O demônio acorrentado escrita por Kethy


Capítulo 8
Destruir tudo que sou


Notas iniciais do capítulo

SEXO, PORNÔ E TUDO QUE HÁ DE BOM.
Bincadeira.
Sinceramente? Eu sou péssima em dar nomes, para qualquer coisa. Eu vou dormir, é o melhor que eu faço.
Era para ser um cap enorme! Mas eu decidi que vocês tem que torcer mais pelo Mephisto e o Edric, ou pelo Edric apenas. Sério gente, ele está muito ferrado, ajudem ele.
BOA LEITURA



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Era aniversário de Samuel, e havia muitas pessoas em sua casa. Ele parecia muito feliz, mesmo com um penteado ridículo, ele parecia muito feliz. Anna, sua tia lhe apertava as bochechas e lhe enchia de beijos. E como Edric estava do seu lado, acabou sendo atacado também, esse tipo de momento era constrangedor. Você não queria aquele tanto de beijos babados, mas não poderia recusar, seria péssimo. Se é que, alguém na história da humanidade já tenha recusado beijos de parentes. Já o tio de Samuel lhe deu um tapinha no ombro, e uma caixa embrulhada e disse: - Você está crescendo hein?

Esse tipo de coisa, só os adultos fazem esse tipo de pergunta que não tem resposta, você pode apenas assentir. Samuel estava fazendo 12 anos, mas tinha cara de 15. E seu tio era do exército, e sempre lhe trazia presentes de países por onde ele passava. Ele tinha também uma cicatriz enorme que passava por cima de seu nariz e terminada na metade de seu olho esquerdo. Ela o fazia parecer durão, talvez um chefe militar muito respeitado, mas ele era bem legal depois que se conhecia, não parecia assustador mais.

Samuel pegou o presente de seu tio e sua tia, lhes agradecendo com um sorriso envergonhado. E logo depois puxou Edric para que fossem até o quarto, guardar aqueles junto aos outros. Samuel podia enganar a todos, mas Edric sabia que ele não estava bem, de alguma forma ele não parecia o mesmo Samuel de sempre. Os pés de Edric não tocavam ao chão quando estava na cama de Samuel, que era meio alta.

– Quando todos forem embora poderemos brincar lá em baixo? – perguntou Edric enquanto pegava uma almofada e colocava no colo. – Faz tempo que não brincamos juntos e...

– Não, é melhor não. – respondeu Samuel interrompendo Edric. – É melhor pararmos de brincar.

Edric pensou não ter escutado direito.

– O que? Por que você não quer mais brincar? – perguntou Edric confuso.

– Ah, pare com isso, já somos bem grandinhos não acha? – repreendeu-o Samuel enquanto arrumava sua escrivaninha que sequer estava bagunçada. – Não me olhe assim, está sendo infantil.

– O que? Desde quando se tornou um adulto hein? – perguntou Edric se levantando da cama em um pulo. – Só adultos usam essa palavra, e você só tem 12 anos.

– E já sou grande demais para brincar. – disse o loiro irritado e saiu do quarto batendo a porta.

Na realidade, Samuel gostaria sim de brincar, mas seu pai jogara brinquedos seus fora dizendo que ele era velho demais para isso. Ele estava muito bravo com Samuel, e ele estava descontando em Edric, mesmo que não fosse sua intenção. Edric desceu as escadas e viu Samuel falando com duas garotas da sua turma, cruzou os braços e foi procurar por sua mãe.

A encontrou na cozinha, ela e varias outras mulheres, falavam e riam. E ele percebeu que as risadas eram calorosas e meigas, gostava de escutá-las. Sentou-se ao lado de sua mãe e pegou alguns biscoitos na mesa, elas falavam sobre o que acontecia em suas casas, que era algo bem normal. Elas achavam graça em praticamente tudo, de vez em quando Edric sorria.

– Querido? – chamou sua mãe lhe tocando nos cabelos, ele apenas levantou o olhar. – Por que não está brincando com Samuel? Ele deve ter ganhado muito brinquedos legais.

– Eu dei a ele um robô. – disse Lyanna, ela era mãe de Robb, que era um valentão, só por que era mais alto. – Por que não chama os outros garotos...

