Laços de Guerra - 4ª Temporada escrita por nywphadora, nywphadora


Capítulo 5
Capítulo 5 - O erro de Ronald Weasley.




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3 de Setembro de 1997.

— Toma cuidado, meu filho — implorou Jane, dando-lhe um beijo na testa.

— Já vai? — perguntou Amber, descendo as escadas.

— É melhor agora que está cedo — disse Oliver, despedindo-se dela que corou ao sentir o olhar de Jane — Volto daqui a algumas horas.

A campainha tocou e Jane se apressou para abrir a porta.

— Deve ser Archie — resmungou Oliver quando viu Sabelle correndo da cozinha até a porta.

— Estou perdendo algo? — perguntou Amber, divertida.

— É o beater do time que resolveu se enroscar com a minha prima — explicou Oliver, mal humorado.

— Eu já disse para você parar com os ciúmes! — bronqueou Amber, dando um tapa no ombro dele.

Sabelle cumprimentou o namorado com um beijo antes de Archie entrar na sala.

— Sabelle me contou — disse Archie ao ver Amber — Não se preocupe, eu não vou contar a ninguém.

— Mas te vale — murmurou Oliver, fazendo Amber lhe cutucar.

— Bem, além de irmos ao treino eu achei melhor avisar o que aconteceu — disse Archie, sorrindo despreocupado pela reação de Oliver.

— Como assim o que aconteceu? — perguntou Sabelle, olhando para ele.

— O Ministério está escondendo o que aconteceu, proibiram os funcionários de mencionar, mas quem esteve ontem sabe — disse Archie — O meu pai me contou. O seu irmão foi visto.

— No Ministério? — Amber quase gritou — Eu sabia que ele estava... Mas... No Ministério!

— Eu vou pegar um copo d’água — Jane apressou-se para a cozinha.

— Ninguém sabe o que aconteceu ao certo — disse Archie, enquanto Amber se sentava no sofá — Atacaram o julgamento dos nascidos muggles e aconteceu a maior confusão na hora de fecharem as lareiras. Parece que eles estavam usando Polyjuice Potion. Yaxley os seguiu e descobriu onde estavam escondidos, mas eles fugiram.

— Kreacher — disse Amber olhando para Oliver.

— Ele vai ficar bem — lhe tranquilizou Oliver.

— Não podem voltar de jeito nenhum — disse Sabelle, seriamente — Com certeza eles estarão esperando pelo Trio, vigiando a casa.

— Como se eles fossem estúpidos a ponto de voltar — murmurou Archie.

— Bem, é melhor nós irmos, não é? — disse Oliver, hesitante.

— Vai, eu vou ficar bem — disse Amber, sorrindo levemente.

Oliver deu mais um beijo em Amber e saiu da casa com Archie. Eles iriam treinar no campo de sempre, tentariam mudar para o campo perto da casa, mas duvidava que os outros jogadores concordassem.

— Aqui — disse Jane, entrando na sala e dando o copo para Amber — Eles já foram?

— Já — respondeu Sabelle, enquanto Amber bebia avidamente.

— Harry Potter ainda vai me matar — murmurou Amber quando terminou de beber.

25 de Outubro de 1997.

— Montrose Magpies parou as atividades — informou MacAdson a Oliver.

Eles ouviram gritos na portaria do campo, isso fez com que os jogadores descessem das vassouras.

— O que está acontecendo? — perguntou Kelly Sinclair, preocupada.

Dois homens caíram ao lado da arquibancada, ao mesmo tempo em que Dolohov entrava no campo com os outros três homens.

— Vai pro vestiário — murmurou Oliver para Kelly que era a única mulher do time.

Ela quis protestar, mas MacAdson lhe lançou um feitiço camaleão e ela se foi rapidamente.

— Algum problema, senhores? — perguntou Oliver, educadamente.

— Temos ordens de levar a Phillips — disse um dos homens.

— Se não fizerem nada, não tem o que temer — disse Dolohov.

Archie e Oliver entreolharam-se, enquanto dois homens puxavam Phillips pelos braços.

