Maldição | Amor Imortal 03 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Fériaaas O/



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Gaia estava fugindo da mansão de Dimitrius e naquele momento ela se sentia novamente como uma deliquente mesmo que tivesse a intenção de voltar depois de dar um passeio pela floresta daquela dimensão. E como a imortal sabia que o arcanjo da humanidade odiava acordar tão cedo, ela aproveitou o momento em que o sol nem havia surgido no céu para sair escondida e não ser notada.

A imortal precisava ficar distante do anjo por algumas horas ou ela enlouqueceria dentro do seu quarto imaginando quando ele apareceria diante dela.

Gaia estava se torturando com as tantas perguntas que surgiram em sua mente por causa do beijo que ocorreu entre eles. E o pior era que ela nem ao menos sabia o que pensar sobre isso.

Dimitrius havia a beijado.

E a imortal tinha gostado.

Era evidente que Gaia não deveria ter gostado, mesmo que fosse um grande passo no relacionamento deles, ela não devia ter gostado tanto.

Naquele momento a filha dos elementos deveria estar tendo um ataque de panico que provavelmente a levaria para a inconsciencia, não ter o seu coração acelerado por pensar em Dimitrius e no que havia feito com ela.

Gaia parou de caminhar no meio da floresta e levou suas mãos em direção do seu coração para sentir as batidas fortes.

— Acalma-se.— Ela sussurrou a ele, respirando fundo para clarear todos os seus pensamentos confusos que eram inaceitáveis.

Quando a imortal conheceu Patrick, quando passou a ser sua amiga, ela sentiu coisas semelhantes ao que estava sentindo naquele exato momento. No entanto, era diferente e estava longe de ser os mesmos sentimentos que teve pelo tenente.

Ao se apaixonar por Patrick, Gaia sentiu uma enorme tranquilidade e paz e Dimitrius a fez se sentir como se estivesse em meio de uma tempestade perigosa e muito atraente.

Isso não podia ser paixão.

O futuro havia lhe falado que um deles se apaixonaria, mas o futuro também já esteve errado tantas vezes que ela nem ao menos podia enumerar.

A imortal tinha certeza que nenhum deles se apaixonaria e o que sentia naquele momento era apenas a atração pelo diferente.

Uma garota como Gaia também gostava de aventuras.

A imortal suspirou para controlar a sua frustração que apenas crescia conforme pensava em Dimitrius e naquele momento seus olhos encontraram uma pequena flor lilás que cresceu em meio dos troncos de uma enorme árvore. A planta brilhava tanto que ela podia até mesmo ser confundida com um pedaço do sol, mas a filha dos elementos era a única que podia ver aquele branco que radiava dela e ela compreendia muito bem o seu significado.

A natureza desejava lhe contar os segredos do futuro e Gaia já havia evitado esse momento por muito tempo.

A imortal desejava não possuir tal dom, pois não gostava de saber tudo o que aconteceria em seu mundo e ter que guardar segredo para não ser punida e não punir o mundo. E Gaia nem ao menos podia ignorar o futuro, pois do mesmo jeito que os anciões ficavam impacientes para saber, a natureza também ficava em contar.

Ela não tinha certeza do que aconteceria se evitasse por tanto tempo ver o futuro, mas não estava com nenhuma curiosidade em descobrir. Afinal, quando a fúria da natureza atingia a todos, apenas a morte ocorria.

Gaia caminhou em direção da pequena flor e se ajoelhou diante dela para sentar em seus calcanhares. Antes de tocar na planta, a imortal pediu para todas as forças naturais que existia para que não mostrasse nada relacionado a ela e Dimitrius, pois não estava preparada para lidar com a verdade depois de tê-lo beijado sem sofrer um ataque de pânico.

A filha dos elementos moveu sua mão até que seus dedos estivessem tocando as pétalas lilás da flor e aquele brilho imediatamente invadiu sua mente para se transformar em imagens que mudavam em apenas segundos.

Eram imagens e sons rápidos, borrões de cores que coloriam o futuro, mas não eram rápidos o suficiente para que Gaia não notasse a destruição que estava se aproximando deles.

A imortal afastou sua mão da pequena flor quando sua mente chegou ao seu limite do quanto podia suportar por saber demais. Uma única lágrima começou a escorrer em seu rosto por causa das maldades que existiam no futuro e essa lágrima era uma demonstração de lamento pelo o que o mundo teria que passar.

