Pray For Love escrita por Lizzie-chan


Capítulo 21
Capítulo 20 - In My Life


Notas iniciais do capítulo

Yey, um capítulo um pouco atrasado, mas ainda assim um capítulo kkkkkk.
ADOREI fazer isso gente. Enrolei pra começar porque sabia que ia ficar comprido, e ficou mesmo, exatamente como esperava kkkk. Espero que aguentem, provavelmente vai ser o único grandão e os outros provavelmente voltarão ao meu padrão usual (ralar pra chegar nas 2000 palavras kkkkkk).

Bem, booooa leituuura!!
(Título: Em minha vida)
➢ Dia 25: In My Life - The Beatles



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/591453/chapter/21

— Sabe, você não precisa me seguir pra cima e pra baixo — resmungou a loira, fazendo questão de jogar o cabelo por cima do ombro enquanto o grupo descia a rua. Quase podia escutar Wendy, Gray e Erza conversando ao fundo, mas estava muito ocupada com seu próprio problema.

Claro, ninguém ia falar nada sobre o que havia acontecido ontem, e Loki certamente manteria a feliz ocasião para si mesmo, seja para rir mais tarde ou para usar isso como justificativa para seu caso imaginário com a maga celestial. Não havia, de fato, nada com que se preocupar.

Exceto, óbvio, que Natsu não havia gostado muito do ocorrido.

E fazia questão de pontuar isso com o olhar todas as vezes que suas vistas se cruzavam, andando atrás dela muito perto, os braços cruzados e a expressão analítica. Provavelmente o resto do grupo estava estranhando a situação e Lucy tinha que lembrar a si mesma desesperadamente que eles não haviam contado aos amigos exatamente “no que” estavam envolvidos.

Mesmo porque nem eles próprios tinham certeza.

— Nós temos que andar juntos — retrucou o garoto, acompanhando seus passos de perto.

Juntos, não grudados, quis dizer, mas mordeu a língua e guardou o sarcasmo para mais tarde. Era importante que usassem seu tempo para procurar quaisquer pistas. Quem quer que fossem os ladrões que fingiram a morte de Romeo, certamente não se tratavam de pessoas normais — se mais nada, certamente seu azar habitual estava trabalhando contra a loira e iriam se deparar com alguma coisa particularmente desagradável. Mas tudo bem, desde que Romeo estivesse vivo no final, valeria a pena.

Foi com esse pensamento na cabeça que eles haviam passado por sua parte designada da cidade, Lucy e Natsu tendo briguinhas ocasionais na frente e o restante atrás. A Heartfillia podia jurar que havia escutado o gato azul dizer a palavra “gosta” pelo menos um par de vezes por suas costas, mas ignorara isso também, procurando manter o foco.

— Nós já estamos acabando a ronda... — comentou Erza, chamando a atenção do grupo. Sua expressão era pensativa conforme continuava: — E mesmo assim não achamos nada anormal. Disseram que essa cidade era perigosa, mas nem tem pessoas mal encaradas... Tem algo muito errado aqui.

— Tive essa sensação também — anuiu Charle, flutuando suavemente ao redor de Wendy enquanto falava de modo pensativo. — Todos parecem pacatos e felizes, como se uma pessoa nem tivesse supostamente morrido aqui há alguns dias.

— Bem, eles não conheciam o Romeo, eles não devem se importar tanto — acrescentou Gray, balançando a camisa sobre o ombro nu enquanto andava. Lucy o observou um pouco curiosa.

É, era verdade: o impacto da morte de um desconhecido não era nem de longe o mesmo do da morte de um amigo próximo. Os soluços secos de Natsu haviam provado isso no dia anterior, e para ela já era mais do que o suficiente.

Apertou uma mão em punho enquanto o restante do grupo continuava a discutir. Quanto mais tempo perdiam sem encontrar pistas, maior era a chance que Romeo, se estivesse mesmo vivo, viesse a morrer, e isso a assustava. Seus dedos tremiam levemente enquanto observava os paralelepípedos da rua sem realmente vê-los.

Por mais que desejasse, apenas a possibilidade de que tudo desse certo não tornava as coisas boas. Ah, de jeito nenhum.

