PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 39
Capítulo 38 – Morte


Notas iniciais do capítulo

Hoje o capítulo é intenso!!!
Estamos na reta final!!!



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 03 – Guerra
Etapa 07 – Kevin

"Nunca vi nada selvagem sentir pena de si mesmo.
Um pássaro vai morrer de tanto gritar antes de sentir pena de si mesmo."

Capítulo 38 – Morte

As vezes as coisas eram confusas para a mente de um adulto quando se estava tentando escapar da morte. Qualquer nova informação parecia não fazer sentido, não se encaixar com a outra. Mas, para a cabeça de uma adolescente era ainda pior.

Riley estava tentando manter a calma desde que escutara o primeiro tiro. Imaginava que se não tivesse se afastado de Kevin tudo estaria mais fácil para ela, mas sabia que o loiro que tanto gostava jamais permitiria que ela ficasse ao lado dele no meio daquilo tudo. Pensar que talvez não fosse voltar a vê-lo deixava-a agitada e preocupada.

Sabia que pessoas estavam morrendo e até aquele momento havia evitado olhar o momento em que as pessoas morriam. Não podia evitar os corpos, mas o momento do fim da vida delas. Mas, Roger a obrigou a ver Rodolfo morrer na sua frente. Não gostava de Rodolfo, mas não o queria tão mal. Não o queria morto, mesmo depois do que lhe foi dito.

Aquilo sim estava perturbando a cabeça da morena. Rodolfo dizia que seduziu-a somente para atingir a Kevin que deveria se casar com ela. Como Rodolfo sabia que ele era o filho da estrangeira, seu prometido? Ela não sabia e por causa de Roger não tinha como descobrir. Estava tão pensativa quando a revelação que quando o sangue de Rodolfo espirrou em seu rosto quase surtou até que viu Roger e seus pensamentos começaram a se encaixar.

Barreira havia tentado dizer algo sobre Kevin, mas Roger também havia impedido. Por que ele impediria? Barreira estava desarmado e ferido, como Roger poderia ter sido obrigado a matá-lo? Por que Roger não podia apenas deixá-lo desacordado? Na verdade, Riley perguntava-se o motivo que Roger teria para deixá-lo vivo. Barreira sempre judiou dele e talvez a vingança falasse mais alto.

Roger havia impedido duas vezes que alguém falasse sobre Kevin para ela. O rapaz das fundas olheiras gostava da menina antes e talvez ainda gostasse. Ela não sabia quem era o seu prometido pois não escutou a mãe, mas ele poderia ter escutado. E se ele soubesse quem era o prometido poderia querer matar o prometido para ficar com ela?

A resposta para essa pergunta foi a resposta que o rapaz deu para a pergunta sobre Barreira: “Não teve escolhas”. Uma resposta contida, uma resposta simples e que parecia querer carregar algum sentimento. Lembrava-se do garoto que cresceu com ela e apesar de parecer frágil ou incapaz de se defender, nunca sentiu pena dos primos quando algo ruim acontecia com eles. Ele teria dito algo rude, por mais que não fosse o momento. Para Riley o rapaz poderia ter mudado muito, mas ele sempre achava que não tinha escolhas e isso era o suficiente para ela entender que ele matou porque quis e que só conseguia ver um lado de toda aquela situação.

Ela teria feito algo naquele momento para evitar ir com ele, acreditava que ele jamais as machucaria. Mas, lembrou de Kevin e por um momento se perguntou se conseguiria vê-lo de novo se permanecesse ali. O tempo passava e os Fantasmas poderiam voltar, ou mesmo alguém do Império aparecer. Não entendia muito de guerra, mas Kevin mandou elas fugirem e ensinou a Maya a fugir, se esconder e voltar a fugir. Elas fugiram, se esconderam, voltaram a fugir, se esconderam e parecia que tinham que voltar a fugir porque o local havia sido descoberto.

Faria o que Kevin dizia para fazer, mas ela tomaria a iniciativa. Se simplesmente seguisse Roger, ele poderia levá-las para longe de Kevin e certamente elas acabariam em outra situação problemática. Roger quando pequeno não conseguia ver a situação além do que seus olhos mostrava e além do que ele queria, essa parte herdada dos Países Livres. Se ele tomasse a decisão seria numa visão pequena e voltada para o que ele acreditava ser o certo em cima do que ele queria. A última mandou-os para a escola, onde qualquer pessoa pensaria que muitos se refugiariam.

