Harukaze escrita por With


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Essa ferramenta de agendar capítulos é ótima, ela salva minha vida e faz com que eu poste sempre nos dias combinados.
Boa leitura!



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Harukaze

Capítulo 26

Vivemos em qualquer lugar

Enquanto viajamos sem rumo

Procurando a luz na qual acreditamos.

Eu caminho com você.

No fim de tarde, Tsuhime e Haru fizeram companhia a Kakashi. Conversaram, lancharam, brincaram e no final Haru dormia no colo do pai extremamente cansado. Tsuhime chegou a comentar algo como “eu que trabalho e ele que fica cansado” e riu de seu azar. Fez menção em levar Haru para o quarto, porém antes que pudesse expor sua ideia, o marido já se encaminhava com o menino nos braços. Enquanto esperava pela volta dele, a Yatsuki juntou os brinquedos e levou as louças sujas para pia. Entretanto, preferiu permanecer ali a retomar o caminho para sala.

Ela estava preocupada e tentava esconder, embora soubesse que estaria tendo uma atitude vã. Ninguém no mundo a conhecia mais do que Hatake Kakashi e ao sentir os braços dele enlaçando sua cintura, descansou a cabeça no ombro dele e permitiu-se ficar. Era injusto tirá-lo dela agora, quando a presença dele era essencial em sua vida, porém as obrigações para com a vila sempre seria uma questão acima. Ela gostava de falar que Konoha era como a amante de Kakashi, pois passava mais tempo com a vila do que com ela, e o Hatake apenas ria do exagero.

Agora, ela tinha pouquíssimas horas para estar com Kakashi antes que ele partisse em missão. Virou-se para ele e abraçou-o forte, dissipando qualquer espaço que pudesse existir entre os corpos. Tsuhime queria senti-lo, ouvi-lo dizer que não precisava agir com tamanha insegurança porque ele voltaria. E ao sentir o carinho em seus cabelos, agora alcançando o meio das pernas, afastou-se dele e observou o rosto coberto pela máscara. Certos hábitos nunca mudam, ela conversou consigo e elevou os dedos para a abertura da máscara. Começou a puxá-la devagar, revelando pouco a pouco o semblante que sempre dominava os seus sonhos. Dedilhou a cicatriz que riscava o olho esquerdo de Kakashi e encarava-o sem desviar sequer uma única vez, exigindo dele a mesma intensidade.

— Eu vou sentir a sua falta. — Ela sussurrou, pois não havia necessidade que se alterasse a voz. — Prometa-me que vai tomar cuidado.

— Eu prometo. — Kakashi a tranquilizou, unindo as testas.

— Quero que me leve para quarto e faça amor comigo. — Não era preciso que se olhasse no espelho para saber o tom da cor de seu rosto.

Kakashi tomou os lábios dela em um beijo demorado e caloroso, antes de guiá-la para o quarto. O feixe de luz que adentrava pela janela os incitou e quando o Hatake cobriu o corpo da esposa com o seu Tsuhime soube que não importava como, ele sempre estaria ao seu lado independente da situação.

(...)

Aquela manhã Tsuhime acordou sozinha na cama. Não procurou por Kakashi, pois sabia que ele havia partido muito cedo. Embora chateada por ele não tê-la acordado, no final acabou aceitando o cuidado dele e levantou-se. Tomou um banho rápido e vestiu-se apenas com um roupão. Precisava arrumar as coisas de Haru, hoje era o dia do acampamento. Decidiu acordar o filho depois, deixando-o dormir um pouco mais. Talvez não passasse das sete horas e mesmo que quisesse permanecer deitada, ela não conseguiria.

Como combinara com Tsunade, pegaria o turno da tarde no hospital, assim poderia cuidar de Haru sem a correria do dia a dia ou solicitar que Naruto ficasse com seu filho. Lavou as louças de ontem, secou e guardou. Separou os ingredientes para preparar o café da manhã e colocou a água para ferver.

Seria bom que Haru passasse esse tempo com os amigos, assim ela não alugaria os ouvidos do filho com suas inseguranças. Lembrava-se das sensações negativas que sempre a assombravam quando mais nova em menção ao perigo e pensou ter sido apenas criações de seu psicológico, porém não era totalmente assim. Seu coração agitou-se, alertando-a para algo que ela não conseguia identificar. Talvez não devesse dar tanta atenção a esse detalhe e para dissipar o nervosismo, encheu uma xícara de chá e sentou-se à mesa.

— Bom dia, mamãe. — Haru adentrou a cozinha esfregando os olhos e de pijama, em seguida beijou-a no rosto.

— Por que acordou tão cedo? — Ela questionou, mexendo em algumas mechas de cabelo do filho. — A mamãe não iria deixar você perder a hora.

— Eu sei, mas eu tive um sonho esquisito. — Haru comentou e sem vontade de continuar a falar sentou-se de frente para a mãe. — O Hideki e o Souma falaram que você é muito bonita. Eu disse para eles não olharem mais pra você, mamãe.

