Entre o Espinho e a Rosa escrita por Tsumikisan


Capítulo 8
Weasley é Nosso Rei


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de dizer que na primeira vez que escrevi essa historia, os dois já diziam "eu te amo" lá pelo 3 cap. Eu amadureci muito desde então e descobri que eu te amo é algo muito mais sério, e conhecendo a Mione do jeito que eu conheço, ela não se entregaria tão fácil né gente? :3



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— Então, Harry falou com você? – perguntei.

Assim que eu me levantei para sair do salão ele apareceu do meu lado. De mãos dadas, saímos dali ignorando os olhares de todos. Draco me contava, com um sorriso irônico, os comentários na mesa da Sonserina. Sabia que ele estava me poupando dos detalhes sórdidos, mas eu não me importava. Quando ele comentou que nunca havia se sentido tão entediado na vida, foi que eu perguntei sobre Harry. Ele não olhou para mim quando respondeu:

— O Potter? Não sei do que esta falando.

Revirei os olhos. Garotos e seu orgulho idiota. Metade da turma já estava ali quando chegamos para a aula de poções, por isso preferimos ficar a certa distancia dos olhares hostis. Draco me contava como eles tiveram problemas com Pelúcios no salão comunal da Sonserina uma vez e como tudo havia sido destruído. Ele estava chegando na parte em que o Pelúcio particularmente mal criado entrava de baixo da saia de uma tal de Jéssica Smith, uma das amigas feias e grandalhonas da Pansy, quando Snape virou o corredor e veio em nossa direção. Draco ficou muito quieto, parecendo torcer para que não fosse conosco que ele queria falar, mas era obvio quando seus olhos faiscaram em minha direção.

— Srta. Granger, você esta sendo requisitada na enfermaria.

— O que? Por quê? – perguntei, alarmada.

— Não cabe a mim te informar isso, mas... – ele desviou o olhar para Draco, que parecia querer entrar na parede. – Weasley foi internado nessa manhã. Como é de conhecimento geral a amizade de vocês, fui encarregado de avisar.

Soltei a mão de Draco e nem me preocupei em ouvir o resto do aviso de Snape. Já estava correndo para a enfermaria, o choque trazendo a adrenalina. Cheguei lá em questão de minutos, mas as portas estavam firmemente fechadas. Harry estava sentado em um dos bancos de espera do lado de fora, de braços cruzados e balançando a perna ansiosamente.

— O que aconteceu? – exigi saber.

— Rony foi envenenado. – Harry suspirou.

Sentei ao lado dele, a boca aberta, os olhos arregalados, absorvendo as notícias.

— Como? – sussurrei.

Harry fechou os olhos me contou como Rony recebeu uma poção do amor por engano e depois bebeu veneno de uma garrafa de hidromel. Ele parecia cansado e assustado. Talvez fosse a milésima vez que repetia essa historia, mas eu exigi saber todos os detalhes. Quando Harry terminou, fiquei calada. Não sabia o que dizer. Quem iria querer envenenar Rony? Com a obsessão que Harry tinha por Draco, eu não duvidava que ele o acusasse. Mas eu sabia que não poderia ter sido ele, sentia isso.

Gina apareceu alguns segundos depois e Harry repetiu a historia. Eles começaram a discutir quem poderia ter feito aquilo, dando voz aos meus pensamentos, mas eu os ignorei. Olhava para as portas da enfermaria como se a força do meu olhar as fizessem abrir e revelar como Rony estava.

Uma hora depois o Sr. E a Sra. Weasley apareceram, nervosos e preocupados. Eles acenaram para nós com a cabeça e entraram na enfermaria junto com o prof. Dumbledore. Infelizmente ainda não podíamos entrar, nem mesmo Gina. Nossos corpos estavam doloridos de ficarmos sentados e em algum momento eu tinha começado a chorar em silencio. Não ia ajudar em nada quando Rony descobrisse pela boca de outros que eu e Draco estávamos namorando. Eu gostaria de contar eu mesma, mas do modo que as coisas eram em Hogwarts, não seria possível que eu chegasse antes dos boatos.

Passou mais meia hora. Meus nós dos dedos doíam de tanto estalar. Harry parecia que ia cavar um buraco no chão, andando para lá e para cá. Fred e Jorge apareceram e novamente Harry contou a historia. Era a terceira vez que eu ouvia, mas ainda não parecia fazer sentido. Ninguém iria querer envenenar Rony. E dificilmente o professor Slughorn.

