P.D.V – Taylor

P.D.V – Sonho

Dirigia minha moto apressadamente em direção a Syracusa. Aquele era um caso especial para eu ser mandado tão longe da minha “área de cobertura”. As ordens que eu havia recebido eram claras. Fazer o serviço rápido sair e voltar para o fim de mundo do qual eu havia saído.

Cheguei ao hotel com o endereço que haviam me dado. Subi as escadas rapidamente, com as mãos esquentando por causa da carda que eu estava carregando.

Certifiquei-me de que tudo estava preparado para que nada pudesse dar errado e toquei a campainha. Uma jovem atendeu. Eu já sabia quem era ela. Taylor Winchester. Especial, essa daí.

Taylor me olhou de um jeito espantado, como se eu fosse um fantasma. Consegui surpreendê-los.

Ela disse para as pessoas que estavam dentro do apartamento:

- Dean, Sammy, Cameron! A pizza chegou.

Taylor Winchester. Cliente VIP da Pizzaria Celestial

Acordei sobressaltada. Tinha tido um sonho muito estranho. Sentia muita falta dos meus irmãos e de Cameron. Melodie ainda dormia tranquilamente na cama ao lado. Já estava quase amanhecendo. A luz solar iluminava o quarto de um lindo tom de dourado.  Melodie, minha mais nova amiga, tinha alugado este local após 10 horas de viagem. Quando perguntei a por que ela não simplesmente não nos tele-transportava para  o lugar onde os meus irmãos estavam ela disse:

- Aquela cidade está protegida por selos. E eu não conheço bem este país para poder nos levar a uma cidade próxima.

Eu sabia que já estávamos na metade do caminho. Havíamos começado em Houston e agora estamos em Denver. Agradeci silenciosamente por Melodie ter um carro veloz – um Porsche 911 Turbo.

Esperei até que ela acordasse. Quando o fez, eu disse:

- Bom dia Melodie! Quando iremos partir? – ela não pareceu surpresa com a minha pergunta ou com a falta de educação, já que Melodie sabia que eu queria ver meus irmãos o mais rápido possível.

- Nós deixaremos o hotel logo após o café-da-manhã. Não se preocupe, Taylor, pois você verá os seus irmãos em breve. – ela disse me acalmando um pouco. Trocamos de roupa e rapidamente fizemos nossas malas e fomos para uma lanchonete que havia perto do hotel. O lugar estava lotado. Nos sentamos em uma mesa perto da porta de saída, só por precaução.

O atendente veio em minha direção. Eu pedi um sanduíche natural (n/a: adoro sanduíche natural, principalmente acompanhado de uma boa salada saudável) Melodie não pediu nada. Após alguns minutos de espera, meu pedido chegou. Vi minha amiga olhar fixamente um homem. Ela deve conhecer ele de algum lugar, pensei. Como sempre, eu estava errada.

P.D.V – Dean

Sam repetiu para mim o que Ruby tinha dito para ele. Fiquei com vontade de estrangular aquela idiota. Por que ela não tinha falado aquilo pra gente antes? Mas que droga! Minha irmã morreu e agora eu tenho que lidar com a porcaria do Apocalipse.

 Perguntei para a Srta. Vídeo-no-Youtube se ela tinha alguma ideia em relação ao apocalipse e a minha irmã. Ruby simplesmente falou com desdém:

- A irmã é de vocês e não minha, rapazes. Eu não tenho obrigação de ter nenhuma ideia em relação a isso.

Fiquei furioso. Como ela se atrevia a não ajudar a gente?

- Você tem sim obrigação de ajudar, sua estúpida. Então é melhor ir começando logo.

Ela ainda pensou em rebater, mas foi impedida por um olhar de advertência do meu irmão. Pelo menos ele serve para alguma coisa de útil.

A campainha tocou. Sam atendeu, Ruby desapareceu. Após a porta ser aberta. Três adolescentes entraram, Cameron, um menino e  uma menina que eu não conhecia, mas eles eram tão parecidos que deviam ser irmãos. O três sentaram-se no sofá. Cameron, o porta voz do trio disse:

- Esses são Ralph e Lise, amigos da Tay. Eles me disseram que acham que vocês dois possam estar escondendo algo sobre a morte de nós sobre a morte dela. Lise ainda foi além – ela me disse que teve um sonho estranho no qual a Taylor estava vindo para cá acompanhada por uma jovem chamada Melodie.

