Eu preciso ouvir você dizer - One Shot escrita por Sophia M R


Capítulo 1
Eu preciso ouvir você dizer


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Minha primeira One, então se não for pedir muito, eu gostaria que vocês comentassem dando as suas opiniões. Pode até se um: Bom, ótimo, Ruim, Péssimo, mas eu gostaria de saber se vocês gostaram e o que acharam.

One shot inspirada na música Far Away do Nickelback.

Aproveitem!!



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Eram sete horas da noite. Em uma estrada qualquer de Nevada, não importava, tinha somente um carro na pista. Era um Chevy Impala 1967, preto, com certeza bem clássico. Ele andou por uns quatro quilômetros e parou. Tinha um bar de beira de estrada chamado Hanna's Bar. Era um bar bem simples, nada grandioso igual os das grandes cidades como Nova York. Na frente do bar tinha vário motos estacionadas. De longe você percebia que ali era um ponto de motoqueiros.

De dentro do carro saiu um jovem de aproximadamente dezenove, vinte anos. Ele era alto, um corpo atlético, em forma, não muito musculoso mas também não era de todo magrelo. Ele tinha os cabelos revoltos em uma estranha cor de bronze, por falta de uma melhor definição. Os olhos verdes bastante expressivos, sobrancelhas grossas que estavam curvadas em uma expressão confusa, ouso dizer desolada. Tinha a barba rala, por fazer, que combinavam bem com seu maxilar quadrado.

Ele trancou a porta do carro e se dirigiu para dentro do bar. Assim que abriu a porta, as pessoas olharam na direção para ver quem era a nova figura a frequentar o espaço, mas rapidamente voltaram sua atenção ao que faziam antes. Algumas garotas continuaram olhando, desejosas. Ele era um rapaz muito bonito. "Se fosse a pouco mais de dois anos, eu escolheria a mais bonita e a levava para o meu carro. Não, para o banheiro. Eu não teria a gentileza de levá-las para um lugar que fosse meu." pensou ele debochado, e um pouco envergonhado. Ele era o que pode se chamar de galinha na época da escola. Mas mudou quando conheceu ela. Sacudiu a cabeça tentando clarear a mente e foi em direção ao balcão.

– Uma água, por favor. – ele pediu. Sua voz era meio rouca, mas, ao mesmo tempo, aveludada. Uma mistura perfeita dos dois, como ela dizia.

Sem ter como se conter ele se lembrou de um dos melhores momentos de sua vida.

Eles estavam na clareira deles, ele estava encostado em uma árvore com ela em seus braços. Ele acariciava os cabelos dela, que estava com a cabeça apoiada em seu ombro direito. Enquanto eles ficavam em silêncio, a banda favorita deles tocava no IPod dela. Nickelback. Foi ao som de Nickelback que eles se beijaram pela primeira vez. E não, não foi uma das românticas, das bonitinhas. Foi ao som de Rock star. Eles estavam em uma festa, ele foi um idiota completo e ela estava indo embora. Desesperado e sem saber o que fazer ele a puxou para si. A intenção não era beijá-la, mas ela estava tão perto que foi impossível resistir. Desde então eles não se desgrudam, e Nickelback virou trilha sonora de todos os encontros. Ele saiu de seus devaneios quando sentiu, e ouviu, ela rir baixo.

– O que foi? – ele sussurrou com medo de quebrar o encanto do momento.

– A música. – ela respondeu. Ele prestou a atenção e riu, era justamente Rock Star que tocava no momento. Então ele começou a cantar acompanhando, e ela se virou de frente para ele, com uma perna em cada lado da cintura dele. Ele a admirava enquanto cantava. Bonita, linda, qualquer palavra era pouco para descrever tamanha beleza. Ele amava seu rosto delicado, suas sobrancelhas finas e bem-feitas, seus cabelos cor de mogno, que ficavam com alguns fios vermelhos no sol, que cheiravam a morango. Ela toda cheirava a morango e ele amava seu cheiro. Mas o que ele mais amava na aparência dela eram seus olhos e seus lábios. Aqueles olhos cor de chocolate que ele sentia que podiam ver sua alma, e que o encaravam com tanto amor que aquecia seu peito e o enchia da mais pura alegria. E seus lábios. Ah seus lábios! A primeira vez em que ele os olhos sentiu imediatamente uma louca vontade de prová-los, sempre. Eram avermelhados e delicados, bem desenhados, com um arco-do-cupido perfeito. A dona deles tinha a mania de morder o lábio inferior, mania essa que o deixava louco e com vontade de ele morder no lugar dela. Tudo isso era a junção que o levaria a loucura um dia, ele disse uma vez para ela.

– Você bem que tem cara de Rock Star. – ela disse quando ele terminou de cantar.

– Então serei um Rock Star e terei tudo o que música diz. – ele disse e ela arqueou uma sobrancelha.

– Você pode ter tudo e ser um maldito arrogante, mas tira as drogas e as garotas da Playboy dessa lista. – ela disse o fazendo rir. – Se você quiser eu posso ficar loira.

– Não. Eu prefiro as morenas. Ou melhor, eu prefiro você e não preciso de nenhuma garota da Playboy para ficar feliz.

– Você sempre sabe o que dizer. – ela disse, sua boca indo de encontro com a dele, que não se fez de rogado, a segurou pela nuca a puxando para si. O beijo era calmo, sem pressa. Suas línguas se acariciavam mutuamente. Era um beijo doce, apaixonado, mostrando tudo o que eles sentiam no momento.

