O passeio da escola se aproximava, Jenny estava bem animada. Fazia uma semana que seu joelho havia melhorado e ainda sim não podia treinar. Tom mantinha o olho nela todo tempo, embora tenham se reconciliado, Pierce se afastou um pouco do garoto. O comportamento dele a estava assustando, de certa forma, era muitas demonstrações de afeto. Mas hoje, ela não poderia escapar.

–Em qual lugar de Hogsmeade nós vamos primeiro ?-Tom sentou-se ao lado da castanha no sofá do salão comunal.-Estou pensando na Dedos de Mel.-E começou a brincar com o cabelo dela.

Jenny olhou para a mão dele,mais especificamente, onde suas madeixas chocolate eram enroladas:

–E o que lhe faz pensar que irei com você? Eu tenho outros amigos.

–Mas só um melhor amigo.

–Pare de se vangloriar e pare de mexer no meu cabelo.-Ela se afastou.

–E por que? Antes, você nunca reclamou.

–Porque antes, você nunca brincava com ele.

–Oh sim…-O rapaz cruzou os braços-Eu vejo o problema.-Se levantou e ficou atrás dela.

Jenny sentiu um ar quente no lado esquerdo do pescoço, virou um pouco sua cabeça e deu de cara com Tom:

–Mas o que está fazendo?

–Ah, calma. Por que está assim? Eu intimido? Te deixo atordoada? Sem reação?

–É,alguns desses.-Ela admitiu com sarcasmo.

–Ótimo. É desse jeito que eu gosto.-Ele foi na direção dos dormitórios.-Ah,e é melhor ir se arrumar, teremos um longo dia.

Uma vez que ele estava fora da vista,Pierce suspirou:

–O que raios esta acontecendo com esse garoto?É a puberdade fazendo efeito?-Ela foi trocar de roupa.

……

Todos os alunos estavam reunidos do lado de fora do castelo, Alvo ia conduzir esse evento.

–Ah,Miss Pierce,que bom que pode se juntar a nós.-O professor comentou ao vê-la.

–Professor.-Ela saudou e imediatamente, seus olhos alcançaram a imagem de Riddle, perto de uma das carruagens.

Tom Riddle estava em uma posição bem despojada, olhos fechados, e com um sorriso medíocre em quanto esperava por ela.

–Por que demorou?-O mesmo questionou sem abrir os olhos.

–Como sabe que sou eu?

–Não sabia, você me deu a resposta. -O garoto sorriu de lado ao descerrar os olhos escuros.

Jenny piscou:

–Acho que você está com sérios problemas.-E entrou na carruagem.

Riddle não entendeu, mas decidiu juntar-se a ela. Tiveram sorte que a carruagem deles era a única vazia, as outras transportavam quatro alunos, cada.

–Tivemos sorte, eu realmente não gosto de dividir o espaço com os outros.-O moreno comentou.

–Nem com os seus ``amigos´´,Tommy Boy?

–Não são meus amigos, são meus…Hum, talvez seguidores.

Pierce arqueou uma sobrancelha:

–Tão insano.

–Acha que sou louco?-Ele realmente pareceu ofendido.

–Não sei se o problema é você ou eles.

–Pierce,o problema,é você.

Ela apenas lhe arqueou uma sobrancelha.

……

Dedos de Mel.Pense em uma grande loja cheia de doces de vários tipos, formas, cores e sabores. Claro que os preços nem sempre agradam. Pierce pegou um sapo de chocolate grande em quanto Tom apanhou um pacote de feijõezinhos de todos os sabores.

Verdade seja dita, Tom gostaria que abolsa de Hogwarts rendesse mais dinheiro, o pouco que recebiam era para material escolar, mas sempre conseguia guardar algo para usar em beneficio próprio.

Como a dupla não estava sentido vontade de se socializar, procuraram um canto afastado para ficarem.

–Aqui está bom.-Jenny sentou-se de baixo de uma árvore.

