Príncipe Légolas escrita por America Singer


Capítulo 24
Capítulo 24: Primeiro dia do ano


Notas iniciais do capítulo

Quantas garotas sonhadoras e felizes apareceram no capítulo anterior ♥ estão todas esperando o casório de Lézziel ♥♥♥
Então leiam o próximo capítulo.
Amo vocês.
Boa Leitura hushuashua



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Espirrei uma, duas, três vezes até perceber que deveria sair do jardim. Eu não queria sair dali, não queria que a noite terminasse, mas precisava antes de pegar alguma doença por causa da chuva e do frio. O príncipe pegou-me pelos braços e rumamos de volta para o castelo o mais devagar possível, sem ousar sequer desgrudar-nos por um segundo.

– Disse que não conhecia música de chuva, e depois começou a cantar comigo. – lembrei do fato.

– Essa canção não fala propriamente sobre chuva, não é? – Légolas respondeu enquanto passava seus braços por sobre meus ombros. – Há muito a conheço. Nunca arrisquei cantar nada, mas com você ali dizendo aquelas palavras foi inevitável. Acho que por uns segundos eu não quis nem acreditar.

Paramos perto da escada que dava para o meu quarto. Apenas uns guardas estavam por ali, os convidados já haviam sido acomodados nos inúmeros quartos que o palácio dispunha.

Legolas parecia aliviado. Era como se anos de peso em suas costas fossem retirados em poucos minutos. Sorria solto enquanto passeava suas mãos por minhas costas.

– E agora? – perguntei enquanto subia um dos degraus para alcançar sua altura. – O que faremos?

– Se quiser, posso acordar todos do palácio nesse exato momento e dizer que nós estamos noivos! Fim da Seleção. O que acha?

– Não precisa exagerar. – disse enquanto passava meus braços por sua cintura. – Mas acho que podemos fazer isso amanhã, logo após conversarmos com o rei. Antes de tudo, ele precisa aprovar.

– No café da manhã seremos só nós três. E seus pais, se você quiser. – ele sugeriu enquanto beijava parte do meu pescoço causando os típicos arrepios.

– Acho melhor conversarmos a sós com o rei primeiro, ele pode não concordar mais com nosso casamento, sabe? Às vezes seu pai é surpreendente, mas muito imprevisível.

– Como quiser. Apesar de que ele gosta de você, por algum misterioso motivo. Perguntei várias vezes quando ele insistia que eu deveria levá-la a um encontro. – Légolas disse como se aquilo fosse natural.

– Porque Thranduil tem uma preferência tão peculiar? Quer dizer, eu não tenho nada para lhe oferecer e, o que é pior, sou humana! Jamais imaginaria que ele deixasse seu filho se casar com uma mulher diferente de sua espécie.

Minhas dúvidas só aumentavam e percebi que Légolas também as tinha.

– Eu gostaria também de obter as respostas. – ele disse fitando-me com ar duvidoso. – Realmente não tenho idéia do que se passa na cabeça dele. Já cansei de tentar adivinhar, agora só concordo. Confrontá-lo nunca é a melhor solução, ele jamais deixará nada claro se você parecer que ele é obrigado a dar as respostas.

– De qualquer forma, amanhã – ou melhor, hoje de manhã – conversaremos com ele sobre nossa decisão. E logo após você terá treze garotas para dispensar, boa sorte.

Légolas fez cara de tédio.

– Não. – suplicou. – Não sou bom nisso, não pode fazê-lo?

Encarei o príncipe com severidade. Eu não queria me meter naquilo mais do que o necessário – apenas afirmar que eu era a escolhida, e pronto.

– Não fugirá de suas obrigações, alteza. Precisa enfrentá-las, pedir desculpas e dizer que se apaixonou perdidamente por mim, ou elas permanecerão aqui até ouvir pela boca de terceiros sobre a sua escolha. Acho inapropriada a segunda opção.

O príncipe encarava minhas palavras com ternura. Afinal dizer às outras que estavam dispensadas era afirmar que uma fora escolhida, que eu era a escolhida.

– Farei com prazer. Prometo. – Légolas disse buscando por meus lábios logo após, que o recompensou com um intenso beijo de boa noite.