Elas seguiram a primeira ideia dele por não haver muitas opções de locais para se refugiar, mas perceberam que era um forte erro. Se qualquer pessoa iria para a escola, o Império e os Fantasmas também iriam. Riley queria tomar a decisão de para onde iriam naquele momento e por isso tomou a frente, ainda não sabia para onde ir, sentia-se abalada ainda, mas não podia deixar Roger decidir.

Infelizmente, sua liderança durou apenas até sair do corredor em que estavam. Quando chegaram ao ginásio deram de cara com Conde Veneno de Cobra e seus soldados. Riley sentiu que Maya tremeu e quis correr, mas não havia para onde correr, atrás delas havia um corredor fechado e a frente seu pai.

Era um encontro difícil para Maya, estava tentando aceitar a nova postura do irmão e aquilo já era teste o suficiente para ela. Encontrar seu pai após ter fugido de casa não era algo interessante de se fazer. Maya sentia seu corpo tremer e ansiar por afastasse dele, afinal lembrava-se das surras e imaginava o tamanho da que receberia desta vez.

Mas, de alguma forma havia algo estranho. O pai parecia mais interessado em Roger do que Maya. O pai parecia mais preocupado do que irritado. Lembrava-se de que o pai realmente irritava-se mais com o menino do que com ela, mas não a ponto de dar total atenção a ele. Tanto que a conversa dos dois parecia quase ignorar que as meninas poderiam ter vontade.

– Cale a boca! - O pai interrompia a fala de Roger. - Encontramos Barreira agonizando e ele contou que você está tentando fugir com as meninas. O que na verdade só confirmou o que vimos na cabeça de Mevoj. Que você tentou convencê-lo a contar onde as meninas estavam para poder fugir com elas. -

Maya viu o irmão fechar os punhos irritado. Seu pai poderia ser tudo, mas era muito orgulhoso para aceitar que seus filhos traíssem o império. Admitia a fuga, porque no final era uma ofensa a ele e não ao país, mas ir contra o Imperador era demais. Entendia porque a atenção dele estava voltada para o filho e não para ela. Ele resolveria a traição ele mesmo, para poupar o nome da família, poupar sua honra, poupar o filho do que acontecia com traidores.

– Vocês três, levem as meninas até Lord Empalador e conte o que aconteceu. - Uma pokebola foi sacada. - Diga que eu invoquei o direito de ver meu filho cair com honra. - O olhar ficou-se em Roger. - Pelas minhas próprias mãos. -

Maya ao escutar aquilo entendeu que aquilo era uma confirmação. Preparou-se para falar com o pai, mas as gargalhadas de Roger a deixaram surpresa. Sentiu que Riley deu uns passos para trás e acabou a seguindo. Aos poucos as duas percebiam que o Neet realmente pretendia tirá-las da ilha, mas ainda não tinham certeza das intenções dele.

– Você é uma vergonha para a família. - Disse o pai.

– As meninas não vão a canto algum! -

Riley e Maya sentiram as mãos de Roger, que se virou, empurrando-as de volta para o corredor. As duas caíram e ele puxou as portas e saltou para o lado. Enquanto tentavam se recuperar sentiram algo aquecer o local e então percebiam que a porta estava sendo lacrada.

Maya se levantou rápido e forçou as portas, mas desistiu imediatamente. A porta estava quente e as dobras já haviam derretido. Não conseguiriam sair por ali. Olhou para Riley e viu que ela estava caída com a mão no pé. Aproximou-se da morena que tentava, mas não conseguia esconder a expressão de dor.

– Acho que torci. -

Maya deu um sorriso sem graça ao escutar Riley dizer aquilo. Em outras épocas, mais exatamente a umas duas a três semanas atrás, ela teria gritado ou ao menos choramingado. Mas, nem isso ela fizera dessa vez.

“Dois permaneçam como testemunhas e os demais tentem dar a volta.”

A voz do Conde passou pela porta lacrada e deu às meninas a certeza de que tinham pouco tempo. Maya respirou fundo e olhou em volta. As portas das salas pareciam ser mais frágeis para uma tentativa de arrombamento. Passando pela porta bastaria pular a janela. O problema é que não iriam muito longe. Não imaginava que o Raticate fosse tão pesado e levando-o nas costas já se sentia mais lenta, mas ainda havia Riley que mesmo que quisesse não aguentaria com ela nas costas mais do que uma duzia de passos, que dirá com os dois.

