Eu tinha dez anos quando tomei o que seria a decisão mais importante da minha vida. Meus pais se separaram e eu decidi morar com meu pai em Forks, uma cidade minúscula que nunca havia sol. E foi ai que eu conheci ele.

Logo, Edward Cullen se tornou meu melhor amigo. Lindo por fora e perfeito por dentro, eu contava com ele pra tudo na minha vida. Ele era meu chão, meu porto seguro. Eu, Isabella Swan, encontrei nele o irmão que nunca tive.

Éramos inseparáveis. Eu, ele, Emmett (o irmão gêmeo, completamente diferente, de Edward) e Alice (a irmã mais nova dele, que tinha a minha idade) passamos muitas tardes na casa dos Cullens.

E foi numa dessas tardes que eu recebi a pior notícia da minha vida: os Cullens iriam se mudar para Miami, em vinte dias. E o pior dia da minha vida chegou num piscar de olhos.

*Flashback on*

- Eu nunca vou te esquecer Bellinha, você sempre será a minha melhor amiga, a que vai estar sempre comigo no meu coração – Edward disse e tirou um pingente do bolso – Guarde essa metade do coração com você e a outra ficará comigo, assim teremos sempre uma parte do outro conosco. E quando você sentir falta de mim, procura no céu a estrela que mais brilhar. Ela, será meu olhar.

- Eu te amo tanto Edward. A distância entre nós não pode nos separar e o que eu sinto por você não vai passar - eu disse a ele entre lágrimas.

Ele me deu um beijo na bochecha e partiu.

*FlashBack off*

Hoje, eu estou com quinze anos e Edward está com dezessete. Eu estou em Forks e Edward está em Miami. Agente se fala por msn algumas vezes, mas eu tenho que estudar e não é sempre que posso entrar. O meu pingente está no meu pescoço há cinco anos, mas não sei se o dele ainda existe. Não tenho coragem de perguntar. E todas as noites, eu olho pro céu, procurando aquela estrela.

Há poucos meses percebi que o amor que sinto por ele é muito mais do que amor de amigo. Mas ele não sente o mesmo. E se eu estou viva até hoje é por causa da Rose, minha amiga-irmã e do Jake, o meu melhor amigo substituto.

Quando dei por mim, estava chorando no meu quarto ao lembrar de tudo o que aconteceu. Era tarde, eu precisava dormir, mas não dava. Depois de tanto chorar, cai no sono.

- Vamos mocinha, acorda – Charlie, ou melhor, meu pai, meu acordou.

- Ta, to indo – respondi de mau humor.

Levantei, tomei um banho frio pra acordar, coloquei uma calça jeans, uma batinha rosa tomara-que-caia e uma sandália de salto 10 cm preta. Peguei minha bolsa, coloquei o celular no bolso (nunca achava ele na bolsa quando tocava, tive que mudar ele de lugar), passei uma maquiagem básica, peguei uma barrinha de cereal e sai. Jacob já estava me esperando pra me dar carona.

- Bom dia flor do dia! – ele disse com aquele sorriso que fazia qualquer menina delirar, menos eu.

- Bom dia Jake!- respondi.

Ao chegar na escola, Rosalie (Rose) Hale e seu irmão gêmeo Jasper, estavam nos esperando.

- E essas olheiras ai Bella? – Rose reparava em tudo.

- Chorei um pouco essa noite – respondi meio sem graça.

- Por quê? – Jake quase berrou no meu ouvido.

- Nada demais, apenas lembranças – Rose me olhou com aquele olhar de ‘me conta tudo depois, sem reclamar’.

As minhas três primeiras aulas eram com Jake. Era fácil conviver com ele. Ele não tocou no assunto, esperando eu querer falar. Na hora do almoço, eu sentei na mesa com os Hale e o Jake. A conversa fluiu normalmente. Nós quatro ficamos bem amigos desde que Rose e Jazz se mudaram pra Forks, três anos atrás. Quando terminamos de comer, o sinal tocou. Agora eu ia ter que contar tudo pra Rose.