— Não creio que tenha necessidade disso — MacAdson tentou intervir, mas um dos homens levantou a varinha na altura de seu rosto.

— Phillips não apareceu na Comissão de Registro de Nascidos Muggles — disse o homem.

— E isso é motivo para levar um homem preso? — perguntou o seeker do time.

Kelly lançou um feitiço em um dos homens que caiu desmaiado no chão, derrubando o outro e deixando Phillips livre para pegar a varinha e tentar fugir.

— Atrás dele! — gritou Dolohov, enquanto o resto do time lançava diversos feitiços para distrair aos funcionários.

Um dos homens lançou um feitiço com raio vermelho que acertou Phillips nas costas. O jogador caiu no chão, deixando a varinha rolar.

— Vamos, não podemos fazer mais nada por ele — murmurou Archie, puxando Oliver para o vestiário, enquanto alguns do time aparatavam e outros pareciam dispostos a ajudá-lo até o fim.

A última visão que eles tiveram do homem foi o sangue saindo pelos olhos e boca dele.

— Acho que isso deixa as coisas claras — disse Kelly, pegando as coisas dela do armário e enfiando na mochila com pressa — Phillips não é o único nascido muggle aqui e logo eles virão pelos mestiços.

— Vai para casa, Kelly — disse Archie, enquanto observava pela porta aberta do vestiário.

Ela desapareceu de um momento para o outro.

Infelizmente, a imagem de Phillips jogado na grama do campo não sairia tão fácil da mente dos que estiveram presentes.

14 de Novembro de 1997.

— Tentaram roubar a espada de Gryffindor em Hogwarts — disse Archie, enquanto ele e Oliver jogavam xadrez bruxo na sala de estar.

— Quem? — perguntou Sarah, concentrada no tabuleiro no qual ela e Sabelle jogavam.

— Ginny Weasley, Luna Lovegood e Neville Longbottom — respondeu Sabelle.

— Por que eles fariam uma coisa dessas? — perguntou Amber, levantando a vista.

— Para que mais? Para irritar Snape! — exclamou Sarah.

— Não creio que seja só para isso — disse Amber, pensativa — Será que é porque eles sabem que Dumbledore queria legar a Harry?

— Dumbledore queria dar a espada de Gryffindor para Harry Potter? — perguntou Archie, franzindo levemente o cenho.

— Não tente entender — murmurou Oliver.

— Mas é uma espada realmente bonita — disse Sabelle — Feita por duendes... Um valor inestimável.

— Ai, meu Deus! — exclamou Amber, levantando-se e indo pegar um de seus livros.

— Eu disse alguma coisa? — perguntou Sabelle, confusa, levantando a vista.

— É feita por duendes! — disse Sarah, em voz baixa — Absorve tudo o que a fortalece e é impossível de ficar suja.

— Veneno de basilisco! É uma das coisas que... — exclamou Amber, antes de parar de falar.

— Francamente, Ambrose — Sarah virou a cadeira para olhá-la — Estamos presas aqui e a única pessoa a quem falamos é Harrison e duvido que eles esteja relacionado aos Death Eaters.

— É uma história complicada — disse Amber — Vold... Digo You-Know-Who arrumou um jeito de se tornar imortal literalmente. Magia das trevas. E veneno de basilisco é a única coisa que pode destruir isso que o torna imortal. Essa é a missão de Harry. Agora o porquê de os Contos de Beedle, o Bardo... Não faço a menor ideia.

— Não seria mais fácil ler o livro para ver se consegue tirar alguma conclusão? — sugeriu Sarah.

— Não tenho uma cópia — disse Amber.

— Eu acho que tem na biblioteca — disse Sabelle, levantando-se.

— Se tivesse uma forma de avisar ao Trio sobre isso... — suspirou Sarah — Facilitaria bastante a missão deles.

— Posso tentar enviar um patrono, mas tenho medo de eles estarem um lugar não adequado — disse Amber, mordendo o lábio.

— Mas não custa tentar — disse Sarah.

