Quando o Amor Chega escrita por Miss Viegas


Capítulo 10
Cinema


Notas iniciais do capítulo

Ufa! Aqui está ele, não quis demorar muito pra postar, a escrita estava fluindo muito bem então quis colocar logo no ar. Espero que curtam e muito obrigada por acompanharem ^^
Bjinhos!



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Wulcan por um instante se sentiu meio boba e constrangida. E não era pra menos, afinal, chegar assim, de supetão no quarto de Kurt, sendo novata e convidá-lo para o cinema sem mais nem menos, era motivo suficiente para ficar sem jeito.

- O que disse? Acho que não entendi... – disse Kurt ainda processando a informação.

- Você quer ir ao cinema comigo? – repetiu Wulcan  do mesmo jeito como falou na primeira vez.

- É que... não devia ser o garoto quem convida a garota para ir ao cinema? – pergunta ele mais descontraído.

- Normalmente sim, mas nesse caso podemos abrir uma excessão – comentou ela sorrindo e se sentando em uma cadeira. – Licença.

- Por que está me convidando?

- Porque acho que você está precisando de uma espairecida e...

- Se a Vampira e a Kitty te pediram pra vir até aqui, eu não quero saber de nada – cortou ele um pouco ríspido.

- Olha, elas não me pediram nada, fui eu quem deu a idéia. Elas estão preocupadas com você, até quando vai agir como um velho carrancudo? Talvez eu não tenha direito nenhum de falar isso e só estja me metendo onde não devo, porém percebo o quanto você está sofrendo e o quanto está fazendo quem mais te quer bem sofrer.

- Não sei se é uma boa idéia. Tem outros garotos aqui na mansão que adorariam sair com você, por que não os convida?

- Já disse porquê. Vem comigo, Kurt. A gente vai, assiste o filme depois come uma pizza ou toma um sorvete, sei lá.

- é estranho, eu devia convidar você, ora. Isso vai contra as regras de uma saída a dois. – disse ele sorrindo um pouco mais bem humorado.

- Bem, o Professor Charles me deu um dinheiro pra comprar umas roupas novas, mas ele me deu uma quantia que daria pra comprar uma grife inteira.. – ela sorriu.

- Wulcan,  não sei se seria uma boa companhia.

- Tá tudo bem, a gente pode conversar, se conhecer melhor, vem, vai ser divertido – ela sorriu abertamente.

Wulcan pensou por um momento que ele não aceitaria, ela sairia e ficaria muito sem graça, permaneceu olhando para ele, ansiosa pela sua resposta. Kurt por sua vez olhou para ela,  com uma surpresa diferente  da que quando ela apareceu em seu quarto, era quase uma ternura. Afinal, percebia-se que sua intenção era boa, que ela queria ajudá-lo, ainda que nada daquilo tivesse haver com ela, era uma preocupação de Vampira e Kitty, talvez ela gostasse muito das duas para querer ajudá-lo.

- Tudo bem, aceito ir com você. – ela soltou um poequeno gritinho.

- Que bom! Então, daqui a uma hora lá embaixo. Pode ser?

- Tido bem, a gente se vê.

Ela saiu do quarto e Kurt permaneceu pensativo. Será que fizera certo? Será mesmo que devia ter aceito?  Por outro lado, pensando bem, ele nunca mais fora ao cinema, pra falaer a verdade, nunca mais fora pra lugar nenhum, ficava  sempre no quarto fazendo nada. De repente percebeu o que Wulcan dissera e viu o quanto ela estava certa. Ele vinha agindo como um velho carrancudo, sempre cabisbaixo pelos cantos.

Talvez essa ida ao cinema viera em boa hora, não era tão má idéia afinal, ele não conseguira nada de interessante pra fazer antes do almoço, não se concentrava em nada, podia-se dizer até que estava bastante entediado. É, não tinha nada a perder, Wulcan parecia uma boa pessoa e uma menina muito legal no fim das contas. Um pouco mais animado que o habitual ele foi escolher o que vestir pra ir com Wulcan.

***

Wulcan por sua vez quando chegou ao quarto estava radiante. Ficara muito feliz porque Kurt aceitara seu convite, ela também, depois do treino com Logan e o desmaio súbito, precisava de uma espairecida, aquele não seria seu último treino e precisava estar com a cabeça tranquila para se concentrar melhor nos que viriam. Notou então que Kitty e Vampira entraram no quarto.