- Me conta tudo – ela disse assim que a Srª Greene ligou a Tv para mais um de seus filmes sobre a Segunda Guerra Mundial.

- Eu... lembrei do Edward essa noite. Eu queria tanto ter ele comigo amiga – eu disse.

Ela viu que uma lágrima estava escorrendo do meu rosto e meu abraçou.

- Não chora. Daqui a pouco isso passa- ela tentou me consolar. Mas não funcionou.

Cheguei em casa correndo pra ligar o computador. As férias de verão estavam chegando e as provas já tinham acabado. Entrei no msn, ele não estava online. Abri meu Orkut, nada dele. No twitter não havia nenhum post. Nenhuma notíçia. Não restou saída. Peguei meu pingente, segurei ele com muita força e chorei.

- Posso entrar? – ouvi uma voz na porta, foi quando me dei conta que cochilei.

- Entra Jake – ele entrou e veio me abraçar.

- Quer me contar o que houve? – Jake era mesmo o melhor amigo do mundo.

Contei a ele tudo o que eu havia me lembrado. Ele me abraçou e secou todas as lágrimas que caíram. Depois que eu terminei, ele levantou e puxou a minha mão.

- Vamos, a sorveteria nos espera – ele sabia que eu não resistia a um sorvete.

No caminho, Jake parou o seu Porsche preto conversível na porta dos Hale, e eles foram com agente.

- Bella, olha que lindo aquele pássaro – Jazz apontou pro céu e eu olhei.

- Aonde? – eu perguntei. Nisso os três me tamparam sorvete. – Bobos, idiotas – eu mostrei a língua e tampei neles também. A guerra estava montada.

Fomos pra casa dos Hale e tomamos um banho. Depois fomos no cinema. Quando deu meia-noite, Jake me deixou em casa.

- Isso são horas mocinha? – Charlie disse do sofá, claro que ele cochilou ali me esperando.

- Desculpa pai, agente foi no cinema – eu disse e subi.

- Que isso nunca mais se repita – ele gritou lá de baixo.

Coloquei minha camisolinha rosa e dormi.

Acordei e repeti todo o meu ritual para a escola. Quando voltei pra casa, percebi que a porta estava aberta. Fui entrando devagar, com medo de ser assalto (eu sei que é impossível isso em Forks, mas sabe-se lá). De repente, senti uma mão tampando o meu olho e gritei.

- Adivinha quem é? – não conhecia aquela voz. Tentei tirar a mão, mas não consegui.

Quando virei para trás, entrei em choque.

- E-e-e-eu não acredito! É você! – eu disse pasma. Ele estava tão, tão... PERFEITO!

- É bobinha. Vem, me dá um abraço! Ou será que você já se esqueceu do Edward aqui? – ele deu aquele sorriso torto que eu sempre lembrava nos meus sonhos. Eu pulei no colo dele.

- É tão bom de ver depois de tanto tempo Edward – eu disse entre lágrimas – Por que você não me contou que vinha?

- Eu queria fazer uma surpresa – ele disse rindo – Mas quase que eu te mato do coração – ele gargalhou.

- Vem cá, agente tem muita coisa pra conversar – eu puxei ele pro sofá.

Contei a ele tudo o que aconteceu nesses anos, dos meus novos amigos. Claro, a parte que eu era apaixonada por ele, ficou em segredo. Quando dei por mim, estava escuro.

- Você fica pro jantar né? – eu fiz aquela cara do gatinho do Shrek.

- Você que vai cozinhar? – ele riu.

- Vou – eu disse empinando o queixo – eu cozinho bem, ta?

- Tudo bem – ele segurou o riso.

Ele avisou aos pais dele, Carlisle e Esme, e me ajudou a colocar a mesa. Meu pai ligou avisando que ia ver jogo na casa do pai do Jake e que iria chegar tarde. Jantamos eu e ele.