Demorou um pouco para ele concordar em me soltar, mas o fez quando espirrei pela quarta vez. Precisava tomar um banho quente e me vestir apropriadamente. Por um momento ofereceu-se para fazê-lo por mim em seu quarto.

– Convite tentador, porém inadequado. – respondi sentindo meu rosto esquentar.

– Aprendi a não ter papas na língua com você. – ele ria de minha expressão envergonhada. – Mas eu juro a você, jamais quis alguém como te quero. Jamais tive alguém, e agradeço por não ter perdido a oportunidade de conhecer você.

Ele suspirou de satisfação.

– Boa noite.

Légolas beijou minha mão com ternura, deixando-me partir. Subi as escadas lentamente, meu corpo parecia leve como uma pena, e os sorrisos de meus lábios insistiam em não sair.

Quando cheguei ao meu quarto me deparei com a curiosa cena de duas elfas ruivas dormindo sentadas em cadeiras. Ang e Vell pareciam me esperar, e pelo visto eu demorara demais, e o sono chegou para ambas.

– Anglórien e Vellinel! – Chamei a atenção das elfas como num tom de bronca.

As elfas acordaram confusas. Custaram focar a minha imagem, mas levantaram-se como se já estivessem dispostas a me servir. Quando elas finalmente recuperaram os sentidos viram que ainda era noite, passaram a me fitar com raiva.

– A senhorita nos assustou. – Ang dizia colocando uma de suas mãos em seu coração. – Está chegando agora?

– Que horas as senhoras pressupõem que é? – perguntei cruzando os braços em desaprovação.

– O céu está tomando o tom do amanhecer, senhorita. Somos nós que perguntamos. Onde estava até agora? Lembre-se que somos responsáveis por você no castelo. – Vell disse ainda com voz de sono.

– Estava no jardim tocando piano. – respondi sem emoção na voz.

– Até agora? – as duas perguntaram ao mesmo tempo.

– Légolas estava comigo.

As elfas entreolharam-se, seus rostos pareciam entregar a vontade da pergunta que pairava no ar. Afinal, elas sabiam que meus encontros com o príncipe nunca eram casuais. Sempre havia algo pra contar depois.

– Antes que perguntem – comecei a falar antes de uma delas ter coragem de perguntar. – quero deixar claro que as coisas por aqui vão mudar. – dizia com ar severo na voz, o que as fez dar um passo para trás e focarem-me atentas. – o primeiro é que quero que arrumem todos os meus vestidos e os separem por cor.

– Por que, senhorita? – Vell perguntou preocupada.

– Porque provavelmente daqui a uns dias eu não estarei mais nesse quarto. – respondi fingindo angústia ao olhar ao redor. – Parece que Légolas já fez a sua escolha.

Engoli em seco – ou pelo menos levava a brincadeira à diante.

– Ele contou à senhorita sobre quem é? – Ang tinha um mix de preocupação e pena na voz.

– Disse. – respondi fitando minhas criadas. – E infelizmente terei que mudar de quarto, pois acho que ele não vai querer vir pra cá?

– Como é? – Minhas criadas perguntaram juntas mais uma vez.

– Ou será que ele gostaria? De repente eu consiga o fazer mudar de idéia. A vista do jardim particular é ótima.

Ang e Vell mantinham a boca aberta com o choque de minhas palavras.

– Acham que esse quarto é suficientemente grande para nós dois? Seria muito mais fácil deixar de carregar mais de sessenta vestidos que acumulei nesses dois meses. – dizia em tom natural, o que chocava ainda mais as elfas. – E ah, treinem a suas reverências para mim.

Ri naquele momento. Não agüentei mais fingir naturalidade com aquele assunto.

– Então quer dizer...? – Anglórien perguntou chegando mais perto junto com Vell, que ainda parecia dormir em pé.

– Cumprimentem a futura princesa da Floresta das Trevas. – Respondi numa reverência, sendo amassada em novos abraços logo após.

Ang e Vell sorriam, davam gritinhos de prazer e quase me sufocaram em meio aos abraços apertados.

– Está ensopada! – Vell disse após perceber que minhas roupas ainda estavam frias e molhadas.