– Eu te amo. – ele disse, passando seus beijos para o seu pescoço. Ele precisa sentir o seu gosto. Ele precisava senti-la de todas as formas.

– Eu também te amo. – ela disse em meio a suspiros, enquanto tentava tirar sua blusa.

– Ei, garoto! – o barman o tirou de seu devaneios. Ele o olhou, percebeu que a água já estava na sua frente.

– Obrigado. – ele agradeceu ao barman enquanto abria a garrafa. Soltou um suspiro. Ele estava com saudades mas não sabia se devia voltar. Apesar de que ele teria que voltar uma hora. Seus pais já estavam cansados de esperar.

– Ela terminou com você? – o barman perguntou e ele o encarou confuso.

– Como?

– Sua namorada. Você estava todo nostálgico aí, e depois soltou esse suspiro, então deduzi que ela terminou com você. Acertei.

– Não, quer dizer… Não sei! Ela está na faculdade e eu estou aqui. Discutimos a um tempo atrás e não nos falamos mais. – ele desabafou como um bêbado em um boteco. Teria achado graça se não tivesse desesperado.

– A quanto tempo isso aconteceu? – perguntou o barman fazendo o rapaz se sentir o pior dos homens.

– Quase um ano. – ele respondeu.

– Nossa! Você a ama mesmo. Eu me chamo John. – ele estendeu a mão.

– Edward. – o jovem respondeu apertando-a. – E como você pode saber?

– Eu vi como aquelas garotas te olharam assim que você entrou, e ainda estão olhando, mas você nem se quer deu bola. E nisso você já esta a quase um ano sem falar com sua garota. Se isso não é amor então eu não sei o que é. – John disse. – Mas o que aconteceu na real?

– Eu e ela combinamos de ir para a mesma faculdade. Nos esforçamos para tirar as melhores notas nos testes de aptidão, assim poderíamos escolher para qual faculdade ir sem problemas. Mas o caso é que meu pai sempre quis que eu seguisse seus caminhos e fosse médico. E eu sempre quis me formar em engenharia, me especializar em carros. Eu amo carros, tenho um Chevy Impala 1967, de segunda mão, mesmo o reformei. Então eu decidi espairecer, pensar um pouco. E ficou combinado que eu e ela íamos viajar nas férias, de carro. Só que a mãe de Bella…

– Bella é a sua namorada?! – supôs John. Edward nem tinha percebido que tinha falado o nome dela. Foi a primeira vez em tempos. Falar o nome dela fazia tudo mais real.

– É, Isabella. Bem, a mãe dela ficou doente, teve que fazer uma cirurgia e a recuperação era longa. Bella foi cuidar da mãe dela e me disse para fazer a viagem sozinho e nos encontrarmos perto do dia de começar as aulas, para resolvermos outros assuntos, como aonde iríamos ficar, no dormitório da faculdade ou em um apartamento por perto. Nos falávamos todos os dias por telefone, mandávamos fotos um pro outro. E então chegou o dia de voltar ao mundo real. Eu fiquei tão animado em conhecer lugares novos que esqueci que essa viajem era para eu pensar no que fazer, qual profissão escolher. Então eu, admito, fiquei com medo de voltar pra casa. Disse isso para ela e então tudo desandou. Acho que estávamos com saudades demais, emocionalmente abalados, e acabamos discutindo ela me disse que eu não precisava voltar e desligou o telefone.

– E você não voltou. – John disse o óbvio, levemente irritado.

– Eu fiquei com medo. – Edward disse encolhendo os ombros. – No começo eu disse a mim mesmo que estava dando um tempo para nós dois pensarmos com calma, mas depois eu tive receio de que ela tivesse seguido sem mim. Tenho medo de chegar lá e vê-la feliz, com outro enquanto eu fico com saudades e me remoendo de culpa. – Ele fez uma força sobre-humana para não chorar. Ele já estava desabafando com um cara que nem conhecia, chorar só pioraria a situação. John o olhou e depois respirou fundo. Ele que estava em pé o tempo todo arrastou um banquinho e se sentou de frente para Edward, com o balcão os separando.

– Sabe, eu sempre fui um jovem muito livre. Depois que terminei a escola não quis saber de faculdade. Comprei minha moto, uma Harley Davidson, e peguei a estrada. – deu uma pausa. Edward não entendeu o por que dele querer contar sua história mas continuou ouvindo. – Então eu a conheci. Hanna. Ela era linda, pele bronzeada, os cabelos bem negros e lisos. Os olhos azuis. Uma beleza. Ela estava de férias da faculdade e resolveu andar por aí nesse mundo afora. Nós ficamos juntos durante todas as suas férias. Mas uma hora tínhamos que voltar ao mundo real, e essa hora chegou. Ela teve que voltar para casa e me chamou para ir junto. Eu podia trabalhar e pagar uma faculdade, ou até um curso. Mas eu não quis, dispensei a minha oportunidade e ela foi embora. Nunca mais ouvi falar dela. Ela foi a mulher que eu mais amei na minha vida e a deixei escapar. E agora eu estou aqui, daqui a pouco a idade bate na porta. Não tenho alguém para me esperar chegar em casa, perguntar como foi o meu dia. Não tenho filhos que vem correndo para os meus braços quando eu abro a porta, só para dizer que me amam. Eu não sou feliz, mas sou conformado. – ele fez uma pausa novamente e olhou no fundo dos olhos de Edward. – Você ainda tem chance garoto. Você sabe onde ela está, pode ir até ela. E se ela te amar tanto quanto você a ama, ela estará te esperando. Não deixe a felicidade passar por você sem nem ao menos lutar para tê-la. Vá atrás dela, ignore o seu pai nessas horas. Não falte com respeito pois pais são uns dos nossos bens mais preciosos, mas estamos falando do seu futuro. Se ficar ao lado da sua garota e fazer engenharia te faz feliz, então não desista tão fácil.