Ouvimos um barulho e a porta finalmente foi aberta. Eu e Gina nos levantamos, alarmadas. O senhor e a Sra. Weasley saíram de lá, ouvindo enquanto Dumbledore dizia as medidas a serem tomadas. Eles olharam para nós, parados ali esperando respostas, mas não disseram nada. Apenas a Sra. Weasley parou e indicou a porta.

— Podem entrar. – informou com voz embargada.

Harry, Gina e eu entramos quase que correndo. Ele estava deitado em uma das primeiras camas, com o sol batendo no seu rosto. Me sentei a sua direita, segurando sua mão. Estava fria e ele parecia muito pálido. Desejei que ele acordasse, falasse, roncasse, qualquer coisa.

— Caramba, foi sorte você ter se lembrado do bezoar. – murmurou Fred, olhando o irmão mais novo com pena.

— Sorte que tinha um na sala. – Harry respondeu, abatido.

Novamente eles começaram a discutir como Rony tinha sido envenenado.

— Então o veneno estava na garrafa? – Jorge perguntou.

— Estava. Slughorn serviu o hidromel...

— Ele poderia ter posto alguma coisa na taça de Rony sem você ver?

— Provavelmente, mas por que Slughorn iria querer envenenar Rony?

— Não sei. – Fred pareceu pensativo. – Você acha que ele poderia ter trocado as taças por engano? Querendo envenenar você?

— Por que Slughorn iria querer envenenar Harry? – Gina perguntou.

— Ah, muita gente gostaria de envenenar o Harry. – Fred replicou. – Eu mesmo, algumas vezes...

— Você disse que Slughorn tinha pensado em dar a garrafa a Dumbledore no Natal. – Gina ignorou Fred. – Então o envenenador poderia estar muito bem atrás de Dumbledore...

— Então o envenenador é um idiota. – me manifestei pela primeira vez desde que Harry havia me contado a historia. – Qualquer um que conhecesse Slughorn saberia que havia grande do professor guardar uma coisa gostosa daquela para si mesmo...

A porta se abriu de repente. Todos olhamos ao mesmo tempo quando Lilá Brown irrompeu pela enfermaria, respirando rápido demais, como se tivesse corrido.

— Onde esta ele? – Fred e Jorge olharam para ela com as sobrancelhas erguidas. Gina virou a cara e fingiu vomitar. – Onde esta meu Uon-Uon?

Ela parou em frente a cama de Rony, com um ar profundamente consternado.

— Ele tem perguntado por mim? Por que ninguém me avisou? – Ela encarou todos os presentes, como se fosse nossa culpa que ninguém tivesse pensado nela. Seu olhar pareceu se enfurecer ainda mais quando ela me viu. – O que você esta fazendo aqui?

A encarei, capaz de mata-la naquele momento. Ergui o queixo e disse na voz mais digna que pude:

— Eu sou a melhor amiga dele.

— Amiga? Não me faça rir! – Ela apontou o dedo para mim. – Vocês não se falam há semanas. E você não esta namorando aquele garoto Malfoy?! Sim, eu já estou sabendo, e toda escola também esta comentando essa traição. Você só esta aqui por que de repente ele se tornou interessante!

— Chama de interessante alguém ser envenenado? – Harry perguntou sarcástico.

Lilá ignorou o comentário. Todos nos viramos para a cama, ao ouvir o som inconfundível de movimentação. Rony abria e fechava a boca, como se quisesse falar alguma coisa.

— Viu?! Ele sente a minha presença. – ela olhou para mim com uma cara insuportavelmente presunçosa. – Fale comigo, Uon-Uon.

Rony resmungou algumas coisas que ninguém saberia decifrar. Mas no fim, somente um nome pode ser distinguido desses murmúrios:

— Hermione.

Lilá pareceu congelar. Então ela soltou um lamento alto e saiu da enfermaria se afogando em lagrimas. Gina engasgou ao tentar controlar uma risada.

— Ah, não começa. – resmunguei, olhando para ela severamente.

— Então, Hermione. – Fred comentou, indiferente ao que acabara de acontecer. – Que historia é essa com o Malfoy?

— É, nós temos que te cortar da lista da herança ou o que? – Jorge riu, mas seus olhos estavam frios.

— Deixem-na em paz. – Harry e Gina disseram ao mesmo tempo.

— Não estão falando sério né? Vamos lá, é o Malfoy! – Fred parecia enojado.

— Vai me dizer que você anda beijando aquela doninha? – Jorge também não parecia nada feliz.

Os ignorei, mas não pude deixar de imaginar a reação de Rony. Algo me dizia que também não seria tão boa quanto a de Gina e nem tão compreensiva quanto a de Harry. Fechei os olhos, imaginando o que Draco estaria fazendo, se estaria preocupado ou bravo por eu ter largado ele e vindo ver Rony.