Que maravilha! O clube-dos-pirralhos resolveu dar uma de Mãe - Diná. Ergui uma sobrancelha em descrença. Pra mim já era quase certo, minha irmã estava morta. Ponto final.

Olhei para Sammy. Ele parecia esperançoso. Conhecia muito bem aquela expressão em seu rosto. Mas do mesmo jeito, conhecia a sua expressão de decepção quando a esperança não se tornava nada mais do que algo abstrato. E eu não ia deixa isso acontecer de maneira alguma.

- Não tem como ela estar viva. E muito menos vindo pra cá. A não ser que ela seja uma zumbi, o que eu acho bem difícil de acontecer. Nada que vocês falem irá trazer ela de volta. Por que ficar falando nisso o tempo todo?  Não adianta criar falsas expectativas em torno disso. Lise falou:

- Ela está viva! Eu tenho quase certeza disso! – e então, o irmão dela completou

- Acredite na minha irmã, ela está quase sempre certa.

Dei um risada sarcástica e virei as costas para os dois. Não que eu quisesse que minha irmã estivesse morta, mas há assuntos que simplesmente não devem vir à tona. Porque eles machucam demais.

P.D.V – Cameron

Controlei-me para não bater no Dean. Como ele não podia acreditar que a Taylor estava viva?! A própria irmã dele! A cada dia ele se mostra mais insensível. Passei a gostar muito menos dele. Virei-me pra falar com Sam, mas fui impedido por uma familiar luz rosada que aos poucos ia surgindo. Mariana. Me perguntei sobre o que ela gostaria de falar com a gente. Quando vi seu rosto, pela primeira vez me animei novamente. Ela trazia boas notícias.

P.D.V – Mariana

Após algumas perguntas a anjos bem informados, consegui uma informação importante. Azazel estava furioso porque alguns demônios haviam deixado uma prisioneira escapar. E essa prisioneira era Taylor Winchester, Arcanjo Prateado e irmã do Arcanjo Miguel, ou melhor, do receptáculo dele. A primeira coisa que eu fiz após saber dessa notícia, foi contá-la o mais rápido possível para os Winchester.

P.D.V – Sam

Esperei até que Mariana começasse a falar o que ela queria.

- Tenho boas notícias!

- Até que fim, Rosadinha! – falou Dean, sarcástico. Mariana não gostou do que ele havia dito , então o prendeu na parede com um gesto e disse com raiva:

- Meu nome é Mariana e não Rosadinha, Dean Winchester. – ela o soltou

- Bom, as boas notícias são essas – a irmã de vocês está viva,  ela fugiu do Inferno e está vindo pra cá.

Fiquei imensamente feliz com isso. Perguntei para Mariana:

- Você sabe onde ela está?

- Infelizmente, não.

Fiquei um pouco decepcionado, mas ainda sim feliz. Lembrei-me de um detalhe importante. Peguei meu celular e liguei para mãe da Tay:

- Samantha?

- O que foi, Sam?

- Descobrimos que a Taylor está viva!

- Mas que maravilha!

P.D.V – Taylor

Ainda não tinha terminado de comer o meu sanduíche. O lugar esvaziava aos poucos como se as pessoas estivessem se sentindo desconfortáveis com a atmosfera agourenta que parecia emanar daquela lanchonete. Apenas três clientes permaneceram lá. Eu, Melodie o homem estranho que ficava nos encarando. Alguma coisa que ele fez pareceu confirmar as suspeitas dela. Ela me disse sem tirar os olhos do homem:

- Ele é um demônio. Acho melhor sairmos daqui, Taylor. Rápido. – ela praticamente me arrastou em direção a porta, mas o demônios fez um gesto e todas as portas se trancaram.

Ele olhou com ódio nos meus olhos e disse:

- Diga adeus à vida, Taylor Winchester.

Então, ele apertou um detonador que havia por baixo de sua camisa e uma explosão descomunal ocorreu na loja. Pedaços da lanchonete destruída começaram a cair em cima de mim e Melodie. E nem deu tempo de terminar meu sanduíche.

Ralph e Lise:

Melodie:

Mariana: