Identical Love escrita por Mille Bonnie


Capítulo 19
Você tem o seu tempo, fofinha


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei, mas cá estou. Gente não estou conseguindo responder vocês... Mas deixem comentários mesmo assim.



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Sofia’s POV

Eu realmente não estou ouvindo bem. Ele está me pedindo pra dormir com ele? Pra provar que o amo eu terei que fazer isso? Não pode ser sério, ele só pode estar me zoando. Isso é patético.

–Pietro... –digo o olhando incrédula. –Tá falando sério?

–Claro que estou. –ele responde. Seus olhos estão incrivelmente azuis e intensos, seus cabelos loiros não caiam nos olhos como o do irmão, eles eram tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo, mas o que? Por que estou comparando os dois nesse momento tão critico.

–Isso é...

–Sofia Mendes. –Markus grita, ele vem correndo em nossa direção e está mais afobado do que nunca, será que morreu alguém?

–O que houve? –pergunto enquanto ele coloca as mãos nos joelhos recuperando o fôlego.

–S-saíram os resultados do teste da peça. –ele diz ofegante. –Vamos lá agora, precisamos ver se você passou. –ele segura a minha mão e sai me puxando, mas o Pietro segura a outra.

–A gente não estava conversando? –ele pergunta com a cara feia e pela primeira vez na vida ele estava realmente me irritando. E eu não queria conversar com ele.

–Depois a gente termina. –digo. –Preciso ir com o Markus ver os resultados.

–Claro, sair com o seu amiguinho é bem mais importante do que conversar sobre nós. –ela solta a minha mão rudemente.

–Depois, prometo. –digo o olhando.

–Tá, tá. –ele fecha a cara e sai em direção às salas.

–Eu interrompi uma DR? –Markus pergunta.

–Quase isso. –digo andando rápido pra acompanhar seu ritmo até o mural.

–Pietro é bem nervosinho. –Markus ri. –Espero não ter te causado problemas.

–Nah, relaxa. –finalmente acompanho seus passos.

–Espero que você e o Art tenham conseguido os papeis. –ele diz, Markus está mais nervoso com isso do que eu e o próprio Arthur... Arthur, só a menção do seu nome faz meu estômago pesar, e aqueles malditos arrepios voltam. Balanço a cabeça e volto a prestar atenção no que o Markus diz. -... Já imaginou que horrível ter que ouvir a voz da hiena da Madalena a peça inteira?

–Seria terrível. –sorrio. Quando chegamos ao painel onde estão colados os resultados, uma pequena multidão de pessoas está aglomerada em frente.

–Estávamos esperando vocês. –Jenni sorri. Arthur está com ele e só levanta a cabeça em minha direção. Ele estava me evitando?

–Então vamos lá. –Markus se infiltra no meio da multidão e me arrasta com ele, Markus e a sua delicadeza de jumento empurra todos que estão em frente ao resultado. Ele olhou e gemeu.

–E ai? –Arthur perguntou.

–Madalena conseguiu o papel principal. –ele murmurou espumando. –Como? Ela tem a maior voz de hiena.

–Subornou a professora. –Jenni suspira e olha a folha. –Pelo menos o Thur conseguiu o papel principal.

–Eu consegui? –ele perguntou. –Vou ter que ser o par romântico da Madahiena?

–Infelizmente sim. –Jenni sorri de soslaio pra ele. –Amiga você será a Rita, a dançarina invejosa que sabota a Gina. –ela ri.

–Não acredito. –digo indo ver os resultados e lá está escrito: Rita – Sofia Mendes. –Sério que serei a invejosa?

–Papel perfeito pra você. –hiena engasgada diz sorrindo como uma cobra traiçoeira, de onde ela veio?

–Não me irrite, coisinha. –digo ignorando sua presença.

–Arthur, se você quiser podemos passar as falas da peça juntos. –ela diz com a voz mais “hienesca” do mundo.

–Claro. –Arthur responde sem graça.

–Eu vou adorar. –ela diz bem próxima dele e logo depois sai.

–Você vai ser a melhor dançaria invejosa de todos os tempos. –Markus murmura pra mim. E eu assinto, porque eu realmente quero acabar com a felicidade da Madahiena, e não foi porque ela me zoou, foi porque ela deu em cima do Arthur...

