A Peregrina escrita por Bleumer


Capítulo 16
O Pior Dos Erros


Notas iniciais do capítulo

Olá, amigo leitor, venha, sente e deixe-me contar uma história...



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*Narrativa em Primeira Pessoa*

Finalmente voltamos ao lugar que todos estavam descansando e preparando uma refeição, ao que parecia iriamos passar a noite ali antes de chegar à floresta de Lothlórien.

Todos se viraram para olhar quando chegamos. Na verdade, eles estavam olhando diretamente para mim. Aragorn estava com os olhos um pouco arregalados e com uma expressão de curiosidade, Pippin e Merry estavam comendo e ambos deixaram a comida cair quando me viram. Frodo e Sam também me olhavam sem entender nada. Até mesmo Boromir estava me olhando e com a boca aberta.

_Quem é você... ?–Boromir balbuciou e veio andando na minha direção, parecia até enfeitiçado. Sério que ele perguntou quem eu sou?

_Sou eu, Peregrina. Quem mais seria? -Então ele ergueu a sua mão e tentou tocar no meu rosto. Na mesma hora fiquei tensa enquanto me preparava para entrar em posição de defesa, se necessário.

_Não a toque. -Legolas rebateu a mão de Boromir, com isso a afastando de mim e depois se posicionou ao meu lado enquanto encarava o homem.

Com isso Boromir pareceu acordar do "feitiço" que estava e me olhou melhor. De cima a baixo, devo dizer que odiei seu olhar analisador sobre mim.

_De fato, tinha que ser você para se vestir dessa forma tão vulgar e estranha. -Tenho certeza que minha boca se abriu em um perfeito O com o que Boromir disse.

Vulgar?! Nunca ninguém me chamou de vulgar!

_Ora, seu... ! -Legolas já ia avançar em direção de Boromir.

_Eu não sou vulgar! Essa roupa é de Pandora! É uma roupa comum para as mulheres que são Anjas do Destino. O branco representa que eu sou uma Elementar! Representa o que eu sou no meu mundo! Tenha em mente que não faço parte da Terra-Média, não tenho os costumes daqui, não sou igual às mulheres daqui e nem me visto como elas. -Agora minha relação com Boromir piorou de vez. Mas não posso ficar calada diante disso. Ele não sabe respeitar as diferenças das pessoas.

_Chega! Boromir isso não é algo para se dizer a uma mulher, muito menos uma tão nobre quanto Peregrina, e Legolas, não arrume mais confusão. Você não é assim. Sugiro que todos descansem o máximo possível. –Aragorn disse.

Ok... Depois daquele sermão do Guardião todos ficaram quietos e a briga acabou, na verdade nem começou. Boromir se afastou e foi sentar sozinho, depois Gimli acabou se juntando a ele. Os hobbits estavam todos juntos conversando entre si e às vezes me lançando olhares...

Aragorn veio na minha direção com um leve sorriso nos lábios.

_Vejo que está melhor, Peregrina. Seus machucados praticamente sumiram. Agora só tem alguns cortes e hematomas. Como isso aconteceu?

_Eu achei um rio e me banhei nele. A Água me ajuda a ficar curada... Claro, ela não pode curar tudo, mas ajuda muito. Me sinto bem melhor. -Sorri ao terminar de contar as maravilhas que a Água podia fazer. Aquele era o Elemento que eu mais amava.

_E por causa disso tirou aquela sua roupa preta?

_Aquilo é minha ExoArmadura. Tive que tira-la por algum tempo porque estava um pouco danificada, mas logo vou coloca-la de novo.

_Você fica melhor sem ela, na minha opinião. Quando você apareceu foi uma surpresa! Quase não a reconheci. -Aragorn riu de leve e eu o acompanhei. Era muito fácil e tranquilo conversar com ele.

Até que ouvi Legolas suspirar um pouco... Irritado? Virei o rosto e arqueei uma sobrancelha. Aragorn também o fitou, mas logo depois deu um risinho como se entendesse algo. Fiquei olhando de um para o outro sem entender mais nada.

O que estava acontecendo ali?

_O que foi?

_Nada, Bleumer. -Agora Legolas desviou o olhar. Sério, o que está acontecendo?

_Você não vai fazer alguns curativos nesses cortes? Posso ajuda-la, Peregrina. -De fato eu tinha que fazer alguns curativos, nada de muito grave, mas... O curioso era que Aragorn me oferecia ajuda e falava comigo, mas olhava para Legolas. Era como se ele provocasse o elfo de alguma forma...