Edward ficou encarando John por um tempo. Ele observou aquele homem que estava começando a ficar com uns fios brancos e decretou que não seria como ele. Ele sentiu compaixão por aquele homem, que a anos não vê a mulher que ama.

– Sabe, John? Nunca é tarde. – Edward disse se levantando.

– Garoto, ela já deve ter se casado, tido filhos. – ele disse com um sorriso melancólico. Edward lhe sorriu.

– Se ela te amar tanto quanto você a ama, ela estará te esperando. – repetiu as mesmas palavras que ele. John sorriu para Edward. – Quem sabe a gente se vê um dia?

– Quem sabe. – John disse, e Edward se virou e caminhou para fora do bar.

Ele voltou para o carro sorrindo. Ele ia voltar para sua garota. E se ela estivesse com alguém ele a tomaria de volta. Lutaria para ficar com ela. Já lutou uma vez, por que não outra?

Edward conheceu Bella a três anos atrás. A história deles não podia ser mais clichê, bem filme água com açúcar. Ela era a filha do xerife de Forks, centrada responsável. Enquanto ele era filho do melhor médico de Forks, irresponsável e galinhas. Pegava todas as que fossem bonitas, embora ele usasse o termo gostosas, e dessem mole para ele. Quando Bella chegou na escola e ele a viu, a primeira coisa que veio na mente dele foi que ele tinha que tê-la em sua cama. Foi logo dando em cima dela. E foi a primeira vez que ele levou um fora. "Eu não quero fazer parte de uma lista, não quero ser mais uma. Não sou mulher de uma noite só" foi exatamente o que ela disse. E então Edward desistiu. Ele não podia dar o que ela queria, e não era tão idiota a ponto de magoar uma garota. Todas as garotas que ele ficava já sabiam da regra: Era por uma noite e sem compromisso. Nunca foi diferente. Mas toda vez que ele passava por ela, a vontade de tê-la foi aumentando, e piorou quando ele descobriu que não gostava nem um pouco do fato de ela sair com outros garotos. É claro que, de um ano de convivência, enquanto ele ficou com umas vinte garotas, se ela ficou com sete é muito. Mas isso não diminuía a sensação horrível que sentia toda vez que a via beijando alguém. Piorou mais ainda quando James, seu melhor amigo que tinha terminado com a namorada de infância, o confidenciou que estava com ela e tinha a levado pra cama. Quando Edward viu já tinha dado um belo soco no nariz de James. E então Edward entendeu que o que ele sentia era ciúmes e que ele estava completamente apaixonado por Bella. Ficou imensamente feliz quando soube que ela não tinha dado certo com James. Estava disposto a mudar por ela. E então ele pedia e ela sempre dizia não. E agora que ele queria só uma garota, e era justamente a que dizia não para ele sempre que ele pedia uma chance.

E então chegou o dia da festa na casa de um aluno. Os pais tinham ido passar o fim de semana fora e confiaram no filho, que não perdeu a chance de fazer “Aquela Festa.”. Praticamente todos os alunos compareceram. Bella foi com sua melhor amiga Ângela. Durante toda a festa, Edward só ficou observando, vendo-a dançar, e que um raio caísse em sua cabeça se ela não fosse a garota mais sexy que ele já viu. Garota não, mulher. A mulher por quem ele estava completamente apaixonado, e ele tinha suas dúvidas de que um dia esse sentimento acabaria.

E então Tânia chegou, se jogando em cima dele. E Edward teve a ideia mais idiota do mundo. Fazer ciúmes nela. Veja bem, essa ideia nunca funcionaria com ele, já que Bella não ficava com ele justamente pelo fato de ele pegar todas.

Ele puxou Tânia para a pista de dança, bem ao lado de Bella. A loira, achando que tinha chances, sempre arranjava um jeito de passar a mão em Edward, que encarava Bella. Ele passou os braços ao redor da cintura de Tânia a puxando para si, ainda olhando para a morena. E o que viu nos olhos dela, enquanto ela virava as costas para ir embora, o deixou com o coração tão apertado que ele não conseguia nem respirar direito. Ele viu mágoa, indignação. Ele podia imaginá-la falando “Você diz que está apaixonado por mim, que quer ficar só comigo e na primeira oportunidade vem ficar com uma garota na minha frente.” mas isso era só a própria consciência dele.

Edward rapidamente se soltou de Tânia e foi atrás de Bella, com medo de que a tivesse perdido de vez. Ela estava no quintal dos fundos, perto da piscina, mas ia em direção a saída já que por ali tinha menos gente. Ele correu até ela e a segurou pelo braço, e na mesma hora, enquanto ele a virava, ela lhe deu um tapa no rosto.