–Vamos ver se você realmente merece seu titulo de panhadora.-Seu amigo se prontificou a abrir o sapo de chocolate.

O doce saltou e a menina o apanhou sem piscar. O moreno zombou mentalmente da guloseima,e zombou ainda mais quando viu a figurinha:

–Salazar.-Mostrou-a para a castanha.

–Ual!-Sarcasmo.

–Sabe, eu estava mesmo querendo falar sobre isso…-Ele olhou em volta antes de continuar.-Minhas pesquisas deram resultado.

–Lá vem.-A outra pegou um feijão verde.

Retirando uma folha amassada do bolso,Tom prosseguiu:

–Aqui está um texto que fala sobre uma câmara secreta, provavelmente subterrânea, feita por Salazar. Descobri que apenas quem fala com as cobras é capaz de abrir a câmara e controlar o Basilisco. Ele ira obedecer unicamente ao herdeiro.

–Mas você não pode afirmar isso. Nunca tentou.

–Pessimista.

–Sou realista...-Ela fez uma careta- Se tiver estudado, sabe que o Basilisco é extremamente mortal,você não deve olhar nos olhos dele,a menos que queira morrer instantaneamente.

–Acho que eu não precisaria olhar pra ele.Mas de qualquer forma,ainda não tenho a localização da câmara.

–E se achar, pode estar assinando sua sentença de morte. Lembre-se, estamos falando de uma criatura que não é exatamente uma cobra,é um ser mitológico.

–Por isso devo treinar Ofidioglossia.

Jenny piscou:

–E como pretende fazer isso? Indo atrás de um Basilisco qualquer?-Ao ver a face sugestiva do menino,ela se prontificou a falar.-Não,oh não!Nem pense,nem pense Tom.

–Ironicamente…Eu já achei um.

–Eu não disse pra você não pensar?

–Tanto faz, estou indo atrás dessa serpente, e ela não está muito longe. Levarei Malfoy,Lestrange e Black comigo.

–Ah ótimo, o time perfeito.-A outra zombou.

–E você também.

–Eu?!!!-Ela deu um salto.

– Não posso sair e deixar você a disposição do perigo.

–Mas me levar junto já vai ser perigoso.

–Talvez.

Respirando fundo, ela cruzou os braços:

–Eu não vou, e você também não vai.

–Não estou pedindo.

–Mas eu estou mandando.-Ela começou a caminhar.

A face de indignação de Riddle era enorme.

–Você não manda em mim!-Ele gritou.

–E nem você em mim. Touché meu amigo!

……

Depois do passeio, o qual Jenny decidiu por passar a maior parte fugindo de Tom completamente insano, todos foram jantar no Grande Salão.

–Estamos saindo nesse fim de semana.-Tom falou de repente.

–Estamos, uma vírgula.

–Jenny…-Ele suspirou e pegou a mão dela.

–E la vem a demonstração de afeto exagerada e assustadora.

–Colocaremos assim…Eu não vou se você não for.

–Então você não vai.

Ele sorriu:

–Ah,mas eu irei.

Jenny olhou totalmente perdida:

–Não entendo onde você quer chegar, Tom, seja mais específico.

O rapaz nada disse, apenas voltou ao seu jantar.

Alguns dias depois,era o dia. Mais especificamente, quatro e quarenta da manhã

Pierce não conseguia dormir, decidiu descer até o salão comunal e viu Abraxas,Alphard e Lestrange sentados em frente ao fogo:

–O que fazem aqui?

–Tom nos mandou ficar aqui.-Malfoy respondeu.

``Claro...Como cachorrinhos´´-Ela pensou por um momento e depois perguntou-E onde esta Riddle?

–Saiu atrás do Basilisco na floresta.-Black respondeu como se não fosse nada.

–Oi?!Sozinho?!-Ela se exaltou.

–Ele disse que devia honrar sua linhagem sendo o único a se arriscar.-Lestrange explicou na cara de pau.

Jenny deu uma risadinha meio histérica e retirou sua varinha.