Seus pensamentos foram interrompidos quando uma palma quente apertou firmemente seu ombro, fazendo-a estremecer e levantar o olhar para o par de orbes verdes musgo sérios que a fitavam de cima. Natsu assentiu lentamente com a cabeça, seus cabelos sendo um pouco bagunçados por uma rajada de vento repentina, e disse:

— Calma vai dar tudo certo. Romeo está em algum lugar e a gente vai encontrar ele se trabalharmos duro. — Sua voz estava desprovida de quaisquer risos ou gracinhas, e foi apenas por isso que ela assentiu com a cabeça, reconhecendo seu mérito ao falar aquilo.

— Obrigada, Natsu... — murmurou, os olhos ainda nos dele, antes de dar o sorriso mais confiante que conseguia e continuar a andar. Estavam perto do hotel, e àquela altura da tarde, provavelmente mais alguns membros da Fairy Tail haviam chegado para seu auxílio. Estava realmente curiosa para saber quem havia sido, de um jeito ou de outro.

Assim que chegaram à recepção, cinco minutos depois, foram calorosamente recebidos por uma Levy de vestido azul carregando óculos com Gajeel e seus sete livros em línguas diferentes a tiracolo. A baixinha acenou assim que os viu, chamando a amiga loira animadamente para acompanhá-la no sofá da recepção.

— Vocês chegaram cedo. O pessoal ainda nem apareceu direito — contou, colocando os óculos na ponte do nariz para dar atenção a seus livros novamente. — Estava lendo um pouco sobre substituição de corpos pra ver se descubro algo, mas não é a minha especialidade, está difícil.

— Sua especialidade é resolver enigmas, baixinha — interrompeu o moreno, esparramado num sofá azul ao lado do dela. — Você vai entender a lógica por trás disso tudo, só vá com calma.

— Espero que você esteja certo... — confessou a azulada, virando uma página do livro em seu colo, em alguma língua antiga e difícil demais para que Lucy tentasse reconhecer. — Mas mesmo assim, só analisar o corpo não é o suficiente. Ele pode ter sido substituído por alguma magia muito específica, mas isso não muda o fato de que foi substituído, e seja qual for o objetivo por trás disso, precisamos descobrir antes que Romeo morra de verdade.

— Os outros vão chegar logo, talvez eles tenham mais informações pra nós — comentou Wendy, seguindo até o lado da McGarden e colocando uma mão gentil em seu ombro enquanto sorria. — Não se sobrecarregue, Levy-san, pode fazer mal pro seu bebê — pontuou, o olhar caindo docemente para o ventre proeminente da maga mais velha.

Levy soltou um suspiro, colocando uma mão sobre a barriga de modo pensativo e acariciando-a em círculos sobre o tecido de seu vestido.

— Acho que estou me animando demais, ele não para de me chutar, um atrás do outro... — contou, seus dedos tocando carinhosamente o local onde estava seu filho.

— Ou talvez sejam dois pares de pernas — acrescentou uma voz feminina delicadamente. Ao se virar, Lucy localizou Lisanna à porta com um sorriso sacana, acompanhada de seus irmãos e de, por nenhum motivo aparente, Laxus (e era um mistério como ele havia conseguido separa o Raijinshu da barra de sua calça, mas havia).

— E-ei! — reclamou a baixinha, dando um pulo no sofá e olhando surpresa para a albina, que atravessou o hall lentamente. Todos estavam ignorando olhar um pouco desconfiado da recepcionista diurna enquanto usavam a entrada do hotel como centro estratégico.

— Você tem que admitir que posso estar certa — brincou a Strauss, sentando-se no braço do sofá branco de Levy e acenando levemente com a mão em zombaria.

— Você pode estar errada também... — murmurou a garota, olhando novamente para seu ventre e dando nele uma cutucada discreta enquanto murmurava para si mesma algo que para Lucy parecia com “tem dois de você?” antes de se virar para a maga de take over e mudar o assunto: — Encontraram algo?

— Encontramos — assentiu Mira, ao que todos se viraram surpresos. À primeira vista, parecia que estavam em um silêncio tenso, mas logo todos perceberam que o que deveriam saber já estava lá.

De pé, ao lado de Laxus, com cabelos grisalhos e uma expressão preocupada.