– Ficamos na chuva. Tínhamos tanto a falar, que as gostas de chuva não importaram. – respondi enquanto tirava minhas roupas.

Enquanto sentava-me na banheira – fria por causa da pedra em que era revestida – minhas criadas desceram em busca de água quente. Na maioria das vezes a banheira permanecia coberta por água, mas essa que era sempre fria.

Voltaram com baldes de água que depositaram aos poucos sobre meu corpo, que notei estar em péssimo estado: roxo em algumas partes, arranhado em outras e com pequenas bolhas também.

– Nós daremos um jeito nisso. – Vell disse com entusiasmo. – em pouco tempo estará nova, e quando o casamento chegar... estará tão bonita que todo o reino admirará a escolha do príncipe.

– Eu não tenho idéia de como me comportarei depois de virar princesa. – respondi, lembrando que ainda não serviria para nada daquilo.

– Não acho que será necessário se preocupar com isso. Thranduil será rei por toda a eternidade, não tenho dúvidas. Não que Légolas não seja apto, mas seu pai é forte, rígido e é um líder impecável. – Ang dizia com admiração. – Acho que terá uma vida sossegada ao lado do príncipe.

Ang esfregava meus cabelos quando Vell protestou.

– Sossegada não! Ela e o príncipe irão para todo o lugar que bem quiserem. São amantes da natureza, de aventuras e tem sede do mundo. – A elfa sorria sob a perspectiva. – Só lembre-se de nos visitar de vez em quando.

– Prometo fazê-lo sempre. – respondi sorrindo involuntariamente. Aquele era mesmo meu sonho, e viver assim com Légolas seria ideal. Mas também me despertou para a vida: Runel estava no palácio, e eu deveria contá-lo antes de me encontrar com Légolas e Thranduil sobre a minha escolha.

Minhas criadas – amigas, mais propriamente – vestiram-me com algo quente e confortável e me serviram chá para não ficar doente. Deixaram-me quando a luz do sol começava a entrar pelos jardins. Precisava dormir, mas a inquietação do que estava por vir não me deixara em paz. Por fim, resolvi vestir-me sozinha para o café com o rei, mas tendo como objetivo o encontro com Runel antes de tudo. Escrevi um bilhete para ele antes marcando o local, e pedi a um dos guardas para entregar no quarto de um dos meus convidados da festa anterior.

Desci as escadas meia hora depois. O sono havia me abandonado por completo, mas sentia meus olhos pesados pela falta dele. Rumei para o jardim em que a festa fora celebrada, mas ao invés de encontrar Runel outra pessoa me esperava.

– Gostaria de falar comigo? – O rei Thranduil perguntou-me com ar interessado, em suas mãos meu bilhete. Não havia colocado nome do destinatário, mas como o guarda poderia errar tão estupidamente?

– Na verdade sim, mas não agora. Marquei esse encontro com outra pessoa, e sinceramente não sei como... - ia dizendo enquanto percebia a aproximação do rei. Seu rosto rígido que já não me surpreendia mas fitava-me com aqueles olhos azuis de modo misterioso. Seus passos suaves me deram medo, o rei parecia furioso por algum motivo.

Meu corpo foi tomado por um encontro brusco com o rei quando ele puxou-me para si inesperadamente. Não conseguira terminar minha frase quando percebi meu corpo colar-se ao dele tão rapidamente, calando-me com aqueles lábios avermelhados e sedentos. Não tive reação, meu consciente apagara-se por um momento, e nesses instantes ele se aproveitava para sufocar-me entre seu peito e seus lábios molhados e macios.


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Notas finais do capítulo

Team Bellenduil aí? claro que as coisas não iam ser tão simples. Mas acalmem-se, tem explicação! Tudo, na verdade, terá explicações. Só aguardem mais um pouco - ou até o próximo mesmo hsahusuhashua
Ah, eu tive uma ideia sobre um novo romance, esse que se passará no mesmo "universo" da minha história. Mais detalhes no próximo capítulo, mas acho que vão mais do que aprovar ♥
Dissertem sobre o beijo do rei.
Beijos e tô me esforçando pra responder vocês hahsuahsahu já se são mais de trezentos comentários ♥