No Regrets escrita por Wormtail


Capítulo 1
You better run, rat.


Notas iniciais do capítulo

Fui encorajado por uma amiga do RPG Flames (Dorcas Meadowes) a postar o texto da minha ficha de inscrição, agradeçam-na por poder ler tal texto. Aproveitem.



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Arrependimento s. f Diferente de remorso que resente-se mas não há mudança de atitude, arrependimento requer mudança de atitude, ato linha de raciocinio e procedimento.

No fundo uma música suave pode ser ouvida enquanto um homem e uma mulher balançam uma criança envolta em mantas para que permanecesse aquecida. Nos olhos da mulher podia-se notar a esperança de que o seu filho tivesse uma vida brilhante, e no olhar do homem que a acompanhava o mesmo olhar tomava conta em peso. Uma lareira crepitava preguiçosamente enquanto os aquecia e lá fora o mais belo clima tomava conta. A neve enfeitava os passeios e as ruas, e os postes eram apenas luzes foscas vistas de uma janela qualquer. Aqueles poderiam ter sidos um dos momentos mais alegres que Peter teve no seu convívio com sua família. Agora uma criança corria descalça, pisando no gramado e na lama feita pela chuva da noite anterior, e de uma das janelas um pai observava-o com os lábios franzidos. O que seria daquela criança de cabelos loiros que brincava sem se importar com o que poderia acontecer? Ele esperava que o pequeno Peter não se tornasse uma mancha em sua vida, e no fundo do seu peito desejava que ele fosse alguém importante, que desse honra ao seu sobrenome e que os elevasse de alguma maneira. Seis anos de idade e as pressões haviam aumentado. Encolhido no canto do quarto, abraçava os joelhos com força enquanto as lágrimas rolavam por suas bochechas, aliás, não sabia o motivo dos seus pais o deixarem em casa alegando que ele não havia o porte adequado para ir ao público ainda, que ele precisava aprender as benditas boas maneiras e as palavras “You don’t deserve” nunca foram como facas que lhe cortavam o corpo. Apertara os olhos com força e trincou os dentes ligeiramente, quando ouviu o barulho de vidro quebrar os abriu ligeiramente. O aquário havia explodido e agora o peixe que havia ganho há umas semanas atrás debatia-se; Não agira rápido o suficiente para salvá-lo. Oito anos e mal se recorda da última vez que recebeu palavras calorosas e carinhosas dos seus pais, mal se recordava como era receber um abraço e ser motivo de orgulho, mas continuava ingênuo, sem compreender o motivo de tanta “repulsa” por parte dos seus pais. Fora chamado um dia no escritório do pai e ele lhe explicou a qual mundo pertencia, mas de início achou que era mera brincadeira da parte dele, e naquele momento ao tomar consciência do que era, começou a desenvolver em sua mente a ideia de ser o filho perfeito, famoso e inteligente que todos os pais amam e idolatram. Dez anos e já não falava muito, agora havia um objetivo que seguiria em seus anos estudando em Hogwarts, pois não faltava um ano e ele já conseguiria a sua carta, não observava no que estava se tornando, tampouco seus pais se importavam; Pareciam dar comida, roupa e remédio por obrigação, aliás, se deixassem o garoto jogado às traças, poderiam ser intimados por maus tratos. Maus tratos psicológicos eram feitos indiretamente, e aquele era apenas o começo do caminho ao calvário de Peter. “Go, son. Do your best for us, we’ll be waiting for great news!” fora as últimas palavras que ouviu antes de entrar no Expresso para procurar por uma cabine vaga. Em uma havia apenas um garoto de aparência desgastada, como se não houvesse dormido há dias e se aproximando sem jeito algum, a figura de Pettigrew que já se mostrava um pouco acima do peso e com os típicos cabelos loiros bagunçados pediu licença para dispor-se da cabine em sua companhia. Derrubou o que levava consigo nas mãos sobre o garoto, mas aquele era apenas o seu lado desastrado