- E aí? Ele aceitou? – perguntou Kitty.

- Sim! Ele aceitou, que bom, ele vai relaxar e eu também! – disse Wulcan empolgada.

- Que bom! – comemorou Vampira – Meu irmão estava precisando disso, que horas vocês vão?

-        Combinamos de nos encontrar daqui a uma hora lá embaixo. Vim escolher a roupa que vou, agora me lembrei que também preciso comprar maquiagem, coisa simples.

-        Bem, então vamos lá. A gente ajuda a escolher. - disse Vampira animada.

Wulcan havia comprado muitas roupas, nem em sua casa havia tido tantas assim escolhidas a seu gosto exclusivamente. E muito menos alguém pra discutir com ela qual roupa usar. E ter Vampira e Kitty ali para ela era um presente, as três gostavam de conversar e compartilhar as coisas, mesmo recém chegada ali, ela havia sentido segurança na amizade das duas e por isso sentia-se cada dia mais á vontade.

-        Que tal esse? - disse Kitty com um vestido na mão.

-        - É muito formal. Acho que um conjunto fica melhor – opinou Vampira.

-        É mesmo, é uma ida ao cinema, tem que ser algo bem confortável.

Elas olharam mais algumas roupas e Wulcanoptou por um short jeans e uma blusa sem manga com um all star preto até os joelhos, foi até o espelho e penteou os cabelos, ultimamente ela os deixava soltos evidenciando suas mechas vermelhas.

-        Você está linda! - disse Kitty

-        Eu concordo! Que bom que meu irmão aceitou ir com você, vai estar em ótima companhia. - Disse Vampira com tom malicioso.

-        Eu reparei no seu tom viu? - disse Wulcan rindo – É só um cinema, não pense nada. Vampira sorriu e ficou meio sem jeito, não lhe passara pela cabeça nada muito sério, mas depois que Wulcan comentou ela imaginou “por que não?” - Vamos descer então?  Já peguei o dinheiro. É incrível como essa pequena produção demorou exatamente uma hora.

As trẽs desceram e encontraram Kurt sentado no sofá esperando, ao contrário dos outros dias não parecia tão cabisbaixo, tinha um olhar até mesmo tranquilo, com um leve toque de empolgação pode-se dizer. Ele estava mesmo precisando sair de casa.

-        Vamos Kurt? - chamou Wulcan – Já estou pronta.

-        Você é rápida, a Kitty quando tem que se aprontar pra sair demora umas duas horas no mínimo. - disse ele com um sorriso.

-        Seu sem graça!

-        Espero que vocês se divirtam bastante, nem se preocupem com a hora.

-        Tchau! - disseram os dois saindo.

-        Você reparou como ele pareceu animado? - perguntou Kitty

-        É, ele tava até perfumado, do jeito como andava ultimamente achei até que ia de bermuda e chinelo. - riu Vampira enquanto as duas subiam as escadas.

Mal elas sabiam que Kurt e Wulcan andavam lado a lado e se encaminhavam para a saída da mansão  meio sem jeito um com o outro, não era um encontro propriamente dito, mas eles permaneciam em silêncio, esperando que o outro falasse algo, puxasse assunto. Permaneciam com o corpo retraido como se aquilo fosse realmente constrangedor, mal levantavam a cabeça, pra falar a verdade, mas como tudo na vida alguém tem que tomar a iniciativa.

- Erm... você está muito bonita, Wulcan. Obrigado por me convidar. – Ela ficou surpresa, um pouco sem jeito no início mas respondeu.

- Tudo bem Kurt, não tem de que. Espero que você fique melhor depois disso. A gente vai pra se divertir e tomara que você se divirta um pouco, soube que era bem divertido. Quer dizer, acredito que ainda é, só está passando por uns problemas. – ela sorriu e ele sorriu de volta.

- É, eu ando meio pra baixo, não é fácil pra mim. Muita coisa na cabeça.

- Sei como é, também já fiquei assim, não pelos mesmos motivos mas parecido.

- Vamos fazer uma coisa então, vamos fingir que estamos nos conhecendo agora e começar uma conversa bem longa, eu podia teletransportar a gente pro shooping mas dá tempo pra irmos conversando e chegar no cinema. Prazer, sou Kurt Wagner. – disse ele estendendo a mão. Wulcan sorriu largamente, aquilo era mesmo uma graça.

