Eu, Leon Vargas, declaro que pagarei todas as dívidas, das mais caras até as mais baratas, dividas do senhor Gérmam Castilho.

Este me pagara tudo o que deve, me concedendo apenas a mão de sua filha, Violetta Castilho, a mesma já está de acordo com o contrato.

Estando presente aqui nessas salas como testemunhas, meu advogado Ramires Corrêa, e também o advogado do senhor Castilho, Ramalho Tavares.

Todos aqui concordam com o que foi escrito, e as normas assinadas nas próximas folhas.

*~*

Violetta analisava o papel pela ultima vez, foi um contrato simples, mas fez com que ele ficasse do lado de Leon e foi a melhor coisa que lhe aconteceu.

–Mãe?-A voz de curiosidade de Eduarda invade os tímpanos de Violetta, fazendo-a esconder o papel dentro da blusa. –Vamos, já está na hora.

Violetta voltou-se para mirar a Eduarda, que era já uma mulher, havia herdado a beleza do pai assim como Breno e Nicole.

Violetta assentiu e acompanhou Eduarda até o carro em que já estavam, Breno e Nicole tristes com a cabeça baixa, Violetta conhecia sua filha, ela estava chorando.

Violetta não queria ver os filhos chorando, mas era quase impossível afinal, todos eram muito apegados a Leon.

Eduarda já era mulher casada, fez faculdade de engenharia para seguir os passos do pai, estava casada com Nathan, eles se conheceram ainda pequenos, e criaram uma forte amizade que durou até os doze, Mas Nathan teve que mudar de cidade, na época Eduarda ficou muito arrasada, mas quando ela completou 16, Nathan fez uma surpresa pra ela, com o pedido de namoro ainda por cima.

Nicole estava quase virando uma adulta, faltava bem pouco para completar seus dezoito anos, assim como Breno, ele estava se dedicando em medicina, já ela queria ser arquiteta, apenas quem seguiu os passos dos pais foi Eduarda, Violetta não julgava, eles podiam ser o que quiserem.

Eduarda parou e carro e a família desceu, vendo vários familiares ali em volta, várias pessoas chorando.

Violetta entrou naquele lugar, que ela sabia que teria que encarar mais cedo ou mais tarde, olhou em volta e achou o que procurava.

O caixão do Leon

Andou bem devagar até o lugar aonde seu marido encontrava-se deitado. Ao chegar bem perto, pegou a mão dele que estava parada em seu peito e colocou ali o contrato.

–Lembra-se desse pedaço de papel, foi ele quem uniu a gente, mas a nossa certidão de casamento ainda está comigo, foi esse pedaço de papel que nos uniu, mas não foi ele quem separou a gente, mas sim a Morte. Nós conseguimos cumprir Leon, sim nós conseguimos, foi bem difícil, mas conseguimos. Eu te amo.

Então ali ficou o papel do contrato, estava ali nas mãos de Leon, perto da onde ficava seu coração.

Durante o resto do velório Eduarda ficou ao lado de Violetta, assim como os gêmeos, Breno e Nicole. Eles também estavam sendo afetados com a morte do pai.

Então o caixão desceu pela terra, Violetta não querendo ver a cena, passou a mão pelos cabelos que já estavam brancos, e olhou para os filhos, Eduarda mantinha sua postura de mulher forte segurando o choro, Nicole que assim como Breno tinham herdado os olhos do pai, e os cabelos da mãe, eles estavam abraçados, eles brigavam várias vezes, mas não deixavam de serem amigos.

Por fim tudo aquilo acabou, Violetta deu então o eterno Adeus, ou então um até logo.

“Foi um pedaço de papel que nos uniu, mas não foi ele e nem ninguém que nos separou, o amor foi mais forte.”

FIM!