Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 8
capítulo 8: O Encontro com o Príncipe.


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou grande demais shahshahusuhasahus mas isso é bom.
Como quase sempre dou spoiler no título, aí tá mais um
Eu adorei os comentários das garotas sobre como fariam para conquistar o príncipe, e fiquei feliz em saber que todas se comportariam exatamente como são.
Dissertem agora sobre como se sentiriam se fossem escolhidas para se casarem com Légolas hsauhsuhahushua
Eu certamente estaria contando os dias pra noite de núpcias 66' (é sério gente, quem não quer ficar com o Légolas?)
Boa Leitura ♥



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– A sua reverência é horrível, senhorita. – Thranduil disse e me deixou completamente envergonhada por isso.

– Sinto muito, Majestade. É que eu me assustei, não sabia que tinha alguém atrás de mim. Normalmente apenas o guarda que fica do lado de fora ouve enquanto eu toco.

– Pelo menos a senhorita sabe que se chama um rei de Majestade, e não de Vossa Alteza como outras garotas disseram. – Thranduil respondeu, e parecia não se importar muito em parecer completamente arrogante pra mim. – O que estava tocando?

– Uma música que o guarda me pede sempre que venho aqui. Não sei exatamente como se chama, ou se tem letra, apenas conheço sua melodia, pois aprendi a tocar piano desde criança com minha mãe. - respondi, e senti minhas pernas tremerem de nervosismo por estar conversando com o rei.

– Eu ouvi apenas o final. Pode tocar outra vez? – Thranduil pediu, e eu não poderia recusar.

Sentei-me outra vez no piano. Minhas mãos tremiam e suavam um pouco, mas respirei fundo e tentei fingir que não havia ninguém ali me observando. Normalmente eu não tenho vergonha de tocar na frente de alguém, mas com o rei do meu lado era como se uma pessoa extremamente profissional fosse me observar.

Recomecei a música. Dessa vez não fechei os olhos, pois tinha medo de parecer ridícula ou perder as notas por causa disso. Thranduil estava do meu lado, olhando cada detalhe, tentando absorver cada nota que minhas mãos produziam.

A música parecia não ter fim, e minha vontade era de sair correndo dali o mais depressa possível, fugir do palácio e nunca mais olhar pra ele de tanta vergonha que senti.

Apesar de que, dentro mim uma voz dizia que aquilo não era nada demais, que ele era um rei, mas não era um deus e não podia fazer nada além de me criticar, por fora não estava tão segura quanto a isso.

Quando terminei a canção, percebi que os olhos de Thranduil brilhavam. Ele parecia num êxtase, diferente de tudo o que eu já vi em minha vida.

– Você a tocou perfeitamente, apesar de estar travada por minha presença. – Thranduil parecia não ter vergonha de falar o que quer que fosse.

O rei sentou-se ao meu lado, e acho que meus olhos arregalaram-se demais, pois os senti arder e lacrimejar um pouco. Senti um perfume de folhas magnífico que vinha dele, e seus cabelos eram perfeitos demais.

– Conheço essa música. Minha mulher a compôs há muito tempo atrás, quando estava grávida de Légolas. O reino inteiro a ouvia tocar, e ela compôs tantas outras que até aposto que a senhorita conhece. Na verdade, quase toda terra conhece, mesmo não sabendo que foi ela.

O rei dizia encarando-me de tal forma que me fazia sentir mais à vontade. Não imaginava que aquela música foi composta por sua mulher, e muito menos que ele estaria ali do meu lado dizendo isso sem sequer me conhecer.

– Como se chama? – Ele perguntou, mexendo um pouco nas teclas e fazendo barulhos sem sentido.

– Luzziel Belle. – respondi, e minha voz falhou um pouco.

– Não precisa me temer, Luzziel. Eu não estou aqui pra te dar uma bronca ou coisa parecida. – O rei esclareceu. Sua voz tão doce e tranquila que me dava inveja. – Há muito tempo não ouvia essa música. Há muitos aqui que não sabem que foi ela quem a fez. Na verdade, quase ninguém conhece muito sobre ela, a não ser eu.

Era estranho Thranduil estar ali, do meu lado, dizendo aquelas coisas para mim. Eu não havia dito nada ainda, e ele se abria comigo como se eu fosse sua melhor amiga.