- Prazer, Susan Guyne, mas como não uso mais esse nome pode me chamar de Wulcan. – ela sorriu e eles começaram uma boa conversa, com assuntos variados e quanto mais conversavam mais se descontraiam e tornavam aquela caminhada que no início tinha tudo pra ser chata e entediosa, muito mais legal.

***

Na mansão, ao contrário da conversa descontraída de Kurt e Wulcan, os professores se reuniam no escritório do Professor Charles. Reuniões ás vezes são chatas e só se fala coisas que todos já sabem mas lá os professores estavam para dar seus relatórios sobre os exames e treino de Wulcan. Logan ficara impressionado com a garra dela, tinha algo que lhe tocava de uma forma que não sabia explicar. Ele observou Hank lendo alguns papéis, estava com óculos e um jaleco branco, parecia muito concentrado e intrigado. Tempestade também estava presente, afinal, ela também poderia treinar Wulcan, ensinado-lhe a controlar melhor seus poderes e entrar em harmonia com a mente.

- Bem, como vocês devem saber, os reuni aqui para que me passem os relatórios sobre Wulcan. Pressinto que tivemos bons resultados, assim como muitas surpresas não? – começou Charles.

- Se o Logan permitir, quero começar a dar meu relatório. – pediu Hank.

- Á vontade, Fera.

- Bem, fiz o exame de sangue em Wulcan e os resultados foram no mínimo intrigante. – ele retirou de sua pasta um tubo de ensaio – Eu isolei os componentes sanguíneos e descobri que no sangue dela há pelo menos 60% de seiva vegetal, eu olhei a amostra no miscroscópio e decobri células vegetais se misturando ás hemácias, macroscopicamente como dá pra ver neste tubo, seu sangue se apresenta visualmente normal, mas coma olhada mais perto, dá para ver alguns pontos verde escuro se misturando ao vermelho das hemácias.  Talvez essa propriedade sanguínea  influencie em sua capacidade de controlar a vida vegetal e fazer plantas brotarem dela, parece ser um poder muito evidente e se ela quiser pode aprimorá-lo muito bem. De resto, suas taxas estão normais.

- Esse detalhe é muito interessante, Hank. Esperava uma surpresa assim.

- No entanto, não há nada em seu sangue que explique seu outro poder.

- Tudo bem, Hank, com o decorrer dos dias e com os treinos, quem sabe podemos descobrir algo sobre isso. Logan, seu relatório.

- Bom, talvez eu possa dizer o que motiva seu poder do fogo. Primeiramente quis colocá-la para fazer algo leve, desviar de obstáculos e acertar em alguns alvos. Noto que essa menina tem um gênio um pouco explosivo  - ele adicionou um tom sarcástico a afirmação – Em um acesso de raiva ela explodiu a plataforma de alvos, decidi levá-la para a Sala do Perigo.

- Não acha que foi precipitado, Logan? – perguntou o Professor.

- De modo algum Charles. Ela queria testar seu poder na força máxima, então a levei para o medidor. Ela conseguiu um bom desempenho, 200°C de primeira, no entanto, o esforço foi por demais grande. Ela não aguentou a barra e desmaou.

- Logan, isso é muito sério! – exclamou Hank – Devia ter levado a menina para a enfermaria.

- Eu quis Fera, mas ela parece ser mais durona do que parece. Em alguns minutos se recuperou e ficou questionando seu desempenho. Talvez o poder do fogo dela venha de seus sentimentos mais profundos, de sua... raiva.

- Logan falou esta última frase com um tom pausado, pensativo, ele achava aquilo um tanto familiar, e seu  jeito não passou despercebido a Charles.

- Tenho pensado em colocá-la em um treino de equipe da próxima vez, para que ela controle mais seus impulsos.

- Talvez não seja uma boa idéia, porecisamos de mais estudos e testes sobre os poderes da menina.

- Desta vez Logan está certo. Um treino em equipe pode ajudar Wulcan a dosar seus poderes de ataque e torná-los mais precisos, uma vez que haverão mais pessoas com ela e se preocupará em não machucá-las. – comentou Tempoestade que até então permanecera quieta.

- Eu concordo... com Tempestade. Dessa vez devemos fazer mais aplicações práticas e exigir isso de Wulcan. – disse Charles.

- Posso fazer um treino com ela dessa vez, Charles.