— Por favor. – disse, interrompendo os dois. – Não contem nada para ele, certo? Não quero que ele saiba dessa forma.

Todos ficamos em silencio, mas eu sabia que iam seguir meu pedido. Ninguém queria ser o culpado por fazer Rony ficar pior.

****

Eu não saberia dizer qual era a fofoca predominante no dia seguinte. Hermione Granger namorando Draco Malfoy ou o fato de que Rony foi envenenado logo depois de que nós assumimos. Tive que aturar insinuações de que eu queria provocar ciúmes, de que havia sido minha culpa ele ter sido envenenado e muitas outras, mas não me importei. Já havia suportado falatórios piores e estar com Draco era sempre um alivio, por que ele também não ligava nem um pouco para o que estavam falando. Harry e Gina eram meus aliados também, mandando todos pararem de me encher.

Agora eu tinha que dividir meus horários livres entre ficar com o Draco, estudar e visitar Rony na enfermaria, normalmente em companhia de outra pessoa. Sentia que se nós dois ficássemos sozinhos no mesmo espaço, o constrangimento ia nos esmagar. Mas ele parecia bem, falante e comendo mais que podia como sempre. E agora sorria e conversava normalmente comigo, como se nunca tivéssemos parado de nos falar. E isso fazia uma confusão em meu cérebro. Convenhamos, sentimentos não são coisas tão fáceis de esquecer quanto brigas. Eu sabia que no fundo, ainda gostava dele. E temia que Draco soubesse também.

Eu estava lendo um livro, sentada em baixo de uma árvore e ele estava deitado no meu colo enquanto eu mexia distraidamente em seu cabelo. Ele estava tão quieto que cheguei a achar que havia dormido, mas me assustei quando ouvi sua voz:

— Hermione?

— Hmm? – resmunguei, sem tirar os olhos do livro.

— Você tem ido visitar o Weasley?

— Claro.

Ele se mexeu desconfortavelmente no meu colo.

— E ele tem tentado algo com você?

Baixei o livro, arqueando as sobrancelhas.

— Por que ele tentaria?

— Ele gosta de você não gosta? – Draco bufou.

— Ele namora. – franzi o cenho, confusa. – E nunca tentou nada comigo.

— Por que era retardado demais. Mas todo mundo achava que vocês dois... Sabe...

Ele ficou vermelho. Dei uma risadinha, afastando o cabelo de seu rosto com leveza.

— Eu e ele nunca tivemos nada. Sempre foi só amizade.

— Mas você queria alguma coisa. – Draco acusou.

Revirei os olhos, mas não neguei. Era até engraçado ver Draco Malfoy inseguro daquele jeito, por isso também não fiquei brava com aquilo, apenas beijei a ponta do nariz dele e sorri.

— Todos nós temos um passado de qual não nos orgulhamos. – pisquei para ele, mas recebi de volta um muxoxo de irritação.

A semana foi mais calma do que se podia imaginar, mesmo com um segundo ataque a um inocente. Eu sabia que logo as pessoas iam cansar de falar de mim e acertei, pois no sábado o único assunto do café da manhã era o jogo da Grifinória contra Lufa-lufa. Fiquei mais uma vez surpresa do quanto quadribol poderia virar a mente das pessoas. Dava graças a Merlin que Draco nunca tentou conversar sobre o jogo comigo.

Ele me acompanhou até o estádio de quadribol, mas no ultimo momento ele me puxou para trás de uma árvore para me beijar, ignorando meus protestos de que ia me atrasar. Draco distribuía beijos e mordidinhas pelo meu pescoço, me fazendo arfar. O puxei para mais perto, trazendo sua boca para a minha, beijando-o como se minha vida dependesse disso. Draco pareceu gostar. Suas mãos apertavam minha cintura, como se ele se controlasse para mantê-las ali. Eu podia sentir-lhe por inteiro, todas as partes de seu corpo contra o meu. Começamos a ouvir os gritos vindos do campo. Draco suspirou, seu halito fresco invadindo minha respiração e me soltou.

— Tenho que ir.

— Por quê? Vamos, assiste o jogo comigo.

— Não posso. – ele desviou o olhar. – Tenho umas coisas para fazer.

— Que tipo de coisas? – perguntei, desconfiada.

— Ah... Dever de casa.

Senti que ele estava mentindo, mas aceitei o beijo de despedida e enquanto ia para o campo, olhei para trás, me certificando que ele entrava no castelo.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês lembrem o segredinho do Draco no 6º livro/filme hehe