Era uma tarde de domingo, não era dia de visitação, logo o orfanato não estava movimentado. Algumas meninas estavam nos seus quartos, outras estavam na sala, outras na cozinha, etc. Eu estava deitada na minha cama lendo um livro de contos enquanto algumas meninas jogavam cartas na cama ao lado.

Ouvi passos pesados se aproximando rapidamente e então a porta de abriu num estrondo. Era Emily, uma garota que, mesmo sendo apenas um ano mais velha que eu, tem o dobro do meu tamanho e me odeia, na verdade ela desconta a raiva por saber que nunca será adotada em mim, por que sou a única que tem mais de 10 anos além dela. Ela me encarava com ódio. Chegando ao lado da minha cama ela me puxou pela roupa e me empurrou para o chão. Fiquei assustada.

– Sua imbecil! Acha engraçado essas brincadeirinhas?- ela gritava

Até então eu não estava entendendo nada. Olhei para suas roupas e estavam cheias de glitter e sua calça suja de alguma coisa verde e gosmenta.

– O que? Eu não fiz nada!- eu disse recuando. Então vi um grupinho de meninas rindo e imaginei que elas teriam feito o trabalho e eu fiquei com os créditos.

Mas ela não quis me ouvir, disparou em minha direção com todo ódio. Por um milagre e pela ciência, sou mais rapida que ela, pois sou menor e mais leve. Corri pra qualquer canto, subindo escadas e mais escadas entrei em uma sala vazia, a não ser por um armário no fundo.

Respirei fundo e quando ouvi passos pesados se aproximando corri para dentro do armário, mas não fechei a porta. Ouvi a porta se abrir e os passos se aproximarem, fui recuando e recuando. O armário era maior do que eu pensava, dei mais de quatro passos de profundidade, até que o som dos passos foi diminuindo.

Então tropecei em alguma coisa, acho que era madeira e caí pra trás.

Meus olhos se arregalaram e eu fiquei sem fala, de repente me encontrei em um bosque cheio de árvores, o sol brilhava e os pássaros voavam. Fiquei um bom tempo observando pasma tudo aquilo. Tive vontade de voltar correndo, mas meu medo de Emily era maior. E até que não parecia um lugar ruim.

Avistei um lampião no meio do nada e vi um homem vindo de longe, ele não usava blusa, mas usava uma calça peluda e andava engraçado.