Entre o Espinho e a Rosa escrita por Tsumikisan


Capítulo 6
De Cara Com Potter


Notas iniciais do capítulo

ei xuxuzinhas T3T Ces morreram?



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O novo trimestre começou na manha seguinte. O barulho que as meninas faziam para se arrumar me incomodou tanto que eu desci mais cedo, sentindo falta dos dias que eu tive o dormitório só para mim. Algumas pessoas já estavam acordadas e olhavam alvoroçadas para um aviso que fora afixado no salão comunal anunciando aula de aparatação para os alunos do sexto ano.

Escrevi meu nome, animada. Aparatar provavelmente era incrível. Assim que acabei de assinar, notei Rony e Harry descendo. Ambos sorriram para mim, mas eu acenei com a cabeça apenas para Harry. Rony pegou a caneta que eu havia largado e já assinava o próprio nome. Lilá chegou por trás e tampou os olhos de Rony dizendo “Adivinha quem é Uon-Uon?”.

Me afastei discretamente, passando pelo buraco do retrato. Harry veio em meu encalço, me desejando bom dia. Infelizmente, minutos depois Rony se juntou a nós, então fingi que caminhava com Neville. Naquele dia nós não tínhamos nenhuma aula com a Sonserina, e pela primeira vez eu lamentava o fato. Passei o dia remoendo como Draco estaria, se ainda queria ficar perto de mim ou se teria voltado a ser o arrogante de sempre.

À tarde, quando Harry foi para a sala de Dumbledore para as aulas particulares, me apressei em ir para a Biblioteca. Quando me viu descendo do dormitório feminino, Rony tentou conversar comigo, mas eu estava tão focada em tentar ver Draco pelo menos uma vez antes de ir dormir, mal prestei atenção no que ele falava. Me dirigi para a biblioteca, tentando não parecer desesperada.

Peguei um livro qualquer sem nem olhar o titulo e fingi que estava lendo, mas na verdade, olhava toda hora para a porta. Finalmente Draco apareceu, parecendo cansado demais para o primeiro dia de aula depois das férias de natal.

— Oi. – ele pegou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

— Ola. – dei um sorriso contido. Madame Pince vasculhava as estantes, a procura de infratores das regras da biblioteca.

— Não aguento mais meu salão comunal. – Draco resmungou. – Pansy, não para de me encher um segundo.

— Deve ser horrível, não é, ser paparicado pela Pansy... – ironizei.

— Você esta com ciúmes? – ele ergueu uma sobrancelha.

Dei uma risada de deboche e voltei para o livro. Agora, vendo melhor, notei que era um guia para cuidar de um arapucoso. Nada que realmente me interessasse. Fechei rapidamente, recolhendo o livro antes que ele pudesse ver o titulo e rir da minha cara.

— Não precisa ficar com ciúmes, sabe-tudo, ela é um saco. – Draco pos os pés na mesa. Olhei para trás, mas Madame Pince estava ocupada reorganizando uma estante por ordem de cor. – Não para de fazer perguntas irritantes.

— Não estou com ciúmes. – disse baixinho.

Ele sorriu e se curvou para me dar um beijo rápido. Meu coração palpitou, mal acreditando que eu estava tendo aquelas duvidas horríveis mais cedo. Ficamos conversando um pouco até a Madame Pince informar, olhando para nós desconfiada, que a biblioteca estava prestes a fechar. Nos beijamos um pouco em um corredor vazio, atentos a qualquer sinal de outra pessoa chegando. Fui me deitar mais calma do que estava mais cedo.

No dia seguinte eu estava na biblioteca novamente, só que Harry apareceu e sentou-se ao meu lado. Draco entrou, olhou por um instante para onde Harry estava sentado e deu meia volta enfurecido.

— Ah, oi Harry. Vem, vamos para os jardins. – não fazia mais sentido ficar na Biblioteca.

Harry me contou sobre a reunião de Dumbledore enquanto andávamos pelos jardins cobertos de neve. Ouvi tudo atentamente, esquecendo por um momento de que eu queria mesmo era estar com Draco. A história me parecia mesmo confusa.

— Ele deve estar decidido a esconder o que realmente aconteceu se Dumbledore não conseguiu extrair nada dele. – comentei quando ele contou sobre a lembrança de Slughorn – Horcruxes... Horcruxes... Nunca ouvi falar nisso.

— Não? – Harry parecia surpreso.

— Deve ser magia das trevas realmente avançada ou, então, por que Voldemort iria querer saber? Acho que vai ser difícil obter a informação, Harry, você vai precisar de muita cautela quando abordar Slurghon, pense em uma estratégia...

— Rony acha que eu devia ficar depois da aula. – Harry comentou com cautela.

Balancei a cabeça mal humorada. A leve menção do nome dele fazia isso comigo.

— Ah, bem se o Uon-Uon acha então é o melhor a fazer. – disse ironicamente. – Afinal quando ele esteve errado?