— Tudo bem, vou treinar isso — murmurou Amber.

— Não precisa dizer tudo — disse Sarah — É só dizer que é feita por duendes que Hermione vai sacar. Não é nada comprometedor.

— Boa ideia — aprovou Amber, passando a mão pelo cabelo preso em um rabo de cavalo simples.

Ouviram o barulho dos saltos de Sabelle batendo no chão de madeira enquanto ela voltava para a sala, segurando um livro de tamanho não muito fino nem muito grosso.

— Aqui — disse Sabelle, entregando-lhe e voltando a se sentar para continuar o jogo com Sarah.

— Obrigada. Vejo isso depois — disse Amber, deixando o livro em cima da mesa de centro antes de se dirigir para a cozinha, praticar o patrono falante.

Gostava da sensação de estar fazendo algo para ajudar.

Passava as manhãs tentando recuperar alguma lembrança boa o suficiente para fazer o patrono e, durante a noite, folheava Contos de Beedle, o Bardo. Lia linha por linha, imaginando se Dumbledore havia sublinhado alguma parte, mas pensou que ele fosse mais sutil do que isso.

Dumbledore tinha dado poucas dicas sobre as horcruxes, mas as tinha dado. Já os Contos de Beedle, o Bardo não fazia sentido algum com as Deathly Hallows. Talvez fosse algo que Dumbledore quisesse que Harry ou Hermione identificassem, mas não tão importante quanto às horcruxes.

A versão que estava na biblioteca dos Wood, além de não ter qualquer pista que Dumbledore pudesse dar, era re-escrita por outra pessoa. Era a mesma história, mas a original era em runas e essa era a tradução, podendo ter uma variação em alguma frase. Útil para Amber que não entendia Ancient Runes, mas poderia fazer a diferença.

Ela puxou a pensieve portátil, inconscientemente, rodando a tampa do relicário com os dedos, enquanto olhava para a parede pensativa.

— O jantar está pronto, queridos — ela ouviu a voz de Jane.

Suspirou, soltando o medalhão e fechando o livro, enquanto levantava-se para descer as escadas.

— Por que Archie me parece tão familiar? — murmurou.

— Talvez porque você conhece o primo dele, Dean Thomas — disse Sabelle, passando rapidamente pelo seu lado.

— Ele é primo de Dean? — perguntou Amber, parando de caminhar — Mas...

— O nome de solteira da mãe dele é Levinda Thomas — disse Sabelle — Levinda é irmã da mãe do Dean. Inclusive, me disseram que ele sumiu por causa dessa idiotice de status de sangue.

— É verdade... Ele não conheceu o pai — disse Amber, voltando a caminhar até a cozinha.

— Pois é. Não tem como comprovar seu status de sangue — disse Sabelle, sentando-se na mesa.

— Por favor, não vamos falar sobre esses assuntos — pediu Jane, colocando comida no prato de Sabelle — Não na hora de jantar. Já temos demais para nos preocupar pelo resto do dia.

Elas mudaram de assunto rapidamente.

21 de Novembro de 1997.

Fazia exatamente uma semana em que Archie não aparecia e isso estava deixando a Sabelle preocupada. Amber tinha a sensação de que Jane e August sabiam o que estava acontecendo, mas eles não disseram nada em relação a isso.

— Não faz sentido! — exclamou Sabelle, fechando um livro bruscamente enquanto Amber lia a última história de Contos de Beedle, o Bardo — Ele não ia sumir sem dar notícias. Sabe que eu fico preocupada, ainda mais com essa guerra.

— Deve estar ocupado — disse Amber, virando a página.

— Ele não está mais jogando quidditch — disse Sabelle, descartando a opção.

— Então deve ter acontecido alguma coisa — disse Amber.

Sabelle ficou olhando pela janela, onde a neve emperrava a janela.

— Eu vou atrás dele — murmurou, levantando-se e pegando vários casacos.

— Enlouqueceu? — disse Amber, seguindo-a com o olhar.