_Não precisa. Eu mesmo ajudo. -Então Legolas simplesmente falou por mim e não só isso, decidiu por mim e foi me levando para sentar em um troco caído que estava próximo. Franzi as sobrancelhas e cruzei os braços.

_Não sei porque você pensou que podia falar por mim, decidir por mim e ainda me defender. Pare com isso, elfo. -Agora eu estava irritada com o comportamento estranho de Legolas, primeiro ele me ignora o caminho todo do rio até aqui e depois fica irritado com sei lá o que e age como se fosse responsável por mim.

_Ah, então agora esta falando comigo, Bleumer?

_Foi você que não falou comigo.

_Não falei porque você também não falou.

_E eu não falei porque você não falou, elfo.

Ficamos nos encarando com raiva até que rimos. Afinal estávamos sendo idiotas. Mas a expressão de Legolas logo voltou a ficar séria.

_Me perdoe pelo que fiz perto do rio. -Mais uma vez o olhei sem entender. O que o elfo queria dizer?

_Como assim?

_Meu comportamento... Não devia ter feito aquilo com você. Deixei-me levar e não sei o que poderia ter acontecido se Gimli não tivesse aparecido... Foi tudo um erro. -Legolas já estava sentado ao meu lado no tronco da árvore e falava em um tom muito baixo, provavelmente não queria que os outros escutassem nossa conversa. Agradeci mentalmente por isso, mas... Meu peito doía ao ouvir as palavras dele.

Ele claramente estava arrependido por ter me tocado e dito aquelas palavras bonitas para mim. E eu fui muito idiota por também ter me deixado levar... Mas enquanto Legolas me tocava e sussurrava todas aquelas coisas boas... Eu acreditei nele de verdade. Eu me senti pela primeira vez na vida uma mulher linda de fato. Mas agora ele deve ter percebido o erro que cometeu e por isso pediu desculpas... Eu sou mesmo desagradável aos olhos e ouvidos... E a certeza disso nunca doeu tanto quanto agora com as desculpas de Legolas. Senti meu coração apertando e se partindo em vários pedaços.

Eu cometi o pior dos erros ao começar a me apaixonar pelo elfo.

Percebi que Legolas me olhava como se esperasse uma resposta. O que eu poderia dizer? Com certeza não iria chorar na frente dele de novo e nem lamentar por ser desagradável, eu ainda tinha um pouco de orgulho próprio. Ele já deixara claro o erro que tudo tinha sido. Então forcei um sorriso ao olhar para o elfo e dizer.

_Não se preocupe com isso. Foi mesmo um erro, não vamos perder tempo falando disso.

_Tem razão. Aquele não era o lugar certo para fazermos nada daquilo e eu quero ir mais devag... -Eu o interrompi sem nem querer ouvir o resto. Já bastava saber que ele achava tudo um erro da primeira vez, não precisava ouvir de novo. Não precisava mesmo.

_Então, vai me ajudar com os curativos? -Aquilo foi a primeira coisa que me veio a mente para mudar de assunto e não foi de todo um mal, afinal Legolas tinha pedido que o visse como um amigo quando estávamos no rio, isso eu podia fazer. Eu já o considerava um amigo e confiava nele em uma luta.

A melhor coisa que eu tenho a fazer agora e sufocar meus sentimentos recém-descobertos pelo elfo e vê-lo como um amigo.

Essa relação era impossível de qualquer forma, como já tinha dito a Aragorn antes.

_Claro, apenas me deixe pegar alguns pedaços de pano para fazer as bandagens... -Legolas parecia aliviado por aquele assunto ter acabado e já ia se levantando do tronco para buscar as coisas quando eu o puxei pela camisa e o fiz sentar de novo.

_Não é necessário. Tenho remédios de Pandora comigo. Reequipar kit médico. -Estiquei as mãos e uma pequena caixa apareceu nelas. Abri e tirei o que precisaria, depois a mandei de volta para meu Espaço Dimensional. Enquanto organizava os remédios Legolas comentava.

_Não importa quantas vezes eu veja isso, ainda acho surpreendente esse seu Espaço Dimensional... É incrível ver suas armas e objetos aparecendo e sumindo como se fosse mágica. Não tem limites para as coisas que pode carregar nele?

_Tem. Só posso levar alguns itens nele e também depende do tamanho. Imagine esse Espaço como uma grande bolsa que posso encher de coisas, mas uma hora a bolsa vai ficar cheia demais e não vai caber mais nada, então esse é o limite para meu Espaço Dimensional. À medida que treino e fico mais forte, meu Espaço também fica e posso ampliar ele, e assim por diante.

