Cherry Bomb escrita por ApplePie


Capítulo 9
EXTRA - Noite dos Caras


Notas iniciais do capítulo

Eu arrumei um pouco o extra que eu tinha feito à um tempo atrás.
Conta a história de como a Noite dos Caras foi criada.
Espero que gostem ♥



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Capítulo extra

Liam

Meu celular tocou.

Era Bryan.

Como eu sabia mesmo sem olhar para a tela? Simples, porque era a quinta fucking vez que ele me ligava num intervalo de duas horas!

Bufei irritado. Eu queria não atender, até porque eu, Jackson e Martin avisamos umas quinhentas vezes para ele.

“Penny não é flor que se cheire.”

“Cuidado com ela, cara”.

“Ouvi boatos que Penny está saindo com aquele cara, Adler. Melhor deixar de lado, Bryan.”

“Bryan, Penny não é a garota certa pra você.”

...

E ele escutou? Claro que não.

Agora, pela terceira vez em seis meses, Penny terminou o namoro com Bryan para ficar com o imbecil de Adler (o cara que se acha o foda) e Bryan estava lambendo suas feridas como um gatinho manhoso.

E quem tinha que ficar aturando a criatura? Claro, eu e os meus amigos.

Nós já vimos essa cena várias vezes: Penny termina com Bryan por motivos ridículos, Bryan se humilha por ela, Penny fica dando indiretas para Bryan, Bryan faz tudo por ela, Penny começa a sair com os dois ao mesmo tempo falando que estava confusa, Penny decide ficar com Bryan, Adler briga com Bryan ou tenta fazer coisas piores, Penny começa a discutir com Bryan e termina com ele e por aí vai num ciclo sem fim.

Jackson estava me mandando mensagem desesperado dizendo que não sabia o que fazer. Bryan não estava tomando mais banho e se esqueceu de pagar a conta de luz, ou seja, ou ele teria que viver sob luz de velas ou ele teria que ficar uns dias na casa de alguém (o premiado foi Jackson). Martin não atendia ao telefone porque ele estava no dentista com Ellie, aparentemente ela precisava remover seus dentes de siso.

E eu estava entrando em desespero porque estávamos perto do Halloween e Riley havia me chamado para ir numa festa de sua amiga que era à fantasia e eu não conseguia achar uma decente o bastante para falar: “Hm, esse cara não está bêbado para usar isso”.

Meu celular tocou, agora era Riley.

— E aí, já achou uma fantasia?

— Não. — Gemi de frustração. — Do que você vai?

— Holandesa zumbi, lembra? Peguei o vestido da minha tia do Oktoberfest e eu vou jogar um pouco de tinta vermelha para fingir que é sangue., além de fazer uma maquiagem maneira.

— Ah sim.

Eu não queria ir de uma coisa muito comum como pirata ou zumbi.

— Vou tentar achar alguma coisa até lá. Beijos.

— Beijinhos — ela disse.

Quinze minutos depois eu ainda não tinha achado nada decente.

Meu celular tocou de novo.

Peste.

Era Bryan, de novo.

Eu tinha um leve pressentimento que eu não ia encontrar uma fantasia e muito menos ir para essa festa.

***

— Você não vai pra festa? — Riley disse chateada.

Mexi meus pés, impaciente. Eu não queria chatear Riley, mas Bryan era meu amigo e precisava de mim.

— Eu realmente queria ir nessa festa, — eu meio que menti — mas eu preciso ajudar Bryan.

Ela olhou por um instante para mim e suspirou.

— Certo, certo — eu percebi pelo seu tom que ela realmente tinha ficado chateada.

Infelizmente, eu percebi que era muito fácil magoar Riley depois que começamos a namorar. Ela levava tudo a sério e esperava que a pessoa cumprisse o que ela quisesse sem mais nem menos. Eu nunca falei nada, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso não iria fazer bem para ela.

Mesmo assim, Riley tinha suas qualidades como qualquer outra pessoa. Por mais que ela fosse séria demais e fosse meio mimada, ela era uma boa atleta, ela adorava escutar eu falando sobre coisas de gastronomia e ela sempre fazia de tudo para passar um tempo bom comigo – fosse indo ao cinema ou apenas comendo hambúrgueres em casa.

— Olha, Ril, eu prometo recompensar você. Que tal uma noite num restaurante chinês que você ama?

Um sorrisinho se fez presente em seu rosto.

— Rolinhos primavera?

— E banana caramelizada.

— Tudo bem, você venceu. Vá ajudar seu amigo — ela me enxotou para longe dela logo depois de me dar um leve selinho.

***

— Acho que vou vomitar — Ellie disse com sua boca meio aberta e segurando um pacote de gelo na sua mandíbula.

— Se você vomitar, qual é a probabilidade de cair algum outro dente seu? — Jackson perguntou.

Ellie mostrou o dedo do meio pra ele.