Seria terrível, mas teriam que deixar o corpo do pokémon de Kevin para trás. Abaixou-se retirando a mochila das costas e percebeu que Riley a observava. Escutaram um impacto de algo, imaginaram quem estaria vencendo a batalha que já não prestavam tanta a atenção. Tinham que ser mais rápidas, os soldados poderiam demorar para dar a volta e encontrar a entrada, mas descobririam em breve que a janela era o caminho melhor.

– Eu entendo. - Diz Riley que abriu a mochila e tirou o corpo do pokémon dela. - Vai ser mais fácil de alguém achar e poder dar a ele um enterro direito. -

Maya assentiu com a cabeça e ajudou a prima a se levantar. Foram duas tentativas de passos e perceberam que não iriam conseguir sair daquele corredor. Caíram quando o prédio tremeu, entenderam que um dos ataques do outro lado. Aquilo era um sinal de desespero.

– Kevin uma vez disse que... - Maya fechou os olhos por alguns instantes. - Liberte a Chickorita. -

Riley franziu o cenho, sem entender bem o que a prima tinha em mente. Chickorita não teria como derrubar uma das portas e não tinha nenhuma experiência de batalha, a única coisa que poderia fazer que a morena lembrava seria o Aroma Doce e não acreditava que isso poderia ser útil naquele momento.

Acabou libertando-a e a pequena saiu e olhou as coisas ao redor, um tanto quanto desorientada. Olhou para sua treinadora caída com a mão no tornozelo e foi até ela de forma carinhosa e então estancou ao ver o corpo ensanguentado do Raticate.

– Plantinha, a Riley não consegue ficar de pé sozinha e eu não vou ter forças para segurá-la por muito tempo. Acha que consegue ajudá-la com o chicotes a se manter firme para sairmos daqui antes que acabemos como ele? -

Chickorita parecia assustada e por isso não respondeu. Apenas esticou os chicotes enrolou em volta da menina erguendo-a e colocando-a ereta. Tentou faze-la ficar sem tocar o ch]ão, mas fraquejou e viu que ereta e evitando que ela colocasse o pé machucado no chão j[a seria o suficiente para ela se locomover. Puxava-a para cima quando ela precisava usar o pé machucado e assim aparentemente elas conseguiam andar com mais facilidade.

– Aprendeu isso com Kevin? - Riley olhou surpresa para a amiga. - Quando? -

– Quando me convenceu que eu não podia ser uma assassina. Que pokémon poderia ser usado para outras coisas que não fossem batalhas. Que os ataques poderiam ser chamados de movimentos se você não estivesse pensando em usar para atacar. -

Riley escutou a loira dizer aquilo e via nela uma certa felicidade. Percebia que enquanto ela amava Kevin, a prima admirava-o de uma forma inspiradora. Ao final as duas eram inspiradas por ele de alguma forma.

– Acho que podemos levar o Presa Selvagem, né? - Questionou Riley.

Maya fez que sim com a cabeça e se abaixou, mas caiu com o prédio voltando a tremer. Muita poeira tomou conta do lugar e perceberam que não era um impacto da batalha e sim algo que acontecera no corredor. Olharam assustadas, percebendo dois homens, um pouco sujos, levantando-se e tirando alguns escombros do teto que caíram. Ao final dava para entender que resolveram entrar pelo teto. Aquela parte da escola não possuía dois andares.

Maya se levantou rápido e viu que por alguns instantes os dois homens olharam para elas, mas olharam de volta para cima, pareciam amedrontados. Um volto rápido desceu do buraco no teto e se atracou contra os homens matando-os. Grunhidos estranhos eram escutados e foi então que Riley caiu, pois Chickorita se amedrontou.

Um novo vulto passou pelo buraco, pulando e se afastando rápido da abertura. O coração delas pulsava forte e então os olhos da pessoa que pulou encarou-as. O vultou saiu da poeira e correu para elas. Elas prepararam-se para gritar, mas sentiram-se, as duas, abraçadas, antes mesmo que pudessem deixar a voz sair.

