Tinha acabado de almoçar e estava tomando banho. A raiva que sentia de Mike ainda não avia passado. Quem é ele para me disser “Não julgue quem você não conhece”, como se ele me conhecesse muito bem para falar alguma coisa.

E porque justo eu? Tenho certeza que a varias garotas naquele colégio que adorariam a atenção dele, eu só queria que Eloise largasse do meu pé eu pudesse terminar tranquilamente esse ano, sem brigas, sem discussões. Mais pelo jeito seria difícil.

— Maribel! — A voz de minha mãe e a batida na porta me fez despertar de meu transe.

— Sim, mãe! — Gritei do chuveiro, enquanto ensaboava meus cabelos.

— Saia logo desse banho! Preciso conversar com você! — Gritou do outro lado da porta.

— Okay! — Falei e comecei a me enxaguar.

Terminei rapidamente o banho e sequei a mim e meu cabelo com a toalha. Sai do banheiro enrolada em minha toalha verde agua, com os cabelos húmidos grudados em meu ombro, fui em direção ao quarto e minha mãe estava sentada na cama enquanto segurava um de minhas pelúcias que era um gato cinza sem os olhos.

— O que a senhora queria falar comigo? — Perguntei enquanto procurava um conjunto de lingerie para mim por.

— Sua tia não poderá trazer Belga para cá por que ela anda muito ocupada com o trabalho, eu iria ate a casa dela buscar mais acabaram de me ligar pedindo para eu ir ao escritório procurar uns papeis. Então você terá que ir ao meu lugar.

— Mãe eu não sei onde tia Sophia mora ao certo a ultima vez que vim aqui foi antes de nós mudarmos para Sydney, e eu nem conheço as ruas dessa cidade direito.

— Esta tudo bem, fiz um pequeno mapa para você não se perder. Só seguir ele, e você chega lá e não é muito longe daqui. — Falou ela deixando o gatinho cinza de pelúcia de lado.

— Tudo bem. Vou assim que acabar de me vestir. — Falei separando uma troca de roupa para mim. Ela sorriu pra mim e saiu do quarto.

Estava com saudades de Belga, tinha o abito de sair pra passear com ela todos os finais de tarde, era ótimo pra pensar na vida e por as coisas em ordem e era isso que eu precisava fazer hoje, por a cabeça no lugar.

Terminei de por minha blusa pondo logo por cima um macaquinho jeans, e calçando meu tênis All Star branco. Quando desci a procura de minha mãe, ela já avia saída mais deixou um pequeno recado em cima da mesa da cozinha.

Não era um mapa como ela avia falada, ela avia apenas escrita em que ruas virarem e só. O medo de me perder em uma cidade em que eu não conhecia nada a não ser ir para o colégio era enorme, mas eu precisava de um tempo para pensar.

Subi rapidamente as escadas com o pedaço de papel em mãos, peguei meu celular em meu quarto e avisei Amy que estava saindo à mesma me respondeu com um “tanto faz” e voltou a prestar a atenção em seu notebook.

Peguei as minhas chaves que avia deixado na fruteira da cozinha e sai pela porta dos fundos passando perto da piscina que avia ali, deixando nosso quintal do fundo mais charmoso.

Olhei o bilhete e nele dizia “siga rua acima ate chegar ao final dela, depois vire a direita”.

Olhei a vizinhança que eu morava enquanto andava, todas as casas eram muito bonitas e pareciam casa de famílias de seriados que eu assistia.

Aos poucos, meus pensamentos foram indo para longe. Comecei a pensar em minha vida como avia acontecida tanta coisa nesses dois dias de aula. Avia conhecido Chris e Judy eles eram bem legais comigo e não tinha nada do que reclamar deles, gostava deles. Avia conhecido Eloise a garota metida a Barbie que eu consegui faze-la me odiar em apenas dois dias tudo por que seu atual namorado não parou de me secar no primeiro dia de aula e por que eu comecei a conversar com seu ex-namorado, conheci Alisson durante a aula de educação física e ela me pareceu bem simpática. Avia conhecido Nicholas ex de Eloise e que era um amor de pessoa, era quase que impossível imagina-los juntos, são completamente os opostos, e junto com ele conheci Evangeline, Lara, Max e Alexander que pareciam ser simpáticos também.

Avia me esquecido como as coisas eram mais bagunçadas e agitadas aqui no USA, na Austrália as coisas eram mais calmas e a maioria dos lugares tinham um clima tropical. Sentia saudades de Sydney, dos meus amigos de lá Meghan, Courtney, Gabriel, Bob e Frederick que estava começando a me ensinar a surfar quando eu vim embora, e eu era muito boa. Sentia falta de Mark, aviamos terminado algumas semanas antes de eu vir para New Haven e não aviamos terminado bem, queria conversar com ele novamente queria voltar a ser sua amiga, conselheira e as vezes psicóloga. Eles eram meus melhores amigos e gostavam de mim do meu jeito assim como eu os amava pelo jeito deles de ser.