— Hermione será que você não pode...

— NÃO HARRY! – deixei Harry sozinho na neve e fui para a sala de poções.

Mudei meu caldeirão, de modo a ficar perto de Ernesto, só que não consegui prestar muita atenção na aula, na minha mente vinham imagens de Rony e Draco ao mesmo tempo... Era como escolher entre fogo e gelo. Por que eu realmente tinha sentimentos por Draco, não podia negar isso nem para mim mesma. Não sabia exatamente a profundidade desses sentimentos, mas sabia que eles existiam e poderiam ser considerados intensos.

— Faltam dois minutos turma! – o prof. Slurghon anunciou.

Coloquei mais alguns ingredientes no meu frasquinho, tirando os garotos da minha mente. Não podia me dar ao luxo de perder novamente para Harry e aquele livro idiota. O professor estava se levantando.

— Tempo... ENCERRADO!

Tentei forçar mais alguns ingredientes no meu frasquinho quando Slurghon passou por minha mesa. Ele acenou sorrindo para mim, mas não tanto quanto sorria para Harry. Não se demorou muito na poção de Ernesto nem na de Rony.

— E você, Harry o que tem para me mostrar?

Ele levantou a mão e mostrou uma coisa parecida com uma pedrinha. Reconheci o benzoar. Não ouvi as palavras seguintes do professor Slughorn, pois meu sangue borbulhava de ódio.

— Pensou nisso sozinho foi? – rosnei entre dentes.

Pareceu valer a pena perder novamente quando Draco, naquela tarde, comentou comigo:

— Não foi justo. Sua poção estava bem melhor.

Estávamos caminhando pelos jardins, meio entre as arvores, tomando cuidado para evitarmos as janelas.

— Eu já sei disso. – fiz um muxoxo de descaso, mas estava radiante por Draco ter me elogiado. – Porque a Parkinson estava chorando?

— Ah, eu gritei com ela.

— Por quê? – ergui as sobrancelhas, surpresa.

— É que ela estava puxando meu saco e eu a ignorei. Então ela tentou de novo e ai eu gritei que ela calasse a boca.

—Que maldade.

— Não fale como se fosse a fã número um dela agora.

Revirei os olhos, com um sorriso nos lábios e olhei meu relógio.

— Tenho que ir...

— Fazer o que? – ele me olhou com ar triste.

— Biblioteca.

— Eu posso ir também.

— Não, não pode. Harry vai estar lá.

Ele suspirou e chutou uma pedrinha para o fundo do lago. Demos um longo beijo de despedida e ele ficou observando enquanto eu corria para dentro do castelo.

No dia seguinte eu e Harry descemos para a primeira aula de aparatação. Rony havia descido com Lilá mais cedo. Eu estava muito ansiosa para aprender a aparatar, na verdade. Todas as mesas do salão tinham sumido, mostrando como na verdade o espaço era bem maior sem elas.

— Bom dia. – disse o bruxo do ministério.

Olhei em volta, ao meu lado esquerdo, Harry olhava o bruxo com grande interesse, parecendo ouvir atentamente cada palavra. E ao meu lado direito, Rony estava muito vermelho enquanto Lilá cochichava alguma coisa em seu ouvido.

— Malfoy sossegue e preste atenção! – a professora McGonagall vociferou.

Olhei para trás, junto com todos os outros do salão. Draco estava vermelho vivo e se afastava de Crabbe, com quem discutia. Revirei os olhos, com um sorriso e voltei a prestar atenção.

— Gostaria que cada um se posicionasse deixando um metro e meio de espaço livre a frente. – disse Twycross, o professor de aparatação, sem dar atenção à interrupção.

— Mione? – Harry me chamou.

Eu sai da minha formação e fui me posicionar um pouco mais longe dos cochichos de Rony e Lilá, que já estavam me incomodando.

— Oi. – Me sobressaltei ao ouvir a voz de Draco. Ele havia vindo para perto de mim. – cansou do Potter é? – ele disse com certa arrogância.

— Não fique com ciúmes. – eu sorri.

Crabbe seguiu Draco e agora estava do outro lado dele, provavelmente nem percebeu que eu estava ali. Eles começaram a discutir alguma coisa em voz baixa.

— Obrigada. – agradeceu Twycross quando todos se posicionaram. – Agora então...

Com um aceno da varinha vários aros de madeira apareceram na frente de cada aluno.

— É importante lembrar-se dos três Ds quando aparatamos! Destinação, Determinação e Deliberação! Primeiro: concentrem a mente na destinação desejada, no caso o interior do seu aro.

Draco olhou para mim. Sorri para ele e ele retribuiu com uma piscadela. Concentrei-me no interior do aro, mas ficava difícil com ele do meu lado.

— Segundo. – disse Twycross – Focalizem a sua determinação de ocupar o espaço visualizado! Deixe esse desejo fluir pela mente e o corpo!

