Brian pensou por um segundo em fazer perguntas, mas a situação a nossa volta era crítica, e o lugar mais seguro para mim no momento era o alto da torre, então ele apenas passou o braço em minha cintura e murmurou para me segurar no momento em que já se abaixava para dar um salto humanamente impossível diretamente na superfície da maior torre de NY.

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Encima da torre encontramos Frank e Alfonso observando o caos abaixo de nós e fazendo cálculos nos computadores ao lado, eles tinham praticamente montado uma base de controle ali em cima. Frank correu para nossa direção e começou a falar e gesticular de mim para Brian, que o explicava algo, mas nada chegava a mim, era como se a gravidade me puxasse para outro lugar, e eu apenas deixei-a o fazer. Caminhei pelo terraço da torre, parando por um momento e olhando o céu, uma grande nuvem negra se formava em espiral, ouvi as armas, o rugido do Hulk, o grito de civis que não conseguiram se esconder das coisas.

Quando voltei a caminhar e parei na beirada do precipício que se formava de onde estava até o chão olhei para baixo, vi o verde de Alice, as chamas de Teddy, o estranhos chicote que EunBi estava usando, vi meus amigos, lutando contra figuras disformes negras, sorri, mamãe tinha razão, eu iria salvar todos, mas ouvi a voz na minha cabeça sussurrar: menos você.

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Quando minhas mãos se moveram, eu ainda não sabia o que estava fazendo, mas como se alguém me dissesse o que fazer, eu continuei, dessa vez sabendo exatamente como parar aqui, parar o caos que estava se instalando na Terra.

Pensei em quanto daquilo nós fazíamos existir no dia-dia, quantos brigam no trânsito todo dia? Quantos geram discórdia só para se divertir? As pessoas acham que o caos que elas geram some quando a briga acaba, mas eu e ela sabemos que não, sabemos que o caos é algo mais que um sentimento de momento, ele é poderoso e se acumula, para quando algo o libertar, ele acabar com tudo sem deixar nada para contar como foi. Era irônico como eu era o que o tinha libertado, assim como era aquilo que o iria parar, e acima de tudo: eu havia sido criada apenas para isso, para conter a própria destruição do mundo.

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Meus braços estavam abertos, ouvi Alfonso gritar com Frank e Brian, ouvi-os me mandarem sair da beirada, mas nada iria me parar agora.

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Assim como Tony comandava seu computador, eu estava comandando a paisagem apocalíptica que se desenrolava à minha frente.

Estendi as mãos para frente, e as bati contra uma parede de ar fazendo com que as figuras negras abaixo parassem e girei as mãos para cima, as mandando para a espiral negra acima de nos. Alice, Teddy, EunBi, todos os Avengers, olhavam para cima sem entender o que acabara de acontecer. Teddy e Tony foram os primeiros a chegar encima da torre, os outros demoraram algum tempo.

Sorri quando vi Tony, ele gritou que eu descesse da beirada imediatamente, pois não sabia o quanto iria ficar ruim, mas ele sabia, no fundo sabia. Quando neguei com a cabeça ele tentou chegar perto de mim, mas, de onde quer que tenha vindo um campo de força havia se formado ao meu redor. Todos, menos você. A ordem era clara, ninguém podia correr riscos ali, apenas eu.

— Ariza! – EunBi e Alice gritaram, quando conseguiram chegar ao topo da torre, olhei para ela e as lágrimas que escorreram dos meus olhos as fizeram chorar também.

— Adeus. – murmurei para elas.

Elas negaram, EunBi começou a chorar ainda mais, enquanto Alice andou em minha direção e lançou um cipó em mim na intenção de me agarrar com ele, mas foi inútil, apenas serviu para eu perceber que tinha que ser rápida.

Abri as mãos novamente a minha frente, e as puxei fechando os punhos para mim novamente, e isso foi o fim. A nuvem negra desceu em um espiral fino na minha direção. Houve tentativas de pará-la, mas o único alvo da coisa era eu.

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Quando a espiral negra me atingiu, foi como uma onda gelada, entrando no meu peito, mas não saindo, sendo absorvido. Vi Teddy ao meu lado, me olhando com uma expressão que não consigo explicar, raiava, desgosto, surpresa, acho que tudo estava ali; com as mãos em chamas ele bateu contra o campo de força, o forçando até onde podia, eu sorri.

A espiral negra começou a chegar ao fim, e os esforços de Teddy pararam quando eu balancei a cabeça.

— “Não.” – falei sem som – “Adeus Teddy. Desculpe.”

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Não sei exatamente se um buraco negro pode ser sugado por ele mesmo, mas se ele não puder, os cientistas podem querer investigar o que aconteceu quando a espiral negra acabou, pois acho que é exatamente isso que está acontecendo agora, o buraco negro em meu peito, esta me puxando, e a atração é tão forte, que a única coisa que posso fazer é sorri, antes de partir pra o fim. Não posso dizer adeus a todos, mas posso dar a eles um último sorriso. Tony, Alice, EunBi... Faur, Frank, Brian, Teddy... Pepper, Selma, Cassie... Todos, ao menos todos estarão bem.