– Conhece a música das estrelas? – Thranduil perguntou, e fiz que sim com a cabeça. – Pode tocar?

A música em questão era muito mais conhecida entre os povos. Era uma canção que, em parte era triste, em parte feliz que provocava certa nostalgia naqueles que a ouviam.

Toquei-a para o rei, que olhava para minhas mãos e sorria. Achei que ele estivesse observando se eu tocava certo, mas naquele momento eu não estava tão nervosa a ponto de tremer as mãos.

Quando acabei, um sorriso maior estava em seus perfeitos lábios, e o brilho de seu olhar aumentava. Duvidei que ele não tentasse segurar alguma lágrima.

– Essa também foi sua mulher quem fez? – perguntei, já não me importando mais com as respostas grossas que ele dava.

– Foi sim. É bonita, não acha?

– É perfeita, meu senhor. – respondi sorrindo, e senti meu rosto esquentar enquanto o rei me olhava com aqueles olhos completamente azuis e brilhosos.

– É claro que é. – Thranduil disse e se levantou. – Por acaso tem alguma hora em especial que gosta de tocar?

– Não, meu senhor.

– Então diga-me quando fizer isso outra vez. Pode me mandar, se preciso for, uma mensagem. Eu adoraria ouvir mais.

– Perfeitamente Majestade. – respondi, e o rei saiu do salão de música.

Assim que percebi o rei sair, pude respirar o ar que me faltava desde o momento em que ele apareceu. Saí de lá o mais rápido possível, passando por diversas garotas que iam para os quartos se prepararem para o jantar, deixando-as curiosas sobre onde estava e porque estava andando depressa e tão nervosa. Provavelmente acharam que eu fui expulsa pelo príncipe.

Cheguei ao meu quarto e vi que meu banho e minha roupa já estavam preparados para essa noite. Tirei a roupa quase que imediatamente e mergulhei na banheira, deixando a água tomar conta de mim por completo. Vell e Ang, que já estavam à minha espera pra preparar o meu cabelo, minhas unhas e mais um monte coisas pra minha beleza, pareceram apavorar-se com o meu comportamento.

– Está tudo bem, senhorita Belle? – Ang perguntou, preocupada.

– Não, definitivamente não estou bem.

– A senhorita teve seu encontro com o príncipe?

– Não.

– E o que houve? A senhorita está nos deixando preocupadas. – Vell disse quase querendo voar pra cima de mim pra saber o que havia me deixado tão estranha.

– Eu estava no salão de música tocando piano, e o rei Thranduil entrou lá.

– O rei? Ah, senhorita. Nós a prevenimos sobre não poder usar os instrumentos do palácio sem permissão.

– Mas ele não brigou comigo, pelo contrário. Pediu pra tocar mais, e disse que gostaria de me ouvir tocar depois quando eu voltasse lá.

Vell e Ang entreolharam-se. A situação realmente não parecia ser real.

– Tem certeza de que não foi o príncipe Légolas? Quer dizer, isso não é bem o tipo de coisa que o rei faz. – Vell perguntou.

– Era o rei. Ele me falou sobre sua mulher, e sobre as músicas que ela tinha feito. Inclusive, a que eu estava tocando era dela. Sabem de algo sobre a mulher de Thranduil?

– Não senhorita. Na verdade, quase ninguém sabe. Há especulações, uma história aqui, outra ali, mas não a conhecemos. Poucas pessoas aqui tiveram o prazer de conhecê-la quando estava com o rei Thranduil.

Sai do banho e me vesti o mais depressa possível. Já estava atrasada para o jantar, e mesmo que o príncipe não comparecesse, os atrasos não eram bem vistos.

Vell e Ang ainda me olhavam curiosas, mas eu não tinha nada mais a acrescentar. Tudo o que me aconteceu parecia realmente inacreditável.

Desci para o salão, e percebi que era a única que faltava. Até mesmo o príncipe estava lá, fazendo companhia para as outras garotas que nem sequer sorriam.

O olhar de curiosidade de Légolas foi notado até mesmo pelas minhas criadas que me acompanhavam sempre até a porta, para depois ir conversar com Swín sobre as novidades e preparo dos demais compromissos que tínhamos – esses que só incluíam almoços e jantares e aparições para o povo que vivia na Floresta das Trevas.

