Anjo De Cristal escrita por Maria Fernanda Beorlegui


Capítulo 14
Acidente


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia das mães, meus doces! Que vocês aproveitem bastante com suas mães, e que a partir de hoje agradeçam por tudo á elas. Que sempre as façam ser felizes e fortes!



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POV Maria

Retornei a minha casa quase no final da tarde. Assim que eu estava no portão da frente senti uma pressão sobre o meu peito. A primeira coisa que me veio em mente foi Amara, a minha pequena Amara que aqui não está. Será que esta acontecendo algo com minha filha mais nova?

—Mãe?—Estrella me chama. Vejo em seus olhos a sua preocupação sobre mim.

—O que esta fazendo por aqui?—Pergunto tentando me recompor. —Veio ver seu pai?

—Vim ver a senhora. —Estrella fala enquanto abro o portão. —Por que quero te fazer uma proposta. —Quero que a senhora viaje comigo para o litoral. —Estrella propõe e eu fico contente. —Apenas eu e a senhora.

—Por que só nós duas?—Pergunto curiosa e ela sorri.

—Quero passar mais tempo com a senhora. —Estrella fala. —Não acha que merecemos este momento juntas?—Pergunta contente.

—Claro. Quando iremos?—Pergunto gostando da ideia de viajar.

—Amanhã mesmo. —Estrella fala animada. —Avise ao papai, para ele não se preocupar.

POV Leandro

Não sabia o que estava acontecendo comigo. Depois de ter beijado Regina não parei de pensar nela, não parava de me imaginar com ela novamente. Ela retribuiu o beijo, ela não se esquivou. Isso significa que Regina esta tão confusa quanto eu, ou mais. Não sei se quero que ela sinta algo por mim, ou que não sinta.

—Meu Deus, ela tem o meu sangue. —Falo me levantando da poltrona. —Somos irmãos. Como nossos pais iriam reagir?—Pergunto para mim mesmo.

—Leandro, preciso falar com você. —Regina fala entrando no meu quarto. —Precisa ser agora.

—Pode falar Regina. —Falo esperando um sermão.

—Quero que apague o que aconteceu entre mim e você. —Regina fala seria. —Vim aqui te pedir isso. E também vim pedir que nada parecido ocorra futuramente.—Ela fala e me encara.

—Isso não irá acontecer nunca mais, Regina.—Falo.—Você esta bem?—Pergunto tentando mudar de assunto.

—Estou muito bem. —Fala e sai do quarto com um semblante de raiva.

POV Daniela

Estava passando perto do quarto do meu irmão quando vi Regina passar muito rápido na minha frente. Ela parecia aborrecida, com raiva. Eu nunca tinha minha irmã daquela forma. Seu olhar era de pura raiva. Preferi não perguntar a causa dela se encontrar assim. São poucas as vezes que vejo Regina com raiva, então prefiro não incomodá-la.

—Que loucura. —Falo e vou até o meu quarto, mas no caminho vejo minha mãe choramingando. —Mãe, por que esta chorando?—Pergunto enquanto ela tenta esconder as lágrimas.

—Eu não estava chorando. —Minha mãe mente e eu fico brava. —Meus olhos estão irritados. —Fala.

—A senhora não sabe mentir. —Falo e ela me encara.

—Por que eu mentiria Daniela? Não tenho necessidade disso. —Fala e eu me dou conta de que ela não tinha mesmo essa necessidade. —Vou consultar um oftalmologista. Todo santo dia é isso.

—Acho essa ideia muito boa. —Falo e sorrio.

—Não vai passear hoje?—Minha mãe pergunta mudando de assunto. —Deveria aproveitar.

—Vou passear pela cidade. —Falo.

—De moto?—Minha mãe pergunta já sabendo da resposta. —Tome bastante cuidado, Daniela. —Minha mãe fala preocupada.

