F.R.E.E – New Moon escrita por Isa H


Capítulo 3
Monster


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde. Sei que querem jogar tijolos na minha cara, mas esperem minha explicação por ficar quatro meses sem postar um único capítulo ou prévia.
Certa manhã eu estava no Nyah! sem expiração alguma para começar o capítulo quando resolvo ver minhas antigas fanfics que infelizmente abandonei por falta de vergonha na cara.
Finalmente acabei resolvendo reescrever algumas delas no tempo vago e tomar frente para finaliza-las futuramente.
Fiquei surpresa ao perceber que havia fanfics que comecei no início de 2013! E assim eu nunca imaginei que me arrependeria de meus atos já que naquele momento eu as julgava, perdoe o modo de dizer, insignificantes e sem criatividade.
Não vou abandonar nenhuma fanfic minha nunca mais e por isso peço um pouco de paciência dos leitores.
Obrigada desde já e espero que gostem do capítulo mesmo que não seja um dos melhores que eu tenha escrito.

Ah, tinha esquecido de mencionar, mas postei uma nova fanfic também a "A New Volturi Love?" onde eu criei uma personagem original que resumidamente tenta fugir sem sucesso de seu passado. Se quiserem acompanhem que logo logo vou atualiza-la também.



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“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”

Eu estava em uma sala branca sem portas ou janelas e continha apenas uma única luminária que me atrapalhava sempre que eu tentava abrir os olhos. Minha cabeça latejava e eu sentia frio. Quando finalmente consegui abrir completamente meus olhos tratei logo de ficar de joelhos. Comecei a cantarolar em outro idioma desconhecido, que julguei francês ou sueco, enquanto balançava a cabeça de um lado para o outro. Eu estava feliz naquele inferno sem cores e o pior de tudo é o simples e mero detalhe de não saber o porquê disso tudo.

Não sei quanto tempo passou, mas um soluço finalmente me fez parar de cantarolar e virar a cabeça na direção do som com os olhos semicerrados, eu estava completamente irritada de ter de parar de cantar como uma louca. Abri um sorriso e passei a olhar com pena para a pessoa que se encontrava do outro lado da sala.

Encolhido em posição fetal estava a pessoa que eu já idolatrei e tratei como um deus, estava a pessoa para quem eu tentei inúmeras vezes doar minha alma e o melhor de tudo é que ele estava deplorável. Os cabelos do estranho tom cobre estavam sujos e alguns fios insistiam em ficar colados em sua testa. Seus soluços estavam cada vez mais altos e irritantes e eu, inconformada, engatinhei até ficar próxima a ele voltando a ficar de joelhos. Tombei a cabeça para o lado e o encarei.

− Edward? – chamei com a testa franzida.

− Bella? – ele levanta a cabeça e me encara com os olhos verdes e eu me assusto recuando um pouco.

− Você só tinha olhos verdes quando era... – um nó se formou em minha garganta e eu me impedi de continuar.

− Humano? – ele completa com um sorriso irônico tomando seus lábios – O erro está nos olhos de quem os vê, Swan – ele me chamar pelo sobrenome foi como se me dessem um soco no estômago e foi impossível evitar a careta de dor.

− Nisso eu tenho certeza, Cullen – eu forcei um sorriso – E o pior erro de minha vida foi ter te conhecido – eu menti sentindo minhas bochechas ficarem avermelhadas de raiva.

− Você fica vermelha quando mente, Isabella – ele desfaz o sorriso − Monstros são monstros, queira você ou não. – ele fala e em um momento seus olhos verdes se tornaram de um vermelho profundo que me fez recuar um passo.

Depois disso foi tudo muito rápido, ele se levantou e agarrou meu pescoço me levantando no ar como uma boneca de pano. Meu pescoço doeu quando suas mãos se apertaram ainda mais e eu já estava me perguntando o porquê dele estar fazendo isso. Só ai eu percebi, ele estava me sufocando. Ele me quer morta e eu tinha certeza que se não fosse por suas mãos apertadas em meu pescoço eu acabaria correndo para o perdão, mas isso já não iria acontecer. O ar faltava e eu me debatia em uma tentativa inútil de me soltar. Levei meus dedos até suas mãos em meu pescoço e tentei tira-las de lá inutilmente, sentia minhas unhas arranhando sua pele impenetrável enquanto observava com horror seu sorriso insano. Aos poucos minha visão foi ficando negra e o que me restava agora era a escuridão. A doce e gentil escuridão.

