P.D.V – Dean

Estávamos todos abalados com a morte da Taylor. O que Mariana havia pedido pra nós fazermos era algo mais impossível do que secar gelo, ou falar farofa com farinha na boca sem derramar farinha, acreditem eu já tentei isso. Fiquei com pena até do pirralho. Ele parecia tão triste quanto nós.

Acho fiquei quase uma hora em pé, pensando na pirralha. Eu que sempre zombava da cara dela nunca imaginaria que a Taylor iria me fazer assim tanta falta. Suspirei. Sam disse:

- Vou dar um volta.  – ninguém respondeu. Apenas assentimos e deixamos ele ir.

Fiquei olhando para o céu estrelado. Por um segundo eu pensei ter tido um vislumbre da pirralha sentada na janela. Pisquei os olhos, aturdido. Parecia que eu tinha visto um fantasma dela. Me perguntei se isso era verdade.

P.D.V – Sam

Não pude conter as lágrimas enquanto descia pelas escadas do hotel em direção a... nenhum lugar, na verdade. Nem sabia pra onde eu devia ir. Comecei a andar pelo quarteirão sem nenhum rumo, nem estava pensando pra onde eu estava. Esbarrei em alguém. Pedi rápidas desculpas e andei um pouco mais rápido. Ouvi passos atrás de mim. Devia ser a pessoa na qual eu tinha esbarrado.  Era um homem grande e musculoso. Sua expressão dizia ei, eu sou mal! O cara disse:

- Ei, seu estúpido! Você esbarrou em mim. Não vai pedir desculpas não? – de repente, surgiram mais três homens igualmente fortes ao lado do primeiro. Ótimo, Samuel, você se ferrou. Eles foram me encurralando aos poucos. Não respondi nada pra o que tinha feito a pergunta para mim.

- Vamos mostrar pra esse safado o que acontece com quem se mete com as pessoas erradas.

Os caras começaram a bater em mim. Eles eram muito altos e eu não pude evitar os golpes sozinhos. Já estava longe de casa, ou melhor, do hotel e eu não conseguia alcançar o celular. Maravilhoso. Já estava quase desmaiando quando chegam duas pessoas. Irmãos. Uma menina e um menino. Os rostos eram bem parecidos, ele tinha cabelos escuros, olhos cor de mel, pálido, alto. Ela tinha cabelos mais claros, olhos escuros, mas era igualmente pálida e alta. Eles lutaram com duas pessoas, o que já me ajudou bastante. Consegui derrotar meus oponentes ao mesmo tempo em que eles. A menina disse:

- Você está bem? Meu nome é Lise. – ela se aproximou de mim e ofereceu um aperto de mãos. Aceitei por educação. Regra básica de etiqueta: se alguém lhe salvou de ser espancado por uma gangue e esse alguém lhe oferecer um aperto de mãos, aceite. É o mínimo que você pode fazer.

O menino disse, mais afastado:

- Meu nome é Ralph. Nós estávamos passando por aqui, quando vimos o que aquela gangue estava fazendo com você e é claro, viemos ajudar.

- Olá, Lise e Ralph. Meu nome é Sam.

- Olá Sam. Você me lembra alguém que eu conheço. – a menina disse

- Você quer dizer uma garota chamada Taylor Winchester? – perguntei suspirando

- Acho que sim. Nós estudamos na mesma sala que ela, nos falávamos várias vezes.

Me preparei pra contar a má notícia para eles. Não era algo fácil ou agradável de fazer.

- Não sei se vocês souberam da notícia, mas ela faleceu, a Taylor. – eles ficaram paralisados

- O que?! Como? Ela era tão jovem e – Ralph foi interrompido pela irmã que pareceu completar seus pensamentos

- Tão legal, divertida, sempre falando dos irmãos dela, Sam e Dean. Como ela morreu?

-Ela...

- Não minta pra nós. Nós assistimos Sobrenatural na televisão e sabemos tanto quanto você sobre qualquer tipo de monstro.

- O que é Sobrenatural?

- É um seriado que conta a história de dois irmãos caçadores, que parecem bastante com vocês.

Maravilhoso. Além de livros, agora tem um seriado Sobrenatural. Agora só faltava ter camisetas estampadas com a minha cara!

Quando olhei melhor a roupa deles, pude ver que a roupa da Lise era mesmo uma camiseta com a minha cara. Me assustei.

- Passa no Warner Channel, todas as quintas feiras. E os atores que interpretam os irmãos são muito parecidos com vocês! – acho melhor sair de fininho antes que ela descubra que eu sou o verdadeiro Sam.

- Espera! Você é o verdadeiro Sam! Volta aqui! Me dá um autógrafo! Aperta a minha mão! Me adiciona no twitter! – a menina disse

O menino gritou também

- Me dá o telefone da Ruby!

Saí correndo o mais rápido que eu pude. Entrei em um  depósito. Tranquei a porta rapidamente. Quando me virei, dei de cara com uma pessoa a qual eu não via há um bom tempo.

Ruby. Sua expressão não era uma das mais felizes. Ela disse:

- Más notícias.