POV Regina (Amara)

Eu vou me controlar o bastante para não cometer nenhuma loucura. Não posso me deixar levar por um pequeno delírio meu com Leandro, seria um escândalo dentro do meu lar. Meus pais ficariam apavorados, até desolados ao ver a nossa familia em um inferno. Não devo dar esse desgosto aos meus pais, principalmente á minha mãe. Ela ficaria em choque. E o meu pai... Meu pai ficaria uma fera. E Daniela? Ficaria entre mim e Leandro, até por que ela é protegida por mim e por ele. O céu da minha irmã perderia a sua doce cor.

—Já dei o aviso ao meu irmão. Isso não irá acontecer nunca mais. —Falo me olhando no espelho. —Às vezes penso que existe algo a mais dentro de mim. Algo meu que eu ainda não sei. —Falo me olhando bem no espelho.

—Gina... —Daniela me chama entrando no quarto. —Vim te chamar para passear.

—De moto? Eu quem dirijo. —Falo com responsabilidade.

—Tudo bem... —Daniela fala. —Vamos logo por que quero passar o dia fora.

—Por quê?—Pergunto curiosa. Às vezes minha irmã mais nova me impressionava.

—Não tem nada de interessante aqui. Pelo menos hoje... —Daniela fala.

—Leia algo. —Sugiro e ela revira os olhos.

—Pode ir parando "a mais nova professora da familia”. —Daniela fala gozando da minha profissão.

—Você sabe que eu gosto da minha profissão. —Falo sorridente. —Por que envolve crianças e adolescentes.

—Nem me venha com essa conversa. Isso me lembra de quando nós duas brincávamos de escolinha quando crianças. —Daniela me lembra e damos gargalhadas.—Eu sempre era a diretora, você a professora e a mamãe a aluna.

—Que injustiça com a nossa mãe.—Falo ainda rindo.—I-N-J-U-S-T-I-Ç-A.—Soletro a palavra.

—Pare! Não sou um de seus alunos. —Daniela fala.

—Ainda bem. Por que se fosse eu te colocaria de castigo para sempre. —Falo e ela me mostra a língua. —Vamos logo passear...

POV Estevão

—Ir para o litoral?—Pergunto curioso para Maria.

—Foi uma ideia de Estrella. E eu aceitei, até por que faz muito tempo que não fico tão próxima da nossa filha. —Maria justifica e eu sorrio.

—Acho isso muito bom. Vá e aproveite bastante. —Falo. —Pedirei para Estrella afastar os espertinhos que se aproximar de você.

—Estevão, você é um bobo! Como você vai pensar em algo do tipo logo agora?—Maria pergunta e sorri.

—Só para me prevenir, querida. Apenas para isso. Você é muito jovem e bonita, olhares sobre você não irá faltar. —Falo com humor.

—Você acha que eu sou jovem?—Maria pergunta e eu concordo. —Às vezes eu me sinto tão velha... —Fala pensativa e me assusta.

—Pare de fantasiar, Maria. —Falo. Sinto um grande aperto no meu peito e resmungo de dor. Algo estava acontecendo com algum dos meus filhos, eu tenho certeza disso.

—Se sente bem?—Maria pergunta preocupada.

—Sentia um aperto do peito. Como se fosse um aviso. —Falo.

—Eu também senti um aperto no peito quando estava chegando da casa de Lorenzo. Logo pensei em Amara. —Maria fala preocupada. —Heitor e Estrella estão bem. Esse nossos "avisos” só podem estar vindo por que esta acontecendo com Amara. —Maria fala me deixando preocupado.

POV Francisco

Enquanto eu trabalhava recebi um telefonema do hospital me avisando que Regina e Daniela haviam sofrido um acidente enquanto passeavam de moto pela cidade. Decidi não contar nada para Ana Rita, mas contei para Leandro.

—Já sabe o que elas têm?—Leandro pergunta preocupado.

—O médico veio me dizer que não foi tão grave assim. Só foi um susto. —Falo. —Elas passavam quando um carro avançou bem na frente delas, e elas caíram da moto.


—A mamãe ainda não sabe?—Leandro pergunta preocupado.