Macao... — chamou Natsu baixinho, fazendo um movimento inconsciente na direção do homem mais velho, que direcionou a ele sua atenção, a tez franzida e enrugada e a barba por fazer em tufos ao redor de suas bochechas e queixo.

— Obrigado por procurarem Romeo pra mim — agradeceu cordialmente, embora parecesse bastante irritado, o que surpreendeu Lucy. Não demorou a notar, no entanto, que o desconforto não era destinado a eles. — Enquanto vocês faziam isso eu estava longe inconsciente do que acontecia...

— Você não tem que se sentir assim, Macao — interrompeu Laxus, ao que o mago de eletricidade o olhou com a mesma expressão incomodada. O loiro suspirou, deixando seu olhar vagar para o teto da recepção e parecia bem claro para a maga estelar que conversas reflexivas não eram o seu forte, de modo algum. — Romeo pode estar vivo, é o que importa. O resto é passado.

— Mas a dor foi real... — ciciou o mais velho, torcendo os lábios ao terminar a frase. O loiro não pareceu muito agradado após ser contrariado tão rapidamente após pensar por algum tempo para formular aquela resposta. Por qualquer motivo que fosse, Lucy tinha a impressão que o sorriso alegre de Mirajane parecia bastante orgulhoso e condescendente ao fundo, ao lado de Elfman.

— Que seja, vai ser mais real se encontrarmos ele morto, então conta logo o que você sabe pra gente ver se consegue alguma informação útil — ralhou, a voz ríspida e autoritária, franzindo o nariz e olhando feio para algum canto da parede. Primeiramente parecia essencialmente rude, mas se analisado mais minuciosamente, estava claro que tudo o que queria era desviar o homem dos pensamentos depreciativos. E isso em si era uma atitude bem nobre, embora estivesse sendo executada de modo pouco cortês.

— Ah, certo... — Macao aceitou a sugestão, levantando a cabeça para encarar Levy nos olhos, que se aprumou em seu lugar no sofá e franziu a testa, o semblante extremamente concentrado e impassível, esperando por seu relato. Ele assentiu com a cabeça, como se ela tivesse dito algo, e a baixinha fez o mesmo antes que começasse: — Nossa família vive perto de Magnólia, ainda. Temos vizinhos e amigos agradáveis nos arredores, alguns deles magos, mas a maioria só usa a magia para si mesmo e trabalha normalmente, que é o que nós fazemos.

— Parece tudo bem normal pra mim... — sussurrou Levy, concordando com a cabeça para indicar que ele continuasse.

— Romeo fazia aulas de magia quando estávamos em Magnólia, ele me contou depois que nos mudamos, então decidi procurar um professor pra ele. Nós encontramos um muito bom, que ensinava como um hobbie e trabalhava com alvenaria, era bem simpático e aprendera o que sabia com o pai — explicou, gesticulando vez ou outra com as mãos a fim de enfatizar seu discurso. — O professor dele ficou bem entusiasmado quando soube que éramos membros da dissolvida Fairy Tail e aceitou facilmente nos ajudar. Romeo adorava ele e sempre dizia que era um professor magnífico. Então, cerca de dez ou onze dias atrás, talvez mais ou menos que isso, o professor dele chamou ele pra vir aqui nessa cidade, porque parece que haveria um treinamento mais eficaz aqui, com um de seus amigos magos que havia concordado em ajudar.

Parou por um momento, parecendo relembrar os acontecimentos com certa resignação antes de retomar a palavra:

— Concordei pela insistência do Romeo, ele realmente queria vir e treinar, e ele estava se tornando um ótimo mago, também, sempre se esforçando e aperfeiçoando suas chamas. Ele veio todo animado e estava dando notícias regulares por lacrima até alguns dias atrás. Tentei contatar seu professor também, mas não consegui. Acho que, se Romeo foi capturado, o professor também foi, talvez os dois sejam reféns para alguma coisa — sugeriu por fim, finalizando seu relato e sua hipótese.

Levy se inclinou para frente, contra o próprio estômago em formato de balão, e fez uma expressão pensativa, parecendo ignorar todo o restante das pessoas na sala por alguns momentos enquanto falava consigo mesma.