— Eu sei onde fica a casa dele — disse Sabelle.

— E você vai sozinha há essa hora? — retrucou Amber — É suicídio. Está congelando e é perigoso. E a não ser que ele more em Hogsmeade, a casa dele está longe.

— Ele mora em Hogsmeade.

— Pior ainda! A vila está sendo vigiada.

— Vou a pé.

— É do outro lado da cidade. Não seja ridícula!

— Você não entende! Nunca teve que passar por isso.

Amber decidiu ficar calada antes que a discussão piorasse. Deu de ombros repetidamente mandando um “dane-se” para ela. Se não queria lhe escutar, o problema era dela.

Voltou a ler o livro enquanto Sabelle voltava a colocar milhares de casacos e suéteres, um por cima do outro.

“O irmão mais velho pediu a varinha mais poderosa que existisse”.

“Pessoas como Voldemort adorariam ter uma varinha dessas...” pensou Amber.

“Pediu o poder de trazer pessoas de volta à vida”.

“Então ele pediu alguma coisa que o fizesse deixar o lugar sem ser seguido pela morte. E ela, contra a sua vontade, deu a ele sua própria capa da invisibilidade”.

Amber parou de ler a história, olhando para o livro sem estar realmente o vendo.

Levantou-se com rapidez e pegou o livro de Charlus Potter de dentro da sua bolsa, sem perceber que Sabelle corria rapidamente para o andar debaixo.

— Não é nem um pouco parecida com a de seu pai, mas... — dizia Marlene, em uma lembrança antiga de Amber.

Quando Amber tinha cinco anos de idade, Marlene lhe deu uma “capa da invisibilidade” para ela aproveitar um pouco enquanto ouvia histórias das aventuras dos marauders. A capa só durou dois dias, depois o efeito de desaparecimento acabou.

— Capas normalmente são impregnadas com Feitiços de Desilusão, Azaração de Ofuscamento ou tecidas com pêlo de demiguise — disse Charlotte Laurie, a bibliotecária de Beauxbatons, uma vez.

— Uma capa da invisibilidade nunca dura tanto tempo mesmo tecida por pêlo de demiguise — murmurou Amber, virando as páginas do livro de Charlus Potter, procurando por algo que ajudasse.

Não encontrou nada sobre isso. Parou de folhear as páginas, dirigindo-se para o outro artefato. A varinha das varinhas. Ollivander e Gregorovitch eram artesões de varinhas e tinham sido capturados (o último morto) por Voldemort.

Seria possível que ele acreditasse nessa lenda? Que existia uma varinha tão poderosa a ponto de vencer qualquer duelo? Planejava usar essa varinha em Harry?

Uma batida na porta a fez perder o fio do pensamento. Ela virou o olhar para a porta aberta, onde Oliver a olhava curioso.

— Você ama tentar desvendar mistérios relacionados a Harry, não? — ele perguntou.

— Quero estar a par das coisas — disse Amber, colocando o livro de Charlus de novo na bolsa — Aconteceu alguma coisa?

— Archie apareceu — disse, dando de ombros — O pai dele morreu na semana passada.

Sabelle estava ajoelhada no chão de madeira, segurando a cabeça abaixada de Archie que chorava desconsolado.

Na sala também se encontrava de pé uma jovem de cabelo castanho na altura do ombro e olhos azuis. Suas roupas deixavam claro que ela era uma funcionária do Ministério da Magia.

Amber escondeu-se ligeiramente atrás de Oliver, mas ele segurou sua mão, acalmando-a.

— Como aconteceu? — ele perguntou a mulher, sem fazer som.

— Ele se opôs ao Ministério — ela murmurou, aproximando-se deles.

Seus lábios estremecidos eram o único indício do sofrimento dela. Não precisou explicar mais nada, eles já podiam imaginar o que teria acontecido.

Só de imaginá-la correndo até o corpo do pai no átrio do Ministério... Amber sentiu medo. Medo do ódio que corria em suas veias. Medo de se descontrolar outra vez. Medo de não conseguir proteger a quem ama e ter que vê-los morrer.