- Talveaz nas atividades ao ar livre, Ororo, mas por enquanto, na Sala do Perigo, prefiro que Logan faça os treinos em equipe e individuais. Quero que entendam... – Charles utilizou   um tom profundo, entrelaçando as mãos – que Wulcan pode ter muito mais dentro de si e nós precisamos ensiná-la a utilizar seus poderes corretamente para que não constitua perigo nem para ela nem para os que estão próximos.

Os outros professores acentiram, ficaram mais algum tempo em reunião, discutiram novas metodologias e seqüências  para os treinos dos alunos, mas sempre acabavam pensando no progresso de Wulcan e em como fazê-la melhor.

***

Wulcan e Kurt haviam chegado no cinema , conversaram bastante ao longo do caminho. Ela lhe contara  sobre seu irmão, de como eram cúmplices e das brigas com a mãe, contara sobre seus poderes, de como descobrira. Kurt  por sua vez comentara sobre sua origem, que fora adotado mas sabia quem era sua verdadeira mãe. Segundo ele, “uma vilã que junto com outro cara e a irmandade perseguiam  os X-men”, Wulcan entendeu que era um assunto meio impróprio para o momento, da mesma forma como agora fazia sentido o que Vampira lhe disse sobre ela e Kurt serem irmãos, quanto aos vilões mencionados, ela tinha tempo pra saber mais á respeito. Ele lhe falou sobre seus poderes também, até riu das travessuras que fazia brincando com eles. Kurt achou divertido, talvez estivesse mesmo precisando daquela espairecida. Eles chegaram ao shopping , subiram as escadas rolantes chegando ao 5º piso, onde ficava o cinema. Como prometido, Wulcan pagara os ingressos, e eles se dirigiram para a porta da sala de exibição.

- É a sala 3. – disse Wulcan.

- Ali, já encontrei – falou Kurt apontando.

Ele pegou na mão dela , os dois ficaram constrangidos por alguns segundos, deram um sorriso sem graça. Kurt percebeu como a mão dela parecia quente, mas se sentiu bem. Os dois se dirigiram  para a porta da sala, ainda não havia sido aberta, um grupo de mais ou menos 30 pessoas estava lá em uma pequena fila. Eles ficaram esperando, faltavam poucos minutos para abrirem. Kurt ainda segurava a mão de Wulcan, já se sentia  á vontade, mas algo iminente logo o incomodaria.

Á alguns metros dali, Amanda fazia compras com algumas amigas, olhava as vitrines, já tinha algumas sacolas na mão, estava bem melhor. As amigas, duas meninas extremamente falantes e loucas por uma liquidação falavam de como a bolsa de uma loja era fashion e em como sapatos de tal tipo estavam na moda. Amanda voltava a sua vida normal, ela ainda pensava em Kurt, mas seus pais e as amigas insistiam tanto para que ela voltasse a ser o que era, voltasse a fazer compras, sair, que ela aos poucos foi cedendo aos mimos dos pais e alegria das amigas, seu pai até lhe deu um cartão com vasto limite, o que lhe permitia comprar muitas extravagâncias. E era isso que fazia ali, já sabia todas as lojas do shopping, seus preços e ofertas, porém não podia negar que gostava de bater perna e comprar algo diferente.  Ela estava em uma loja perto dos cinemas, que vendia jóias , inconscientemente levantou os olhos em direção ao cinema, talvez o tenha feito pra ver os filmes em cartaz, mas tomou um choque. Viu Kurt, mas não só ele. Ele estava com uma menina. Ela parecia alegre e ele também, apesar de longe notou que estavam de mãos dadas, e eles conversavam e riam bastante. O que conversavam? Ela ficou intrigada, quem seria ela? Era uma mutante também? Ele já a tinha esquecido? Uma certa mágoa que ela achava já ter esquecido parece que havia voltado, por alguns segundos sentiu vontade de chorar, talvez ainda gostasse de Kurt mais do que deveria.

- Amanda! Vem cá, olha esse colar! É um escândalo! – chamou uma amiga, mas Amanda nem olhou.

- Que foi Amanda? – disse a outra – Avistou alguém?

- É... o Kurt.

- Que horror! – exclamou a primeira – Pensei que já tinha esquecido esse cara, ele não merece você e é você sabe o que.

