Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 28
Capítulo 28: O Real Adeus?


Notas iniciais do capítulo

Depois de mais de uma semana, aqui estou eu de volta. Obrigada pelos comentários, fiquei muito feliz ao vê-los no capítulo anterior, e receber novas leitoras por aqui >.<
sei que, agora que o carnaval passou, vai ficar mais complicado ler e postar as fics. As aulas estão começando pra valer, e o tempo tá curto. Mas, sempre que der pra deixar um oi, ficarei imensamente feliz por saber que ainda estão por aqui :D
Pra mim, que estou no sétimo período de engenharia também vai complicar. Me perdoem se não conseguir postar todos os dias.
Saudades do Légolas? hushuauhshuauhsa sei que a maioria prefere o Thranduil, e assanhadas entraram na fila pra casar com o rei ♥.♥
Capítulo dedicado à leitora Sweet Madness (ou Sweet Candy, ou Isis, que fui no perfil pra saber o nome, que é lindo demais por sinal). Ela fez aniversário dia 14 ♥♥♥♥♥ Parabéns Flor ♥
Boa leitura ♥



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Corri à procura do meu quarto. Não levaria muita coisa, apenas o que eu havia trago e mal mexi, pois já tinha tudo o que precisava no castelo. Minhas roupas ainda estavam embaladas, meu único par de sapatos em meio à elas, meus desenhos e alguns livros eu pegaria. Era tudo o que eu precisava para partir do castelo.

Sem pensar, peguei tudo o que me pertencia em menos de um minuto. Corri por todo o quarto em busca dos poucos pertences, não fazendo questão sequer de deixar um bilhete para Ang e Vell depois. Também não me atrevi a passar os olhos por onde foi meu lugar nos últimos dois meses, sabia que o quanto era desnecessariamente sensível, e choraria pelas lembranças do mesmo.

Também não tinha lembranças do Légolas. Apenas aquela coroa que me foi dada no dia anterior, e a espada na qual eu não levaria também. A caixa da jóia com o bilhete no fundo foi deixada exatamente onde estava, aberta e com a bela caligrafia das mentiras do príncipe. Era obvio que ele escrevera aquilo para todas, sendo um bilhete coletivo e sem muita expressão.

Percebi que o príncipe não sabia realmente lidar com sentimentos e pude apostar o quanto ele estava confuso com tudo aquilo. Légolas não me amava, apenas estava cumprindo com a promessa de seu pai, e mesmo que não tivesse conhecimento de tal coisa, de certa forma ainda estava levando à diante a idéia dele.

Inaceitável.

Sempre tive orgulho de não me deixar levar por coisas banais ou que não me interessam. Sempre prezei a liberdade, e não vai ser agora que venderei para o rei Thranduil. Se ele e mamãe têm problemas, eles que se resolvam! Não precisavam meter Légolas e eu nisso, não para consertarmos seus erros do passado.

Desci as escadas com as malas nas mãos. Tudo feito às pressas e sob o olhar curioso de algumas garotas e servas do palácio que me perguntavam por aonde eu ia. Andei por diversas partes do palácio, sem encontrar pistas nem de Runel, nem meu pai. Mamãe já não me importava. Por mim, se ela estivesse se esfregando no rei seria mais como um alívio, mesmo sabendo que seria uma tremenda traição para com meu pai.

Avistei o soldado que fez a confusão com os bilhetes de longe. Este postava-se frente à porta de entrada para um dos muitos jardins do palácio, conversando distraidamente com outro elfo estrategicamente parecido com ele.

Dirigi-me ao soldado que ficou de entregar o bilhete à Runel, mas levou até o rei, a fim de saber em qual quarto meu amigo se hospedara.

– Você me meteu numa imensa confusão. – Disse ao elfo, que se assustara com meu olhar furioso.

– Como é?

– O bilhete! Não era para entregar ao rei, era para o jovem moço que se hospedara na noite anterior junto com meus pais. – respondi sentindo meu coração acelerar pela agitação.