Légolas levantou-se de seu lugar para me receber, e senti meu rosto arder mais uma vez de vergonha. Em pouco tempo, a minha ideia de não ser notada pela realeza tinha ido por água abaixo. Dessa vez, fiz um movimento leve e delicado com as pernas e cabeça para reverenciá-lo. A péssima reverência que dei ao rei Thranduil me fez ver que eu nunca a praticava de fato, mesmo sabendo que quase nunca precisava fazer.

– Boa noite, senhorita Luz. – Légolas cumprimentou-me antes de me sentar em meu lugar com a placa do meu nome. Aparentemente ele havia guardado para si, e pude perceber que eu não estava tão invisível assim.

– Boa noite, vossa alteza. – cumprimentei de volta e sentei-me em meu lugar.

Thranduil veio fazer-nos companhia também. Ele parecia um tanto feliz, e pude até achar que o príncipe também estava, por algum motivo.

As garotas já se sentiam mais a vontade para comer, apesar da tensão e o medo que estavam de serem mandadas embora sem mais nem menos. Fiquei parte do jantar imaginando o porquê delas ainda querer se casar com Légolas, já que estavam tão tensas e medrosas. Por mais que ele fosse o príncipe, eu não ia querer ficar com uma pessoa que não há intimidade nenhuma.

Legolas sorriu para mim por um momento, e algo me dizia que eu era a próxima a ter um encontro com ele. Não tinha medo, sabia que mais cedo ou mais tarde isso aconteceria, e que provavelmente a vencedora dessa Seleção seria aquela que passaria totalmente despercebida por ele.

E eu tinha certa dó de quem quer que fosse. Não consigo me imaginar casada com Légolas, muito menos passando o resto dos meus dias com ele. Talvez até fosse por isso que ele não tinha ninguém, simplesmente porque ninguém suporta ter ao lado alguém tão avoado, que na maioria das vezes nem parece estar presente. Não me parecia um jeito certo de conquistar alguém, ou de se apaixonar.

O jantar foi um dos mais agradáveis na presença do rei e do príncipe, por mais incrível que fosse, nesse dia Légolas e Thranduil resolveram agradar as moças. Talvez eles perceberam que essa seleção estava tão fracassada, que precisavam dar mais atenção a nós, que mais parecíamos fantasmas vagando pelo castelo do que pretendentes do príncipe.

Quando terminou, decidi ir direto para meu quarto descansar um pouco, pois por mais que estivesse acostumada com a presença dos dois, uma tensão tomava conta de mim toda vez que me encontrava em suas presenças. Mas Vell disse que Swín gostaria de conversar comigo, então esperei até que todas as garotas saíssem para saber o que era.

– O príncipe quer te ver. – Swín disse-me. Nem dizia mais que era um encontro, pois todas já sabíamos o que acontecia depois.

– Tudo bem, já esperava por isso. – respondi fingindo calma, quando na verdade meu coração disparava. Essa noite eu sairia do castelo, provavelmente, mas antes eu planejava algo.

– Como eu gostaria que desse certo dessa vez. Peço que tenha cuidado e muita paciência, senhorita Luzziel. Essa seleção já virou motivo de piada em todo o reino.

Senti uma pontada de angústia na voz de Swín. As elfas dedicavam-se ao máximo para tocar a Seleção da melhor maneira possível, cuidavam muito bem de nós e nos preparavam para sermos futuras princesas, mas o príncipe não parecia levar a sério.

Swín encaminhou-me até o jardim que dava de frente à janela do meu quarto. E no mesmo banco em que vi Légolas sentado pela primeira vez, ele me esperava.

Parei um pouco antes de seguir até ele. Apesar de tudo, ele era realmente muito bonito, e eu sentia dó dele por estar nessa situação. Mas ele teria de abrir os olhos para o mundo, havia muitas outras pessoas envolvidas naquilo tudo.

– Alteza. – chamei sua atenção para mim, ele parecia mais uma vez aéreo.

– Como vai Luz? Está muito bonita, como sempre.

Foi muito estranho ouvir isso dele. Eu? Bonita? Ele era perfeito, como podia me dizer uma coisa dessas?

– Obrigada, Alteza.