Respirei fundo tentando pensar apenas no aro a minha frente, mas a sensação de que alguém me observava não me largava. Draco parecia prestar atenção no próprio aro e Crabbe não estava muito atento a nada.

— Três, e somente quando eu der a ordem... Girem o corpo, sentindo-o penetrar no vácuo, mexendo-se com deliberação. Quando eu mandar, um...

Olhei pros lados, Parvarti Patil na minha esquerda fixava o olhar em seu aro também. Quem quer que estivesse me observando, não estava perto de mim o bastante para que eu pudesse nota-lo.

— Dois...

Mas será que a pessoa observava a quanto tempo?Viu minha conversa amigável com Draco?

— TRES!

Girei o corpo, ficando tonta. Cai em cima de Draco e começamos a rir com gosto. Metade da turma tinha caído também e ignoravam a cena bem diante deles. Ninguém prestava atenção em nós dois. Mas a sensação de estar sendo observada continuou. Me levantei, ainda com um sorriso.

— Não faz mal... – disse Twycross – Quase nunca da certo na primeira tentativa.

A segunda tentativa não foi melhor que a primeira, e a terceira igualmente ruim. Somente na quarta Susana Bones se estrunchou aparecendo no aro e deixando metade da perna para trás.

Depois de uma hora o ocorrido com Susana foi o melhor que aconteceu, Draco estava ficando impaciente. Murmurava que se demorasse não ia dar tempo de fazer alguma coisa, mas eu não consegui entender o que. Ele parecia falar sozinho, não com ninguém em especial.

— Até o próximo sábado, e não se esqueçam dos três D’s! – Twycross disse, erguendo a varinha e fazendo os aros desaparecerem.

— Como foi você? – ouvi Rony perguntando a Harry na saída. – Acho que senti alguma coisa na ultima vez: um aperto nos pés.

—Acho que seus sapatos estão apertados de mais Uon-Uon – comentei com uma risada, passando por eles em direção à biblioteca.

Todos os alunos se dirigiam animados para os salões comunais ou para os jardins, por isso sabia que não teria ninguém lá. Draco me encontrou apenas alguns minutos mais tarde, parecendo contrariado. Eu estava em uma prateleira distante, aproveitando que Madame Pince estava sentada em sua escrivaninha, reescrevendo as fichas de pessoas que estavam proibidas de pegar livros na biblioteca.

–Conseguiu alguma coisa? – Draco perguntou, acompanhando meu tour pela ultima estante.

— Nada, nem uma fisgada. –sorri. – Mas me senti observada por um tempão...

— Eu também. Estranho, não?

Ele me segurou pela cintura e me beijou. Antes que eu pudesse reagir e passar meus braços pelo pescoço dele, ouvimos um baque pesado. Nos separamos, assustados, Draco ainda com as mãos em minha cintura. Harry olhava para nós com um misto de raiva e confusão nos olhos. Não demorou muito para Madame Pince aparecer e expulsar todos nós, acusando de termos profanado os livros.

Então ali estávamos, nós três, do lado de fora da biblioteca, nos encarando. Harry cruzou os braços e me olhou como se eu tivesse acabado de cometer um assassinato.

— Harry, eu...

— Bem que eu estranhei aqueles olhares e risinhos. – ele resmungou. – Isso é tudo para se vingar do Rony?

— O que? – Eu e Draco dissemos ao mesmo tempo, mas o tom de voz dele parecia muito magoado.

— Não Harry. – disse, depressa, antes que o próprio Draco tomasse conclusões precipitadas. – Não tem nada a ver... Nós...

— Nada a ver? Nada a ver?! – Harry parecia prestes a explodir. – Hermione! Que outro motivo você teria para gostar dele?

— Harry, não... Deixe-me explicar! Harry!

Mas ele balançou a cabeça e foi embora. Pus as mãos no rosto e senti as lagrimas nos meus olhos. Ah, droga, ele iria me odiar... Eu já não estava mais falando com o Rony e agora isso. Alias, e se ele contasse para Rony? Não era assim que eu planejava que eles descobrissem. Oh não...

— Não sei por que se preocupar tanto.

A voz de Draco parecia distante e fria. Tirei as mãos do rosto, secando as lagrimas e olhei para ele, confusa. Ele tinha um ar entediado e não olhava para mim.

— O que? – perguntei.

— Nós dois não temos nada, não é? Não é como se estivéssemos namorando ou algo do tipo. – ele continuou, com mais frieza, como se estivesse decidido a me machucar. – Na verdade, só estávamos nos divertido. Pelo menos eu estava. Agora pode voltar pro Potter e dizer a verdade sobre o Weasley, eu não me importo.

Ele não olhou para mim nenhuma vez. Quando terminou de falar, simplesmente se virou e seguiu o corredor em direção ao próprio salão comunal, me deixando parada ali com cara de quem tinha levado um soco e lagrimas nos olhos.


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Notas finais do capítulo

Poxa Draco ç.ç