- Você voltou pra ficar mesmo? – tinha que perguntar, antes que meu coração fosse dilacerado de novo.

- Sim. – ele sorriu – Já estamos matriculados na escola e começamos amanhã.

- Ah, que perfeito! – não pude conter a alegria.

- Estava tudo perfeito Bellinha, mas está tarde e eu preciso ir. – ele levantou e me puxou em um abraço – Agente se vê amanha na escola né?

- Aham – eu respondi e levei ele até a porta.

- Boa noite – ele se despediu e meu deu um beijo na bochecha. Eu juro que meu coração acelerou nessa hora.

Um ano se passou e muita coisa mudou. Emmett e Rosalie estavam completamente apaixonados e começaram a namorar. Jasper e Alice também descobriram uma paixão e resolveram se entregar a ela. Mas existem coisas que continuaram as mesmas. Eu e Edward éramos apenas melhores amigos. Nunca tive coragem de contar a ele o que eu sentia. E Jake, ele também era o meu melhor amigo, teve que se ausentar um pouco pra cuidar do pai dele que estava numa cadeira de rodas.

Toda noite eu sonhava com Edward, imaginava o dia que ele ia me dizer que me amava. Eu sei, é bobeira, mas era como eu me sentia feliz. Nós dois ainda usávamos o pingente, mas agora como prova da nossa amizade. Na escola, ficávamos todos juntos na hora do almoço.

Mas nem tudo eram flores na minha vida. Eu me lembro como se fosse ontem, o dia que ouvi a conversa dos meninos na casa dos Cullen.

*Flashback on*

- Edward, mano, você tem que contar a ela o que sente – Emmett falou. Meu mundo caiu. Edward estava apaixonado. Por outra.

- Eu também acho – Jasper disse. Poxa, o Jazz sabia do meu amor pelo Ed. Como ele pôde fazer isso comigo?

- Eu tenho medo – Edward disse – Vou ligar pro Jake, às vezes ele pode me ajudar – Tá, isso vou estranho. Todo mundo sabia que Edward não gostava muito do Jacob e vice-versa.  

- Você que sabe – Emmett deu de ombros.

Eu saí correndo e fui pra casa chorar. Não atendi o telefonema de ninguém. Edward era meu sol, meu príncipe encantado, aquele que estava todas as noites nos meus sonhos. E eu tenho certeza que meu coração foi dilacerado naquela tarde.

*Flashback off*

A partir daquela noite, eu perdi as esperanças. Edward pelo menos não ficou com ninguém, não que eu saiba.

Essa noite íamos sair os sete, mas Jake teve que ficar com seu pai. Desde aquela tarde, dois meses atrás, ficar sozinha com Edward era como ter tudo o que você desejava na sua frente e não poder pegar. Hoje, seria assim. Pelo menos, as meninas me ajudavam...

- Chegamos! – alguém berrou da escada. Com certeza era Alice.

- Subam – falei

- Bella, hoje agente vai sair pra dançar. Não é perfeito? Vem, você vai usar esse vestido aqui – Alice nem pedia mais para abrir meu armário. Eu era a Barbie dela.

- E eu vou fazer um coque perfeito no seu cabelo – Rose não ficava atrás. Eu me sentia aquelas bonecas que andam e falam nas mãos delas.

- Tenho outra escolha? – sabia que não.

- Não! – as duas responderam ao mesmo tempo. E começaram a me arrumar. Depois se arrumaram também.

- U-A-U! Vocês estão lindas! – disse de boca aberta.

- E você também! Está uma gata, claro que vai arrumar um gato hoje – Rose riu e olhou para Alice.

- Eu acho, na minha opinião, que você e o Ed formam um belo casal – Alice disse enquanto se olhava no espelho pra arrumar o vestido.

- Ah, para Alice – falei. ‘Eu também acho’ pensei.

- Os meninos chegaram – Rose disse ao receber uma mensagem de Emmett.

- Então vamos – Alice nos puxou.