— É mesmo? — Tsuhime achava uma graça o bico que adornava os lábios de Haru. — Sente ciúmes de mim?

— Sim... E o papai também não ia gostar se eu deixasse eles falarem assim de você. — Haru cruzou os braços, tentando mostrar a Tsuhime que não adiantava dizer o contrário porque ele estava certo. — Eu vou proteger você enquanto o papai não tiver.

E aquela curta declaração trouxe lágrimas aos olhos de Tsuhime, que avançou sobre Haru e encheu-o de beijos e cócegas. Haru com certeza era um bom menino e não havia personalidade mais doce do que a dele. Assim que a brincadeira findou, Haru foi para o banho e Tsuhime ocupou-se em arrumar a mochila que o filho levaria para o acampamento. Às sete horas da noite deveria deixar Haru aos cuidados de Iruka-sensei.

(...)

Haru estava ansioso. Junto de Hideki e Souma, os irmãos gêmeos, quase não se cabia em si tamanha euforia. A ideia de passar dois dias na floresta o excitava, porém percebeu que o mais velho dos irmãos, Hideki, não se mostrava muito animado. Não entendeu, no dia anterior ao acampamento Hideki não parou de falar um segundo de como o dia seria empolgante.

— Que cara é essa? — Ele dirigiu-se a Hideki, que apenas guardou silêncio. Na verdade, Haru sabia que o amigo não queria parecer medroso.

— Ele está com medo! — Souma se intrometeu na conversa, tendo o cabelo vermelho fortemente puxado pelo irmão. — Vou falar com o sensei!

Hideki e Souma eram um ano mais velhos do que Haru, filhos de um dos membros do Departamento de Inteligência de Konoha e uma ANBU. Embora Hideki preferisse observar a exclamar qualquer pensamento como o irmão, tinha suas inseguranças como qualquer criança.

— Muito bem, crianças, prestem atenção. — Umino Iruka começou a dar as instruções. — Vou dividir vocês em quatro grupos de três e cada um será responsável por uma tarefa.

Assim que os grupos foram formados, todos rumaram para a floresta. Não era muito distante de Konoha, porém rendeu as crianças uma boa caminhada. Iruka havia criado aquela atividade para ajudar alguns a se interagirem mais com os outros e aprenderem a respeitar as diferenças de cada um, portanto optando por escolher cada integrante de cada grupo. Haru entristeceu por não ter estado junto com Hideki e Souma, mas logo se enturmou com os seus companheiros.

Uma das características de Haru era a facilidade para fazer amigos, o que parcialmente o ajudava a se dar bem em qualquer equipe e, futuramente, torná-lo um bom ninja. Entretanto, tinha o defeito de se afeiçoar aquelas pessoas, assim como a mãe. Muitos, ele compreendia, se aproximavam para contar vantagem ou desmerecê-lo por ser o mais novo da turma e aprendera com Naruto a nunca permitir que tirassem conceitos errados sobre ele. Então, o resultado era simples: Criava confusão e obrigava Iruka a separá-lo.

O grupo em que estava inserido ficou com a tarefa de trazer lenha para a fogueira com a supervisão do professor, ou seja, qualquer galho que encontrassem no chão. Iruka não queria arriscar acidentes.

A caminhada durou mais ou menos uma hora, até que Iruka anunciou que haviam chegado ao local destino. Iruka promoveu uma pequena excursão pela floresta para que as crianças se familiarizassem com o lugar e quando escolheram onde acampar, pediu aos alunos que o ajudassem a montar as barracas e prontamente as crianças o fizeram animadas.

A aglomeração de vozes deu-se início e Iruka gostava de observar a maneira que as crianças se ajudavam. Ótimo começo, ele conversou silencioso, fazendo questão de fincar as estacas no chão. Trabalho feito, as crianças foram se acomodando próximas as barracas e o grupo de Haru embrenhou-se na floresta em busca de lenha.

— Não vão muito longe! — Iruka gritou para as crianças, acompanhando-as com o olhar antes de sumirem pelas árvores.

O caminho era iluminado apenas pelas lanternas, porém as crianças não permaneceram juntas. Decidiram se separar, ou assim pensavam, e quando Haru deu por si embrenhava-se sozinho. Não estava com medo, afinal, ele sabia que os amigos estavam por perto. Com a sacola em mãos, abaixou-se e começou a enchê-la com os galhos que encontrava. Visualizou um que seria perfeito para a fogueira e dirigiu-se até ele, no entanto, ao mencionar pegá-lo outra pessoa já havia se antecipado.

— Você quer isso, gaki?

A silhueta alta encarava Haru e, temeroso, o garoto iluminou-o com a lanterna. No entanto, não conseguiu ver o rosto porque estava coberto por uma máscara.

— Quem é você? — Haru ajeitou a postura e encarou o homem nos olhos, sentindo algo estranho percorrer seu corpo de cima a baixo.