_Compreendo muito melhor agora e isso é ainda mais fantástico!

Acabei sorrindo por causa daquilo. Legolas parecia uma criança admirada com algo. Era fofo...

_Pronto. Eu vou passar essa pomada pelos corte e hematomas, depois você pega essas tiras de pano e enfaixa o lugar.

_Certo.

Peguei um pouco do remédio e passei pelo corte no meu braço, logo depois Legolas se aproximou e o enfaixou. Seguimos nesse ritmo até que todos os cortes fossem tratados. Agora eu tinha uma faixa no braço e na coxa, tudo do lado esquerdo do corpo.

_Pronto. Obrigada.

_Sente dor em algum lugar?

_Não. Estou bem. -Depois fiz os remédios voltarem para o meu Espaço. Eu e Legolas ficamos em silêncio por alguns minutos até que Pippin e Merry pararam na minha frente.

_Você está bem, Peregrina?

_Estou Merry, não precisa se preocupar.

_Bem... Só queria dizer que você esta muito encantadora!

_Sim sim! Aquela roupa preta não lhe faz jus! -Agora era Pippin quem exclamava.

_Mais do que bonita, está linda!

_Não, mais do que isso! Você está deslumbrante!

Fiquei olhando de um para o outro enquanto eles me elogiavam. Era bom vê-los alegres com algo, desde Moria que os dois não sorriam.

_Tudo bem, tudo bem! Já entendi. Podem parar. -Eu já estava sorrindo por causa daquilo. Aqueles dois tem o dom de me deixar de bom humor.

_Posso fazer uma pergunta, Peregrina? -Merry tinha se aproximado e agora se sentava perto do tronco que eu estava com Legolas.

_Claro... –Respondi meio incerta.

_Porque seu cabelo é branco?

_Não seja tolo, Merry! O cabelo dela é branco porque ela é velha. –O outro hobbit disse.

_Mas ela não parece velha, Pippin!

_Deve ser algum feitiço para parecer mais jovem. Ela na verdade deve ser muito velha.

_Hã... Eu ainda estou aqui e posso ouvir tudo, sabe? –Sério, Pippin e Merry estavam discutindo se sou velha ou não bem na minha frente, se esquecendo totalmente da minha presença! Só eles para fazerem algo assim.

_Então, você é velha? -Merry olhou ansioso para mim enquanto esperava uma resposta. Eu ainda pude ouvir Legolas rindo baixinho as minhas custas, o fuzilei com o olhar antes de responder o hobbit.

_Hmm... Não. Não sou velha para uma Anja do Destino. Na verdade, sou bem jovem para Pandora.

_Mas porque seu cabelo é todo branco? -Pippin insistiu.

_Porque seu cabelo é castanho, Pippin? Ele simplesmente é castanho, certo? É igual com o meu, ele simplesmente é branco. Em Pandora isso não é estranho. Lá muitas pessoas nascem com cores diferentes de cabelo, como azul, roxo, rosa, mas também temos as cores que vocês consideram normais, como castanho, preto, ruivo e loiro igual ao cabelo de mulher de Legolas. -Não podia perder a oportunidade de provocar o elfo, olhei para ele com um sorrisinho e agora era ele quem me fuzilava com o olhar.

Os dois hobbits riram da minha piada sobre o cabelo de Legolas, mas logo se calaram quando o elfo lançou um olhar sobre os dois. Nossa, Legolas é sensível demais quando se trata do seu cabelo.

_Ainda me parece estranho isso, mas gosto da cor do seu cabelo. Combina com você. -Merry sorriu sincero para mim e não pude evitar fazer o mesmo. Até que Legolas pega uma mecha do meu cabelo e leva a frente do seu rosto, sentindo o aroma e olha para mim.

_Também gosto da cor do seu cabelo, Bleumer. É tão branco quanto a luz das estrelas. -Na mesma hora senti meu rosto corar e meu coração disparar um pouco. Mas tentei reprimir isso e apenas dei um singelo sorriso para Legolas.

Pippin e Merry me encheram de mais perguntas. Era admirável o quanto eles gostavam de ouvir uma historia. Legolas ficou ao meu lado enquanto eu conversava com os hobbits, vez ou outra ele pegava uma mecha do meu cabelo e brincava com ela. Coisa que eu tentei ignorar.

E assim algumas horas se passaram sem que eu percebesse...

