POV Ana Rita

Me levantei da cama de manhã, fui até a janela do meu quarto que dava
a visão para o enorme jardim da minha casa. Pude avistar Regina com
Daniela cuidando das plantas para mim.

O cabelo de Regina voava por causa do vento. Eu sempre admirei aqueles
cabelos lisos com pontas loiras da minha filha.

—Eu consegui.—Falo alegre ao ver que tenho uma família próspera.

Leandro chegou com um balde de água e jogou nas irmãs. As duas gritavam e corriam atrás dele. Daniela, minha filha mais nova se jogou nas costas de Leandro. Os dois caíram e Regina se juntou á eles.

Eu engravidei dois anos depois da chegada de Regina e Leandro. Foi um enorme susto.

—Já acordada?—Francisco pergunta e eu sorrio.

—Claro. —Falo e rimos ao ver Daniela entrar dentro de casa e deixar Regina e Leandro sozinhos.

—Esqueci de lhe contar uma coisa, Ana.—Francisco fala.—Eu vou me encontrar com um empresário que é da mesma família de Fabiana.

—Como assim?—Pergunto assustada.

—Lorenzo Santisteban. Ele é irmão de Fabiana.—Francisco fala e eu fico
incrédula.

—Não acho boa idéia você negociar com ele, Francisco.—Falo em disparada.

—Eu sei o risco que corremos, Ana Rita. Mas , nós iremos fingir que não a conhecemos, nem ela nos conhece.—Francisco fala.

POV Regina (Amara)

Eu entrei em minha casa e fui diretamente para o meu quarto. Precisava
revisar a prova que eu iria aplicar na minha turma.Eu adorava trabalhar em meio das crianças. E de todas as profissões escolhi ser professora. Eu lecionava do quinto ao nono ano , o que era uma tarefa até trabalhosa.

—Bom dia, meu amor.—Minha mãe fala entrando em meu quarto.

—Bom dia, mamãe.—Falo e ela sorri ao me ver molhada.—Imagino que viu
seu filho jogando um balde de água em mim.

—Leandro é muito infantil.—Minha mãe fala me entregando a
toalha.—Agora, vá tomar um banho para depois tomar café.

—Já tomei café, mãe.—Falo.—Agora, eu irei tomar banho.

—Não pense que é a Madonna para passar horas cantando , Maria.—Minha
mãe fala me chamando pelo meu segundo nome.

Maite Perroni – Todo Lo Que Soy

POV Maria

Passei quase toda a manhã no quarto de Amara. Fazia muito tempo que
não passava o dia nele. Era o meu refúgio para tudo e todos. Havia noites que eu dormia na poltrona, e de manhã eu me encontrava na minha cama. O responsável por sempre me levar era Estevão.

—Feliz aniversário.—Estevão fala se aproximando de mim com um presente na mão.

—Eu disse que não queria presente.—Falo. Assim que abro o papel de
presente vejo um espelho e olho para Estevão.

—Para que você se veja, assim como eu te vejo.—Estevão fala e sorri.

—E como você me vê?—Pergunto me olhando no pequeno espelho que eu segurava.

—Como a mais bela de todas as mulheres.—Estevão fala me observando. Eu te amo.—Fala e em seguida cela seus lábios nos meus lábios.

POV Letícia

Entrei no quarto de Henrique para acordar-lo. Mas quando entrei me
surpreendi ao ver que ele já estava acordado. O que o fez mudar de rotina hoje?

—HENRIQUE!—Grito e ele não me responde.

—Não está mais aqui.—Fabiana fala aparecendo do canto escuro do quarto.

Eu sai da casa dos meus pais fazia anos. Não conseguia conviver com a
situação em qual nos encontrávamos.

—Oh, veio me visitar um pouco cedo.—Falo surpresa.

—Desculpe se estou sendo incomoda.—Minha tia fala e em seguida me
abraça.—Estava com saudades.

—Eu imagino.—Falo e me afasto um pouco dela.—Como está?

—Muito bem. Muito bem depois de te ver.—Fabiana fala e suspira.

—Falou com meu filho?—Pergunto e ela sorri.

—Ele se assustou um pouco, mas depois se acalmou e conversamos um
pouco até ele ir para o colégio.—Fabiana fala.

—Nem se quer me esperou.—Falo.

—Os filhos são assim.—Fabiana fala sorridente e eu tento esconder minha expressão de deboche.—Falou a mulher que teve filhos.

—Até hoje tento achar uma boa explicação.—Falo.—Você deveria ter muitos filhos.