— Amber — sussurrou Oliver, percebendo que Amber estava com a mente distante.

Ela negou com a cabeça se afastando.

— Isso tem que acabar — sussurrou, sentindo os olhos se aguarem.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, ela se dirigiu até a cozinha.

— Levinda, por favor. Vai ser bom a eles — ela ouviu Jane falando ao telefone em voz baixa — Venha também. Não. Não vai ser incômodo... Você tem certeza? Tudo bem, então. Eu aviso a eles.

Ela colocou o telefone no gancho e se virou.

— Ambrose! — ela exclamou — Me desculpe, eu não sabia que você estava aqui.

— Não, me desculpa a senhora — pediu Amber — Eu vou treinar o patrono.

— Já disse que não precisa dessa formalidade toda, querida — disse sorrindo tristemente.

O jeito de Jane lembrava vagamente o da Srª Weasley. Talvez todas as mães fossem dessa forma, mas Amber jamais poderia saber já que não se lembrava de nenhum momento dela com sua mãe.

— Eu vou falar com a Audrey e Archie — disse Jane, olhando para o telefone — É um aparato bem útil. Jamais passaria pela cabeça desses sangues-puristas que tem como monitorar ligações.

Ela deu um último sorriso antes de sair da cozinha para falar com os irmãos Harrison.

Amber fechou os olhos sentindo o vento vindo do lado de fora. Seria tão mais fácil se esse feitiço tivesse alguma palavra que acrescentasse, se ela não tivesse que pensar na mensagem além da lembrança feliz.

— Expecto Disputatio — murmurou, pensando em verbos em latim que poderia usar para facilitar — Expecto Patronum Disputatio.

Uma luz fraca saiu da ponta da varinha para logo se desfazer.

— Expecto Patronum Disputatio — disse Amber, apertando a varinha com a mão, pensando em lembranças relacionadas a Harry.

Uma corsa saiu da ponta da varinha e inclinou-se para ela.

— A espada é feita por duendes — murmurou Amber, confusa.

O patrono inclinou-se e saiu pela janela.

Talvez a forma do patrono estivesse relacionada a memória que usasse. Em geral usava algo relacionado a Oliver, mas era lógico pensar na pessoa em que a mensagem seguiria.

Ela permaneceu olhando pela janela, antes de voltar para a sala.

— Amber, onde você estava? — perguntou Sarah — Estávamos preocupados.

Amber lhe lançou um olhar que dizia claramente: “não fui eu quem acabou de perder o pai aqui”, fazendo Sarah olhar culpada para Audrey que nem prestou atenção na troca de olhares.

— Bem, como eu estava dizendo. Falei com a mãe de vocês e ela concordou em deixar vocês ficarem aqui por um tempo — disse Jane.

— Não posso deixar a minha mãe sozinha agora — disse Audrey, no mesmo instante.

— Ela quer ficar sozinha, Audrey — disse Jane — Ver vocês sofrendo vai ser pior para ela.

— O meu quarto não cabe mais ninguém — disse Sabelle, no mesmo momento.

— Eu só coloquei Sarah e Amber no seu quarto para não ocorrerem escapadinhas durante a noite — retrucou Jane — Audrey e Archie vão compartilhar outro.

— Lá vamos nós para o porão — disse Fred, levantando-se do sofá.

— Existe magia — disse Jane.

— Não posso usar — disse Sarah, fazendo biquinho.

— Não podemos fazer nada em relação a isso, linda — murmurou Fred — Se você usar...

— Vocês podiam ter inventado uma pulseira que ajudasse os menores de idade — disse Amber.

— Verdade, deve ser um porre não poder fazer magia — apoiou Sabelle.

Sarah lançou um olhar irritado para Sabelle como se dissesse: “Vai, joga na cara”.

Sabelle ficou na sala com Archie enquanto Oliver, Fred e Amber iam pegar as coisas no porão.

— Não acha isso estranho? — perguntou Amber, com a varinha pronta para lançar um Arania Exumai ao primeiro movimento que sentisse.

