Ore no Goshujin-sama escrita por Assa-chan


Capítulo 19
Decisão


Notas iniciais do capítulo

Música: Halo - Beyoncé



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(Sakura's POV)

Espirrei, e logo me encolhi entre as cobertas. Estava assistindo televisão no sofá da sala, enterrada nas cobertas. Depois de ter passado quase uma hora debaixo da chuva aquela tarde, eu fiquei com um pouco de febre e Syaoran me levou até a enfermaria. Logo depois me acompanhou até em casa. Minha temperatura não era muito alta - o ápice chegou a 37.8 -, mas em compensação todo meu corpo doía, os pés especialmente.

Nada foi dito. Palavras eram desnecessárias. Syaoran me apertou tanto que eu deveria ter as marcas de suas mãos nas costas e braços. Machucava, mas creio que muito provavelmente tenha sido proposital. Ele queria que eu percebesse sua presença, que eu sentisse que ele estava ali, como sempre esteve, aliás.

Fechei os olhos enquanto escutava a sigla de algum anime que estava por começar. Que horas eram? Já tinha perdido a conexão do tempo. Era de noite, isso eu podia afirmar graças à lua crescente que pairava tranquila no céu noturno pro lado de fora da janela entreaberta. Logo esta se tornaria cheia. Um vento frio atravessou a janela, e me senti estremecer. Eu tinha mais um dia antes de ver Syaoran novamente. Abracei meus joelhos. O que eu lhe diria?

Desde o beijo, eu já tinha percebido seus sentimentos... No entanto, ouvir tais palavras saírem de sua boca surtiu um efeito igualmente forte. Meu coração disparou como não acontecia há muito tempo. Yukito me passou pela mente, mas eu não queria continuar presa ao passado para sempre.

Pensando nisso agora, minha reação durante o festival foi infantil. Eu o perdi. Ou melhor, nunca o tive. Mas ele sabe sobre meus sentimentos... Então por que foi até minha classe com Touya? Quanto mais estaria disposto a me humilhar?

O Li prometeu que me faria esquecer tudo sobre Tsukishiro. E eu não duvidava, pois quando estou com ele, tudo à minha volta perde importância.

Mas eu não queria confundir afeição com amor.


Remember those walls I built?
(Lembra-se daquelas paredes que eu ergui?)
Well, baby they're tumbling down
(Bem, baby, elas estão desmoronando)
And they didn't even put up a fight
(E elas nem resistiram à queda,)
They didn't even make up a sound
(E a queda nem sequer foi barulhenta)


Segunda-feira.

Eu estava hesitante ao abrir a porta quando a campainha tocou. Desde sábado não dormia bem. Eu precisava encontrar uma resposta. Eu devia isto a ele, e sabia muito bem que ele iria esperar, até mesmo em eterno, se precisasse.

Apertei a maçaneta com calma, puxando a entrada e revelando um rapaz alto e escorado na parede para o lado de fora. Atrás dele a única lembraça da chuva se resumia a algumas poças de água no jardim. Não sabia se deveria me preocupar ou me sentir aliviada por ele estar sozinho.

- B-Bom dia. - gaguejei, sem querer. Me reprimi por isto, mas ele deu um meio sorriso, pegando a bolsa que tinha jogado no chão e desapoiando-se da parede.

- Bom dia. - sussurrou. - Vamos? - eu assenti, fechando a porta.

A viagem de trem foi calma. As pessoas à nossa volta conversavam constantemente, portanto não me senti obrigada a dizer-lhe algo. Escorados perto da porta do trem, eu podia ver o reflexo de Syaoran no vidro da mesma. Ele parecia pensativo. Me perguntei quais poderiam ser os assuntos que passavam por sua mente, e se eu era um deles.

Antes de ter minhas perguntas respondidas, chegamos à nossa estação e tivemos que sair.

No caminho até a escola, eu percebi algo que já deveria ter se tornado um hábito: dificilmente eu e Syaoran caminhávamos na mesma velocidade. Eu sempre me encontrava um passo a frente ou um atrás dele. Qual era o meu problema...?

- Ei, Syaoran. - sussurrei, olhando-o de esgueira.

- Sim? - respondeu, ainda prestando atenção na estrada à sua frente.

- Quando for primavera e estiver mais quente... - eu me encolhi em minha jaqueta, apesar do frio ser razoável. - Você me ensinaria a andar de bicicleta?

Ele parou de andar, e eu percebi um pouco depois, parando também e voltando-me para olhá-lo. Seu semblante parecia divertido e confuso ao mesmo tempo.

- Por que isso agora? - indagou, arqueando uma sobrancelha.