- Eu sei mas... ele está com uma menina, ali no cinema. - ela olhou bem para aquela menina, parecia alegre e seu modo de vestir era bastante despojado com aquele all star até os joelhos, quem seria? - Quem é aquela menina com cabelo mechado de vermelho? - perguntou ela.

- Não sei – continuou a amiga tagarela – Será que é uma mutante também que vive naquela mansão? É melhor a gente nem procurar saber, esse tipo de gente é perigosa, se for uma mutante, sabe Deus o que pode fazer. – disse ela com expressão alarmada.

Amanda no entanto não tirava os olhos dos dois, dizem que quando alguém joga uma energia em sua direção, você consegue sentir, ao menos um pouco, e Kurt sentiu. Ele estava conversando com Wulcan sobre um caso engraçado do lugar que vivera, lembrou que não tinham comprado nada pra comer durante o filme e olhou em direção a bomboniére, mas esta ficava na mesma direção da loja em que Amanda estava em frente. O olhar cruzado dos dois foi inevitável. O rosto de Kurt imediatamente se contraiu, ele permaneceu olhando lonagmente na direção de Amanda e parara de falar, e isso não passou despercebido a Wulcan.

- Kurt? – chamou ela percebendo que ele se distraira. Só então quando ela seguiu seu olhar deparou com outros olhos olhando para eles, os de Amanda, percebeu que ela olhara de volta e percebeu que ela devia ser a tal ex-namorada de Kurt. Ela tinha mágoa, tristeza e até mesmo um pouco de raiva no olhar, Wulcan se sentiu incomodada e constrangida, aquilo não podia acontecer logo naquele momento, Kurt estava bem e alegre, era mesmo uma situação embaraçosa – Kurt, já abriram a sala, vamos entrar. – chamou ela tentando chamar a atenção dele de volta.

- Hã? Ah sim, Wulcan – disse ele desviando seu olhar de Amanda – Erm... eu vou comprar algo... e... Você entra primeiro e guarda os lugares – ele pareceia meio desnorteado ainda.

- Tudo bem, te espero lá dentro – disse ela com voz baixa entrando na sala.

Amanda viu quando ela entrou, algo dentro dela queria ir falar com Kurt, perguntar sobre essa menina, quem era, se era sua namorada, mas sua amiga a impediu.

- Amanda, vamos embora, não é bom nos misturarmos com essa gente, nem faria bem a você, você tem que procurar algém da nossa espécie, vamos logo.

- É, você tem razão – disse Amanda se afastando, mas cheia de curiosidade de saber quem era a menina misteriosa. – Se essa garota for um deles, saberemos logo.

- Vmaos, que tem uma promoção de sapatos bico fino que está me chamando! – disse a amiga enquanto as três se afastavam.

Kurt observou Amanda se afastar com as amigas, suspirou aliviado. Por algum momento sentiu vontade de ir atrás dela e conversar mas depois lembrou de toda a boa vontade de Wulcan de levá-lo para fora de casa, de como ela estava sendo legal e percebeu que falar com Amanda só o chataria e estragaria o passeio. Ele se dirigiu a fila da bomboniére para pedir pipoca, refrigerante e alguns chocolates. Dentro da sala, Wulcan permanecia quieta esperando por Kurt, escolhera um lugar de canto, na fileira onde só haviam lugares triplos, não queria correr o risco de ficar ao lado de um casal se beijando ou algo assim, até o filme foi escolhido com o intuito de não forçar uma situação, haviam filmes do tipo “amor na primeira curva”, “coração feliz” ou “amando eternamente”, títulos assim para uma pessoas que ainda lembra de uma ex só poderia levar a um ataque de memórias e seguidas de depressão, se fosse ela com certeza. Daí escolheu uma ficção científica, com robôs e lutas, mas pelo visto não adiantou muito, pois pelo visto o destino queria que Kurt enxergasse a ex dele justamente naquele dia naquela hora, será que ele ficara triste? Ela não queria que ele ficasse triste, convidara-o justamente para o contrário. De repente sentiu uma sensação ruim, como se estivesse triste, não queria ter causado uma situação. No entanto, tinham um filme pra ver, poderiam conversar mais depois dele. Sorte que Kurt chegou com dois refrigerantes pequenos e um saco grande de pipocas, as luzes logo se apagaram.

- Que bom que você chegou antes do filme começar, mas comprou só uma pipoca porquê?