Eu nunca imaginei que morreria pelas mãos de quem eu mais amava, mas cinco minutos atrás eu tive que reconsiderar. Agora eu estava ali vendo meu corpo ser jogado violentamente contra uma parede com um Edward seguindo com passos lentos em sua direção.

− Você não é boa o bastante para mim – eu ouvi seu murmurar e então a dor começou.

A escuridão que havia tomado conta de mim dera lugar a uma onda de tortura. Eu sabia que seria mais fácil ceder, deixar a escuridão me empurrar mais para baixo.

E então o ardor cresceu era como se estivesse me rasgando de fora para dentro.

Não eu queria gritar me tirem desse inferno.

Mas eu simplesmente não podia, eu não controlava mais meu corpo. Estava ocupada demais tentando evitar a tortura e eu estava desapontada por não conseguir.

James esmagando minha perna não é nada comparado a isso. Eu preferiria que cada membro meu fosse quebrado pelos seus pés novamente, preferiria estar deitada em uma cama de pregos, preferiria que qualquer um me cobrisse com brasas. Eu ficaria completamente grata até mesmo se arrancassem minha pele aos poucos.

Minha mente estava incrivelmente lúcida, tinha noção de cada dor que eu sentia agora. Eu tenho certeza de que o sangue nesse momento ferve em minhas veias. Eu não gritava, não mexia um dedo e tampouco conseguia abrir os olhos pare ver o que acontecia ao meu redor.

Tudo o que eu queria era morrer, nunca ter nascido e talvez Charlie e Renée tivessem uma filha atlética e com a pele bronzeada que fazia parte do grêmio e da equipe de líderes de torcida. Talvez minha vida não valha o preço que pago todos os dias me lembrando do maldito sorriso torto a cada batimento cardíaco.

A única mudança veio quando de repente a dor diminuiu aos poucos enquanto eu podia senti-la procurar pelo meu coração que insistia em bater, de algum modo quando eu comecei a pensar que tudo estava finalmente acabando um frio repentino passava a rebater o ardor. Era insuportável como se uma guerra estivesse dentro de mim, de um lado a sensação maravilhosa do frio rebatia contra a grande agonia. Como eles estivessem entrando em um acordo e tentando manter meu coração batendo.

Aos poucos eu conseguia voltar a sentir os dedos e algumas mínimas partes de meu corpo. Eu estava mais ativa agora e já conseguia ouvir as conversas em minha volta e sentir o clarão da luz de uma lanterna em meu rosto.

Eu não sabia quanto tempo estava apagada, eu só sabia que, finalmente, a seção de tortura estava acabada e eu pude sentir o ar faltar novamente.

Eu me sentei rápido demais colocando as mãos no pescoço procurando grandes garras frias, mas não encontrei nada a não ser meu pescoço ileso e completamente mais frio que o comum. Minha respiração estava descompassada e irregular e eu passara a olhar para os lados numa tentativa inútil de encontrar o maldito ser de cabelos cobre.

Assim que me acalmei olhei o ambiente ao meu redor. As paredes eram claras e eu estava sentada em uma cama extremamente confortável. A parede em minha frente era uma janela com uma bela vista. Eu até ficaria impressionada com a bela vista, isso mesmo, ficaria se não percebesse as pequenas partículas de poeira que flutuavam em minha frente. Ou olhei para o teto apenas para observar os filamentos cintilantes dentro da lâmpada, cada arco-íris que formava a luz branca. Pasma, continuei a observar o teto amadeirado vendo cada mínima falha. Pisquei algumas vezes pensando que tudo isso era apenas algum truque estúpido de minha mente.