— Algo que tenha acontecido notadamente depois que Romeo morreu... A notícia se espalhou, mas parece até que foi um caso normal, então se foi pra chamar a atenção, não foi tão eficaz... — começou, colocando um dedo sob o queixo pequeno. — Essa cidade é perigosa... Então casos assim são normais, mas diferente de tudo isso... Diferente...

Sentou-se ereta de repente, jogando seus cabelos cacheados para todos os lados em ondas agitadas. Seus olhos castanhos brilhavam com a resposta mais simplória de seu próprio universo pessoal e parecia estar tendo seu tempo de realização antes de dizer:

— O que aconteceu era tão óbvio. Nós viemos aqui!

Houve um minuto de silêncio.

— Hã? — resmungou Natsu, inclinando sua cabeça rosada para o lado confusamente. Levy o olhou nos olhos, entrando no modo palestrante e começando a tagarelar imediatamente:

— Nós viemos aqui, a Fairy Tail. Estamos vindo pra cá. O fato de ter havido uma morte é ruim, mas não importa tanto pra quem não conhece a vítima. — Lucy se lembrava de pensar isso ela mesma mais cedo. — Mas nós conhecemos, nós sabemos que ele é um mago da Fairy Tail, e por isso estamos nos unindo nessa cidade. Não podiam simplesmente desaparecer com Romeo, porque assim não chamaria tanto a atenção, e por algum motivo, não quiseram matá-lo ainda. Mas podem ameaçar de fazer isso se o objetivo deles for a gente — explicou, eufórica e radiante. — A cidade é perigosa, mas os ladrões nunca são encontrados. Eu acho que isso é obra de alguma organização grande, talvez... Uma guilda das trevas — supôs trêmula de ansiedade.

— Mas isso seria... — Mirajane pareceu parar por um instante para formular seus pensamentos. — Por que?

— Eu não sei, mas... Por algum motivo, eles quiseram chegar a nós, e usaram Romeo pra isso. Foram muito espertos também, o corpo dele foi encontrado no mesmo dia em que Natsu chegou à cidade — relembrou a azulada, contando rapidamente nos dedos para ter certeza do fato. — Eles esperavam que nós chegássemos, mas por que? Por que esperar algum membro da Fairy Tail vir aqui? Não tinham como saber quando viríamos...

O silêncio durou apenas um segundo.

— Eles tinham — murmurou Lucy, pondo uma mão nervosamente sobre a testa e atraindo a atenção de todos no recinto. — Natsu colocou uma mensagem no castelo na capital, Crocus, antes de sairmos na nossa busca, escrito Fairy Tail. Saiu até na Weekly Sorcerer. Alguém que tenha visto aquilo e tenha feito a associação direito chegaria à conclusão de que estávamos pretendendo reunir a Fairy Tail novamente. Seguir nossos passos não seria muito difícil, fomos tão chamativos esse tempo todo. Eles só tinham que esperar até nos aproximarmos dessa cidade... O professor de Romeo sugeriu isso também logo depois que nós partimos, mas que dia ele quis trazer o Romeo pra cá?

— Cerca de dois dias antes de ele desaparecer — respondeu Macao, enrolando seus dedos uns nos outros nervosamente.

— Dois dias antes do corpo de Romeo ser encontrado, nós estávamos indo para uma cidade ao norte dessa encontrar com Mirajane e Lisanna. Nosso próximo destino seria a cidade da Erza, e seríamos obrigados a passar aqui, de um jeito ou de outro, por causa do trem — raciocinou a maga estelar, deixando as mãos trêmulas caírem ao lado do corpo.

— Então, alguém rastreou vocês para nos perseguir, esperou até que estivessem na cidade para revelar o ataque a Romeo e agora querem que a gente se junte aos poucos cegamente. Ainda não entendo porque tinham que esperar alguém vir aqui antes, se tivessem simplesmente sumido com ele nós já saberíamos pelas notícias. — Levy meneou a cabeça, confusa.

— Não exatamente. As notícias eram só especulações — afirmou Mirajane, dando um passo a frente para entrar no diálogo, seu vestido rosado esvoaçando ao redor de suas pernas e a expressão agora mortalmente séria, diferente do usual. Laxus a olhava com uma expressão respeitosa enquanto falava: — Eles precisavam de alguém pra reconhecer o corpo, e se um membro da guilda o fizesse, seria mais fácil de chamar e contatar os outros, juntando a Fairy Tail mais rápido. Seja pra procurar vingança ou respostas, nós viríamos aqui e não encontraríamos nada, porque quem quer que seja está muito bem escondido e conhece o território.