Tal como um Uchiha, o homem mentalizou, estendendo o graveto para o menino. Porém, Haru o rejeitou, o que o irritou de uma forma incomum. Jamais imaginou que ele tivesse aquela personalidade firme e irredutível, ainda mais por ser filho de Tsuhime. Todavia, a genética era algo forte e sabia que seus genes imperariam com vigor naquele menino.

— Não precisa ter medo. — O homem abaixou a mão. — Posso parecer assustador, mas não pretendo machucá-lo.

— Não estou com medo. — Haru respondeu convicto, encarando aquele homem como se pudesse alcançá-lo. Apenas teve um pequeno vislumbre de um vermelho intenso colorindo os olhos dele.

O estranho ajoelhou-se, ficando a altura do menino, e percebeu pela primeira vez o quanto ele se parecia consigo. Chegava a ser tão espantoso como Tsuhime era a imagem esculpida de Orochimaru. Os mesmos tons de olhos, cabelos e pele. Sorriu por sob a máscara, aquele garoto era realmente seu filho.

— E por que não? — Interrogou curioso, o garoto havia fascinado-o.

— Eu não preciso temer alguém que se esconde.

— Se eu te mostrasse meu rosto, ficaria com medo?

Antes que Haru pudesse responder, Iruka chamou por ele ansioso. As outras crianças vinham com lanternas, chamando-o igualmente. Por um segundo, o menino direcionou a atenção aos amigos e quando se virou para se despedir do estranho, ele não estava mais ali. Estreitou os olhos forçando a visão e franziu as sobrancelhas, irritado. Pegou-se pensando se não havia imaginado aquele ser.

(...)

A movimentação do bar onde Tsuhime estava era constante. Aceitara aquele pedido da Hokage, depois de muita insistência. Não que ela bebesse, pelo contrário, apenas fazia companhia a Tsunade por não ter podido recusar. E para completar o grupo de mulheres naquela noite quente, faziam-se presentes: Shizune, Sakura, Hinata, Ino e Tenten.

Tsuhime encontrava-se no meio de Hinata e Ino, e a jovem loira não parara de falar um segundo desde que chegaram. Sempre provocando Sakura, porém a afronta logo era esquecida com risos e conversas sobre épocas antigas. Embora gostasse de interagir, a Yatsuki dispersava os pensamentos para o filho. Tentava recriar em mente o que ele estaria fazendo naquele momento, por isso afeiçoou-se mais a Hinata. A Hyuuga tinha o seu espaço, de jeito quieto e personalidade meiga e gentil.

— Agora sua vez, Tsuhime-san, conte-nos algo! — Mitsashi Tenten pegou-a se surpresa, afinal, ela não escutara uma palavra depois que Ino e Sakura discutiram.

— Hm... — Ela resmungou, sem graça. — O que vocês querem saber? — Que opção ela tinha senão questionar?

— Como é estar casada com o homem mais desejado do momento? — Yamanaka Ino riu de sua piada, deixando Tsuhime constrangida, o que por consequência fez as outras mulheres rirem.

— Bom... — Tsuhime buscava qualquer lugar onde pudesse se afogar de vergonha. — Nada de mais, entende? Kakashi é maravilhoso, então é ótimo. — Embolou-se completamente, porém ao menos escapara do teor da curiosidade.

— Tudo bem, seja egoísta! Podia ao menos ter nos dado algumas dicas... — Ino teatrizou sua indignação, virando o resto do suco que pedira. — E você, Tenten, quando irá dizer ao Neji o que sente?

Ao ser alvo da Yamanaka, Tenten engasgou-se com a bebida. O que dera em Ino para fazer tamanhas perguntas constrangedoras? Com certeza, havia algo mais naquele suco.

— Ei, estava muito bom sem me envolver! E eu não entendi sua pergunta. — Tenten fez-se de desentendida, formulando alguma interrogação que pudesse fazer Ino se calar. — É totalmente descabido o que disse.

— Sei... Então, por que você não para de olhar para a mesa ao lado? — Ino sorriu, conseguindo mudar tanto a cor do rosto da amiga quanto sua postura e humor.

Tsuhime foi incapaz de se segurar, quando deu por si entregava-se às risadas junto com as outras. Até mesmo Hinata, que a todo instante apenas escutava sem nada dizer e podia supor estar agradecendo a Kami-sama por não ter sido um alvo. Limpou as lágrimas dos olhos e terminou sua bebida.

— Muito bem, meninas, está na hora de ir.

— É cedo, Tsuhime-san. — Sakura rebateu, o semblante entristecido.

— Queria ficar, mas não posso. — Ela sorriu complacente. — Obrigada pela noite, cuidem-se.

Enquanto seguia para a saída, escutou a Yamanaka perguntando: “Então, Hinata, onde estávamos?” Rindo, não obteve dúvidas de que a noite para elas apenas começava.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, espero que tenha gostado.
Diga o que pode ser melhorado, o que gostaria de ver, dúvidas, sugestões, críticas construtivas... Isso ajuda a melhorar e faz uma autora feliz.
Até semana que vem!
Beijos!



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