Já era tarde da noite, todos estavam fazendo algo ou dormindo, tentando de alguma forma se distraírem de tudo de ruim que já tinha acontecido. Eu já tinha conversado com todos, menos Boromir, é claro, e agora estava de novo sentada no tronco com Legolas.

Estávamos em um silêncio confortável, o que era raro entre a gente até que resolvi perguntar sobre uma coisa que martelava na minha mente.

_Elfo.

_Anja. -Ele falou no mesmo tom que o meu, fazendo graça. Revirei os olhos. Ele é mesmo idiota.

_Você... Hmm... Será que... -Tudo bem, estava mais difícil de falar aquilo do que pensei. Legolas apenas me lançava um olhar divertido.

_Sim?

_Minha roupa é mesmo vulgar? –Falei tudo de uma vez o mais baixo possível.

Legolas olhou para mim, percorrendo meu corpo com seus olhos.

Senti um arrepio passar pelo meu corpo.

_Não. Ela é diferente das roupas daqui, mas não tem nada de vulgar. Uma roupa não vai definir o que você é. Se você própria não é vulgar, então sua roupa também não vai ser. Para mim, você é uma perfeita dama. -Legolas disse aquilo com tanta certeza que acreditei nas palavras dele e me senti melhor automaticamente.

_Me sinto melhor agora. Ninguém nunca me chamou de vulgar... Então tive medo de esta parecendo uma mulher fácil. -Abaixei minha cabeça enquanto falava. Aquilo realmente me incomodou, além de ser constrangedor.

_Não de atenção ao que Boromir fala. Ele esta sendo influenciado pelo Um Anel cada vez mais.

_Não entendo isso. Às vezes ele é legal comigo e depois me trata como se eu fosse uma inimiga.

_É o poder do Anel. Acredito que quando Boromir esta sendo agradável com você é quando ele esta sendo ele mesmo e quando ele é grosso e a toma como uma inimiga é quando o Anel esta exercendo mais influência sobre ele.

Hmm... Faz sentido o que Legolas falou. Isso explicaria as mudanças de comportamento que vejo em Boromir.

_Sabe, Elfo, às vezes você é até inteligente, não é de todo um idiota. -Dei um sorriso torto ao provoca-lo e tive o prazer de ver Legolas se irritando com minhas palavras.

_É claro que sou inteligente! Sou um elfo! Elfos são sábios.

_Não acho que um sábio iria referir a si mesmo como sábio. -Olhei para ele e pode vê-lo abrir e fechar a boca várias vezes tentando formular uma resposta, mas por fim desistiu.

_Você tem razão. Um sábio não diria isso. Posso não ser sábio, mas meu pai é. Ele que me ensinou tudo o que sei sobre habilidades élficas, armas e lutas.

_Ele deve ser um grande rei e sábio também, além de gostar muito de você...

_Ele é mesmo. Também é um bom elfo. Sei que ele gosta de mim, só tem um jeito peculiar de demonstrar isso. E como é seu pai? -Quando falava do seu pai, Legolas tinha uma óbvia expressão de admiração no rosto, mas existia um pouco de amargura antiga em seus olhos...

_Não sei responder muito bem... Não fui criada por meus pais. Só os vi umas poucas vezes enquanto estava no Centro. Os dois sempre estavam em alguma missão que durava anos e anos, além deles fazerem parte da Guarda Especial do comandante Nabeel, então era raro eu vê-los.

_Sinto muito por isso... -A voz de Legolas estava triste, como se tivesse arrependido de tocar nesse assunto. Na mesma hora olhei para ele.

_Não precisa ficar assim! Isso não é um assunto deprimente e nem nada. É algo normal em Pandora. Nenhuma criança é criada pelos seus pais.

_Porque não? -Automaticamente tínhamos nos aproximado enquanto conversarmos.

_Bom... Os costumes de Pandora são diferentes daqui. Lá uma mãe só passa uma semana com seu bebê, depois ele é levado para as Cuidadoras, que são humanas normais... Elas cuidam dos bebês até eles terem idade suficiente de começar o treinamento para virar Anjo do Destino ou Alquimista. Então essas crianças são classificadas em esquadrões e todas treinam juntas até terem capacidade de ir a uma missão.

_Mas porque as mães são separadas de seus filhos? -Legolas parecia horrorizado com isso. Pra mim, era algo comum e natural.

_Porque precisamos de todos os Anjos para lutar e ir a missões. Não podemos perder tempo cuidando de filhos, esse cargo fica para as Cuidadoras, que fazem um ótimo papel. As guerreiras tem que estar prontas para voltar logo e sair em missão.