– Sinto muito senhorita. Mas os bilhetes escritos por você e sua mãe não continham remetentes, e como são muito parecidas, os confundi. Juro à senhorita que não foi por querer. – o guarda parecia querer justificar-se, tentando esconder o tom de desespero da voz.

– Não importa mais! – meu tom de voz elevava-se aos poucos. – Onde é o quarto dele? Preciso vê-lo.

A expressão do guarda confundiu-se.

– Do meu amigo, não do rei. – Esclareci.

– Ah, claro. Terceiro andar à direita, procure a partir do sétimo quarto. Não sei onde ele possa estar, precisei bater de porta em porta até encontrar o jovem humano... – O guarda disse, e antes mesmo de terminar segui rumo às escadas em busca do terceiro andar.

Bati na porta do sétimo quarto, com a esperança de que Rúnel já estivesse nele, mas ninguém atendeu. Passei a ouvir entre a porta antes de bater, para me certificar de que houvesse alguém, ou que não fosse uma mulher no quarto. Mais pessoas envolvidas naquele assunto não eram necessárias. Chegando ao décimo primeiro quarto, colei meus ouvidos à porta e ouvi o que era, aparentemente, a voz de Runel com outra pessoa. Dei meia volta a fim de sair dali, mas ouvi a segunda voz que me fez parar, e essa parecia com a do príncipe.

Bati à porta com um pouco de receio. Meio minuto depois, a porta abriu-se revelando que eu estava certa.

Os olhos de Légolas cravaram-se nos meus, mas pareciam esperar por mim a qualquer instante.

– Sabia que o procuraria. – o príncipe confessou enquanto adentrava o quarto.

– Pelo visto sabe muito mais da minha vida do que eu imagino. – respondi em desaprovação.

– Seu amigo estava procurando-lhe, se quer saber. E eu, como os vi dançando ontem em meio à multidão, deduzi que a senhorita viria atrás dele. – Légolas parecia triste.

Os olhos de Runel pararam por sobre mim. Sua expressão fria condenava o desapontamento para comigo, e pela tensão em que ele e Légolas estavam, a conversa não pareceu ter dado bom rumo.

– Vamos embora, Runel. – Pedi ao moreno, que se postava ao lado da janela.

Ele maneou a cabeça em discordância.

– Não acho que deveria sair do castelo assim, sem mais nem menos. – Runel respondeu friamente.

– Como é? – Voltei-me para o príncipe. – O que disse à ele?

– Nada além da verdade. – Légolas tinha um tom frio na voz. – Esclareci tudo o que vivemos nesses meses. E, confesso que me surpreendi com as suas promessas para com esse cavalheiro.

Légolas e Runel encaravam-me em desaprovação. Como se não bastasse, eu era a vilã da história agora.

– Não acredito que o prometeu voltar, que deu esperanças à ele. – Légolas segurava-se para não explodir em fúria. – E depois, ainda disse que me amava.

– Eu... Você não entendeu nada! Vocês dois não tem o direito de me julgar assim.

– Não? – Runel começou. – Eu sempre lhe disse que ele se apaixonaria por você, e você negou que jamais se interessaria. Tive esperanças, Bel. Te esperei esse tempo todo. Mas não me surpreende. Até aceitei sua decisão quando o príncipe me contou, mas não seja estúpida dessa maneira!

– Ótimo. Agora tem um complô contra mim. – a situação era realmente inacreditável.

Légolas e Runel postaram-se diante mim de forma assustadora. Ambos altos e estrategicamente fortes, que me provocou arrepios.

– Agora quer voltar para os braços dele? – Légolas continuava, fitando meu desespero. – Não acredito que possa ser tão mesquinha!

Runel desviou-se para a porta. Tinha um ar de tédio em seu rosto, mas seus olhos marejavam.

– Aonde vai? – perguntei quando percebi sua atitude.