Todos tinham algo em comum, Meghan e eu tínhamos o mesmo gosto de filmes e series, gostávamos de series de mistério e policial já filmes amávamos comedias românticas e de ação, Courtney tinha o mesmo gosto musica, ela tocava guitarra e as vezes cantávamos covers de nossas bandas preferidas como Foo Fighters e Rolling Stones, adorávamos a musica Everlong e sempre cantávamos juntas, Gabriel e Bob eram ótimos pra conversar nos dias tristes, consigam animar qualquer um com um simples “oi” já Frederick o papo dele era o mar, quando contei a ele que queria aprender a surfar ele começou a me ensinar sem pensar duas vezes, mais infelizmente logo depois tive a noticia que iriamos nos mudar. Provavelmente eu nunca os veja novamente, e iria morrer de saudades e isso que eu odiava. Ter de esquecer as pessoas importantes para você era horrível.

Quando dei por mim uma lagrima escorreu de meu olho mais limpei rapidamente. Foi ai que me dei conta. Onde eu estava?

Olhei ao redor e não parecia nada com o que a minha mãe falara no bilhete devia ter uma casa vermelha a direita aonde eu virei mais não avia nenhuma casa vermelha por ali. Devia ter andando muito antes de perceber que estava indo pelo caminho errado, devia já ter ate passado da casa da minha tia.

Eu estava perdida! É o que me faltava!

Comecei a ficar desesperada. O que eu ia fazer agora. Como voltaria pra casa? E quem pegaria Belga? E meu deus porque estou pensando nisso agora, depois um de meus pais podem ir busca-la mais e eu? Como eu vou sair daqui?

— Olha quem eu encontro por aqui. — Aquela voz me erra familiar. Olhei para trás dando de cara com Mike Mcall. O garoto que fazia questão de me infortunar.

— O que esta fazendo aqui? — Perguntei franzindo o cenho.

— Eu morro aqui. — Falou apontando pra grande casa amarelo claro atrás de si. — Eu que lhe pergunto o que faz aqui? Já está com saudades? Não podia ter esperado ate amanha pra me ver?

— Cala a boca Mike!

— Okay. Não precisa se estressar! — Falou levantando as mãos em sinal de paz. — Mas vai me disser o que faz por aqui? Por que pra mim você parece perdida. Mais do que perdida, muito perdida.

— Não pedi sua opinião. E eu não estou perdida. — Já falei que sou muito orgulhosa? Pois bem, sou muito orgulhosa. Nunca falaria pra Mike Mcall que estava perdida, muito menos pediria sua ajuda.

— Tudo bem então. Foi bom conversar com você vou voltar pra minha casa e você pode continuar ai. PER-DI-DA. — Falou de modo de modo sarcástico, zombando da minha cara.

Ele virou de costas e começou a andar em direção a porta de sua casa. E foi nesse momento que começou uma guerra dentro de mim, entre o lado orgulhoso e o sensato. Eu estava perdida e precisava de ajuda, e não conhecia mais ninguém naquele lugar, pelo menos Mike poderia me ajudar a achar a casa de minha tia. Mesmo não gostando nenhum pouco dele e tendo certeza que me zoaria amanha eu precisava de sua ajuda.

— Mike espera. — Falei antes de ele entrar e ele parou mais continuo de costa para mim, mais tinha certeza que estava sorrindo. Típico. Dei um suspiro cansado e continuei. — Onde eu estou?

— Enfrente a minha casa. Isso não é obvio? — Falou se divertindo as minhas custas. Meu deus como eu queria socar aquela cara linda.

— É serio Mike! Eu estou perdida. — Suspirei novamente. — Não conheço nada por aqui. — Ele analisou um pouco meu rosto e desceu as escadas de sua varanda parando novamente em minha frente.

— E para onde você quer ir? — Perguntou erguendo uma sobrancelha e mordendo o lábio inferior bem em cima do piercing. Se ele estava tentando ser sexy estava conseguindo. Foco Maby!

— Pra esse endereço. — Mostrei o papel para ele, ele analisou o mesmo.

— Fica tranquila. Você não esta perdida só virou uma rua antes. O endereço que você esta procurando fica na rua de cima. — Falou me devolvendo o papel e pondo as mãos no bolso da calça jeans.

— Obrigado. — Falei e já ia saindo quando:

— Maby! — Ele me chamou e eu virei instantaneamente para trás, girando nos calcanhares. — E minha recompensa?

— O que? — Perguntei incrédula.

— Eu te ajudei. Agora quero minha recompensa. — Falou sorrindo.

— E o que você quer? — Ele fingiu pensar antes de me responder.

— Um beijo. — Falou sorrindo sarcasticamente, e lá estava ele zombando novamente da minha cara.

— Vá se foder Mike. — Falei antes de virar novamente para frente e voltar a andar.

— Lindas pernas! — Gritou quando eu já estava a certa distancia dele, dessa vez não virei para trás para olha-lo mais pude sentir minhas bochechas queimarem.