– Me solta! – ele disse. Ou melhor, exigiu.

– Não. – ele disse a puxando para si, fazendo com que ela batesse em seu peito, e a beijou. No começo ela resistiu mas depois respondeu a altura. Entrelaçou os braços em seu pescoço, enroscando a mão no cabelo dele e puxando-o para si, o fazendo se arrepiar. Mas depois a consciência voltou, ela começou a se debater novamente. Edward interrompeu o beijo. Mas em vez de soltá-la ele colou sua testa na dela.

– Eu te amo. Me dá uma chance. Uma. Eu só te peço uma chance. Se você disser não, eu desisto. – ele disse de olhos fechados, com força, com medo de ouvir a resposta. Resposta essa que não veio, e quando ele tomou coragem de abrir os olhos, viu que ela o encarava com os olhos marejados. E para a surpresa dele ela o abraçou e o beijou. Ele não sabia como cabia tanta felicidade no seu peito, mas ele com certeza era o cara mais feliz do mundo.

– Você não tinha que ter chamado aquela garota para dançar, tentando me fazer ciúmes. – ela disse quando se separaram. Só a boca, por que de resto eles estavam tão grudados que não se sabia onde terminava um e começava outro. E eles não faziam questão de se separar. Edward sorriu para ela e lhe deu um selinho. O gosto dela era melhor do que ele imaginara.

– Deu certo no fim. – ele disse dando de ombros. Ela estava ali afinal.

– Com certeza não. – ela disse balançando a cabeça e Edward sentiu seu cheiro de morango. Seria sua fruta favorita agora.

– E o que foi que fez você me dar uma chance? – ele perguntou com a sobrancelha arqueada, e a resposta o desarmou completamente.

– Quando você disse que ia desistir de mim. – ela respondeu olhando nos olhos dele.

– Então era isso? Eu só tinha que dizer que desistiria?! – fez graça e ela riu.

– Eu sou uma garota difícil! – ela disse rindo, mas depois ficou seria. Pegou o rosto dele com as mãos. – Por favor, não me magoe.

– Nunca. – ele disse olhando para ela intensamente.

– E acabei magoando. Que idiota eu sou! – Edward disse, socando o volante enquanto dirigia. Mas ele iria se redimir. Pediria perdão até não ter mais voz. Ele não podia perdê-la, não podia ficar sem ela em sua vida. Todo esse tempo sem ter notícias dela serviu para ele ver o quanto ele a amava. Quase um ano sem ela foi um inferno. Muitas vezes ele tinha a vontade e voltar correndo para ela, mas então vinha na cabeça dele a imagem dela com outro alguém e ele desistia. Ele era um covarde, não queria pagar para ver. Mas agora nada mais importava, só ela. Ele não estava nem aí se encontraria ele com outro, ele pegaria ela de volta. Ela era dele e de ninguém mais. Foi pensando nisso que ele voltou para casa. Não Forks. Ela. E ela estava em Stanford, e é para lá que ele foi.

Foi com extremo desgosto que ele percebeu que tinha que dormir. Parou em um motel qualquer para descansar.

₪▪₪▪₪



Quando Edward chegou na Universidade de Stanford era de tarde. Foi com grande aborrecimento que ele se deu conta de que era Domingo. Bella provavelmente deve ter saído com alguém. Ele nem se quer sabia se ela decidiu se alojar no campus ou em algum apartamento. Ele estava tão concentrado em chegar que esqueceu que não sabia para onde ir exatamente.

Ele desceu do carro sem saber para onde ir. Ele viu que tinha uma aglomeração no grande espaço verde, e uma estrutura pouco grande. Parecia um palco. Ele não sabia o que fazer. Mas ele era Edward Cullen, chamava a atenção por onde passava. Principalmente com aquela roupa de Bad Boy, calça rasgada, coturno, camisa polo branca e jaqueta de couro preta. Acrescente um Chevy Impala 1967, igual aquele do Supernatural, e fica perfeito. E foi por isso que uma garota se aproximou dele.

– Com licença, meu nome é Jéssica. Precisa de ajuda? – ela perguntou enquanto ajeitava a blusa, que tinha um decote enorme por sinal. Mas Edward não prestou a atenção nisso, ele estava olhando em volta para ver se, por algum milagre, Bella não estava por ali.

– Você faz faculdade aqui? – ele perguntou, finalmente olhando para ela, e teve que reprimir uma careta. Ele conhecia aquele olhar, e não gostava nem um pouco. Só em Bella é que ele gostava. As garotas que faziam esse olhar ficava com caras de puta dizendo “Me coma.”, mas quando Bella fazia esse olhar, ficava com cara de Bella dizendo “Me coma.”, o que ele prontamente fazia, e com prazer. Era diferente.

– Faço sim. – ela disse dando um passo para frente e Edward automaticamente deu um para trás.

– Bom. Eu estou procurando uma garota e queria saber se você conhece. Isabella Swan é o nome dela. – Edward disse.

– A Bella? – Jéssica perguntou com uma careta, o que não agradou Edward.

– Ela mesma! Sabe onde ela está? – ele perguntou esperançoso.

– Ela está por aí. – ela disse dando de ombros e depois apontou para a aglomeração de gente atrás de si. – Hoje está tendo um festival beneficente aqui, e tem um palco onde as pessoas que se escreveram pode se apresentar. Ela deve estar lá com os amigos dela. Mas quem é você?