……

Existia um lugar na floresta proibida que nenhuma criatura ousava se aventurar, nem mesmos os bravos centauros. Era um lugar que exalava morte. A gruta das serpentes era um local onde repousava uma variedade de cobras, porém, todas eram como operarias controladas pelo rei, um velho Basilisco que ficava no coração da caverna.

Tom Riddle, no entanto, não parecia temer nada. Ele veio voando em um dos cavalos alados e pousou na entrada. Se sentia mais do que preparado para realizar esta tarefa.Com a varinha na mão, adentrou a caverna.

Ora pois, o local era escuro e úmido. Nada seria menos convidativo.

–Quem esta ai?–Uma voz profunda, meio arrastada, ecoou na caverna.

Não demorou muito para Riddle avistar a silhueta de uma serpente gigante. Ela estava deitada, e respirava devagar, parecia que ia morrer a qualquer momento.

–Herpo,é você?–A voz perguntou.

–Não...-Tom disse usando a linguagem das cobras.-Sou o herdeiro de Salazar Slytherin.

Em quanto isso, dentro do castelo de Hogwarts…Jenny estava na biblioteca:

–Basilisco, Basilisco, ah!-Ela encontrou o artigo.-Achei, finalmente…

``...O Basilisco só teme o canto do galo, pois este lhe é fatal...´´

A menina zombou:

–Oh grande! Onde eu arranjo um galo? Isso é, se essa informação for deveras precisa.

–Parece que a senhorita está com pressa.-A voz de Alvo Dumbledore a fez saltar.

–Senhor...-A castanha engoliu a seco.

–Oh,não,não se acanhe. Não vou prejudicá-la…Conte-me o que há de tão…-Ele viu o artigo sobre que Pierce estava lendo.-Basilisco…Isso é curioso.

De volta a gruta...

– Salazar Slytherin?–A criatura soltou uma risada abafada.–Não estamos tão diferentes de Herpo.

A cobra ergueu-se, Tom sabia que não devia olhar nos olhos dela.

–Diga-me, a quem você obedece?–Ele questionou.

–Obedecer? Eu não obedeço a ninguém...Diga-me meu jovem, o que tem em sua mente para se arriscar vindo ao meu lar? Coragem ou estupidez? Ah, aposto no último…Eu sou..-Ela começou a rastejar em círculos lentamente em volta do garoto.- Um dos primeiros de minha espécie, sim,fui criado por Herpo,oh Herpo!A muito lhe confiei e sem dó nem piedade me traístes.-Lamentou-se.–Depois veio aquele louco,Salazar,sim, Salazar Slytherin,prometendo minha liberdade e triunfo no mundo,se eu revelasse o segredo sobre o nascimento de um Basilisco...Tolo, tolo...EU FUI TÃO TOLO!!-Seu grito fez algumas rochas despencarem.-Em vez de me ajudar, ele me aprisionou aqui, jamais deixarei essa caverna.

–Então, como se alimenta?–Riddle queria saber.

–Eu tenho meus aliados, meus ``comensais´´.Varias serpentes que vivem no comigo nesta caverna. Olhe para cima Herdeiro de Slytherin.

O moreno o fez logo viu um ninho de cobras de todos os tipos, elas se agarravam as formações rochosas, e se enroscavam mais e mais.

–Agora…Diga-me, herdeiro, qual o seu objetivo?

–Vou erradicar os sangues ruins, assim como meu antecessor desejava.-Tom permanecia confiante.

–Quão tolo,és como Salazar e logo ficará tão podre como Herpo...Talvez eu devesse acabar com você aqui mesmo e poupar o mundo desse sofrimento.

Tom preparou a varinha:

–Deve me obedecer.

–Ah devo! Será que devo? Não criança, já faz tempo que aprendi a viver para mim mesmo e não para os egoístas. Agora…Deixe-me apreciar uma última refeição, já que meu tempo neste mundo é escasso.–Antes que qualquer coisa pudesse acontecer entre os dois, um cacarejar se fez presente.-Mas que som horrível!!!

