My Juliet escrita por Mari


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, escute com sua música favorita de amor ♥



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O banheiro feminino do último andar de Hogwarts não era muito frequentado. A Murta-Que-Geme incomodava com seus choramingos e o banheiro acabou sendo abandonado, mas uma garota ainda tomava banho ali. Astoria Greengrass nunca fora como a maioria das meninas.

Numa tarde, quando fugia de Pansy e suas amiguinhas que queriam jogar tinta na garota, correu e entrou no banheiro. Ela tinha medo. Claro que tinha. Alguém tinha morrido ali. Uma menina tinha morrido ali, e ela se encontrava ali até hoje.

Mas era isso ou ser atingida por tinta colorida. E quando as meninas espiaram a porta, Murta, que nunca fora muito legal, vendo a menina, parecida com ela, cabelos negros em Maria-chuquinhas, a saia mais comprida que a maioria, os livros grossos sendo abraçados por seus braçinhos pequenos e o olhar apavorado da garota, a escondeu. E ali, uma amizade surgiu.

Desde tão tarde, quando acabavam as aulas, todos os dias, Astoria vinha ver sua amiga no banheiro, e lá conversavam por horas e horas, até a hora do jantar.

E a pequena menina de Maria-chuquinhas foi crescendo, mas o antigo hábito continuava. Porque Murta podia incomodar as outras pessoas, mas ainda era sua amiga.

Além que, Astoria ainda usava Maria-chuquinhas. Estas eram mais soltas e a franja repicada dava um ar angelical, porém mais maduro.

Astoria tomava banho enquanto Murta estava sentada no chão, apoiada na pia do banheiro. “Não creio que Pansy tenha mesmo jogado sopa em você”, discordou a fantasma, recebendo um olhar furioso de Astoria que lavava os cabelos. “Pois ela o vez, na frente de todos”, disse apenas isso e fechou a porta do Box.

“Ela tem inveja de você”, continuou a fantasma, “Fiquei sabendo por, Katherine Morland, a menina do quadro que brinca no balanço sem parar, que a boatos que Draco Malfoy só teve olhos para você, quando teve a peça de final de ano.” Astoria abriu um pouco a porta de vidro, já meio amarelada pela falta de cuidados e uso. “Claro que ele só olhou pra mim, eu fui a Julieta e ele o Romeu, queria que ele atuasse olhando pra Professora McGonagall?”

Murta riu, “Você não me contou como foi beijar o maior pegador de Hogwarts...”. Astoria estava realmente incomodada com aquele assunto. Fora um beijo técnico. Sem valor nenhum. Okay, ele, de última hora a agarrou pela cintura e a puxou colando seus corpos. Não sobrando nem um sequer espaço entre os dois. E quando seus lábios tocaram os seus, foram ardentes. E quando... “Ast?”, Murta riu novamente. “Foi um beijo técnico, sem qualquer tipo de valor”, deu de ombros, e voltou a lavar os cabelos.

“Creio que sim”, Murta sabia muito bem que, quando sua amiga, num vestido leve roxo, e flores nos cabelos, foi beijada por aquele Romeu, seus lábios acabaram vermelhos. E levou um suto quando ouviu passos no mármore negro. “Um garoto... Ast, tem um garoto aqui, no banheiro.”

Astoria revirou os olhos mais uma vez. Ela sabia muito bem que a amiga adorava vê-la com os olhos esbugalhados, enrolando-se na toalha o rapidamente possivel. Mas ela continuava a murmurar e aquilo estava a irritando.

“Murta, que sei que não tem garoto nenhum aqui, pare de reclamar e deixe-me terminar a merda do banho em paz”, saiu do chuveiro com as mãos na cintura. “Você deveria começar a escutar sua amiga, Astoria”, a voz de Draco Malfoy a fez abrir os olhos. Isso não ta acontecendo, neh? “Puta merda”, ela estava pelada na frente de Draco Malfoy. Meu Merlin. Meu Merlin. Meu Merlin.

“Fica tranquila, eu não vi nada de ruim ai”, sorriu torto. Cadê a Murta? Meu Merlin. Astoria pegou a toalha e se enrolou da forma mais atrapalhada possível. Muito bem, Ast. Seu rosto queimando de vergonha, parecia um morango de tão vermelho. “O que faz aqui? Esse é o banheiro feminino”.