********Semanas depois********

Hoje é o último ensaio da peça, apresentaremos na sexta-feira, a professora está uma pilha de nervos, na verdade todos nós estamos. Hiena e Arthur estão no palco, essa é a trigésima vez que eles refazem essa cena, porque a hiena faz o favor de errar a hora do selinho toda vez, sei que ela está fazendo de proposito pra ficar dando selinhos no Arthur e isso está me irritando profundamente e eu nem sei por que. Pietro e eu estávamos discutindo diariamente, ele está me pressionando a dormir com ele, tem ficado bruto e está tendo muitas “mãos bobas” quando estamos nos beijando, quando o interrompo ele fica puto e vai embora. Essa situação está me deixando nervosa e estressada. Por que ele não pode simplesmente esperar o meu momento?

–Você tem os olhos mais lindos que eu já vi. –Arthur diz acariciando a bochecha da Madalena. Aquilo estava embrulhando meu estômago, por que raios eu estava me sentindo tão incomodada?

–O-obrigada. –ela sussurra e ele encosta e lhe dá um selinho leve. E dessa vez ela não errou a cena. Eu já tinha feito a minha cena que era roubar o sapato da feiosa, e fiz com muita classe, porque a professora disse que eu realmente encarnei a maldade da Rita, Markus ficou orgulhoso.

–Já lavou a boca com Q-boa? Você pode pegar sapinho ou herpes. –Markus perguntou pro Arthur assim que saímos da auditório.

–Idiota. –Arthur dá o dedo do meio pra ele. –Até que não é tão ruim.

Não é tão ruim? Ele está falando sério?

–Você precisa de uma namorada urgentemente. –Markus diz rindo. Olho e vejo que o Pietro está me esperando, vamos ao cinema hoje, hoje estamos bem.

–Oi meu amor. –sorrio pra ele e recebo um beijo.

–Oi fofinha. –ele sorri pra mim. –Meninos. –ele acena pro Arthur e pro Markus.

–Tchau pessoal. –digo acenando pros dois.

–Tchau, nos vemos amanhã na peça. –Markus diz e vai embora com o Arthur.

–Como foi o ensaio? –Pietro pergunta entrelaçando seus dedos aos meus.

–Foi bom. –respondo.

Meia hora depois chegamos ao shopping e compramos os ingressos. Sentamos-nos na última fileira e ficamos esperando o filme começar.

–Eu já disse que você tem o cheiro bom? –Pietro sussurra.

–Não. –respondo.

–Você tem. –ele beija meu pescoço. –Um cheiro muito bom na verdade. –ele morde meu pescoço. O arrepio vem, mas não do jeito que eu esperava e isso me deixa frustrada.

–Aqui não. –sussurro, mas ele continua beijando meu pescoço.

–Shhi. –ele me beija. Coloco as mãos no seu cabelo e deixo ele me beijar. Suas mãos saem do meu rosto e se infiltram por baixo da minha camiseta, os seus dedos gelados me fazem arrepiar e eu o sinto sorrir enquanto me beija. Seus dedos sobem até a base do meu sutiã e ele aperta um dos meus seios e eu acordo do meu transe e o empurro. O que diabos eu estava pensando? Estamos no cinema, tem pessoas aqui! Eu só posso estar pirando.

–Não. –olho com a cara feia pra ele.

–Af. –ele reclama e se afunda na poltrona. Ele passa o resto do filme com a cara feia pra mim, como se eu tivesse culpa, ele queria o que? Que o deixasse tirar a minha blusa e fazer coisas imorais no meio do cinema?

–Vai ficar bicudinho? –pergunto assim que saímos da sessão.

–Vou. –ele diz. –Por que você sempre me corta?

Me irritei.

–E por que você não espera o meu tempo? –pergunto irritada. Ele me olha e suspira alto.

–Você é virgem, né? –ele pergunta e meu rosto enrubesce. –É virgem. –ele dá uma risadinha sem humor. –Tá, eu espero você ficar pronta.

–Obrigada. –sussurro.

–Só não demore demais. –ele segura a minha mão e me leva embora pra casa. Entrei em casa e vi a Isadora sentada na sala vendo desenho.

–Oi Dorinha. –sorrio pra ela.

–Oi Sofi. –ela responde sem tirar os olhos da televisão.