– Desculpa a demora. -

A voz de Kevin fez elas arregalarem os olhos e o apertarem. Mas, ele próprio parou de abraçá-las as escutar um baque surdo do outro lado da porta a qual estavam próximos. Como se algo tivesse despencado no chão, mas as meninas não estavam acompanhando a situação, choravam e tentavam dizer coisas ao mesmo tempo. Maya falando sobre Presa Selvagem e Riley sobre Rodolfo e Barreira falar que ele era seu prometido. Mas, como as duas falavam ao mesmo tempo não, Kevin não conseguia entender nenhuma das duas.

– Está tudo bem meninas. O que tiver acontecido, vai ficar tudo bem. Precisamos... -

E Kevin parou de falar ao ver o corpo de Presa Selvagem no chão. Ele as soltou e foi até o corpo do companheiro de lutas e ficou a olhá-lo, lembrando das coisas que viveram. As meninas continuavam a escutar os grunhidos então olharam com mais atenção viram, sair da poeira o pokémon de Kevin Fúria do Deserto, a famosa ave metálica, que estava bastante machucada pelo corpo de metal.

– Ele morreu tentando nos proteger. - Disse Maya. - Do outro lado da porta meu irmão e meu pai estão se enfrentando, luta de vida ou morte. -

Kevin não compreendeu o que a menina quis dizer com vida ou morte. Mas, havia tanto pesar na voz que parecia um pedido. Olhou para as meninas e olhou para o teto. Estava a pelo menos uns dez minutos lutando contra os fantasmas lá fora e só depois de usar Luxray para eletrocutar quase todo o quarteirão. Conseguiu um tempo, mas que não seria grande e então foi até a escola onde Fúria do Deserto já lutava no telhado. Ele estava ficando cansado depois de tantas horas, resolveu apoiá-lo e foi ai que o teto caiu.

Sair pelo teto era mais rápido e seguro, Fúria do Deserto poderia elevar aos três, um de cada vez, mas entendia que Maya estava preocupada com o irmão. Ou ao menos era o que parecia. Talvez, deixar o tal Roger para trás não parecia ser uma boa coisa. Não entendia como ele havia chegado ali, mas estava lutando contra o Império e isso parecia significar estar do lado das menians.

– Derrube a porta Fúria do Deserto e prepare-se para matar. - Kevin disse aquilo e levantou-se. Esticou a pokebola recolhendo o corpo de Raticate. - Obrigado por cuidar delas pra mim amigo. -

Kevin falou encostando na pokebola na testa. Logo se virou para dar espaço ao pokémon que energizava um ataque pelo bico. Foi então que percebeu que Chickorita e Maya apoiavam Riley para ela ficar de pé. Os olhos azuis esverdeados do rapaz arregalaram-se e foram para junto da menina.

– O que aconteceu? - Ele perguntou pegando-a no colo. - Desculpa não vir antes. -

Maya viu a prima desabar naquele momento. A morena segurava as lágrimas e pareceu tentar dizer para ele que estava tudo bem. Mas, apenas recolheu Chickortia e passou os baços pelo pescoço dela. Estremeceu ao ver aquela cena, nunca havia sentido um arrepio como aquele e ficou por alguns instantes paralisada, tanto que assustou-se com o estrondo da porta sendo arrebentada pelo TriAtaque da ave de metal e até pensou ter escutado alguém gritar pai.

A porta foi desintegrada pelo ataque e então todos puderam ver uma cena que deixou Maya sem palavras. Ela chegou a dar alguns passos para o lado para ter certeza de que a cena era aquela mesma e que não era impressão que seu irmão estava apontando uma arma para o seu pai, para o próprio pai.

Mesmo mudando o ângulo a jovem Neet continuava vendo seu gêmeo não idêntico puxar o gatilho e fazer a bala ir na testa de Conde Veneno de Cobra, o próprio pai. Ela caiu de joelhos no mesmo instante em que o corpo do ai caia para trás. Como era possível que seu irmão tivesse a coragem de tirar a vida do pai, sem ao menos piscar? Mesmo na falta de amor, na violência que sofria e diante a possibilidade de que ele viria a morrer na luta que parecia perdida, atirar na cabeça sem demonstrar nenhum sentimento não era coisa de um humano. Demonstrasse raiva, ódio, insegurança ou qualquer outro sinal de que aquela morte tinha algum significado. Mas, era apenas um olhar como se acertar o pai na cabeça, com uma arma, fosse algo comum e sem nenhum significado.