– Meu nome é Edward. – ele disse e viu Jéssica arregalar os olhos.

– Você realmente existe?! – ela perguntou mais para si mesma do que para ele.

– O quê? – ele perguntou confuso.

– Nada. Vem que eu te levo lá. – ela disse o pegando pelo braço e o puxando. Edward escutou ela murmurar algo como: “Eu não perco essa por nada!”.

Eles foram andando e chegaram na aglomeração. Edward olhou para o palco e viu que tinha uma banda tocando. Jéssica continuava o puxando para frente. Não era difícil de andar por ali, não era como nos shows de bandas famosas em que você não conseguia andar sem pisar no pé de alguém.

– Ali. – Jéssica disse apontando para o lado esquerdo do palco um pouco mais a frente. Edward seguiu a direção e sentiu o coração perder uma batida. Bem enfrente ao palco, atrás de um grupo de gente, estava ela. Linda como sempre.

Bella estava com os cabelos soltos, estavam maiores, uma calça jeans, uma camiseta azul e aquele seu All Star surrado que Edward dizia que iria queimar só para vê-la irritada. Ela conversava com uma garota baixinha, de cabelos espetados para todo o lado. Ao lado de Bella estava um cara alto e forte, Edward se acalmou quando percebeu que ele estava de mão dada a uma loira alta que poderia facilmente ser modelo. Um garoto muito parecido com a loira foi correndo em direção a Bella e pulou em suas costas. Edward quase foi ao seu encontro, mas Bella se virou para o garoto e o encheu de tapas. Ele ficou com pena do garoto pois ele conhecia bem aquele tapa e sabia o quanto doía. O garoto tentou se defender e foi para trás de baixinha, a abraçando pela cintura. Bella apontou para ele e disse algo que o fez rir, depois olhou por sobro o ombro dela e seu sorriso vacilou. Edward olhou para onde o garoto olhava, e viu um garoto com carinha de bebê se aproximar deles.

– Aquele é o Mike. – Jéssica disse. – Meu ex. Aquele fortão lá é o Emmett, a loira do lado dele é a Rosalie, o garoto que pulou nas costas de Bella é Jasper, irmão gêmeo dela, a baixinha é a Alice. Eles são amigos da Bella.

Edward assentiu, ainda olhando para sua namorada, ou talvez ex, ele não sabia de mais nada. Ele viu Mike chegar perto dela e falar algo em seu ouvido, ato que deixou Edward com vontade de quebrar a cara dele. Bella se afastou dele, disse algo e involuntariamente levou a mão ao pescoço. Só Esse gesto fez Edward ter esperança. Ele sabia bem o que tinha no pescoço dela. Um dia antes de Bella ir para cuidar da mãe dela, ele foi na casa dela se despedir, já que ela sairia cedo. Edward lhe entregou o cordão que ele levava no pescoço desde que ele tinha quatorze anos. Era uma correntinha de ouro, sem pingente. Edward lhe disse para ela levar com ela e que no dia que eles se visse ela o devolvesse. Depois disso eles ligaram o IPod e escutaram Nickelback pela última vez juntos, enquanto faziam amor.

Foi pensando nisso que Edward tomou uma rápida decisão. Ignorando aos chamados de Jéssica, ele foi na direção direita do palco. Foi para a parte de trás do mesmo, porém foi barrado por um rapaz.

– Não pode passar daqui. – o garoto disse, e pela camisa Edward percebeu que era da equipe de apoio.

– Eu tenho que subir nesse palco! – Edward disse nervoso.

– Se inscreveu? – ele perguntou e Edward negou. – Então não pode subir.

– Você não está entendendo. Minha namorada está no meio dessa gente, e ela nem sabe que eu estou aqui. Eu preciso pedir desculpas a ela.

– Olha, eu acho bem bonitos e tal esse lance de homenagem e declarações mas...

– Não! Faz meses que eu não a vejo por causa de uma idiotice minha. Eu preciso que a Bella me perdoe. – Edward disse exasperado.

– Eu sei mas … espera! Bella? A Bella? Isabella Swan? – ele perguntou de olhos arregalados. Qual o problema desse gente?!

– Elas mesma! – ele respondeu, passando as mãos no cabelo.

– Você é o tal de…

– Edward, é. Por que todo mundo tem essa reação? – ele perguntou.

– Não me leva a mal, mas é que desde que Bella começou a cursar aqui ela dizia que tinha um namorado que se chamava Edward. Sendo que ninguém nunca tinha te visto. Começamos a achar que ela tinha inventado para expulsar os garotos que chamavam ela pra sair. Depois de um tempo os garotos desistiram. O único que insiste é o bobão do Mike. É meio surpreendente saber que você existe. Eu sou o Laurent.

– Você é amigo dela? – Edward perguntou esperançoso.

– Digamos que sim. – ele disse cauteloso.

– Cara, por favor, você tem que me ajudar! Eu preciso subir naquele palco. Prometo não fazer nada vergonhoso, mas por favor me deixa subir lá. – Edward suplicou nervoso. Laurent encarou por um momento e depois concordou com a cabeça, fazendo Edward abraçá-lo rapidamente.

– Você sobe depois que a banda acabar de tocar.

– Obrigada, cara! Te devo uma.

– Beleza – Laurent disse rindo.