Ele se apoiou na pia e seu sorriso aumentou. “Vim ver se seu cabelo era liso mesmo ou chapinha”, ela revirou os olhos, e ele a olhou de cima pra baixo. Analisando. E Astoria amaldiçoou todos os fabricantes de toalhas do mundo por não fazerem toalhas maiores. “Pare de me secar, Malfoy.”

“Isso que te incomoda? Eu estar te secando, ou o meu nome e quem sou?” Ela ficou muda e ele se aproximou. O que ele estava dizendo? Ela não deu um passo para traz, não daria esse gostinho para ele. Vê-la hesitar. Assustar-se. Não mais. “E Julieta disse a Romeu: De que vale um nome, se o que chamamos rosa, sob outra designação teria igual perfume?”.

“E por isso, meu caro Romeu, mudasse o nome, não a essência da coisa”. Ele sorriu chegando mais perto. “E o que eu sou para você?”, perguntou. Astoria entrava em pânico.

“Um canalha sem ética”, disse por fim. Quando a coragem lhe surgiu, tomando o lugar do medo que ela sentia por ele. Mas seu sorriu não se extinguiu, sequer diminui. E o medo de que ele pudesse fazê-la sentir algo a mais que a mais pura repulsa lhe causava um enorme pavor.

“Quer saber de um segredo?”, perguntou meio receoso, mas com o mesmo tom divertido, como se percebesse tudo, apenas olhando em seus olhos. “Perto do que sinto por você, Romeu e Julieta tiveram apenas um flerte”. Ele pareceu tomar juízo das palavras de acabara de profetizar e afastou-se da jovem, virando de costas. Começou a dar passos rápidos. O que ele havia feito?

“Espere”, o que ela estava fazendo? Ele parou. O corpo tão gelado quando geralmente era. Ele estava mesmo suando frio?

Estava. Porque a garota que ele amou desde os sete anos disse para ele esperar. Não era um romance digno das paginas de um clássico do romance de Jane Austen, tão pouco, um artigo no Profeta Diário na parte Histórias Reais. Não estariam escritos em palavras bonitas que aos sete anos, ele viu uma menininha de Maria-chuquinhas correndo pelo jardim da mansão da frente tão livre como ele sempre quisera ser. Muito menos que aos onze, quando tivera que entrar em Hogwarts e deixa-la lá, ela lhe falou para não ser mau com os Elfos Domésticos, eles eram gente que nem a gente, mas não são bem gente. Ou que quando ela entrou na Sonserina, seu olhar procurou o dele, e encontrou. Mesmo que quando ela entrou correndo no corredor onde ele estava de Pansy aos treze e ele a escondeu,e brigou com a perseguidora. E nunca estaria escrito que aos dezessete, ele fora obrigado a fazer o papel para Romeu e Julieta, e a garota com quinze, atuou com ele, e fez os pelos da nuca da professora arrepiarem. E como ele a beijou em cima daquele maldito palco com aquela roupa que pinicava.

Ela correu até ele segurando a toalha. “Vamos começar de novo tudo bem?”, ela sorriu e ele assentiu. “Meu nome é Julieta Capuleto, e o senhor és?”. Ele riu. “Ai estava o sorriso de anos atrás”, ela continuou a sorrir. “Deus, uma Capuleto, Romeu Montecchio, senhorita e creio que devemos ser inimigos mortais”, Ela fez se de assustada, levando a mão ao coração e ele segurou o riso, “Oh Ceus, um Montecchio, encontro-me perdida agora”.

“Por que motivo, senhorita? Estás perdida por falar comigo?”, ele continuou e ela sorriu “Não acho que falar está correto”, observou e ele revirou os olhos sorrindo, “Continua logo”.

“Encontro-me perdidamente apaixonada pelo filho do meu inimigo”, Draco passou os braços pela cintura da garota, que o olhou confusa. “E a peça?”.

“Foda-se a peça”, ele colou seus lábios e o amor foi lacrado por um beijo. Não posso dizer que aconteceu algo, além disso, ou que eles lacraram o amor com algo a mais, dá-se a imaginação do leitor crer. Mas afirmo que nosso Romeu e nossa Julieta marcaram o outro encontro, num jardim de Hogwarts. Sem sacadas. E ali, atuaram novamente, a morena com flores na cabeça. Não que tenha durado muito a atuação, pois, tu sabes, alguém sempre saia do personagem mesmo.

E nunca houvera uma historia de amor mais triste, ou melhor, bonita do que de Julieta e seu amado Romeu.


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Notas finais do capítulo

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