— Além disso, a data do professor do Romeo está muito precisa, e esse ânimo dele sobre Fairy Tail é suspeito — acrescentou Lisanna, franzindo o nariz. — Desculpa, Macao-san, mas acho que ele te enganou e trabalhava pra quem quer que fosse.

— O que significa que ou são magos, ou contrataram o serviço de um mago pra ajudá-los — especulou Levy, torcendo os lábios inconscientemente.

— Ou de repente isso foi tudo uma baita coincidência e vocês estão exagerando — sugeriu Gajeel, balançando uma mão de modo zombeteiro de seu sofá azul. Ignorou o olhar irritado que recebeu de todas as garotas, preferindo virar-se para o outro lado e resmungar: — O que significa que trazer Levy aqui foi uma má ideia e que estamos em perigo.

— Isso é verdade, mas é bom ajudar, às vezes... — disse a McGarden, dando a ele uma expressão preocupada antes de se virar para Macao. — Você se lembra qual o nome do professor do Romeo? Talvez possamos usar pra descobrir mais coi...

Aconteceu tão rápido que Lucy nem sequer teve tempo de entender direito. Em um segundo estava ouvindo o que Levy tinha a dizer, ansiosa, e no segundo seguinte suas costas estavam pressionadas contra um fundo de madeira e sua visão era o que enxergava através do vidro do relógio de pêndulo de sua chave prateada.

— H-holorogium? — indagou, levantando as mãos e tocando a superfície fria e transparente com os olhos arregalados.

Do lado de fora, onde deveria estar o hall do hotel, havia apenas o piso e os móveis jogados de um lado para outro, além de um grande buraco na parede creme, acima do qual cerca de cinco figuras estavam de pé.

Um deles, um moreno de olhos verdes, deu um passo à frente.

— Meu nome é Leald, muito obrigado — apresentou-se sarcasticamente, inclinando sua cabeça com os cabelos esvoaçantes para uma plateia de um só.

— O-o que está acontecendo? — questionou a maga, seus dedos escorregando pelo vidro.

— Senti a presença de um ataque ameaçador e coloquei você sob minha proteção, senhorita. Não houve tempo de avisá-la, no entanto. — A voz de seu espírito ecoou por dentro da caixa do relógio.

— Ué, sobrou uma? — perguntou o tal de Lead, se inclinando para olhá-la dentro do objeto. Um sorriso irônico se espalhou de ponta a ponta em seus lábios maliciosos. — Oh, interessante.

— O que vocês fizeram? — perguntou cautelosamente, pulando para fora do relógio tão logo a trava foi aberta. Holorogium desapareceu em uma nuvem de fumaça atrás de si enquanto ficava de pé. Olhou ao redor rapidamente, localizando a recepcionista encolhida atrás de seu balcão marmóreo e alguns buracos na parede oposto causados provavelmente por seus amigos sendo jogados à distância. — Oh, meu Deus, Levy-chan!

Fez menção de seguir para lá, mas parou antes e se virou para o grupo que os havia atacado, analisando-os rapidamente.

— Nós fizemos o que tínhamos que fazer, mocinha — afirmou seriamente um homem mais para o fundo, de curtos cabelos verdes e feições duras. — Vocês estavam falando coisas demais.

— Isso quer dizer que estávamos certos? — ousou perguntar no momento em que fizeram movimento para se virarem e irem embora. Este mesmo rapaz inclinou um pouco a cabeça a fim de olhá-la, mesmo que parece mais do que insatisfeito com a vista.

— Talvez. Não sou obrigado a responder.

Deram um passo para fora enquanto Lucy debatia internamente suas opções. Não teria chance lutando contra eles sozinha, mas talvez pudesse tentar segurá-los para os outros membros. Ou deveria ir verificar Levy?

A urgência a fez escolher rapidamente:

— E Romeo? Ele está vivo? — questionou, dando também um passo para frente. O moreno Leald virou o corpo para encará-la, o sorriso malicioso ainda em seu rosto.