–Cadê o Tadeu? –pergunto.

–Lá encima com a Jenni. –ela responde. Subo e vou até o meu quarto. Pulo na minha cama e suspiro será que eu devo ceder? Eu realmente amo o Pietro, mas estou com medo... Acho que estou sendo boba, eu não deveria ter medo, ele é meu namorado e me corresponde. Eu só estou nervosa... Levanto e vou até o quarto do Tadeu, a porta estava entre aberta e eu resolvi espiar. Jenni estava deitada no colo do Tadeu e ele fazia carinho no cabelo dela, eles estavam conversando.

–Quero me casar com você, Jujuba. –ele sussurra e ela sorri.

–Eu também quero me casar com você, Chuchu. –ela responde e ele a beija. Eles são tão fofos juntos, aquilo me deixa triste, porque o Pietro nunca falou essas coisas fofas pra mim, nunca tivemos momentos fofos assim... Decido não interrompe-los e volto pro meu quarto.

–Por que isso não acontece comigo? –murmuro sentindo as lágrimas quentes descerem pelas minhas bochechas. E foi pensando nisso que adormeci e tive sonhos ruins.

Acordei com a mamãe me chamando pra jantar, Jenni já tinha ido embora, então o jantar seria com a família.

–Vamos viajar no sábado. –minha mãe diz. –Convidei a família da Clarice.

–Posso levar o Markus? – pergunto.

–E eu posso levar a Jenni? –meu irmão pergunta.

–Acho que sim. –minha mãe responde. –A casa da avó de vocês é bem grande, as meninas podem dormir todas no quarto grande, os meninos no quarto de cima e os casais dormem nas suítes.

–Eu já digo que eu vou dormir no beliche de cima. –eu digo.

–Isso é injusto, eu é que ia dormir nele esse ano. –Isadora reclama.

–IA. –olho pra ela e ela me joga uma ervilha.

–Isa não brinca com a comida. –Brand briga com ela.

–Vai ser bem divertido. –minha mãe sorri.

Depois do jantar, ajudei o Brand a lavar e a secar as louças.

–Tem algo te distraindo, Sosô? –ele pergunta.

–Não. –respondo.

–Tem certeza? Por que se tiver você saber que pode conversar comigo. –ele sorri pra mim.

–Eu sei. –sorrio pra ele e o abraço. Subo pro meu quarto e me deito, e essa é a primeira vez que não sonho com o Pietro. Sonho com certo gêmeo de cabelos tingidos e olhos intensos...

–Cadê o vestido da última cena? –a professora pergunta pela quinquagésima vez.

–Já está aqui. –Markus responde revirando os olhos. –Se acalme.

–Eu estou calma. –ela grita. A peça já estava acontecendo, faltava uma cena para eu entrar.

Eu já estava vestida e devidamente maquiada, minha personagem vestida um vestido brilhante colado, meias rastão e uma bota de saltos e o cabelo preso em pra trás em um rabo de cavalo apertado que tenho certeza que fez meus olhos ficarem iguais de um oriental.

–Sofia está pronta? –ela me perguntou.

–Sim. –respondo.

–Entre. –ela me empurra e eu entro no palco. A plateia está lotada de alunos, a Mille e a Isadora estão lá na primeira fila ao lado delas o Tadeu e a Jenni, minha mãe e a Clarice também, e ao lado delas o Pietro, ele pisca pra mim. Essa cena consiste em minha personagem dar em cima do personagem do Arthur.

–Luke. –eu digo andando até ele. Ele me olha de cima abaixo e eu vejo que ele arfa, mas só eu percebo isso.

–Rita. –ele se levanta.

–Como você está? –pergunto andando rebolando até ele. Esse papel era perfeito pra Madalena.

–Estou bem e você?

A cena vai se passando e essa é a hora mais importante! A hora que levo um fora... Quer dizer a Rita leva um fora.

–Lindinha, você achou mesmo que o Luke ia querer ficar com você? –pergunto pra Madalena, estou com as mãos em volta do peito do Arthur.

–A-achei. –ela sussurra chorando.

–Tadinha. –dou uma risada seca e fria. –Se enxerga você não passa de uma caipira tosca que se apaixonou pelo cara errado e ainda pensou que ia ficar com ele.