Eu não posso ter essa visão. Eu não tenho essa visão excepcional. Eu não passava de uma humana que trabalhava em uma espécie de estabelecimento alimentício e que morava em um apartamento simples com um imenso cachorro de pelos marrons e cacheados.

− Boa noite – uma voz calma e masculina me fez virar para trás de modo rápido – Por favor, não se assuste – ele caminhou em minha direção despreocupado carregando uma garrafa prateada em uma das mãos – Sou Dave.

− Isabella – sussurrei mesmo sem necessidade.

− Eu sei quem você é Bella. Vigiei você durante alguns anos...

−Espera um minuto – levantei o dedo indicador enquanto fechava os olhos – Anos? – perguntei nervosa me lembrando de todos os momentos de minha vida passada cada amor, cada conquista, cada decepção.

− Sim, desde que Ramona soube da sua existência ela me colocou como seu “guarda costas” e eu acabei me divertindo com seus tombos. Senhorita pés esquerdos – ele soltou um risinho – Vamos deixar as perguntas para mais tarde, no momento temos um compromisso. Se arrume e beba isso enquanto te espero lá embaixo – ele sai do quarto deixando a garrafa em uma escrivaninha branca que ficava no canto do lado oposto de uma porta de uma madeira clara que não apresentava maçanetas.

Me coloquei de pé andando lentamente até a enorme janela abrindo uma de suas partes e me inclinando para fora. Se eu caísse pouco me importava se eu morresse ou acabasse intacta.

O cheiro das plantas e da grama molhada era como um calmante, assim como o leve barulho que a brisa fazia ao balançar poucas folhas. Eu conseguia ouvir o garoto no andar inferior apertando o botão do controle remoto várias vezes enquanto procurava algo para ver, conseguia ouvir até mesmo um jardineiro que podava as plantas com uma enorme tesoura.

Conseguia ouvir seus batimentos cardíacos bombeando sangue por todo o seu corpo e o bocejo cansado que ele soltava a cada minuto. Eu estava parada e atenta a todos os movimentos que o homem fazia, desejava saltar da janela e segui-lo por um longo caminho até um local deserto. Estava quase jogando-me lá de cima quando uma forma conhecida se projetou no gramado me observando com os olhos verde esmeralda.

− Ele não – o sussurro autoritário de Dave foi ouvido como se ele estivesse ao meu lado e eu apenas concordei com um gesto de cabeça vendo-o desaparecer – Vá se arrumar o banheiro é a porta ao seu lado − eu ouvi sua voz e me virei encontrando-o deitado na cama enquanto lia uma espécie de livro.

Ainda atordoada com o garoto, que praticamente surgiu em minha cama do nada, segui para o banheiro.

Enquanto tomava uma ducha rápida observei o banheiro com cautela. Não havia nenhum espelho ou janela a vista nos ladrilhos negros que cobriam todo o banheiro. Uma banheira para solteiro se localizava ao lado direito do Box de granito e uma pia estava no comprido espaço entre os dois.

Meu banho terminou antes do esperado e assim que desliguei o chuveiro ouvi a porta do quarto se fechando. Segui para o quarto agradecida por Dave ter me dado privacidade.

Estava passando os dedos em meu cabelo úmido quando percebi o que me esperava em minha cama.

O vestido era verde esmeralda e curto. Essas foram as duas primeiras coisas que reparei e, mesmo o vestido ter se destacado primeiro, o que me chamou mesmo a atenção fora os enormes saltos agulha colocados cuidadosamente ao lado da garrafa prateada que agora estava debruçada na cama.

Peguei o vestido colocando-o de modo rápido e não me surpreendi quando era do tamanho exato de meu corpo. Ele era de manga longa e batia na metade de minha coxa. Seu busto era justo e alguns mínimos bordados o enfeitavam enquanto um decote em “V” que se estreitava até a saia que era solta e de um tecido fino.

Sentei na cama e olhei de lado para o salto que parecia desejar minha morte. Soltando um suspiro frustrado, e aceitando um desafio, calcei as sandálias rápido e me equilibrei nelas com facilidade. Quando dei meu primeiro passo com eles respirei fundo e peguei a garrafa.