Ele ia fazer aquilo. Ele poderia simplesmente chegar perto de Bella e a chamar para conversar. Mas ele tinha que fazer aquilo por eles. Nickelback embalou os melhores momentos dele com ela. Agora que ela veio atrás dela não podia ser diferente.

Não demorou muito e a banda desceu do palco sobre aplausos. Mas Edward os chamou novamente. Precisa deles para o que ele ia fazer e ficou realmente eufórico quando eles concordaram em ajudar. Então Edward pegou um violão e subiu no palco, os caras da banda se posicionaram novamente. Ele andou até o meio do palco onde tinha um microfone e procurou por Bella. Ela conversava com os amigos ainda sem olhar pro palco, mas pouco a pouco as pessoas o encaravam curiosas. Ouso dizer que algumas garotas perguntavam entre si se esse bonitinho estudava ali.

– Eu lembro, como se fosse ontem, o dia em que te vi pela primeira vez. – ele começou e Bella imediatamente olhou para ele. Levou a mão a boca, e seus olhos se encheram de lágrimas. Seus amigos olharam de Bella para Edward. – Caminhando pelo estacionamento da Forks High School, fazendo todos os garotos te olharem. Eu não fui diferente. Muito pelo contrário, como o idiota que eu era, e sou, fui o primeiro a te convidar para sair. Foi a primeira vez que eu levei um fora. – Ele disse, fingindo indignação, a fazendo rir. – Então eu deixei pra lá. Eu só não contava que eu, Edward Cullen fosse me apaixonar justamente pela garota que nem ligava pra mim. Eu penei viu?! Pra conseguir uma chance. Até tentar fazer ciúmes o idiota aqui tentou. Quando na verdade eu só precisava dizer o que eu sentia. Mas eu mereço desconto, pois nunca senti nada parecido com o que eu sinto agora. Me lembro das tardes que passamos no nosso cantinho, escutando nossa banda favorita. Sem nem imaginar que hoje eu daria uma de Rock Star. – Bella riu. Edward fez um pausa, respirou fundo e continuou. – Lembro quando você me fez prometer que nunca ia machucá-la, mas eu quebrei essa promessa. Não voltei para você quando era para ter feito. Mas eu estou aqui hoje e realmente espero que você me aceite de volta. – Edward falou e começou a dedilhar no violão.





This time, this place

Misused, mistakes

Too long, too late

Who was I to make you wait?

Just one chance, just one breath

Just in case there's just one left

'Cause you know, you know, you know



Nesta hora, neste lugar

Desperdícios, erros

Tanto tempo, tão tarde

Quem era eu para te fazer esperar?

Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro

Caso reste apenas um

Porque você sabe, você sabe, você sabe



That I love you

I have loved you all along

And I miss you

Been far away for far too long

I keep dreaming you'll be with me

And you'll never go



Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora



Stop breathing if I don't see you anymore



Paro de respirar se eu não te ver mais



Algumas pessoas começaram a acompanhar a música. A baixinha que se chamava Alice empurrou Bella, que foi abrindo caminho em direção ao palco. Edward continuava parado em frente ao microfone, a observando se aproximar. Ele tinha uma chance afinal.



On my knees, I'll ask

Last chance for one last dance

'Cause with you, I'd withstand

All of hell to hold your hand

I'd give it all

I'd give for us

Give anything but I won't give up'

Cause you know, you know, you know



De joelhos, eu pedirei uma

Última chance para uma última dança

Porque com você, eu resistiria a

Todo o inferno para segurar sua mão

Eu daria tudo

Eu daria tudo por nós

Dou qualquer coisa, mas eu não vou desistir

Porque você sabe, você sabe, você sabe



That I love you

That I loved you all along

I miss you

Been far away for far too long

I keep dreaming you'll be with me

And you'll never go

Stop breathing if I don't see you anymore



Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora

Paro de respirar se eu não te ver mais

Quando Bella chegou perto do palco, Edward soltou a alça do violão, pegou o microfone do suporte e enquanto ele se abaixava para pôr o violão no chão continuava cantando, mas em vez de levantar novamente ele se sentou no palco, que era um pouco baixo, batia no peito de uma pessoa baixinha como Alice. Edward foi para a beirada e pôs as pernas para fora do palco e depois pulou, ficando, finalmente, de frente para Bella. Ele estendeu a mão e ela a pegou.



So far away (So far away)

Been far away for far too long

So far away (So far away)

Been far away for far too long



Tão longe (tão longe)

Estive tão longe por muito tempo

Tão longe (tão longe)

Estive tão longe por muito tempo



But you know

You know

You know

I wanted

I wanted you to stay

Cause I needed

I need to hear you say

That I love you

I have loved you all along

And I forgive you

For been away for far too long

So keep breathing

Cause I'm not leaving you anymore

Believe and hold on to me and, never let me go

Keep breathing

Cause I'm not leaving you anymore

Believe it Hold on to me and, never let me go



Mas você sabe

Você sabe

Você sabe

Eu queria

Eu queria que você ficasse

Porque eu precisava

Eu preciso ouvir você dizer

Que eu te amo

Eu te amei o tempo todo

E eu te perdoo

Por ter ficado tão longe por muito tempo

Então continue respirando

Porque eu não vou mais te deixar

Acredite e se segure-se em mim e nunca me deixe ir

Mantenha a respiração

Porque eu não vou mais te deixar

Acredite, se segure em mim e nunca me deixe ir



Bella sussurrou as partes que ele queria, que ele precisava ouvir. Ela o perdoara e ainda o amava.