Ela limpou sua lágrima e respirou fundo, tentando esquecer toda a destruição que existia no futuro.

Gaia estava se sentindo zonza e por esse motivo se manteve sentada por mais alguns minutos antes de se levantar para continuar a caminhar na floresta. Quando ficou de pé, ela percebeu que estava tremendo e se odiou por ser tão fraca.

A imortal havia pedido para a pouparem sobre Dimitrius, mas o que ela havia visto era muito pior do que um relacionamento em que apenas um amava.

O som da floresta em movimentação invadiu o silêncio ao redor de Gaia e foi o suficiente para que ela soubesse que alguém estava se aproximando dela e o que precisava para distrair seus pensamentos. Por um momento a imortal acreditou que poderia ser o arcanjo da humanidade a procurando, mas quando a pessoa que causou barulho pela aproximação surgiu diante dos seus olhos, pela primeira, Gaia desejou ouvir os conselhos do seu novo marido sobre não sair sozinha.

Argent estava parado à alguns metros da imortal e um sorriso perverso surgiu em seus lábios enquanto a observava. A mente dela ficou em branco quando o viu e naquele instante nem mesmo o futuro parecia tão assustador quanto encontrar aquele homem que a atormentava tanto.

Gaia deu um passo para trás por puro instinto, pois enquanto o seu cérebro gritava para que corresse, o seu corpo estava tendo sérias dificuldades para obedecer os seus comandos.

— Veja que sorte eu tenho.— O anjo falou.— Estava me perguntando quando voltaria a encontrar meu brinquedo favorito.—
— Me deixe em paz, Argent.— Ela tentou falar bravamente, mas o medo estava a consumindo apenas por imaginar o que se passava na mente desse homem.
— Ou o quê?— Seu tom foi irônico.— Irá contar para o seu marido nossas brincadeiras?—
— Eu poderia.—
— Não perca seu tempo, querida. Você sabe que eles nunca acreditam em suas palavras.—

Gaia sentiu suas palavras a atingirem como lanças bem afiadas e desejou não demonstrar essa reação para Argent. Mas ele sabia melhor do que ninguém que era verdade.

Quando Gaia acusou Gregory pelas maldades que tentava fazer a ela, nenhum dos arcanjos tomaram atitudes, nenhum deles acreditaram nela. E o resultado foi ser entregue de presente para o imperador com a intenção de selar a paz entre irmãos.

E a imortal sabia, que se ela falasse para os atuais arcanjos tudo o que Diane fazia, eles jamais teriam acreditado.

A família sempre vinha em primeiro lugar.

Não importava a geração.

E Argent fazia parte dessa família.

— Vá embora.— Gaia falou em um tom baixo, mas nunca ameaçadora como desejava.
— Não se preocupe, querida, eu não a tocarei hoje.— Argent disse de forma fria.— Não do modo como está pensando.—

A imortal o encarou e se deu conta do que poderia acontecer se continuasse ali.

Argent não precisava querer estuprá-la para fazer maldade. Existiam diversas coisas que ele podia fazer que iriam machucá-la e ela era ciente disso.

Gaia deu as costas para ele e começou a correr para se ocultar dentro da floresta em que eles estavam desde que não podia usar os seus poderes para se livrar dele, mas Argent já estava próximo demais para que conseguisse se esconder.

Mãos fortes a agarraram por seus braços como se existissem agulhas em cada dedo que tocou a manga do seu vestido. E antes que Gaia pudesse tentar fugir novamente o anjo a jogou no chão com força o suficiente para que a fizesse gemer quando seu corpo encontrou o solo.

— Eu estava pensando nos jogos brincariamos hoje,— Ele sorriu, seus olhos estavam cheios de maldades.— mas acabo de perceber que preciso descontar minhas frustrações em alguém.—

A imortal tentou se afastar, mesmo que tivesse perdido o seu equilibrio e sentisse dor em um dos seus braços por culpa da queda, mas no momento em que Gaia se movimentou, ela apenas despertou a ira de Argent.

O anjo se aproximou dela como um flash e a chutou em seu estomôgo sem nenhuma piedade. Gaia desejou gritar quando a dor a atingiu, mas ela sabia que isso apenas piorava.

Seus gritos sempre o deixava mais divertido.

Um segundo golpe acertou o seu corpo, em seguida veio o terceiro e logo a filha dos elementos já não podia contar por serem demasiados golpes.


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