Todos ficaram alguns minutos sem saber realmente o que fazer. Eles se olharam antes de começarem a comemorar. Ally abraçou o pai feliz. Percy agarrou a cintura da namorada e a girou enquanto a beijava. Todos gritavam e se abraçavam. Poseidon sorriu e abraçou Percy. Quanto todos estavam mais calmos voltaram para o palácio. Poseidon disse que eles iam fazer uma festa para comemorar. Ally foi para seu quarto e se jogou na cama. Ela queria tomar banho e dormi, mas estava tão dolorida e com o corpo tão cansado, que estava pensando em dormi ali mesmo, sem tomar banho. Ela suspirou e estralou os dedos indo parar no banheiro. Ela tomou um banho rápido e foi para a cama.

Ally pensou que não sonharia com nada, mas estava errada. Pelo mundo as coisas estavam péssimas. Os deuses não estavam dando conta das forças de Caligena. Eles estavam tentando se manterem fortes, mas nada do que faziam ajudava. Ally sabia que era apenas uma questão de tempo até que eles caíssem. O sonho mudou. Ally viu seus pais mortais. Eles estavam na casa dele e conversavam sobre a viagem dela. Eles não entendiam direito o que tinha acontecido com ela, tentavam falar com ela e não conseguiam.

– Eles te amam e vão morrer por isso. – Caligena disse parando ao lado dela. – Eles e todos que amam os deuses e semideus. Vou matar a todos.

– Você vai tentar. – Ally concordou. – Mas não vai consegui. Eu não vou deixar você fazer nada com essas pessoas. Eu vou manter essas pessoas em segurança.

– Você vai tentar.

– E vou consegui. Diferente de você, é que sei o que estava fazendo. Eu vou acabar com você e com seus soldados. Eu vou acabar com você e você sabe disso. Nós vemos em breve, Caligena.

Ally acordou e se sentou em sua cama. Ela passou a mão nos olhos e se levantou. Quando saiu da cama Ally começou a planejar o que faria. Os pais de todos os semideus estavam em perigo, ela tinha que fazer alguma coisa. Aquamarine tomou um banho demorado e saiu do quarto. Ela andou pela palácio calmamente e foi até o jardim. Ela sempre gostou bastante dali. Sempre que ficava triste depois de ser rejeitado por sua mãe. Depois de passar um tempo ali ela começou a cantar uma cantiga que escutou de Atena quando estava na barriga dela. Era a única lembrança boa que ela tinha da mãe.

– O que aconteceu? – Poseidon perguntou parando ao lado dela. – Para você está aqui, a essa hora, alguma coisa deve ter acontecido.

– Caligena vai atacar os pais dos heróis. Ela me ameaçou em um sonho, acredita? Estou pensando no que fazer. Estou tentando planejar alguma coisa.

– E está cantando a música que sua mãe adorava para cantar para você antes de você nascer. – ele disse passando o braço no ombro dela. – Ainda não sei como você lembra disso.

– Eu também não sei. – ela disse suspirando. – Eu queria poder mudar o passado. Eu posso mudar, mas não é seguro, tudo o que conhecemos pode acabar. Eu queria que Atena fosse minha mã... Mesmo depois de todos esses anos ainda não consigo chamar ela pelo que ela é. Eu pensei que com minha proximidade com Annabeth, isso mudaria, mas não. Ficou pior.

Eles ficaram em silêncio. Eles apenas olhavam para o reflexo das plantas. Ally suspirou e levantou a mão fazendo uma coisa que não fazia a muito tempo. Ela fez com que a água mudasse de cor. De azul foi para verde, de verde para vermelha e de vermelha para perto. Depois passou a mão com se estivesse dando tchau, fazendo com que voltasse ao normal. Ally olhou para seus dedos com um sorriso no rosto. Ela sabia o que tinha que fazer, sabia o que tinha que ser feito, mas isso não tornava as coisas mais fáceis. Isso apenas tornava tudo mais difícil.

– Eu sei que você se sente responsável, mas nada do que está acontecendo é culpa sua.

– Eu sei, pai. Mas se não tivesse nascido...

– Nada do que temos hoje existiria. Você, minha filha, é o alfa e o ômega. O bem e o mal. O certo e o errado. A paz e a guerra. A vida e a morte. Você é a única que consegue manter o equilibro no universo. Posso passando o dia falando das coisas boas que aconteceram por sua causa, assim como posso passar o dia falando das más. – ele disse sorrindo para ela. – Mas como você mesma disse, o passado não pode ser mudado. O que aconteceu, aconteceu. O que vai acontecer, ainda não podemos mudar ou decidir o que fazer.

– Eu sei o que tenho que fazer agora, pai. E isso me assusta. Saber o que tenho que fazer, saber que as coisas que terei que fazer, que terei que enfrentar. Pai, eu vou ter que fazer coisas que vão deixar você com vergonha e orgulho de mim. Sei que Caos e eu somos muito parecidos e que isso afetará para sempre o mundo, mas como você disse que eu terei que fazer coisas que nunca pensei que faria e que nunca ia querer fazer. Mas que seriam coisas grandes. Chegou a hora. – ela disse desviando os olhos dele. – Tenho uma missão que não pode ser adiada. Uma missão que já adiei muito. – Ally suspirou e olhou para o pai. – Quero que cuide de Percy e o mande de volta para o acampamento junto com os outros heróis. Eu vou para lá assim que puder. E também quero que entregue isso a meu irmão. Ele saberá o que fazer.

Ally tirou uma caixa do bolso dela. Ela olhou por um tempo e entregou para o pai. Ela sorriu para ele.

– Eu te amo, pai. – ela disse antes de sumi.

Quando Ally apareceu novamente, ela estava em um lugar que nunca pensou voltaria. A deusa suspirou e começou a andar. Os jardins estavam diferentes do que ela se lembrava, mas se lembrava que seu pai disse que tinha sido reformado. Ela andou lentamente, tentando criar coragem. Ela estava nervosa e tremia um pouco. Mas mesmo assim continuou. Ally subiu as escadas que levava ao templo e entrou. Ela andou um pouco até encontra quem procurava. Quando ela encontrou, suspirou.

– Atena? – ela chamou fazendo com que a deusa olhasse para ela surpresa.