Eu não queria deixar Dave esperando muito, precisava de respostas para tudo e, apesar de ter uma leve suspeita sobre o que eu me tornei, precisava de algo concreto.

Caminhei até uma das portas acabando no corredor. Segui reto até encontrar a sala e um Dave entretido com algo no celular.

− Eu sabia que você não iria beber isso – em um instante ele estava do outro lado do cômodo com e em outro tomava a garrafa de minha mão me olhando desapontado – Vamos ter que fazer isso do modo divertido.

Ele me olhou com um sorriso maroto e com um movimento rápido me jogou em seus ombros segurando minhas pernas e começando a caminhar.

– Me coloca no chão, garoto – resmunguei dando socos inúteis em suas costas.

– Garoto? – a gargalhada divertida dele ecoou pela casa vazia enquanto abria a porta com a mão livre.

Ele começou a descer as escadas tentando controlar suas risadas. Assim que ele pisou no chão ele começou a correr e logo estávamos em uma velocidade absurda. Parei de bater em suas costas olhando para o chão e ao redor tentando entender o que eles eram e o que eu possivelmente havia me tornado.

Sentia a resposta abaixo do meu nariz, mas negava-me a acreditar. Eles não podem ser vampiros seus olhos não são vermelhos e muito menos dourados, mas tudo o que faziam indicava essa conclusão. A visão excepcional, a velocidade e a capacidade de cura vista na morena. Eu fui tomada por um momento de raiva. Tudo o que eu mais desejei durante anos parecia ter se tornado realidade justo no momento em que decidi esquecer tudo, esquecer ele.

Soltei um suspiro e o garoto aumentou a velocidade até chegar próximo a um amontoado de casas. Ele saltou com agilidade e caiu de pé sobre um telhado finalmente me colocando em solo firme, ou quase.

Minha visão ficou turva assim que ele se afastou para a borda e, como se percebesse minha futura queda, logo retornou passando os braços pela minha cintura.

– Você não parece nada bem – o olhar preocupado do garoto não tão garoto me fez revirar os olhos.

Ele me ignorou e percorreu com os olhos todo o meu corpo com os lábios franzidos em preocupação, mas para minha surpresa ele tomou ar e abriu seu tão costumeiro sorriso maroto me fazendo encolher e fechar meus olhos com força.

– Respire, Isabella – a tentativa falha de um tom autoritário foi substituído pelos milhares de sons que ouvia a minha volta. Fiz uma careta e balancei a cabeça irritada por ele pensar que manda em mim me fazendo agir como uma verdadeira criança mimada – Acredite eu não quero fazer que você me obedeça contra sua vontade, mas pelo amor que você tem a qualquer santidade siga a droga do meu conselho.

A voz de Dave agora demonstrava que estava começando a se irritar e para não testar nem um pouco de meu costumeiro azar tratei de soltar o ar que eu nem havia percebido que estava prendendo até o momento.

E essa foi a terceira melhor atitude que tomei em minha vida.

Uma quantidade inimaginável de aromas me alcançaram de uma vez e eu ofeguei em surpresa. Ouvi um riso baixo e prontamente o ignorei me concentrando apenas na nova descoberta. O odor do cachorro que atravessava a rua era repugnante, o cheiro de gasolina do posto da esquina, o cheiro da terra a nossa esquerda e finalmente um dos odores mais doces que já senti em toda a minha vida.

Minha garganta ardeu em protesto e minha boca salivou como nunca antes. Finalmente tomei coragem e abri meus olhos imediatamente caíram em um jovem que voltava para casa de forma descontraída. Segui seu caminho com os olhos estreitos e desejosos até que finalmente a voz de Dave marcou a costumeira presença:

– Pode ir.

E aquela foi a minha deixa, eu era um monstro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Querem me matar? Me digam o que acharam e se encontrarem erros é só avisar! Criticas construtivas são sempre bem vindas.

Até e Kissus da Isa.



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