Seviper desviou o olhar jogando-se para trás. O corpo caído de seu treinador pareceu despertar algo no pokémon que simplesmente jogou-se contra Roger. O pokémon compartilhava os sentimentos de Maya, olhar nos olhos do assassino de seu treinador e não identificar nenhum sentimento era como inadmissível. Ele teria que sentir algo e teria de ser dor.

Fúria do Deserto lembrava-se das ordens de Kevin, matar. Para ele era claro que todos pareciam alvos, já que todos estavam com roupas táticas e armados. Iria para cima do que parecia mais perigoso no momento, o Seviper que havia se lançado na direção do jovem armado a poucos metros do grupo, dali tinha certeza poder acertar o jovem armado em sequencia, caso fosse preciso.

Roger que ainda tinha a arma erguida simplesmente moveu a direção dela e atirou algumas vezes enquanto Noivern disparava um forte Lança Chamas na direção de Seviper e Roger.

Os dois soldados perceberam que precisavam reagir quando Roger gritou pelo pai. Eles viram a porta de trás ser arrombada e não queriam saber o que sairia dali. O que estava encostado de forma desleixada caiu, na tentativa de pegar a arma e o que filmara estancou por um instante ao ver que Roger disparara contra o pai. O que caíra levantará e pegara a arma, enquanto o que filmava apertou alguns botões enviando o vídeo para alguém.

Quando finalmente o que cairá apontara a arma levou dois tiros, um no ombro e outro no pescoço. Roger tinha atirado bem. Aquele que filmava mirou Noivern, mas acabou recebendo uma bala no olho e caindo na hora. Roger sabia que precisava proteger seu pokémon e a si mesmo, porque ele não conseguiria se defender naquela distancia.

Acertar Seviper foi o mais fácil para ele. O pokémon crescia em sua direção e tornou-se um alvo fácil. Ele caiu fazendo barulho metálico no chão e abriu os olhos assutado, principalmente porque o lança chamas de seu pokémon passara por ele e do alvo.

Noivern não tinha chances de se defender ou parar Seviper. Mas, seu treinador estava atento e ciente daquilo tudo, apenas não estava ciente do que havia atrás dele. Escolheu um ataque colocou tudo o que possuía nele na melhor mira que pode fazer e acertou o que parecia ir na direção de seu treinador, Fúria do Deserto.

Roger virou-se para ver o que Noivern havia acertado. Ainda estava em chamas, sem emitir mais nenhum som, Fúria do Deserto estava caído e dando seus últimos suspiros de vida. Estava lutando a horas e mesmo seu corpo sendo revestido de metal, os Fantasmas começaram a aprender que precisavam acabar com aquela ave se quisessem chegar em Kevin e usaram bombas e muito outros contra o pokémon. Já estava exausto quando chegou a escola e receber um ataque de fogo, de forma direta, era algo que estava além de sua resistência.

– Você o matou? -

Foi por instinto. Apenas ergueu a arma e preparou-se para atirar. Estancou ao perceber que a porta realmente havia sido arrombada e Kevin estava ali parado a poucos passos dele com Riley nos braços.

Roger puxou o gatilho na direção de Riley e Kevin. Não havia motivos para não atirar, já havia matado vários e como Noivern matou o pokémon dele haveria vingança. Mesmo que assim não fosse Riley o amava e eles deveriam se casar, ela só deixaria de amá-lo se ele estivesse morto e ela teria de acreditar que ele estava realmente morto. Atirou contra ele, mesmo com Riley sendo carregada.

Riley e Kevin não conseguiram se mexer. Foi uma situação tão inesperada ver alguém sendo assassinado em meio a uma batalha pokémon que só Kevin só conseguiu dizer algo quando viu seu pokémon ser acertado pelo Lança Chamas e morrer quase que instantaneamente. Não teve como reagir ao apontar de armas ou mesmo ao disparo.

A única pessoa que conseguiu reagir foi Maya. Caída de joelhos após ver o irmão assassinar o pai sua mente pareceu compreender o motivo da estranha sensação que sentia desde que vira Kevin carregando Riley.

Riley tinha um pesadelo constante de que era carregada por Kevin em um momento de aflição, enquanto fugiam de algo demoníaco e que alguém apontava para eles uma pistola e atirava neles. Ao ver o irmão com a arma empunho atirando daquela forma, não teve dúvidas de o irmão o faria. Escutou Kevin questionar sobre Roger ter matado-o e então arregalou os olhos. Levantou-se e ao mesmo instante que seu irmão estava apontando a arma para Kevin e Riley. Ouviu o estampido do tiro quando já estava de braços abertos na frente de Riley e Kevin.

