dedos sangraram com a tamanha força ao arranhar o metal que se recusava a soltá-lo. Podia sentir os pulmões ardendo, exigindo o ar. Então era esse o sentimento de morrer sem poder fazer nada, tão rápido e insignificante que nem teria tempo de pensar nos amigos da guild.

 

- Natsu-kun, quero deixar isso bem claro. – disse Yasu, embora Natsu mal conseguisse entender o que ele dizia. – Daisuke é um cachorrinho que só sabe latir e nada mais... Pois bem, eu não sou Daisuke; e como pode notar, tenho total controle em seus subordinados. Então, se tiver que escolher alguém a quem servir, faça a escolha certa.

 

Com outro sorriso maligno, finalmente Yasu decidiu que fora um aviso suficiente.

 

- Basta. – foi a ordem direta.

 

E a corrente ficou inanimada, afrouxando o pescoço do Salamander e soltando-o de encontro ao chão novamente.

 

Natsu tossia e arfava, os pulmões clamando por ar.

 

- Por hora devo deixá-lo, mas voltarei em breve para brincarmos mais, Natsu-kun.

 

Quando a respiração do Salamander se acalmou Yasu já não estava mais ali. Natsu tinha apenas a companhia da corrente.

 

Ele se levantou observando o quarto ao seu redor, que para sua surpresa parecia absolutamente comum. Havia uma cama perto da janela, uma mesa e uma cadeira à um canto e uma porta aberta de um banheiro. O quarto apenas serviu para deixar Natsu ainda mais desconfiado.

 

Natsu olhou para cama e, relutante, deitou-se com cautela. Não discutiria sobre aceitar o cômodo da pessoa que o raptou, estava cansado demais para isso; passara tantas horas em posições desconfortáveis que o móvel era mais do que bem-vindo.

 

Virou-se com cuidado para poder observar a janela, os ferimentos da surra que levara destacavam-se arroxeados em sua pele. A luz que vinha de fora começava a se apagar.

 

Aquilo era um sonho. Em nenhum lugar do mundo ele estaria sozinho, sem um nakama. Em nenhuma situação existente ele estaria inútil, sem poder usar magia.

 

Divagando lentamente, aos poucos chegando ao sono, Natsu ouviu o estômago roncar. Mesmo em uma situação dessas o Salamander não poderia deixar de pensar em comida, ainda mais no estado em que se encontrava. E o pensamento de comida lembrou-o do dia em que conhecera Lucy. Isso, a maga dos espíritos estelares lhe pagara uma refeição... Uma bela refeição.

 

Bela. É, ele adorava o sorriso que ela exibia enquanto falava de seus sonhos, amava-a sem saber, e apenas descobriu isso pouco antes de perdê-la para Gray. Mas recentemente achou que poderia conquistá-la, acreditou que poderia fazê-la sorrir todos os dias. E então as últimas imagens de Lucy apareciam em sua mente, rasgando suas esperanças.

 

Natsu mordeu o lábio com força, os olhos umedecidos. Mesmo na situação em que se encontrava como ela conseguia permanecer em sua cabeça? O que ela estaria fazendo nesse exato momento?

 

O Salamander deixou escapar um gemido de dor. Não importava o que ela estaria fazendo, Gray com certeza estava ao seu lado.

 

xXx

 

Enquanto Salamander dormia, Daisuke e Ayame encontravam-se em uma sacada, iluminados por esfera de luz à base de magia e sentindo o frio da noite.

 

- Daisuke-sama precisa descansar agora. – disse Ayame, tentando convencer Daisuke a entrar.

 

- Há algo que você precisa me dizer antes... – Daisuke falou enquanto mirava aquele estranho céu que estava sempre nublado.

 

Ayame aproximou-se e tocou uma tatuagem de Daisuke perto do queixo interrompendo Daisuke.

 

- Está escurecendo de novo. – disse ela. – Consigo sentir a magia pulsando.

 

Daisuke pegou a mão dela cuidadosamente forçando-a a baixá-la.

 

- Quanto mais tempo? – ele perguntou sério.

 

Ayame olhou para a porta como se esperasse alguém aparecer de repente antes de responder:

 

- O mestre quer em um mês.

 

Daisuke respirou fundo.

 

- Um mês é o bastante, ainda mais agora que Yasu também está aqui.

 

Seguiram-se minutos de silêncio, até que Ayame resolvesse falar.

 

- Daisuke-sama está pálido novamente. Amanhã irei levá-lo para tomar sol!

 

Os olhos de Ayame brilharam alegremente, era seu trabalho cuidar de Daisuke desde que Yasu dera essa ordem, afinal, agora compartilhavam da mesma alma.

 


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Notas finais do capítulo

Próximo cap Makarov-sensei irá contar uma história xD
Ah! E muito obrigada pelas reviews *-* vcs são a cobertura do bolo, sem cobertura, um bolo não é nada u.u