—Além de não ter com quem, eu não posso por razões... Você sabe.—Fabiana fala e eu fico perplexa.—Não tive o dom de ser mãe.

—Isso é uma injustiça.—Falo.—Fabiana, você esteve com a minha mãe
quando ela esteve grávida. Em todas as três vezes...—Falo e ela me
olha surpresa.—Pode me tirar uma duvida?

—Claro que posso.—Fala um pouco nervosa.

—Por acaso, pegaram a pessoa responsável por atropelar a minha mãe?
Nem ela e nem o meu pai nunca falaram sobre isto.—Falo sendo sincera.

—Nunca pegaram o responsável.—Ela responde de uma vez.—Sabe como sua mãe está?

—No de sempre e como sempre.—Falo pensativa.—Mas eu prometi á mim mesma que iria encontrar o responsável por minha mãe estar assim. Por Leandro não está conosco e Amara com Maria e Estevão. Eu prometi e jurei pela minha vida e o sangue que corre nas minhas veias que acharia essa pessoa. E eu vou achá-la nem que eu tenha que ir ao inferno e trazê-la até aqui para fazer ela pagar.—Falo.

POV Fabiana

Depois que sai do apartamento de Letícia fui até a casa do meu irmão, ele não estava por sorte, então fui ver a morta da minha cunhada. Entrei no quarto de Maite e bati a porta com toda a minha força. Fiquei de frente á ela, ela permanecia adormecida. Senti minhas mãos tremerem só de pensar que poderia matá-la ali mesmo.

—Passei anos me gloriando diante de sua desgraça, Maite. E agora descubro que Letícia ainda procura pelo responsável de toda essa desgraça!—Exclamo me aproximando dela.—Você em coma continua patética.—Falo andando de um lado para o outro.

Ainda sentia que minha vingança não estava completa, eu precisava de mais! Precisava arruinar a vida de Maite só mais um pouco! Não me continha de raiva por ela.

—Calma, Fabiana...—Falo para mim mesma e me sento perto de Maite novamente. Meu rosto fica próximo do rosto dela e eu sorrio ao sentir a sua respiração calma.—Bons sonhos, majestade.—Falo diabólica e sorrio ao me dar conta de que ela , realmente, nunca iria acordar.

Maite poderia morrer a qualquer momento, e eu estava ansiosa para essa ‘’fatalidade’’ acontecer. Não me continha só de pensar que ela morreria sem ver o filho e sem conhecer o neto. Meu coração batia cada vez mais forte com tais pensamentos.

POV Regina (Amara)

De tarde decidi escrever frases e versos para que minha mente se acalmasse mais um pouco. Minha cabeça parecia estar com um furacão dentro de si sem nenhum motivo. Minhas pernas permaneciam bambas por alguns momentos e meu coração batia tão rápido que me passava pela cabeça que eu iria morrer. Eu dançava, lia livros, ouvia musicas, mas nada me tirava a angustia de que algo grandioso estava por vir e eu me sentia completamente dividida.

—Regina?—Escuto minha mãe me chamar enquanto olhava a paisagem além da minha janela.

—Sim?—Falo e ela entra em meu quarto sorrindo.

—Filha, iremos nos mudar de pais.—Minha mãe fala e eu fico sem entender.—Seu pai fez um grande negocio com uma empresa no México, e decidimos nos mudar para lá.

—México?—Pergunto e sinto minhas pernas fraquejarem.

—No inicio não concordei...—Fala com o olhar distante.—Mas depois resolvi mudar de opinião.—O que acha?—Ela me pergunta ansiosa e eu balanço minha cabeça.—Não me parece que está bem...—Fala preocupada e eu me apoio na poltrona para não cair.

—Estou um pouco fraca.—Falo e ela fica preocupada.

—Regina?—Leandro me chama entrando em meu quarto.—O que está havendo aqui?

—Sua irmã esta se sentindo um pouco fraca...—Minha mãe fala.—Vou pedir para fazerem um chá.—Minha mãe fala e sai do quarto quase voando.

—Está se alimentando bem?—Leandro pergunta preocupado.—Sabe como eu me preocupo com você.

—Estou me alimentando bem.—Falo de uma vez só.—Só que as vezes minhas pernas fraquejam , meu coração dispara.E como se...

—Algo que te faz feliz estivesse distante.—Leandro fala como se lesse os meus pensamentos.—As vezes eu me sinto assim...

—Tem dias que penso que vou enlouquecer, que estou ficando paranóica.—Falo me sentindo fraca novamente.—O que está acontecendo?

—Não sei Regina. —Leandro fala e me abraça.—Só não se desespere. Vai ficar tudo bem.