Sob influência de uma poção, o galo cacarejou mais duas vezes antes de ``cantar´´.

Tom não entendia mas nada,e foi ai,que sentiu uma mão puxar a sua:

–Imprudente devia ser o seu sobrenome.-Jenny rosnou levemente fazendo-o sorrir.

Em quanto corriam para fora, o Basilisco se debateu nas paredes derrubando as serpentes aos poucos.

–Se ele continuar assim,o lugar todo vai desabar antes mesmo que possamos sair.-Tom falou ao se desviar de uma serpente.

Pierce olhou para a saída,não estava muito longe,mas o desabamento estava rápido de mais:

–Eu tenho uma solução,se agarra em mim,feche os olhos e prenda a respiração.

–O que?!

–Cala a boca e faz!

Riddle fez como lhe foi ordenado e em questão de segundos, Jenny Pierce aparatou levando-o junto.

……

Há poucos metros do castelo, bem na entrada da Floresta Proibida, dois jovens estudantes apareceram ao lado de uma árvore.

–Bem...-Jenny esfregou a cabeça- Não foi tão ruim, para uma distância tão grande.-Ela estava com uma dor de cabeça horrível.

–Des...-Tom estava tonto, um tanto sem ar.-Desde quando…Você sabe…Aparatar? -E caiu sentado ofegante.

Apoiando-se em uma árvore, ela o repreendeu:

–Isso não é importante...!Tom Marvolo Riddle, eu nunca disse que você era um maluco desvairado, mas agora, você bem que merece ouvir essas palavras!

Tentando se levantar, Tom cambaleou um pouco para esquerda, quem olhasse diria que estava bêbado, depois, jogou-se com tudo na direção dela a prensando contra a árvore,bloqueando-a com seus braços:

–Jamais…Diga…Que…Que eu sou louco.-Seu nariz estava colado no dela.

Jenny não podia olhar para cima, sua cabeça a atormentava, mas sabia que os olhos escuros estavam em si. A menina ergueu as mãos e agarrou os braços dele de forma gentil, Riddle tomou isso como uma espécie de sinal para avançar, seus labos se roçaram, uma, duas, até três vezes e ai…Um pigarreio interveio fazendo-os olhar para o lado e constatar que Alvo os observava:

–Creio que ambos tenham muito o que explicar.

……

Detenção nunca é divertida, mas a fim de encobrir história, Dumbledore sugeriu que inventassem uma detenção para eles. Por tanto, se alguém perguntar, eles foram pegos na biblioteca depois do horário de dormir. Se livrar do Basilisco da gruta foi uma grande conquista, mas apenas para eles comemorarem, ninguém mais saberia dessa história, exceto por Slughorn que havia ajudado a preparar a poção para o galo.

–Ainda bem que no castelo temos um remédio que cura dor de cabeça instantaneamente.-Jenny comentou com Tom.

Eles estavam indo para o Salão Comunal, era hora do café da manhã.

–Bem, dor de cabeça e tontura, realmente, eu ainda não estou pronto para aparatar.-Tom sorriu de lado.-Mas estou surpreso que já consiga fazer isso.-Olhou para ela maliciosamente.

Coçando a bochecha, Jenny redirecionou seus olhos para o lado:

–É,é…Bem…Eu gosto de treinar algumas…Coisas.

–Sei...-Ele forçou uma tosse assim que entraram no local destinado.

Abraxas acenou para Riddle e Charlus para Pierce.

–Acho que...Acho que eu vou me sentar ali com …-Jenny apontou para a mesa da Grifinória.

–Com o Potter,já sei,já sei. De volta a rotina.-O rapaz foi para a Sonserina, sua expressão tornou-se indiferente.

Jenny se reuniu com Septimus e Charlus,os meninos estavam eufóricos pois o grande jogo especial de Quadribol seria em quatro dias e mesmo que não tinha autorização para participar, pois Octavius queria que ela tivesse uma folga desde o último acidente, Pierce não podia deixar de sorrir.

……