Logo depois que eu tinha chegado à casa de Bryan – assim que eu passei no banco para pagar a sua conta de luz – Jackson ligou para Martin pedindo para ele e Ellie virem até aqui já que Bryan não queria sair de seu quarto.

Ellie tinha acabado de fazer a cirurgia então ela estava com um humor mais azedo que limão e com um pacote cheio de gelo na sua mandíbula para o inchaço que ela tinha da remoção dos dentes.

Não sei como a conversa foi parar em Riley e Ellie ficou surpresa por saber que ainda estávamos juntos.

— Por quê? — eu perguntei enquanto fazia a janta. Tinha que ser sopa já que ela não conseguia mastigar direito. Sopa gelada.

— Porque eu não sei como você ainda consegue sair com a loirinha.

— Riley? Pare com essa implicância, Ellie — balancei minha cabeça negativamente. — Ela é legal.

—É sim, quando ela não está sendo uma chata controladora possessiva.

Ellie nunca gostou de Riley e o sentimento foi recíproco. No começo do nosso namoro, Riley tinha um pouco de ciúmes e acabou enfrentando Ellie, que não gostou muito da situação.

Desde então, por mais que Riley tenha se desculpado (pra mim pelo menos), Ellie olha torto para ela.

— Eu sei o que você está pensando — ela revirou os olhos —, e não, não tem nada a ver com o fato dela ter sido uma idiota quando conheci ela, ela simplesmente não combina com você, Liam.

— Você fala como se eu fosse casar com ela.

— Bem, claro que não, mas se você está namorando ela significa que você acha que seus sentimentos são sérios o bastante para ter um relacionamento.

— E eles não são?

— Você quer mesmo que eu responda isso?

Eu fiquei quieto.

— Gente, vamos acalmar os nervos — Jackson disse. — Já não basta a desgraça do Bryan decidir que é um adolescente deprimido...

— O jantar está pronto — eu cortei Jack.

Depois que todos nós – menos o Bryan – terminamos de comer, ficamos olhando para nossos pratos.

— Não estou bem — Ellie grunhiu. — Vou dormir no outro quarto enquanto vocês tentam arrumar um jeito de tirar Bryan dali sem ser quebrando a porta.

E com isso, ela saiu.

— Eu vou falar com ele — eu levantei e fui até sua porta.

Suspirei e comecei a falar a primeira coisa que veio até a minha mente.

— Olha, Bryan, eu sei que você está mal pela Penny, mas não vale a pena, tá legal? Você ficar depressivo não vai te ajudar em nada.

Não tive resposta.

— Aproveita que você já está sem um pingo de dignidade e vamos sair pra beber ou sei lá. Não é você que diz que passar por maus bocados com os amigos é melhor do que viver sozinho?

Ouvi um clique da porta.

— Essa foi rápida — ouvi Martin murmurar.

Os olhos de Bryan estavam fundos, mas brilhavam com uma promessa de fazer o circo pegar fogo.

— Vamos nessa, perdedores — ele disse.

***

— NÓS VAMOS CHAMAR ESSA NOITE DE “NOITE DOS CARAS” PORQUE É A MELHOR NOITE DO MUNDO! — Bryan gritava do balcão muito bêbado.

A única coisa que eu conseguia pensar era: eu criei um monstro.

Jackson disputava shots de tequila com uma velinha (não me pergunte o que uma senhora de sessenta e quatro anos fazia ali) e Martin brincava de fazer malabarismo com as laranjas que o barman cortava e colocava nas taças como enfeite.

Agora Bryan...

Ele tinha feito basicamente tudo que estava em seu direito. Ele pegou o microfone da banda que tinha acabado de sair e começou a cantar Wannabe até o barman oferecer um drink de Absolute com suco de rapsberry para ele calar a boca.

Depois de ter bebido, Bryan começou a jogar strip poker com um gogoboy e com a velhinha que agora está disputando as bebidas com Jackson.

Não satisfeito, Bryan subiu no balcão e começou a contar sua história de vida para dois caras que estavam mais bêbados que ele.

E agora, Bryan está dançando com o mesmo gogoboy e com uma das garotas do bar em cima do mesmo balcão e gritando coisas sobre nós termos que fazer mais dessas “Noite dos Caras”.

Na hora, não dei-lhe ouvidos, apenas estava satisfeito que ele tinha esquecido – por um breve período – de Penny e comecei a beber vários tipos de drinks com Absolute.

Mal eu sabia que essa “noite dos caras” ia se fixar no nosso grupo por um imenso tempo e iria mudar minha vida por completo ao encontrar uma ruiva perto da minha casa na “noite dos caras” em dezembro.


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Notas finais do capítulo

Vou tentar postar logo o próximo, mas não prometo nada porque é um acontecimento que eu não criei antes de reescrever a história e talvez eu vá viajar.
Anyway, comentem sobre o que acharam desse capítulo.
Byebye



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