— O que? — perguntou Oliver.

— Isso do Rastreador — disse Amber — Em geral, é identificada magia em volta de menores de idade. Então se saberia que Sarah está aqui, não?

— Acho que só se saberia que Sarah está em um lugar bruxo — disse Fred.

— Isso é uma coisa para se perguntar a Audrey — disse Oliver.

— Ela trabalha no comércio internacional e não no lugar onde é feito o controle de aparatação — disse Fred.

— Controle do Uso Indevido da Magia, provavelmente — disse Amber.

— Mas a ideia da pulseira não é tão ruim assim... — murmurou Fred para ele mesmo.

3 de Dezembro de 1997.

A chegada de Archie e Audrey Harrison não mudou em nada a velocidade pela qual os dias passavam na Casa dos Wood. Ao menos para Amber, Sarah e Fred.

Por causa da interrupção de Oliver, Amber não conseguia avançar na investigação sobre o conto dos três irmãos. Não podia tirar maiores conclusões. Talvez fosse verdade, mas não teria como ela saber. E se fosse, quem seria o dono da varinha das varinhas? A única pessoa fora Voldemort que pudesse descobrir era Harry.

O único motivo que lhe vinha à cabeça para Dumbledore dar as indicações sobre esse conto era para que Harry impedisse que Voldemort conseguisse a varinha. Mas Amber sabia que esses itens tinham um nome específico dos quais eram conhecidos, só não conseguia se lembrar.

— Vamos para o campo de quidditch — disse Sarah, segurando o cabo da vassoura em uma das mãos — Quer vir?

— Talvez mais tarde — respondeu Amber, vagamente.

Sarah deu de ombros e se foi.

— Tudo bem, eu não vou descobrir mais nada — suspirou Amber — Preciso de mais informações...

Ela ficou observando a parede, pensando o que mais poderia descobrir para ajudar ao Trio.

— As horcruxes — concluiu Amber, pensando — Dumbledore disse que são sete. O diário de Tom Riddle e o Anel dos Gaunt já foram destruídos. A espada não é uma horcrux.

Harry disse que a Taça de Hufflepuff era uma das horcruxes, Dumbledore acreditava que Nagini, que era relacionada à Slytherin e sua ofidioglossia. Com isso, seriam quatro horcruxes.

O Golden Trio descobriu o Medalhão de Slytherin na Mansão dos Black, não dava para saber se já tinham destruído, mas Amber duvidava já que precisavam da espada que estava no escritório de Snape.

O único item relacionado à Ravenclaw era o Diadema de Rowena, desaparecido por séculos. Impossível de ser encontrado e ser uma horcrux.

— Outro assunto impossível de ser descoberto — resmungou Amber — Testamento de Dumbledore.

O que poderia estar dentro do Pomo? Nem ideia.

O Deluminator? Apaga e acende luzes, oras. Algo bem útil.

O livro? Bem, Amber não encontrava qualquer outro significado fora o conto dos três irmãos.

As coisas não deviam estar mais fáceis para Harry, Rony e Hermione do que estavam para ela. Onde eles estariam? Ainda no Grimmauld Place? Na casa de algum amigo?

***

— Será que demora muito para chegar? — perguntou Sarah, olhando para trás.

A vila já não era mais visível, só se via árvores, arbustos e grama por toda a parte.

— Já devemos estar a caminho — respondeu Sabelle, indo na frente.

— Será que é bom deixar a Amber sozinha na casa? — disse Oliver, olhando para trás, preocupado.

— Ela não disse que já viria? — disse Archie.

— Disse que talvez viria — corrigiu Sarah.

— Ela não vai saber o caminho — disse Oliver.

— Ela não está sozinha em casa, está com sua mãe — disse Sabelle, tentando tranquiliza-lo.

Antes que pudessem continuar a conversa, ouviram o barulho de galhos se quebrando do lado de Sabelle que logo foi puxada por Oliver e Archie que sacaram as varinhas rapidamente.