Légolas extendeu seu braço para me levar a um passeio. De acordo com os encontros anteriores, esse era o padrão dele.

Não tive como não rir daquela situação, por mais que eu parecesse ridícula.

– A senhorita está rindo? Fiz algo errado? – Legolas perguntou, e percebi que eu deveria finalmente dizer umas coisas à ele.

– Alteza, não precisa fazer isso comigo OK? Quer dizer, é o que aconteceu com as outras e eu sei exatamente como termina.

– Do que está falando?

– Dos outros encontros. É obvio que quer me expulsar, então faça logo. Não precisa fingir que quer me conhecer, que deseja ter este encontro comigo. Basta ir direto ao assunto, eu já aceitei que eu seria a próxima a sair.

– Senhorita, eu realmente não estou entendendo.

Respirei um pouco, aquilo já era demais, então resolvi ir mais fundo de uma vez, afinal eu já estava mesmo fora dessa seleção.

– Todas as garotas sabem o que acontece quando você quer ver alguma de nós. Vocês conversam, e se por acaso se dão bem, vocês se beijam. Mas depois você manda a garota embora sem um bom motivo. Acredite, eu não vou me dar o trabalho de tentar te conquistar, é mera perda de tempo! E, acredite mais ainda, você não precisa se forçar á isso. Acho que todas nós já desistimos de tentar, só não temos coragem para admitir. Você é um príncipe mesquinho, e que não quer nada com nenhuma de nós. Já aceitamos o fato de não sermos tão boas para você, ainda mais nós, as humanas. Só me mande embora, e está tudo certo. Nem precisa de toda aquela formalidade que o senhor teve com as outras, e de nenhuma forma precisa me beijar. – terminei, e vi que Légolas estava assustado demais.

– Senhorita Luz, eu não pretendo te mandar embora. Do que está falando? Eu não estou entendendo. Que beijos? Eu não beijei nenhuma garota ainda, a maioria me pediu pra sair e eu deixei. Admito que expulsei cinco das quinze que já se foram, mas essas se atiraram em cima de mim como se fossem meretrizes. E eu realmente não quero aproveitar de nenhuma de vocês dessa forma.

Aquilo era realmente muito inesperado para mim. Légolas sentou-se no banco outra vez, e parecia perplexo com tudo o que ouviu. Como eu pude ser tão estúpida com ele?

Não sabia o que dizer, nem o que fazer nesse momento. Vi o quanto havia pegado pesado com o príncipe, e tudo o que mais queria era que o chão se abrisse em meus pés para não ter que vê-lo completamente decepcionado.

– Acha mesmo que sou sem coração dessa forma? Todas vocês acham mesmo que eu mandei as outras embora por não gostar de nenhuma? –Légolas perguntou, e eu só tive a coragem de fazer que sim com a cabeça. – Pois bem, eu não sou. E vejo que nenhuma delas sabem o real motivo.

Légolas procurava olhar em meus olhos, e eu sempre desviava dele.

– Por causa disso, senhorita Luzziel, eu não a mandarei embora. Apesarde que eu nunca fui tão insultado em toda a minha vida. Mas você me abriu os olhos, e me deu uma ideia.

– Ideia? – perguntei, não acreditava no que a conversa estava se tornando.

– Sim. Quero deixar bem claro, que a senhorita não sairá do palácio até o fim dessa seleção. Agora preciso de você. Quero que me ajude a encontrar a parceira ideal entre as outras quatorze meninas, e que me ajude também a não ser mais esse idiota que elas pensam que sou. A senhorita vai dizer que tudo não passou de um engano, e todas as noites vai me encontrar pra dar detalhes das outras garotas.

– Vai me prender aqui até o final? – aquilo parecia ser demais pra mim.

– Vou sim. E não adiantará pedir a ninguém mais, eu sou o único que te pode deixa ir. E agora, você será minha aliada nesse processo.


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Notas finais do capítulo

Ai, ai, ai, ai minha vida! Isso não vai dar certo u.u
Pelo menos ela vai ter um encontro com o príncipe todos os dias pra falar das outras garotas pra ele. Se fosse eu morria de ciumes, mas a Belle não gosta dele, então...
Acham que ela foi muito rude com ele?
Não se esqueçam de comentar
Beijos e ate o próximo ♥