Loving me is like chewing on pearls escrita por SatineHarmony


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu queria escrever algo RinHaru há tanto tempo que chega a doer postar isso -qq No final das contas, a fanfic terminou soando mais como a minha tese do porquê shippo RinHaru, mas ok :v



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Loving me is like straightening curls

Amar não é nem um pouco fácil. Correção: amar Rin não é fácil.

Com os outros, ele mantinha-se calado e distante sem problema algum. Faça alguns comentários ocasionais, assinta quando conveniente, e pronto. Isso já era suficiente para provar sua amizade, e mantê-los — Makoto, Nagisa, Rei — ao seu lado.

Quando se trata de Rin... O garoto atravessava todas e quaisquer muralhas que Haru passara anos erguendo à sua volta — e ele as destruía como se fossem nada de mais. Ele não só se aproximara de Haru como ninguém ousara antes, como também o apresentara a um mundo completamente novo. Rin estendera-lhe a mão e o guiara pelos caminhos sinuosos do destino até Haru encontrar seu eu interior, até definir seu objetivo de vida. Um futuro. Se hoje Haru estava de pé num pódio, era graças a Rin.

Às vezes doía. Às vezes, ele desejava ser "normal", para poder expressar sua eterna gratidão ao ruivo. Não havia mais Makoto por perto; Haru era adulto, e deveria cuidar de si mesmo — estava na hora de tomar as rédeas de sua vida. Rin o pressionava com falas tomadas de romance, provocações infantis e insinuações impróprias — por mais que Haru tinha de admitir que estas despertavam bastante o seu interesse. Ao fazer isso, Rin terminava, pouco a pouco, com o mundo que Haru conhecia.

Ele sentia algo estranho em seu coração quando via aquele par de olhos vermelhos brilhar ao recebê-lo. Aquela adoração contida nas palavras entusiasmadas de Rin, após uma corrida bem realizada. Aquele sorriso enfeitado por dentes pontiagudos...

Tudo isso era de Haru, e Haru apenas. Por alguma armação do destino, ele tivera a chance de ganhar toda essa perfeição para si. Não, perfeição é forçar a barra — Rin roubava a coberta todas as noites, preferia carne vermelha a peixe, e cantava músicas em inglês muito alto enquanto tomava banho. No entanto Haru estava disposto a aceitar esses "defeitos", uma vez que ele mesmo era cheio deles — Haru não era cego, e reconhecia que ele próprio não era uma pessoa fácil de se lidar. Deus, antes de Rin iluminar o caminho à sua frente, ele achava que passaria o resto de sua vida ao lado de Makoto, dependendo de seu melhor amigo para tudo. O mais irônico era que, na época, Haru não se incomodava nem um pouco com a ideia de viver à mercê de alguém. Atualmente, ele e Rin disputavam por quem tinha o maior número de prêmios.

Haru inspirou fundo, observando a estante à sua frente. Havia troféus — inúmeros troféus, seus e de Rin —, e fotos. Fotos de amigos, fotos apenas deles dois. Fotos de Rin lançando seu olhar charmoso para a câmera, fotos de Haru exibindo sua típica fisionomia indiferente.

E essa era sua vida. Essa era sua vida agora, e Haru estava tão feliz por isso. Ele desejava poder mostrar isso ao mundo — sim, a satisfação dentro de si era grande demais para ser contida. Todos deveriam conhecê-la.

Haru tinha feito sua decisão.

***

A porta do apartamento foi aberta com hesitação. No momento em que a ouviu, Haru seguiu rapidamente para a sala de estar. A mão de Rin ainda estava na maçaneta, quando o moreno chegou ao cômodo.

Rin mostrou surpresa ao ver o outro ligeiramente afoito, mas recompôs-se quase no mesmo instante. Sua perplexidade deu lugar a uma expressão machucada, porém Haru ainda foi capaz de perceber a afeição presente no olhar alheio.

Eles tinham brigado. Rin queria levar Haru a restaurantes, a passeios românticos. Haru tinha vergonha. Ele tinha vergonha de mostrar aos outros que ele se rendera a tal sentimento importuno, e que sua vida agora estava nas mãos do ruivo presunçoso à sua frente.

Mas agora Haru sabia. Amar não era algo por que se envergonhar. Ser capaz de confiar piamente em uma pessoa era um ato de bravura. E Haru tinha certeza de que Rin o trataria da melhor forma possível. Que Rin o inspiraria a mostrar o seu melhor para os outros. E talvez ele ajudasse Rin também. Talvez Haru fizesse Rin se tornar uma pessoa melhor. Ou talvez ele convencesse Rin a parar de roubar as cobertas durante a noite.

Até parece.

Rin encostou suas costas na porta, cruzando os braços. Ele estava esperando Haru se pronunciar — o ruivo saíra do apartamento no meio da discussão, ao ver que não havia como vencer a tenacidade de Haru.

O moreno engoliu em seco, tentando formular toda a epifania que tivera, neste mesmo dia, em frases. Palavras escaparam de sua mente — por que isso tinha de ser tão difícil? Como Rin era capaz de falar aquelas coisas bonitas todos os dias? Ele faz parecer tão fácil..., Haru resmungou mentalmente.

— Rin. — começou ele, ponderando no que dizer. Por fim, ergueu sua cabeça, permitindo que seu rosto fosse visto pelo ruivo. Haru não sabia o que Rin avistara em sua feição, porém foi suficiente para que ele abandonasse sua posição distante, tomando passos na direção de Haru. — Rin, eu... — tentou novamente se expressar.

— Não precisa falar. — Rin pôs um dedo sobre os lábios, e sua outra mão acariciou a maçã do rosto de Haru. Ele abriu um sorriso reluzente, o que só deixou Haru mais confuso. Rin deu um beijo delicado sobre sua testa: — O seu olhar já me disse tudo. — explicou-se — Eu te amo também. — Rin sussurrou ao pé de seu ouvido. Haru fechou os olhos, entregando-se por completo às sensações:

— Muito obrigado, Rin.

— Não há de quê. — Rin sorriu, e ofereceu sua mão, como um bom cavalheiro: — Vamos sair para jantar?

Haru envolveu a mão, dando um sorriso ao apreciar o calor entre eles:

— Sim.

Quem diria que Haru se sentiria tão livre ao acorrentar-se a outra pessoa? Correção: Rin não é uma mera "outra pessoa".


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