_Isso é horrível e cruel.

_Não é. Não temos mais tantos Anjos como antigamente. Estamos morrendo mais rápido do que as crianças nascem e por isso não podemos perder tempo e nem Anjos cuidando de bebês. Claro, tem algumas coisas que eu não concordo dentro do sistema de Pandora, mas sei que tudo é pelo bem maior e que o Viajante abençoa nossos esforços.

_Eu não sei que tipo de deus iria abençoar a separação de mães e bebês.

Olhei espantada para Legolas. Como ele ousa duvidar do amor do Viajante por nós? Pandora nem existiria se não fosse a ajuda Dele! Senti meu sangue ferver diante a afronta do elfo. Levantei de súbito e olhei de cima para Legolas.

_Você não sabe nada sobre o Viajante e nem sobre Pandora. Você não tem direito nenhum de nos julgar, Principezinho. -Vi que Legolas arregalou os olhos e tentou se explicar, mas eu não queria ouvir mais nada. Simplesmente sai andando para dentro da floresta.

Queria ficar sozinha.

Caminhei por alguns metros até minha raiva começar a passar. Eu não acredito que Legolas pode ofender o Viajante! Esse elfo é tão idiota!

O estava xingando mentalmente quando senti algo diferente no ar... Uma espécie de pressão que estava aumentando... Aumentando... Aumentando... Até que um clarão encheu de luz a floresta e uma energia poderosa me jogou para trás, acabei soltando um grito agudo enquanto era arremessada e já caía em posição de luta.

Vi que alguns metros a minha frente um homem levantava-se, passava a mão pela roupa tirando a sujeira e depois se virou para mim. Quando a luz da lua banhou seu rosto pude vê-lo...

Meu coração disparou.

Aquilo não era possível.

Seu cabelo era preto como a mais profunda noite, curto e repicado em todas as direções, dando um ar rebelde ao seu rosto forte e másculo, seus olhos eram cinzentos como o céu em dia de chuva, na verdade, seus olhos tinham a cor de uma tempestade imprevisível. Seus lábios eram finos e naturalmente um pouco rosados, e agora se esticavam em um sorriso zombeteiro enquanto me olhava. Sua pele era tão branca quanto a minha.

Tudo em seu rosto era igual ao que eu me lembrava...

_Oi, Bleumer. -Sua voz tinha o mesmo tom de anos atrás. Era rouca e profunda. Eu sempre brincava dizendo que parecia o ronronar de um gato e ele ria disso. Nós dois riamos. Mas aquilo foi ha muito tempo, foi quando ele estava vivo... Como ele podia estar na minha frente agora? Sorrindo e caminhando na minha direção?

Ele devia estar morto.

Eu continuava em choque. Meu corpo estava paralisado e minha garganta estava seca. Com um esforço enorme consegui sussurrar apenas uma palavra.

_Erick...


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Notas finais do capítulo

Olá, tudo bem?

* Parece que Peregrina revelou um pouco mais do seu passado nesse capítulo, não só isso, também falou um pouco de como as coisas são em Pandora... O que acharam?
* O que acharam dessa discussão com Legolas? Será que o próprio elfo precisa respeitar mais as diferenças que existem entres os dois mundo?
* Eita! Quem será esse Erick?! Algum palpite? Vamos, chutem quem ele é! Vou até dá uma dica: Ele já foi citado nessa história, em um dos capítulos ele apareceu. Lembram do que eu disse? Nada acontece por acaso aqui, está tudo relacionado. Vou deixar vocês com mais esse mistério. ;)

* Uma leitora muito fofa e especial certa vez disse em um dos comentários que ela era uma ''Peregrinadora'', que no caso seria uma fã da nossa Peregrina. Pensei bastante sobre isso e cheguei a conclusão que somos todos peregrinadores, não porque somos fãs dessa fic (longe disso), mas porque estamos sempre em movimento, sempre mudando, saindo de um lugar para o outro, em outra palavras, estamos vivendo! Acho que isso é ser um peregrinador...
Bom, eu sou uma peregrinadora e vocês?

* Ah, o nome do ship de Legolas e Bleumer é... Leumer! O que acharam? Alguém tem uma sugestão melhor?

* Por favor, deixem seus comentários com críticas ou elogios, eles são sempre bem-vindos! Alguém quer me dá uma recomendação? :3

* A imagem é de como Erick seria, ela é meramente ilustrativa e foi feita pela minha beta IsisPallas. Todos os créditos são dela.

Até logo! Beijo!