– Esperarei lá embaixo. Vocês dois precisam conversar, chegar num acordo. – Runel respondeu enquanto segurava a maçaneta dourada da porta. – Quando terminarem, e se você ainda quiser ir, levarei a senhorita. Então conversaremos. Mas por enquanto, deve explicações a ele.

O humano saiu, deixando-me sozinha no quarto com o príncipe que soltava fogo pelos olhos. Sua expressão era de pura raiva, e o controle sobre seu corpo parecia falhar por diversos momentos. Não sabia se ele estava a ponto a explodir em fúria, ou se estava prestes a me puxar para um beijo. Mas qual fosse sua atitude, eu a temeria, pois nunca vi Légolas daquela forma.

O príncipe dirigiu-se para a janela e respirou fundo. Suas mãos fechadas em punho exibiam de forma grotesca suas veias saltadas que pulavam por sobre a manga levantada de suas vestes brancas. Ele havia retirado a grossa veste que vestia mais cedo, exibindo parte de suas roupas que, normalmente, eram escondidas por seus casacos de caça, ou suas vestes verdes musgo que normalmente usava para as ocasiões com as moças.

Ele parecia perder o ar, suava em meio ao ar frio da manhã. E, enquanto atrevia-me a chegar mais perto, pude perceber que em sua face lágrimas desciam aos poucos. Mas essas de fúria, que me fizeram sentir ainda mais pena dele e de mim mesma. A situação era complicada e muito crítica naquele momento, e por mais que as palavras fossem esclarecedoras, elas não bastariam para tudo ficar bem entre nós. Talvez se alguns dos segredos fossem preservados, seria melhor para ambos. Mas as coisas estouraram como uma bolha de sabão, tão rápido e de repente que não deu tempo de pensar.

Toquei em seu braço. Queria que ele olhasse para mim.

– Eu estou tentando dizer adeus, Légolas. – disse, percebendo que aquelas palavras machucaram ainda mais o elfo. – É claro que está tudo errado entre nós.

– Você insiste mesmo nisso? Não vê que estamos pré-destinados a ficar juntos? Porque insiste em não aceitar?

– Você aceita? Seu pai faz escolhas para você, e você simplesmente aceita? Não quer ter sua vida própria, seus próprios sonhos e desejos?

– A escolha de te amar não foi dada por ele. Eu escolhi. Eu te escolhi. Se ele e sua mãe planejaram desde o início, que culpa tenho? Eles não poderiam tomar as decisões do meu coração, e meu pai ainda me deu outras vinte e nove opções. – O príncipe dizia enquanto sua expressão dura continuava, mas suas lágrimas denunciavam o sofrimento. – E, ainda assim, eu me apaixonei por você.

– Fui favorecida. – respondi recordando-me de toda a falsa gentileza de Thranduil, e o fato de o rei engolir minhas grosserias.

– Realmente. Foi tão favorecida, que até mesmo meu pai se propôs a desposá-la.

Légolas desviou seu olhar do meu, passando a andar pelo pequeno quarto em que Runel estava hospedado.

– Não acredito que ame aquele cavalheiro. – O príncipe disse referindo-se à Runel.

– Meu amor por ele é diferente. – respondi, observando o príncipe me encarar com dor. – É fácil, sem complicações. Sem intensidade, sem dor. É calmo e sereno, é algo que dura há anos.

Légolas sorriu sarcasticamente.

– Isso não é amor. Não amor conjugal. – disse, enquanto limpava suas lágrimas que insistiram em repousar em seu rosto. – É o mesmo que eu senti por Tauriel, é fraternal, se quer saber.

De certa forma, concordava com Légolas. Mas aquele tipo de amor era o mais fácil, e eu aprovava por sua simplicidade.

– Eu não me importo com paixão, se é o que está querendo me esclarecer.

A expressão do príncipe voltara a ser dura. Aproximou-se de mim rapidamente, imprensando meu corpo na parede, me fazendo assustar com o gesto, e tapando minha boca para o grito de susto não sair.