–E ela está certa. –Luke ou Arthur diz.

–Que?

–Eu gosto da Gina. –ele diz me desgrudando dele. –E prefiro mil vezes ela a você. Você que é uma garotinha mimada e fútil.

Nessa hora minha personagem tem que chorar, e eu faço isso. E foi tão fácil, porque no fundo eu me senti rejeitada pelo Arthur e não sei por que isso doeu. Depois que a peça terminou todos nós fomos aplaudidos de pés.

–Você vai pra festa que o Tulio vai dar? –Markus me perguntou.

–Quem é esse? E que festa é essa? –pergunto franzindo a testa.

–Ô cabecinha de vento. –ele ri. –Tulio é o garoto responsável pela sonoplastia da peça e a festa é pra comemorar o sucesso da peça.

–Ah sim. –balanço a cabeça. –Acho que vou sim, vou só chamar o Pietro. –digo saindo correndo em direção à plateia. Vejo o Pietro brincando com a Mille.

–Oi Sofi, seu papel foi bem legal. –Mille me elogia.

–Obrigada. –respondo. Eu ainda não a perdoei por ter contado aquela coisa pro Pietro.

–Filha você foi demais, poderia até ser a nova Nazaré Tedesco. –minha grita me abraçando.

–Menos mãe. –sorrio.

–Ela não está exagerando, você atuou muito bem. –Clarice me elogia.

–Obrigada.

–Você foi ótima. –Pietro me abraça.

–Demais, só não gostei daquela roupa. –meu irmão reclama. –Estava curta demais.

–Não seja chato, aquela roupa a deixou com as pernas bonitas. –Jenni diz.

–Obrigada, eu acho. –sorrio. –Vim chamar vocês pra festa que vai ter pra comemorar a peça.

–Eu não vou poder ir. –Tadeu diz. –Tenho que fazer um trabalho enorme pra facul pra pode viajar tranquilo.

–Eu vou. –Jenni sorri.

–Eu também. –Pietro diz.

–Cheguem cedo, porque amanhã sairemos cedo. –minha mãe diz.

–Tudo bem. –assentimos e fomos pra tal festa. Markus, Arthur e Jenni ficaram juntos na festa e o Pietro e eu ficamos dançando.

–Você estava muito gostosa com aquele vestido. –ele sussurra no meu ouvido. –Fiquei com vontade de subir lá e te pegar.

Meu rosto esquentou e ele sorriu.

–Eu vi que você se arrepiou. –ele beija o lóbulo da minha orelha. –Você tá me deixando louco sabia?

–Pietro...

–Calma fofinha. –ele me beija. Continuo dançando com ele por algumas horas, até que alguns meninos da nossa sala o chamam e ele vai com eles.

–Estou com sede. –Markus diz. –Sofia vá pegar um refri pra mim. –ele manda.

–Um, por favor, não fazia mal.

–Vai logo. –ele me empurra.

–Também quero. –Jenni grita.

Bufo e vou até o local onde os refrigerantes se encontravam, me agachei e peguei três latinhas, quando levantei vi o Arthur. Ele estava com as mãos na bunda de uma garota. Ele a beijava, muito intensamente, por sinal. Aquilo me irritou. E eu nem sei por que. Mas que droga por que ele tem que estar beijando outra? Mas por que eu estou irritada? Ah que droga... Volto e entrego os refrigerantes pro Markus e Jenni e vou atrás do Pietro e digo que vou embora e ele se oferece pra me deixar em casa e eu aceito.

–Você está bem? –ele pergunta.

–Estou, por quê?

–Está meio distante e calada. –ele me olha. –Aconteceu algo.

Aconteceu. Eu estou confusa pra cacete. Que droga! Acho que fiquei com ciúme do Arthur. Eu não devia. Olhei pro Pietro, ele era tão bonito e tão bom comigo. O beijei, ele ficou surpreso, mas logo me correspondeu.

–Eu te amo. –eu digo. –Só me dê um tempo...

Ele sorri e me beija novamente. É dele que eu gosto, é dele que eu tenho que sentir ciúmes.

–Você tem seu tempo, fofinha. –ele sorri.

Eu o amo, tenho certeza disso. Pelo menos é o que eu quero ter.


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Notas finais do capítulo

Muitos reviews? Recomendações?