Chegamos na porta e os três estavam com seus carros. Em com seu jipe, Jazz com sua BMW e Ed com seu Volvo prata. Todos estavam lindos, mas Edward... Estava um Deus grego.

 - Você vem no meu carro Bellinha – ele piscou pra mim. Ok, eu fui aos céus e voltei.

- Claro – dei um sorriso.

Edward abriu a porta pra mim e deu a volta no carro enquanto Em saia na frente com Rose e Jazz e Alice iam logo atrás.

- Você está mais linda do que de costume, se é que é possível – Ele disse e deu aquele sorriso torto que eu tanto amava.

- Obrigada – respondi sem graça.

Ao chegarmos, percebi que só tocava música romântica. Quando eu virei pra Alice, ela piscou pra mim e deu um sorriso malicioso. Era muita ousadia pra pouca pessoa.

- Me concede essa dança, senhorita? – Edward sorriu, cortando meus pensamentos.

- Sem dúvidas, cavalheiro – sorri e ele me puxou para dançar.

Esse era um dos momentos mais perfeitos da minha vida. Parecia que nossos corpos tinham sido feitos um para o outro. E assim ficamos por horas.

- Eu acho – Edward disse – que agente devia ir da uma voltinha na rua.

- Aham, vou chamar os meninos – falei.

- Não, eu quis dizer eu e você – ele sorriu. Ele ia acabar me matando um dia.

- Ah sim – disse corando.

Ele me levou a uma praça e sentamos num banco isolado.

- Bella, eu queria dizer que te amo – ele disse.

- Eu também te amo – falei. Não é a mesma forma de amor, mas não deixa de ser amor.

- Não Bella, não é esse amor - Como assim? Alguém me explica? – Eu te amo e sempre te amei. Me separar de você foi a coisa mais dolorosa que me aconteceu, pois eu já te amava desse jeito. Em todos os anos que estive longe, eu jamais deixei de te amar. Quando voltei, tentei ser o seu melhor amigo de novo, mas o meu amor falou mais alto. Sei que você não sente o mesmo, mas eu precisava te dizer – ele falou e eu chorei.

- Eu também sinto isso Edward – depois disso, a única coisa que eu senti foram os lábios dele nos meus. Ele me beijou de forma intensa. Parecia que só havia eu e ele naquele momento. Mais rápido do que eu queria, ele se afastou e encostou minha cabeça no seu peito.

- Você é a minha vida Bella. Eu nunca imaginei que um dia seria capaz de amar alguém assim. Em todos esses anos eu sonhava com você, me perguntava se você ainda se lembrava de mim, se usava o nosso pingente. E quando eu voltei, escondi esse amor, com medo de perder a sua amizade. Mas hoje eu vejo que só perdi tempo – ele riu.

- Eu senti exatamente a mesma coisa – eu disse entre lágrimas. Ele secou todas elas e me beijou novamente.

Uma semana se passou. Eu e Edward estávamos ficando. Vivíamos juntos na escola, depois da escola. Alice, Rose, Em, Jazz e Jake apoiavam agente.

Era uma sexta feira, exatamente uma semana depois do nosso primeiro beijo, quando eu ouvi uma pedra na minha janela. Era ele. Desci e encontrei com ele.

- Vem, vou te mostrar um lugar lindo – ele disse pegando a minha mão.

Ele me levou a uma campina maravilhosa. Chegando lá, deitamos no chão e ficamos em silêncio.

- Bella – ele disse depois de alguns minutos – você sabe que eu te amo muito. E eu queria saber se você quer namorar comigo – ele me fitou ansioso.

- Olha Edward, eu te amo. Mas não – ele arregalou os olhos – Brincadeirinha. É claro que eu quero!

- Você queria me matar né? – ele riu e meu beijou.

Quando duas pessoas são feitas para se completarem, nem a distância, o tempo, nada pode mudar isso. E eu tive certeza disso quando Edward apareceu na minha vida. Ele era a minha metade e, juntos, formávamos um só. Ele era meu. E esse amor era indestrutível, único e eterno.