– Se não se importa com paixão, então porque seu corpo arrepia-se por inteiro quando te toco? Porque se derrete por completo em meus braços enquanto te beijo, e deixa minhas mãos passearem por ele? – Légolas soltou sua mão de minha boca, e erguendo-me, passou a acariciar meu pescoço com seus lábios. – Porque sente seu corpo arder todas as vezes que faço isso? Porque me aperta ainda mais com suas mãos, e na menor brecha toma fôlego para continuar?

Enquanto ele falava, suas mãos desciam ao meu colo, acariciando aos poucos ao redor dos seios, por pouco tampados ainda pelo vestido.

Com força, escorreguei dos braços de Légolas, e respirando fundo pedi com as mãos que parasse.

– Você é o único que me despertou isso. – confessei. – E eu admito que amo ter essas sensações que você me proporciona. Mas não vê? É errado. Nossos pais se entregaram à uma paixão enlouquecedora como essa, e agora olha como estão? Nunca imaginei que Thranduil fosse comer na palma das mãos de uma humana! E ele ainda não percebeu isso, mas mamãe é a única que poderia acabar com sua vida de maneira humilhante, e ele ainda se sentiria culpado.

– Não nego que isso é real. Mas é a vida deles, não a nossa! – Légolas voltara com sua dura expressão. – Podemos fazer diferente. Podemos viver esse amor da maneira que quisermos. Seremos felizes, seremos livres. Eu juro à você.

Suspirei. Aquela conversa já estava mais do que cansativa para mim. Nosso romance deveria acabar por aqui, e ser esquecido por todo resto de nossas vidas por nosso bem.

– Não entendeu ainda que he entreguei meu coração? – Légolas recorria à pena.

Caminhei até a porta, e mais uma vez encarei o príncipe em busca de um adeus.

– Não deveria ter feito isso. – respondi. – Vou embora com Runel. Eu o amo muito, seremos felizes. – Menti. Depois de tudo o que tive com Légolas, era óbvio que meus sentimentos por Runel não chegavam ao mesmo ponto. Era realmente algo fraternal.

– Você não pode ir! – Légolas disse com um ar de superioridade na voz. – Eu ordeno que fique!

O príncipe pegava-me pelo braço, apertando-o com toda a sua força, carregando-me de volta para o quarto enquanto sua expressão mudara-se mais uma vez. Senti certo medo, mas aquele sentimento não era justificado. Eu sabia lidar com Légolas, e agora via o porquê de ser exatamente como minha mãe. A prática de lidar com a realeza arrogante estava no sangue.

– Você é exatamente como seu pai. – Respondi, deixando-me levar por ele, tendo plena certeza no tamanho do impacto que aquelas palavras produziriam.

Légolas, então, soltou-me. Chocado, saiu do quarto antes mesmo de mim, em passos muito largos que me fizeram perdê-lo de vista rapidamente.

Sai do quarto também, fechando a porta delicadamente, tendo a esperança de que ninguém ali perto tivesse ouvido nada do que aconteceu ali. Meus olhos já não agüentavam segurar as lágrimas, e mais uma vez naquele dia elas desciam aos montes.

Deixei meu corpo recostar-se na porta enquanto sentia meu rosto e busto molharem-se mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Demorei muito pra escrever o capítulo. Fiquei muito tempo sem mexer no computador, que quando voltei tava mais lenta que tartaruga. uhshaushuahushuauh desculpem aí pelos errinhos e tal.
Até parei pra ler outra história minha hoje, e tava achando ela até legal e até pensei em publicar, quando vi que não tinha escrito naaaaaada ainda do que planejava. Tava tipo só o início, então desisti hsauhshuashuhaushuahushua seria mais um conto de fadas, tipo o desenho Ever After High, que eu escrevi inspirado na história dos filhos dos contos de fadas mais famosos.
Mas já era kkkkkkkkkkk
E agora? Belle vai embora mesmo com Runel :(
O que acham que vai acontecer?
Beijos e até o próximo.