– Samuel não quer brincar comigo. – interrompeu a Edric e se levantou pegando mais alguns biscoitos. – Eu vou lá fora.

– Tudo bem... – disse Evelyn com uma expressão estranha, como pena e compreensão. – Não vá longe, ouviu?

– Sim. – respondeu e saiu pela porta da cozinha que dava no quintal lateral.

Edric chutou a terra enquanto comia seus biscoitos, mais na frente da casa havia homens fumando e bebendo. Riam, mas não graciosamente como as mulheres, era um som terrível. Edric começou a andar para trás da casa, que era onde a mãe de Sam provavelmente lavava as roupas. Ele foi até cerca de pedras e se sentou em cima dela, com as pernas balançando no ar. Dali ele podia ver perfeitamente duas montanhas, quando era um pouco menor ele e Samuel costumavam dizer que tudo aquilo era um reino. Sempre olhavam para longe, tentavam ver até depois das montanhas, pois se olhassem para baixo veriam partes da cidade e estragaria tudo.

Nessas brincadeiras Samuel sempre era um rei ou nobre, Edric preferia ser um soldado, general e coisas assim. Era legal brincar assim, pensou Edric, pois Samuel era muito bom como um Rei e ele também era muito bom servindo ao rei como soldado. Mas fazia tempo, e agora parecia que nunca mais isso iria acontecer. Edric olhou para o bosque, era bem mais fácil chegar a casa na árvore pela casa de Samuel. Fazia muito tempo desde a última vez que fora a casa na árvore. E fazia muito tempo desde que fora visitar Mephisto. Lembrou da noite em que Amaimon apareceu, foi assustador, o quarto era pequeno e ele parecia muito grande, mesmo que estivesse pedindo. Foi assustador para Edric. Desceu da cerca e olhou para casa, mais especificamente para a janela do quarto de Samuel.

Samuel estava lá, observando Edric da janela, seus olhares se encontraram e Edric esperou ver algo nos olhos de Samuel. Algo que indicasse arrependimento pelo que ele havia dito, mas o loiro simplesmente fechou a cara e puxou as cortinas. Edric chutou algumas pedras e saiu correndo em direção ao bosque, e mesmo que Edric não estivesse mais ali para ver, Samuel voltou a abrir as cortinas e esperar ver o amigo ainda olhando para a janela, mas o viu correr. Samuel observou Edric desaparecer no bosque, seus olhos ardiam, queria chorar, mas era um homem. E segundo seu pai, homens não choram por nada.

[...]

Não demorou a chegar à caverna de Mephisto, estava como sempre, basicamente. Edric retirou os sapatos e as meias, os deixou ali, perto do lago e logo entrou na caverna, de pedra em pedra como sempre. Foi diferente que nas últimas vezes, Mephisto não segurava mais o peso do corpo. As correntes brilhavam em azul e ele parecia morto, Edric correu, mas hesitou em tocar no demônio. Odiou-se por ter hesitado. Mephisto levantou o rosto, estava pálido, o brilho vermelho e chamativo de seus olhos havia sumido e as marcas das lágrimas continuavam ali, Mephisto não sorriu. Ele sempre sorria, mas daquela vez ele não sorriu. Lágrimas encheram os olhos de Edric, ele segurou o rosto de Mephisto e olhou para as correntes em desespero.

– Mephisto, não fique assim, não se pendure assim. – pediu e Mephisto parecia ter acabado de acordar, você fala com a pessoa, mas é como se ela nem percebesse sua presença. – Por favor, vamos acorde. – o demônio murmurou algo fechando os olhos delicadamente. – O que eu faço? O que... – logo Edric aproximou seu rosto do de Mephisto e lhe beijou. Fez de tudo para fazer certo, como via nos filmes, ou em livros.

Quando Edric abriu os olhos encontrou o brilho nos de Mephisto, lágrimas de Edric caíram nas bochechas no demônio. Mas aquelas não lhe feriam, eram inofensivas a sua pele, Edric pensou que demônios não deviam chorar por nada, e se chorassem seriam punidos por suas próprias lágrimas.

– Isso... – começou Mephisto com uma voz fina e meio rouca. – Foi ótimo...