- Acho vergonhoso uma garota de quase 16 anos não saber fazer isso, só. - eu voltei a caminhar, esperando que aquela desculpa tivesse sido o bastante. - E me ensine a cozinhar, também. - completei, sabendo que esta seria a coisa mais estranha que eu poderia dizer. - Cansei da sua comida.

A verdade é que eu queria começar a andar sempre ao seu lado, sem depender ou qualquer outro tipo de víncolo estranho que veio a se formar por esses anos.

Eu simplesmente desejava poder acompanhar seu passo, para que pudéssemos finalmente estar juntos.

I haven't found a way to let you in yet
(Ainda não encontrei uma maneira de te deixar entrar)
But I never really had a doubt
(Mas eu realmente nunca tive dúvida)


Eu estava na sala do conselho escutando os comentários sobre o festival. Temos somente 12 classes em toda a escola, portanto não estávamos desconfortáveis e haviam assentos para todos.

Naquele dia iriam discutir quais foram os pontos fortes e fracos das atrações, e o que deveria ser mudado nos próximos anos.

- Passamos à classe 3-B. - o presidente dizia, pegando alguns formulários em mãos. Durante o festival era possível votar na classe que mais te agradou e dizer o que não ia bem sobre as outras. - Esta foi a classe com mais reclamações. A casa mal-assombrada de vocês estava somente "Mal", sem o "assombrada". A maioria das criticas apontaram que esta atração não teve graça e que era inapropriada para o dia. Algo a dizer, representante?

Yamazaki, o representante de tal classe, levantou-se. Tinha cabelos bem curtos e olhos estreitos, mas seu corpo parecia ter passado por anos de treinamentos antes de ganhar aqueles músculos. Não à toa roubou o cargo de capitão do time de basquete das mãos de Syaoran.

- Bem, acontece que na antiga Prússia havia uma lenda sobre o dia de São Valentin. - eludiu o rapaz. - Diziam que nesta data os espiritos das esposas passadas vinham te buscar se você não estivesse fazendo sua mulher feliz, então eu quis recriar algo do tipo, e deu nisso. - completou, com um sorriso que eu não saberia dizer se era zombeteiro ou sincero.

- Não invente essas histórias, Yamazaki-san. - alguém disse, e todos riram. Menos eu. Não tinha entendido a graça.

- Mudando de assunto... - o presidente se conteve e mudou seu riso para uma expressão séria, ajeitando os óculos e olhando uma folha sobre sua mesa. - As fotos do festival estarão expostas na biblioteca depois de amanhã. Digam aos seus colegas que basta dizer o número da foto que querem, e até o começo  da próxima semana todas serão reveladas. - ele folheou outros papéis, parecendo encontrar algo que precisava. - Sem comentários? - demandou, e a sala permaneceu inérte. - Pois bem. - suspirou. - Agora irei dar a classificação das classes.

Arregalei ligeiramente os olhos, percebendo que finalmente tinham chegado ao assunto que me interessava. Eu queria estar ao menos entre as três melhores classes, assim teria alguma credencial para as eleições do conselho estudantil em Maio. Eu seria uma segundo anista, e estaria dentro dos padrões para participar como candidata a presidente.

- Em terceiro lugar, temos a classe 2-C, com seu clube de anfitriões. - declarou o presidente, e uma garota loira levantou-se, indo até perto de sua mesa. - Fizeram um ótimo trabalho. - ele sorriu. - Não ganharam somente porque os casais eram muitos.

- Nem esperava tanto! - respondeu ela, com um semblante despreocupado.

- O terceiro prêmio é quatro fotos grátis do festival para cada aluno. - a menina voltou a se sentar, carregando consigo uma folha de papel dada-lhe pelo presidente. - O segundo prêmio é uma excursão extra ao zoológico. - disse, pegando outro papel. - Vai à classe 3-A. - a mesma coisa de antes se repetiu, e eu me sentia nervosa.

Nunca fui uma pessoa muito confiante apesar das aparências, e o mais preocupante é que dificilmente uma classe do primeiro ano conseguia ganhar competições do gênero.

- 1-A. - eu levantei os olhos, fitando o presidente. - Parabéns pelo primeiro lugar. - eu não podia acreditar. Levantei, recebendo os aplausos dos demais componentes do conselho e dos vários representantes. - Ganharam uma viagem extra de dois dias às fontes termais esse final de semana. Todos gostaram da idéia de princesa e escravo em contraste com a imposição de uma loja de chocolates com um ar medieval. - ele me entregou um papel com escrito "Melhor atração do festival de inverno da escola Tsubasa".