Maya olhou nos olhos do irmão e os dois se encararam por alguns instantes até que Maya desviou o olhar sentindo algo queimar seu peito, uma dor aguda surgir junto e escutar o grito de Kevin e Maya chamando seu nome.

Kevin colocou Riley no chão e ambos ampararam Maya que havia levado o tiro no meio do peito. O sangue jorrava e ela começava a tremer e verter lágrimas. Riley começou a chorar e Kevin tentou pegar uma pokebola, mas sentiu a arma ser colocada na sua cabeça.

– Olha o que você me fez fazer? -

O grito de Roger parecia completamente desconexo. Ele chorava e parecia completamente descontrolado, pois a arma tremia.

– Para com isso Roger! - Grito Riley chorando.

– Me deixar tentar... -

Kevin parou de falar ao escutar o gatilho ser puxado, mas não veio bala. Novamente escutou o gatilho e nada da bala. A bala havia acabado. Kevin tentou virar-se e jogar o rapaz para o lado, mas a calda de Noivern o acerto jogando-o para dentro do corredor.

– Kevin! -

Riley gritou pelo loiro, mas sem sair de perto da amiga baleada.

– Temos que ir Riley. -

Roger pegou-a pelo braço e começou a puxá-la correndo. Noivern levantou voo, com muita dificuldade e retirou os dois do ginásio enquanto Kevin se reerguia. Correu de volta para o ginásio, mas Noivern já tinha ido.

– Aguenta! Aguen... - Kevin viu que ela já havia perdido muito sangue. - Aguenta! -

– Eu... Não deixa... Não deixa Roger fazer... Mal a Riley... - Maya já chegava a vomitar sangue. - Ele... Ele sabe... Você é... -

Kevin escutava a menina procurando algo no bolso. Quando achou puxou-o e Maya percebeu ser o celular. Ela sabia que não iria conseguir ser salva. Tinha que falar com Kevin para salvar Riley e que ele era o prometido dela, mas não conseguiu falar após Kevin estender o visor do celular para ela. Ficou em silêncio não compreendendo.

– Qua... - No visor do celular ela via uma foto dela junto a um garoto loiro que muito lembrava Kevin. - Quem... Quando... Sou eu? -

– O garotinho sou eu. - Disse Kevin segurando o choro. - A menina é minha irmã Julia. - Viu que Maya tentou falar e sorriu para ela, com os olhos cheios de lágrimas. - Sim. Ela e você são identicas fisicamente. Tiramos essa foto quando ela tinha a sua idade. Fisicamente é como ela, mas o jeito teimoso e espevitado é como o meu. -

Maya que já tinha os olhos cheios de lagrimas começou a tremer. Ela queria perguntar como aquilo era possível.

– Eu não sei como é possível. Talvez sejamos parentes, mas não importa! Gostei de te conhecer essa minha irmãzinha perdida. - Disse ele segurando a mão dela.

– També... -

As forças de Maya terminaram. Kevin sentiu o braço pender e viu os olhos dela pararem sem vida. Ele a puxou para ela abraçando e chorando. Havia perdido Maya muito rápido, havia perdido-a como achava que iria perder a irmã Julia, com ela defendendo sua vida.

Ele chorava e não via que vários membros dos Fantasmas invadiam o local e o cercava. Falavam com ele, dando ordens, mas ele não escutava. Abraçava o corpo ensanguentado de Maya chorando e ignorando todo o caminho. Lembrava-se de quando a viu pela primeira vez, do sorriso e das vezes que riram junto.

As armas foram apontadas enquanto ele chorava, chorava e chorava. Vinte metralhadoras lhe foram apontadas e mesmo diante ao pranto e nítido estado de choque, ninguém estava querendo sentir pena dele. E mesmo diante aquilo ele parecia não estar ali, lembrava-se dos abraços e empolgação da menina admirando-o. Do momento que brigaram e do momento que sentaram juntos e ela o consolou quando ele teve que matar mais de dez pessoas de uma vez e chegou em casa encharcado de sangue.

As armas foram disparadas e Kevin continuou abraçado ao corpo de Maya, chorando e ignorando todas as balas atiradas contra ele.


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Notas finais do capítulo

E ai?
Eu matei mais gente, né??
Quem vai no velório?



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