— Parem! Parem! — gritou Sarah, colocando-se na frente da figura.

***

— Chegamos — Amber ouviu Sarah gritar da sala de estar.

— Mas já? — gritou Amber de volta, enquanto saía do quarto rapidamente.

Será que tinha acontecido alguma coisa? Deram de cara com Death Eaters? Oliver se machucou? Não encontraram o campo?

Ela parou de andar no topo das escadas ao encontrar uma cabeleira ruiva extra entre o grupo. Ronald Weasley estava com eles, bem mais magro e abatido do que Amber jamais viu.

— Vocês me deram um susto — disse Rony, enquanto eles, exceto Sabelle e Archie, sentavam na cozinha para conversar — Pensei que fossem mais Snatchers.

— Snatchers? O que é isso? — perguntou Amber, ansiosa por notícias.

— Eles capturam nascidos muggles e fugitivos por recompensas — explicou Rony — Tive o azar de esbarrar neles.

— Onde estão Harry e Hermione? Por que não estão com você? — perguntou Sarah.

Rony ficou em silêncio olhando para a caneca de butterbeer, subitamente sério.

— Rony? — chamou Fred, olhando-o desconfiado.

— Invadimos o Ministério para conseguir o Medalhão. Estava com a Umbridge —disse Rony.

— Ela ainda trabalha no Ministério? — perguntou Sarah, com raiva, enquanto sentia a cicatriz queimar no punho — Pensei que Scrimgeour tinha resolvido isso.

— Porque acha que Harry não queria ajudar o Ministério? Quero dizer, além de todas as safadezas que eles já fizeram — disse Amber.

— Yaxley nos seguiu e Hermione acabou lhe revelando a localização do Grimmauld Place, então estamos acampando em algumas florestas — continuou Rony — Não avançamos em quase nada até que recebemos o seu patrono sobre a espada de Gryffindor. A questão é que... Harry decidiu que seria melhor nós colocarmos o Medalhão para não o perdermos.

Amber olhou pensativa para Rony por um momento.

— E...? — perguntou Sarah, sem entender.

— Tem uma parte da alma de You-Know-Who — disse Rony.

— Objetos repletos de magia negra — disse Oliver — Qualquer coisa é possível.

— Você não tem ideia — disse Sarah — A minha avó tinha uns objetos horríveis. O que parece ser um relógio simples, tenta te matar quando você passa por ele.

— Que agradável — ironizou Oliver.

— Eu briguei com eles — disse Rony, evitando olhar para Amber — Eu estava com o Medalhão e... Hermione estava tão animada por causa da descoberta da espada e Harry... Era como se eu não existisse.

— Eu pensei que tinha parado com essas idiotices — disse Amber, friamente fazendo-o estremecer levemente.

— Ele estava com o Medalhão, não teve culpa — defendeu-o Sarah.

— Eu quero voltar, mas não posso — disse Rony — Mudamos de localização toda hora para não sermos descoberto e Hermione coloca feitiços de proteção em volta da barraca. Eu não tenho ideia de onde estejam agora.

Amber negou com a cabeça.

— Já é a segunda vez que o abandona quando ele mais precisa de você — disse Amber, fazendo-o sentir pior do que já estava.

Ela se levantou da cadeira sem demonstrar nenhum sentimento, olhando-o friamente.

— Onde esteve esse tempo todo? — perguntou Sarah.

— Por aí — respondeu Rony, vagamente — Eu não fui para The Burrow, sei que as reações seriam piores do que essas, mas visitei Bill e Fleur. Pensei em uma floresta qualquer e acabei aparatando aqui.

— Sorte a sua — disse Fred, sorrindo levemente.

Jane, assim que Sabelle lhe explicou a situação, insistiu para que Rony ficasse e ele acabou aceitando.


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Notas finais do capítulo

Sim, essa Audrey é a Audrey que casa com o Percy. Ela entrou no Ministério como funcionária da “Comissão de Justificativas Dignas de Muggles”, mas depois entrou para o “Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional”.
Audrey Harrison – Jessica Stroup.



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