sendo exposto no primeiro momento. Mais tarde aquele mesmo garoto se apresentou como Remus Lupin, e no decorrer da viagem outros se juntaram a eles. Esses que atendiam pelos nomes de James Potter e Sirius Black. Eles provavelmente se transformariam seus ídolos mais tarde, tanto por serem brilhantes e inteligentes, quanto pela coleção de detenções. Eram amigos e os outros três o protegiam e ajudavam, mal sabiam que mais tarde todos seriam conhecidos como os Marotos, porém, Peter nem tanto. Era apenas a sombra que os três alunos modelos carregava pelos corredores do castelo para os outros. Precisava encontrar um motivo para seus pais terem orgulho, de uma maneira ou de outra, e não se cansaria até ter o cobiçado sucesso. “C’mon Peter! You’ll get it, just try!” a voz de Prongs era bem nítida e em seus outros amigos o olhar de esperança prevalecia, o que fez o gordinho sorrir levemente e em seguida, com dificuldade e concentração, transformara-se em um rato. Nas férias não pode contar o feito aos seus pais, aliás, era ilegal e o Ministério poderia querer explicações. Ele podia ter convulsionado ou poderia ficar na forma de rato para sempre, o que não era agradável, qualquer erro poderia ser fatal, mas os seus amigos lhe estenderam a mão e naquele momento, seus pais lhe deram as costas. O filho era uma vergonha e eles tinham que aceitar aquele fato por bem ou por mal. Peter parecia ser um caso sem saída ou solução, um caso inteiramente perdido. "You sold Lily and James to Voldemort, didn't you?" "I didn't mean to! The Dark Lord... You've no idea of the weapons he possesses." Traidor. Foi covarde o suficiente para entregar os próprios amigos para aquele que parecia ser a melhor saída. Não poderia voltar trás, o que estava feito, já estava feito. Poderia se arrepender, mas seus amigos não iriam voltar por conta do seu arrependimento, só lhe restava fugir para a sombra, sair do sol, parar de ser exposto e decidir-se por um lado, o lado mais errado possível. “Killer! You killed Lily and James Potter! You sold them to You-know-who!” Fora covarde novamente e explodiu tudo. Deixou um dedo para trás e doze anos em Azbakan para Sirius Black, quem estivera ao seu lado todos os anos em Hogwarts. O arrependimento era amargo mas agora era tarde novamente, e ele não imaginava, porém mais tarde encontraria ele novamente, e para sua surpresa na companhia de Remus Lupin, que havia sofrido todas as dores de perder James e Lily. “You’re not loyal to me! You’re just with me because you don’t have where to run, Wormtail! It’s fear, not loyality.” As palavras do Lorde das trevas nunca foram tão sinceras e se pudesse voltar atrás, provavelmente não entregaria James e Lily, provavelmente não teria sido tão sedento por poder a ponto de ignorar quem lhe acompanhou e estendeu a mão por anos. Era um erro que não apagaria da sua vida, era um pecado que levaria para sua própria cova. “A finger, just a finger. Sirius Black is in Azkaban but your son is dead. He was b r a v e.” O Ministério havia visitado sua casa para levar a única coisa que restara do possível corpo de Peter, tomando-o como corajoso sem o mesmo ser, tomando-o como algo que não era. Ninguém além dele e Sirius havia consciência da mentira que propagavam. Finalmente seus pais estavam orgulhosos, finalmente eles achavam que o pequeno Pettigrew havia feito algo para se orgulhar, mas no fundo deveriam se envergonhar profundamente pelos atos do seu filho. Nunca pensara que seus atos fossem tornar as coisas tão drásticas. E se arrependia amargamente. “Take Harry Potter to him!” Recusara-se a ser mandado pela primeira vez em alguns tempos, não era mau e nem apoiava as ideias de Voldemort, porém a sua mão de metal era má; Contra sua vontade enquanto arregalava os olhos assustado e lágrimas rolavam, sua própria mão o estrangulou. Arrependido.


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