‘’Parecia algo estranho, eu sabia que tinha que fazer alguma coisa...eu não podia deixar que Winry se casasse com outro cara, eu sempre prometi para mim mesmo que iria cumprir essa promessa, mas eu acho que não tem volta.. NÃO! Eu não posso desistir, meu amor corre risco de não voltar, tenho que chegar á estação de trem rápido!’’ – Pensou Edward Elric, consigo mesmo, enquanto corria em alta velocidade, e Al vinha logo em seguida atrás criando pequenas batidas na estrada revestida de pedras no chão, por causa do metal que era feito a armadura.

- Nii-san! Espere por mim! – Al tentava seguir o irmão, que parecia correr rapidamente numa tremenda carreira, capaz de ultrapassar qualquer campeão das corridas.

- Al, por favor, eu preciso falar com a Winry sozinho, eu queria que você me esperasse aqui por perto. – Comentou Edward parando repentinamente, ainda ofegante, fitando o irmão de cabeça baixa. – É algo que eu preciso fazer por minha conta...acho que está mais do que na hora de me declarar para ela...- ele levantou a cabeça sorridente, enquanto jogava um pequeno saco com moedas de ouro. – Compre algo para você Al, eu volto mais tarde!

- ...Tudo bem, nii-san. – Comentou a grande armadura olhando a estrada, andando calmamente na direção aonde o irmão ia. – Acho que vou ir na mesma cidade que o nii-san foi, quem sabe não tenham coisas legais por lá. 

Winry estava na estação, com suas malas e um lindo vestido verde-bebê, e um chapéu elegante da mesma cor, com uma pena para enfeitar. Seu sorriso não era um dos melhores, mesmo que fosse a véspera do seu casamento.

- ‘’Edward..nunca liga ou dá uma notícia..eu queria poder me despedir de você, mas acho que não será possível..’’ – escorreu uma lágrima de tristeza e desapontamento no rosto da menina. – Acho que se eu casar com o Eloy-san, vai me fazer esquecer o Edward.. – comentou para si mesma, amargurada com aquela tristeza e aquele vazio dentro de si, com certeza não era a Winry Rockbell que todos conheciam.

O trem que Winry iria viajar, acabava de apitar pela última vez, e ela subia de cabeça baixa, com as bagagens em mãos, e um semblante nada legal. A mesma chamava a atenção do rapaz que pegava as bagagens dos viajantes daquele trem.

- Senhorita, pode me dar suas bagagens por favor? – falou o rapaz educadamente percebendo o quão estava triste.

- Vê se não enche.. – ela revirou a cara e passou com as bagagens, sentando-se em um banco com elas, e começava a olhar pela janela, lembrando das coisas boas que passaram juntos quando crianças, ela gostava de Edward, mesmo nunca admitindo. Logo se perdia em seus pensamentos...

- Ei Edward, venha cá ver isso! – chamou a pequena Winry que estava escondida atrás da árvore.

- Ok Winry-chan! – sorriu o garoto correndo até atrás da árvore, vendo a menina sorrindo docemente para ele. Antes que pudesse mesmo falar, a garota dava-lhe um beijinho na bochecha e corava rapidamente, sorrindo.

 – Eu achei que gostaria disso. – ela entregava uma rosa para o rapaz. – Isso simbolizará nossa eterna amizade, ok Edward?

-  Arigatou! – ele corou bruscamente ao receber o beijo da menina, e a olhou, pegando a rosa das mãos dela. – Irei guardá-la com carinho.. – sorriu ele.

- Ei, senhorita, aqui é o meu banco...de acordo com o ticket. – Falou um homem velho ajeitando os óculos enquanto a via pensativa.

- Gomen! – ela levantou-se do banco sorrindo para o velho. – Eu vou para outro.

Ao se levantar, e virar para a janela distraída, de lá via o mesmo rapaz de cabelos loiros, roupas pretas, e uma capa vermelha cobrindo parte do corpo que amava, ela não podia acreditar. – Edward...você por aqui... – comentou consigo mesma, enquanto sorria ao ver o rapaz na estação, e se dirigia até o homem das bagagens que estava na entrada. – Me deixe sair, eu fiz uma grande burrada. – ela empurrava o garoto da bagagem para os lados, saindo e indo na direção de Edward Elric. – Edward!!

- Winry! – Edward estava procurando ela, quando ouviu uma voz familiar, era Winry! ele correu na direção dela e a abraçou bem forte. – Não sabe como eu te procurei esse tempo todo...

- Baka! – ela pegou uma chave de fenda do bolso e bateu na cabeça dele, mas sem perceber um pequeno papel caía do mesmo bolso, ela logo o abraçava calorosamente. – Eu queria me despedir de você...eu vou me casar com um militar, chamado Eloy.

- Ei isso dói! É, eu sei...mas eu não quero que você se case! – Falou Edward emburrado, porém sincero. – A QUESTÃO É QUE EU TE AMO, WINRY! – ele roubou um beijo dela, a olhando nos olhos com alguma esperança.

- Edward, eu estou noiva! – ela o empurrou revirando o rosto. – Você me esqueceu...eu esperei por meses uma ligação sua...mas você nunca me ligou...eu perdi as esperanças que pudesse encontrar o homem que eu amava, em você. – Winry enxugava as lágrimas que caíam, e encostava o dedo indicador no peito dele. – Eu esperava mais de você..

- Eu sei que eu vacilei, eu não dei nenhuma notícia, mas me dê uma chance, eu sei que posso... – ele era interrompido por Winry.

- Eu já cansei desse papo Ed.. por favor, agora eu preciso ir... me desculpe, desculpe mesmo! Mas não dá, temos que aceitar o fato de que somos apenas amigos... – ela se virava e voltava para o trem, um pouco com remorso, será que tinha feito a coisa certa?

Após entrar pelo vagão, sentava-se novamente, e observava Edward preocupada e ao mesmo tempo arrependida..mas já era tarde demais...

- Winry, eu não desistirei até ter você pra mim. – O garoto que agora estava triste e ao mesmo tempo determinado, pegou um papel que ela deixou cair no chão na hora que retirou a chave de fenda do bolso, em seguida o lia. – Rua 17, Cidade do Leste... é pra lá que eu vou, para o casório! 

- Nii-san! – Al aparecia correndo com alguns gatos atrás. – Eu achei eles e.. queria saber se podia ficar com eles! – Al fazia uma cara de pidão.

- Al, não podemos levar gatos com a gente! – olhou Edward com uma gota, enquanto pensava no seu amor. – ‘’Estou indo, Winry.’’