– Seu idiota! Não fique se pendurado assim! Você vai acabar se matando e... – Edric parou de falar, o demônio não morreria, era imortal.

– Talvez, se eu destruir tudo que sou aqui, eu consiga me libertar. – explicou o demônio com os olhos pesando novamente, Edric se apressou e o beijou novamente. – Eu não suporto mais.

– Não, isso não vai funcionar. Você não pode se destruir. – disse Edric ainda segurando o rosto de Mephisto, tinha medo de soltar e ele não ter força o suficiente para segurar por si próprio.

– Escute Edric. Se eu me machucar mais do que posso me curar e se esse corpo vai se desfizer eu vou voltar para o inferno. – Edric negou com e limpou as lágrimas com uma mão e logo as voltou para o rosto de Mephisto. – Eu pensei que você não voltaria nunca mais... Já faz tanto tempo.

– Não, eu só estava com medo... Eu... – falou Edric e se calou. – Amaimon diz que preciso tirar você daqui, mas como eu farei isso? Eu nem sei se consigo Mephisto! Você é um idiota!

– Se acalme e me beije de novo. Por favor? – pediu Mephisto com um olhar sereno, seus olhos já tinham o brilho de volta.

Edric engoliu em seco e beijou novamente o demônio, demorando-se mais do que nas duas primeiras vezes. Beijos de piedade não funcionavam tanto quanto beijos por luxuria, mas logo Mephisto começou a apreciar aquilo, o sabor do proibido era a melhor parte. Quando Edric se afastou sorriu, aquilo fora muito bom. Ele olhou para as correntes e depois nos olhos do demônio.

– Não fique assim, vamos endireite-se. – Mephisto obedeceu e ficou olhando para o garoto. – Eu... Vou salvar você. É quebrar as correntes não é? – Edric ergueu as mão para pegar nas correntes.

– Não toque Edric! – o garoto recolheu as mãos e olhou para o demônio. – Olha, existe mais que isso, volte para casa. Chame Amaimon e o peça ajuda. Ele vai te dizer tudo, só então você poderá me salvar. – Mephisto voltou a ser o que era. Edric observou seus dentes de tubarão enquanto ele falava e pensou em como sequer os percebeu durante o beijo. – Edric, pode me prometer?

– Te prometer? – indagou Edric.

– Que você vai voltar. Promete-me? – pediu Mephisto e Edric assentiu com a cabeça. – Diga, diga que vai voltar.

– Eu vou, vou voltar. Eu prometo. – prometeu Edric e Mephisto sorriu, mas parecia que ia começar a chorar, Edric segurou firme seu rosto e o beijou outra vez. – Eu gosto muito de você Mephisto.

– Eu te amo Edric. – declarou-se Mephisto e Edric corou, sorriu e abraçou o demônio. Mas logo o soltou quando ouviu as correntes.

– Melhor não... Eu vou voltar agora, e irei atrás de Amaimon. – disse Edric e olhou para trás. – Por favor, não tente se matar de novo. Tudo bem? – Mephisto sorriu e assentiu com a cabeça Edric corou e voltou pela caverna. De pedra em pedra.

[...]

Enquanto isso na Seven Sins, Lilith observava a cena da caverna em seu cálice com sangue, sorriu e pegou o cálice. Estava no escritório, levantou se da cadeira e passou pela porta que dava para o quarto. Beliel desamarrava Amaimon da cabeceira da cama, e Amaimon não parava de reclamar, da cama.

– Calem-se e escutem. – disse a garotinha ao levar o cálice para perto dos dois. – Boas notícias.

– Até quando vai ficar como uma garotinha, isso já está me irritando. – reclamou Beliel e tirou o último nó. – E fique calado.

– Está bem, mãe. – Amaimon fez falsete, Beliel lhe arranhou o abdômen.

– Você é muito rebelde garoto, nem mesmo eu era assim

– Eu mandei ficarem quietos infelizes. – repreendeu Lilith. – É sobre Mephisto. – Amaimon sentou se na cama para tentar olhar para dentro do cálice. – Mephisto fez uma cena e o garoto concordou em libertá-lo. Ele ia fazer, mas Mephisto disse que não seria simples.

– Estranho, o garoto poderia sim... – começou Beliel.