— Você quer vê-lo? — devolveu com outra pergunta. O homem de cabelos verdes murmurou seu nome, parecendo estar avisando-o sobre suas restrições, ao que simplesmente deu de ombros e, na falta de resposta, continuou: — Vou mostrar ele pra você.

E quando deu por si outra vez, Lucy estava recebendo um golpe no pescoço e tudo estava preto.

~*~

— Happy? — chamou Natsu, balançando a cabeça. Olhando ao redor, percebeu alguns de seus companheiros caídos ao redor, mas sem qualquer sinal de Lucy. Estreitou os olhos, pulando de pé e ignorando os protestos de seus músculos.

— Aye! — exclamou o gato, aparecendo voando ao seu lado. — Natsu, você tá bem?

— Sim — assegurou, dando alguns passos para fora do restaurante do hotel, que era onde havia sido jogado, e passando pelo buraco na parede. A visão do outro lado fez sua boca ficar seca.

Um homem moreno jogava Lucy inconsciente sobre o ombro enquanto ria por qualquer motivo desconhecido. Pedaços da parede ocupavam o lugar dos móveis rasgados e jogados pelo caminho até onde o mago de fogo estava. Arregalou os olhos e arreganhou os dentes, furioso.

— L-lucy... — murmurou Happy, a voz preocupada.

— Solta ela — ordenou o dragão de fogo, as mãos em punho em segundos. Seu chamado enfurecido fez o grupo virar as cabeças para olhá-lo e o moreno acenou alegremente do outro lado do cômodo.

— Ah, eu não. Ela quer ver Romeo, então vamos dar a ela exatamente o mesmo destino que ele. Se não gosta, nos encontre mais rápido do que nós podemos machucá-la.

E dizendo isso, sem qualquer motivo para tal, todos eles desapareceram.

Natsu franziu a testa e correu como louco até o final da recepção, esquadrinhando visualmente o exterior com olhos irados em chamas. Happy voou ao seu redor repetindo diversas vezes o nome da maga estelar e parecia à beira das lágrimas pelo tom de voz.

O rosado passou uma mão pelos cabelos rebeldes, frustrado. Se tinha que pensar nas coisas como passado, podia se lembrar de muitos lugares que visitou, muitas memórias que fez com seus amigos, os anúncios que guardou de todas as missões das quais participou, e podia se lembrar perfeitamente dos companheiros de guilda e como os amava e sofreria pela perda de cada um deles, como sofrera pela de Romeo, ou pela de Lisanna.

Mas estava errado.

Por mais que amasse a todos eles, àquela garota ele amava mais.

Com cada célula de seu corpo que parecia doer pela primeira vez ao queimar de nervoso, de adrenalina, com cada movimento involuntário de raiva, de ansiedade, de medo, que o fazia bagunçar os cabelos e olhar ao redor com os olhos injetados e desfocados que ardiam injustamente.

Ele a amava demais.

Ela era seu motivo para estar vivo, o motivo para viver que Igneel sempre quisera que ele achasse. Em toda sua vida, nunca encontrara alguém como ela.

E agora podia estar prestes a perdê-la para sempre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eaê, o que acharam? Tenso? Menos criativo do que vocês esperavam? Mais monótono do que vocês esperavam? kkkkkkkk
Fazia um ano que eu não criava uma trama por baixo dos panos que nem essa, que surgiu totalmente de modo acidental, então espero sinceramente que tenham gostado ;D
Obrigada a todos que estão lendo e comentando! Vou por mais reviews em dia amanhã ;D Ou pelo menos vou tentar... kkkkkkkk
Logo mais teremos essa maldita celebração da vida que está me assombrando desde o começo da fic kkkkk. Faço história pro desafio e o quê? Dou uma cortada no tema? kkkkkk Meio que foi proposital, sério xD
Agora é oficial, tá acabando T.T Mais 3 dias só... Mas eu ainda tenho umas surpresas pra vocês que vou explicar mais pra frente, me aguardem ;D

Beijitinhooooooooooos
PS: Assim como alguns capítulos anteriores, este não foi revisado. Vou revisar no futuro, se tiver força de vontade kkkk. Mas se virem algum erro, não custa nada ir me avisando e facilitar meu trabalho, hein :) Por favor.