—Ainda não. Eu não queria preocupa-la. —Falo. —Não precisa se preocupar. Foi apenas um susto.

—Claro que me preocupo. São minhas irmãs mais novas, é meu dever protegê-las. —Leandro fala bravo.

POV Ana Rita

Me dei conta de que eu estava sozinha em casa. Minhas filhas haviam
ido passear, Leandro saiu sem avisar. E Francisco não havia chegado do trabalho na hora certa como de costume, algo estava acontecendo. Não, eu estou me preocupando a toa. Devo ficar e esperar por todos eles.

—Preocupada com alguma coisa senhora?—Adriana pergunta preocupada.

—Não, não é nada. Não se preocupe comigo. —Falo e ela se retira. —Onde todo mundo desta casa esta?—Pergunto preocupada.

POV Regina (Amara)

Foi tudo muito rápido. Lembro-me de ver o carro passando bem na minha frente, e eu tentei parar a moto, mas ela saiu do controle. Eu caio de um lado e Daniela caiu do outro, totalmente desacordada.
Eu vi sangue saindo do meu braço, logo comecei a tremer de pavor. Depois disso me lembro de ter ficado desacordada. E quando despertei vi Daniela sentada do meu lado.

—Você bateu com a cabeça?—Daniela pergunta.

—Não. Mas você bateu. —Falo e ela sorri. —A mamãe vai surtar. —Fala e eu faço careta. —Seu braço dói?

—Um pouco. Além de ter caído por cima dele o arranhei. —Falo vendo o curativo no meu braço. —Estou tão assustada.

—Não fique. O pior já passou. —Daniela fala se levantando da poltrona e se aproxima de mim. —Daqui a pouco iremos embora. —Fala enquanto me sento na cama.

—Regina! Daniela!—Meu pai exclama nossos nomes ao entrar. —Vocês estão bem?—Pergunta me abraçando e em seguida abraçando Daniela.

—Pai, estamos bem. Não se preocupe. Foi apenas um susto. —Daniela fala tentando acalmar nosso pai.

—Que motorista imprudente era esse? Vocês duas podiam ter sofrido algo pior. —Nosso pai falava.

—Mas, estamos bem. Já podemos ir para casa. —Falo. —Não vau contar para a mamãe vai?—Pergunto enquanto eu e Daniela o encaramos.

—Não queria contar. Mas, sua mãe odeia mentiras. —Meu pai fala. —Tudo bem. Não contarei. Irei falar que vocês duas e Leandro me pegaram no trabalho e fomos passear. Teremos que convencê-la...

—É uma boa ideia. Coloca a jaqueta para cobrir os arranhões, Regina. —Daniela fala enquanto meu estômago embrulha. Eu coloco a jaqueta vermelha e me sinto mal por ter que esconder isso da minha mãe, ela vai enlouquecer se souber...

—Vamos? Estou farta de ficar neste hospital. —Falo me levantando da cama. —Não quero ficar mais nenhum minuto aqui. —Falo determinada a nunca mais entrar em um hospital. Hospitais para mim era sinal de morte, e eu temia ela.

Sempre me falaram que a morte era calma e tranquila, apenas a dor era angustiante e temida. Você sentia uma for enorme, e antes de reclamar dela você apenas parava de respirar, de falar, de sentir o coração batendo forte, seu sangue para de fluir em suas veias e tudo acaba. A vida é bela, mas ao mesmo tempo sem sentido. Os pais vão sempre morrer e deixar seus filhos no mundo é a lei, mas às vezes os filhos morrem antes dos pais. Imagine que angustiante seria deixar seu pai e sua mãe sentindo uma dor de ter perder para a morte?


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Notas finais do capítulo

Vamos nos conscientizar, pessoal. Viva hoje como se fosse o ultimo dia de sua vida, ame mais, reclame menos. Abrace mais e critique menos, certo? Vamos deixar um legado cheio de amor e harmonia para todos os demais.
Beijos!



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