(Keep breathing) Hold on to me and, never let me go

(Keep breathing) Hold on to me and, never let me go



(Continue respirando) Segure-se em mim e nunca me deixe ir

(Continue respirando) Segure-se em mim e nunca me deixe ir



Edward largou o microfone no palco atrás dele, e apoiou sua testa na dela, sussurrando essa parte só para ela, enquanto as pessoas cantavam em volta deles.

– Me perdoa? – pediu ele ainda com a testa colada na dela. Ele queria ouvi-la dizer novamente.

– Eu te perdoo. – ela disse sorrindo, e uma única lágrima escorreu do seu olhos. – Senti sua falta.

– Eu também. – ele disse. E de repente a única coisa que ele sentia eram os lábios nos seus. Edward passou seus braços ao redor de sua cintura aprofundando o beijo, e ela pôs a mão em sua nuca. Ele podia ouvir os gritos e assovios das pessoas, mas nada era tão importante quanto ela. O cheiro de morango o gosto doce que só ela tinha, ele tinha sentido falta disso, e só agora se dera conta do quanto.

Terminaram o beijo com vários selinhos e sussurros de “eu te amo”. Depois ficaram simplesmente se olhando com carinhas de bobo que fizeram algumas meninas soltarem exclamações do tipo “Que fofo!”. Depois Bella teve consciência de que viera com seus amigos e ela a estavam esperando.

– Vem. Quero que conheça meus amigos. – ela disse o puxando pela mão, e ele foi sem pestanejar. Faria o que ela quisesse.

– Aê, Bellinha! O seu boy magia existe! – disse Emmett fazendo o resto do grupo rir e Bella fazer uma careta.

– Eu ainda não entendi por que todos achavam que eu estava mentindo. Mas bom, gente, esse é um Edward Cullen, meu namorado. Edward, esses são Emmett McCarthy, Rosalie e Jasper Halle e Alice Brandon. – Bella os apresentou.

– Finalmente você apareceu. Já estava achando que teria que te caçar e trazer você de volta para a minha amiga! – disse Alice com as mãos na cintura arrancando risadas de todos.

– Eu voltei e nunca mais vou embora. – Edward disse, abraçando Bella por trás e apoiando o queixo em seu ombro.

– Você vai ficar? – Bella perguntou se virando para ele e mordendo o lábio inferior.

– Eu vou ter quer resolver algumas coisas ainda, mas sim, eu vou ficar. – Edward disse enquanto passava o seu polegar pelo lábio dela, a fazendo parar de morder os lábios. Bella sorriu para ele e pulou em seu colo.

– Vão procurar um quarto! – exclamou Jasper fazendo todos rirem e Bella ficar corada. Ele sentia falta de ver isso, ainda mais quando ele causava o efeito. Por isso não perdeu tempo.

Até que não seria má ideia, hum? – ele sussurrou no ouvido dela, e ela deu um tapa em seu peito para logo depois por o rosto no vão do seu pescoço.

– Eu nunca pensei que viveria para ver o momento em que Bella seria romântica e com cara de boba. – disse Rosalie em tom de falsa surpresa.

– Já deu de zoar com a Bella hoje, né?! – disse Bella se desencostando de Edward, e o puxando para longe. – Vejo vocês amanhã. – ela disse e eles se despediram com acenos.

Bella e Edward foram andando para fora do tumulto. Eles estavam em silêncio e de mãos dadas, mas sabiam que tinha coisas a serem ditas.

– Você se alojou no campus? – Edward perguntou indo em direção ao seu carro.

– Não, arranjei um apartamento aqui perto. Vamos pra lá. – ela disse indo para o lado do carona, mas esperou, pois sabia que Edward gostava de abrir a porta para ela, e ele não fez diferente. Bella deu o endereço para ele e o instruía de vez em quando. Chegaram bem rápido, dava para fazer o trajeto a pé sem se cansar. Era um bom local, era simples. A maioria das pessoas que passavam por ali eram jovens como eles e Edward supôs que ela estudavam em Stanford. Ele foi para a garagem do prédio e Bella se debruçou sobre ele para falar com o porteiro que ficava ali, e rapidamente ele abriu o caminho. Seguiram para o elevador e Bella apertou o número cinco. Edward se encostou na parede e puxou ela, que se apoiou em seu peito. Estavam só os dois no elevador.

– Você vai ficar aqui, não vai? – ela perguntou o fazendo rir.

– Vou ficar até quando você me quiser. – ele respondeu beijando o topo de sua cabeça.

– Então vai ficar pra sempre. – Bella disse e voltaram a ficar em silêncio. O elevador parou no quinto andar e abriu a porta. Era um corredor com seis apartamentos, três de cada lado. Bella andou até a porta do apartamento 54, a direita. Era o último do corredor. Pegou as chaves e abriu. Edward entrou logo depois dela e olhou em volta. Era aconchegante, tudo ali gritava que Bella morava naquele apartamento. O cheiro, suas coisas em cada canto da casa. E ele achou graça quando o gato cinza dela, o Fumaça, passou por eles sem nem olhar pra trás. Aquele gato odiava Edward. Bella disse que era ciúmes, então sempre que ele se encontrava sozinho com o gato ele fala “A Bella é minha” fazendo o gato miar de vota com uma para levantada e as garras pra fora. Ele sabia que aquilo era muito infantil, mas era engraçado.