– Eu mandei ficar calado. – Lilith o interrompeu. – Mephisto sabe que o garoto ainda não o ama para conseguir quebrar as correntes só com as mãos. E isso é trabalho para você. – disse ela e Beliel olhou para Amaimon que fingia não ligar para a conversa. – E pare de assediar o garoto, ele gosta de Mephisto.

– Eu não estava assediando ele! – reclamou Amaimon e Lilith deu uma risada. – Pode rir o quanto quiser, vadiazinha.

– Acalme-se. Logo que o garoto libertar Mephisto não precisará mais ir vê-lo. – disse Beliel tocando as mechas de cabelo de Amaimon, elas estavam molhadas de suor. – E vou ter que acabar come essa sua rebeldia infernal.

– O que deu em você B? Não o deixa mais em paz. – reclamou Lilith já se retirando.

– Oras, estou apaixonado por ele, e por que não se junta a nós essa noite? – indagou Beliel arranhando o peito de Amaimon, sorria maliciosamente.

– Ao contrário de vocês, tenho muito trabalho a fazer. Não tenho tempo para ficar vagabundeando por aí. – respondeu a garotinha e saiu do quarto. – Vá pesquisar sobre selos católicos Amaimon, e rápido. Vagabundos...

– Isso é mais que inveja. – disse Beliel e ela fechou a porta. – Acho que você tem trabalho a fazer, mas pode ir amanhã, se quiser.

– Interessante. Eu posso querer alguma coisa aqui? – indagou Amaimon com o cenho franzido. Beliel revirou os olhos. – Eu vou agora, estou cansado desse garoto.

– Por mim, tudo bem. Mas quando isso acabar você vai voltar para o seu antigo trabalho, você sabe. – alfinetou Beliel e Amaimon saiu da cama pegando suas calças na cabeceira. Ele olhou pela janela. – Vou pedir alguém para fazer parceria com você, está tão descuidado que tenho medo até que o garoto consiga te mandar de volta para o inferno. – Beliel deu uma risada e Amaimon lhe mostrou o dedo do meio e vestiu sua camisa.

–Vai se foder Beliel, eu sei o que estou fazendo. – reclamou o garoto.

– Se soubesse não correria tanto risco sempre que sai. – repreende-o Beliel e se levantou. – Você está me dando nos nervos e precisa de ajuda, entendeu? – o menor bufou e cruzou os braços.

– Estou indo, então seja rápido, e... – Amaimon calou-se com um gesto da mão do maior.

– Insolente. – rosnou Beliel e foi até a cômoda mexendo em alguns papeis. – Pode ir, ele já deve estar te esperando lá fora.

Amaimon apenas saiu do quarto sem mais palavras, L não estava no escritório então não teria de ouvir gozações. Passou pelo salão sendo atormentado por homens com mulheres no colo. Como esses porcos conseguiam ficar tão bem trancados no fundo das almas humanas e com apenas algumas bebidas se libertarem, se perguntava Amaimon. Saiu da Seven Sins e como B havia dito ele já o esperava, era apenas um íncubo, daqueles mais irritantes que se acham de mais. Os dois se olharam por alguns instantes e logo depois desaparecem deixando fumaça no ar.

[...]


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, pq esse cap eu gostei HAHAHAHAHA
Mas bem, é uma pena né galera? Fic acabando, eu sumindo no mapa antes de terminar ela.... Eu disse isso em voz alta?
É brincadeira, é claro que vou terminar ela, eu estava pensando nisso sabe... É uma pena que eu não posso compartilhar o final com vocês não é?

Outra coisa. Eu nunca fui de olhar essas coisas, mas eu queria saber como estava indo, e percebi que muita gente não deve gostar de mim, pq tem muita gente acompanhando. Mas pouquíssimos comentários. Mas olha, para que comenta, eu amo muito vocês, sério, amo muito os comentários. Mesmo que algumas pessoas gostem de me xingar... eu gosto tbm! Cinquenta tons de cinza hahahaha

Sério, comentem, me ajuda muito a escrever, pq eu sou muito autocritica e motivação de leitores? Nada melhor para me animar, nossa, que texto... Bjs e amo muito vocês viu?



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