- Ah, comprar duas era só um pouco mais barato, então resolvi comprar mais pipoca por um pouco mais. – ele sorriu

- Estranho, eu devia ser a pão dura já que o dinheiro é meu mas tudo bem. – ela sorriu de volta.

O filme começou, haviam trailers e outras coisas mas os dois começaram a comer e tomar os refrigerante. Kurt segurava a pipoca e um momento em que ele foi pegar outro bocado, Wulcan também e as mãos dos dois praticamente se entrelaçaram, eles se surpreenderam com o toque, sorriram um pro outro. O filme não foi tão ruim, eles comeram bastante pipocas e mais alguns chocolates que Kurt comprara. Apesar de curto, o filme foi bem divertido, muita tecnologia, robôs, essas coisas. Quando as luzes acenderam, os dois decidiram comer uma pizza. Wulcan estava temerosa que a ex de Kurt ainda estivesse por lá e se encontrassem de novo. Ele percebeu que ela estava tensa.

- Aconteceu alguma coisa Wulcan? Você não gostou do filme?

- Não Kurt, é que... eu percebi que tinha uma menina olhando pra nós quando estávamos na fila e ela parecia meio brava. Era ela não era? Sua ex... – ele baixou os olhos, realmente, Wulcan ewra uma das pessoas mais francas que já conhecera.

- Era Wulcan, era ela. Eu não queria que a gente tivesse uma tarde ruim por causa disso, por isso disfarcei, não queria estragar nosso passeio. – Wulcan baixou a cabeça, meio envergonhada.

- Espero não ter criado nenhuma situação ruim. - Wulcan disse sem graça. – Kurt percebeu que ela se sentiu culpada por estar no lugar errado na hora errada com ele, era mesmo muito especial, era franca quando devia ser mas ao mesmo tempo sensível. Ele tocou em seu queixo fazendo com que ela levantasse o rosto para olhá-lo.

- Pelo contrário, vocẽ me tirou de uma situação ruim. - Kurt sorriu para ela.

Eles então resolveram fazer o pedido por uma bela pizza de calabresa para encerrar aquela tarde que apesar do incidente com Amanda foi uma tarde de diversão para ambos.

***

Após a reunião com os professores, Charles pediu a Logan para levá-lo até a escola de Bayville. Tinha assustos importantes a tratar com o diretor Kelly, havia uma nova aluna em seu Instituto, mas ela também precisava estudar em uma escola regular. Sabia que qualquer aluno que ele tentasse colocar naquela escola, uma vez que sabiam que ele era um mutante e seus alunos também, o intolerante diretor Kelly faria de tudo para não aceitar, no entanto, a lei estava a seu lado, e o governo decidira que os mutantes tinham o direito de estudar em escolas regulares com humanos. Ele se valeria disso para colocar Wulcan na escola.

Chegando lá, pediu que a secretária o anunciasse, percebeu que um grito alterado veio da sala do diretor, mas não se abalou.

- Acho que ele não quer nos ver Charles. – disse Logan sério mas com seu tom sarcástico na voz.

- Não adianta Logan, devemos colocar Wulcan na escola, afinal ela está em idade escolar, a lei está do nosso lado e nesse quesito, ela diz que educação é um direito de todos, humanos e mutantes.

- Essa menina pode causar polêmica por aqui Charles, a Irmandade pode ... ter interesse por ela, você sabe.

- Nesse sentido Logan, explicaremos a ela, tudo a que estará sujeita, sei que ela tem um potencial imenso a ser explorado, no entanto não podemos prendê-la na mansão, assim como os outros, ela aprenderá a manipular seus poderes e controlar suas emoções. – a secretária saiu da sala do diretor, ela olhou os dois um pouco temerosa e disse com voz sumida:

- O diretor disse que vocês podem entrar.

Eles entraram e viram o Diretor Kelly de costas para a porta olhando para fora através do grande janelão de sua sala.

- O que vocês querem aqui? – disse ele virando-se. – Sabem que não gosto de tolerar a presença de seus pupilos mutantes no corredor de minha escola, o que dirá o mestre deles na minha sala. O que o senhor está fazendo aqui?

- Sei que  não se alegra com nossa presença, Diretor Kelly, mas tenho assuntos a tratar aqui com o senhor. - disse Charles olhando-o nos olhos.

Á contragosto, o diretor apontou um lugar para Logan sentar e para o professor Charles, já imaginando o teor daquela conversa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Muito obrigada por lerem! ^^



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