– Não vai me dar boas vindas, Fumaça? – ele perguntou e Bella riu. O gato o ignorou e se deitou em uma poltrona que tinha na sala, ao lado do sofá. – Ele me ama.

– Com certeza! – debochou Bella. –Preciso de água. – ela disse seguindo em direção ao que Edward deduziu ser a cozinha. Ele foi atrás dela e a encontrou pondo uma barra de água na mesa. Se encostou no batente da porta e a observou. Ele amava vê-la fazer as coisas, com aquele jeito desastrado e extremamente cuidadoso para não deixar nada cair.

– Quer? – ela perguntou para ele enquanto bebia sua água e ele aceitou. Ela encheu o copo novamente e deu para ele que bebeu tudo em um gole. – Você está com bastante sede. – ela observou.

– A última vez que bebi água, foi ontem, as sete da noite, em Nevada. – ele falou e ela arregalou os olhos.

– Você não veio dirigindo a noite toda não, né? – Bella perguntou e ele sorriu para ela, abraçando-a em seguida. Extremamente cuidadosa e preocupada.

– Não. Eu já estava perto da Califórnia, então parei em um motel para dormir. Não se preocupe.

– Impossível. Senti falta do seu cheiro. – ela disse, cheirando a camisa dele, e ele a apertou mais. Ficaram um tempo em silêncio. – O que te fez voltar? – ela perguntou e ele suspirou.

– Tirando a saudade enorme que eu senti de você, eu parei em um bar para tomar água e o dono do bar me contou a história dele. De como ele deixou a mulher da vida dele escapar. Então eu voltei. Não podia te perder por medo.

– E do que você tinha medo?

– De você ter me esquecido. – ele respondeu. E só quando Bella levantou a cabeça e secou suas lágrimas que ele percebeu que estava chorando. Ela o olhou, e ele pode ver ali o amor que ela sentia por ele. Ele sentiu tanta falta daquele olhar.

– Eu nunca poderia esquecer você. Nem se vivesse mil anos seria possível. Você é o amor da minha vida. Estando perto ou não. – ela disse fazendo carinho em seu rosto.

– Eu nuca mais fico longe. – Edward disse, enroscou sua mão no cabelo dela e a beijou. Ela apertou a cintura dele. Ali, sem ninguém por perto, eles podiam se beijar direito. Foram meses longe um do outro. Se eles se beijassem assim em público seria atentado ao pudor. Eles se beijavam avidamente. Suas mãos percorriam o corpo um do outro, querendo sentir aquela sensação, aquele choque na pele deles que chegava a arrepiar.

Edward pôs as mãos por dentro de sua camisa, para logos depois a puxar para cima. Bella se separou dele e levantou os braços. Ele retirou sua blusa, revelando seu sutiã preto.

– Vem. – ela disse o puxando pela mão. Passaram pela sala e foram em direção ao corredor com três portas, duas de um lado e uma do outro. Ela abriu a única porta do lado esquerdo, revelando seu quarto. Quer dizer, o quarto deles. Edward fechou a porta e voltou a beijá-la. Ela foi o puxando em direção a cama, tirando sua jaqueta, para logo depois tirar sua camisa. Eles tiraram os sapatos e se jogaram na cama.

– Senti tanto sua falta. – Bella disse subindo em cima dele, com uma perna de cada lado. – Eu te amo.

– Eu também te amo. Muito. – ele disse beijando-a logo em seguida. Ele pôs as mãos na cintura dela e a puxou mais para si. Mais que isso, só sem a roupa, que não tardou a cair para o chão, os deixando livres para se amarem. E foi isso que fizeram. Se amaram como a muito não faziam. Eles sussurravam palavras doces em meio a suspiros e gemidos enquanto se moviam em perfeita sincronia. E logo alcançaram ápice.

– Senti falta disso também. – ele disse sorrindo a puxando para seu peito. Ela depositou um beijo ali, em cima do seu coração, e o encarou, meio cautelosa, Edward percebeu. – O que foi?

– Você… Ficou com alguém nesse tempo? – ela perguntou e coração de Edward se apertou. Ele não podia culpá-la de perguntar isso. Ele tinha um passado afinal, ele teve seus erros. Mas Bella foi o seu acerto, e ele não podia jogar isso fora por nada.

– Não. Nenhuma vez. Depois que você entrou na minha vida, é só para você que eu tenho olhos. Eu não ficaria com uma garota por que eu não tenho vontade de ficar com mais ninguém a não ser você. Pelo resto da minha vida. – ele disse e secou as lágrimas que caíram dos olhos de Bella. – E você? Ficou com alguém? Eu não te culparia, afinal eu fui um idiota. Mas se tiver alguém saiba que eu vou te pegar de volta. – ele disse a fazendo rir.

– Não. Ninguém. Faço minha as suas palavras. – ela disse sorrindo. – Pelo resto da minha vida.

– Pelo resto das nossas vidas. – ele disse. Ela soltou um suspiro e o abraçou apertado, com o intuito de nunca mais deixá-lo ir.



(Keep breathing) Hold on to me and, never let me go

(Continue respirando) Segure-se em mim e nunca me deixe ir


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?