- Os comentários nos formulários eram divertidos. - a secretária do conselho comentou, pegando alguns de tais formulários em mãos. - Escute esse, Kinomoto-san: "Eu acho aquele casal perfeito. Tive uma impressão avassaladora sobre eles. Era como se ele fosse o sol e ela a lua. Estavam em completa sintonia."

Voltei a me sentar, ainda pensarosa sobre o que foi lido. Eu me surpreendi com aquelas sentenças. Seria este mesmo o sentimentos que transmitimos aos outros? O sol e a lua? Entretanto, pensando bem... Eu sempre senti um calor quase angelical em Syaoran. Todas as vezes em que o toco, percebo algo de especial nele. Quando chorei em seus braços, um conforto incrível invadiu meu corpo. O que exatamente isso poderia ser?

Hit me like a ray of sun
(Me atinge como um raio de sol)
Burning through my darkest night
(A queimar através da minha escura noite)


- E isso é tudo. - eu terminei de explicar o que foi dito na conferência, voltando a me sentar. Todos estavam alegres e felizes com o resultado de nossos esforços, obviamente com razão. Eu desviei os olhos até Syaoran que estava ao meu lado, e me surpreendi ao perceber que ele também estava me olhando. Virei imediatamente o rosto, sentindo as faces corarem. Que sentimento era aquele?

You're the only one that I want
(Você é o que eu desejo.)
Think I'm addicted to your light
(Acho que estou viciando na sua luz)


- Uma viagem às fontes termais. - Syaoran comentou, sorrindo. - Não vejo a hora! - completou, pegando um rolinho primavera em mãos.

Estávamos almoçando na cantina, como de costume. No entanto, Meiling não estava ali, novamente. Naquele dia parecia ter faltado, mas não me vi na posição de perguntar ao Li o motivo. Eu sabia que eles viviam juntos - o que de certa forma me irritava -, mas se ele não estava estranho, acho que não havia nada com o que se preocupar.

- Não fique tão animado, acho que não vai ser nada de mais... E daqui dez dias começam os exames finais. Isso é tão irresponsável!

- Quer estudar antes da viagem? - ele proprôs.

- Bem... Quinta meu irmão vai trabalhar até tarde e meu pai vai dar uma palestra em Tóquio, deve voltar só sábado. Quer ir lá em casa?

Vi suas pupilas se dilatarem, e percebi o quão suspeito foi dizer aquilo depois da declaração. Nós dois fingíamos não nos importar com aquelas palavras ditas debaixo de um mar de gotas, mas elas ainda estavam ali, frescas em nossas mentes.

- Sakura... Você sabe sobre meus sentimentos. - ele apoiou os hashis sobre a mesa, e seu semblante tomou um aspecto sério. - Não estou pedindo uma resposta ou tentando te apressar. Mas, pra mim... É complicado ficar a sós contigo. Meu coração acelera, e eu sinto vontade de te tocar. Pegar na sua mão, te abraçar. Se me diz algo do gênero, tem que estar consciente que eu não sei por quanto tempo irei me controlar.

- Não diga este tipo de coisa na escola. - eu virei o rosto, escondendo o vermelho que este deveria possuir.

- Você ainda o ama?

Aquela pergunta me pegou desprevenida. Eu voltei a fita-lo, e encontrei uma imagem diferente do "Syaoran Li" que eu conhecia. Não havia muito brilho em seus olhos. Sua boca estava completamente reta e seu cenho liso. Não era zombeteiro, nem rabujento. Talvez fosse desilusão ou sofrimento, mas eu não soube distinguir.

E a resposta acabou por ficar em suspenso.

Eu ainda amava Yukito? Dizer que sim seria uma mentira, mas acredito que uma negação daria no mesmo. Eu já não pensava nele como antes, mas vê-lo com Touya ainda machucava, e muito. E aquela maldita foto ainda estava lá, em um porta-retrato sobre minha escrivaninha. Eu, tantas vezes, me esquecia de olhá-la, mas a fotografia não iria desaparecer de um dia para o outro.

Assim como os sentimentos.

Não há algo que me impeça de estar com Syaoran. Não é como se eu o amasse, entretanto sentimentos amorosos existem. Os ignorei, mas estão ali. Sempre estiveram, esperando que eu abrisse a pequena caixa de pandora.

Olhei suas costas se afastarem à tarde, enquanto ele rumava para a quadra para seu treino de basquete. Aquela viagem seria algo que poderia nos juntar ou separar eternamente.

E eu estava cônscia que tudo dependia de uma minha decisão.


I swore I'd never fall again
(Eu jurei que nunca iria cair novamente)
But this don't even feel like falling
(Mas eu nem me sinto como se estivesse por acontecer)


Quinta-feira, 5 da tarde. Nunca pensei que seria tão frustrante assim esperar por alguém que eu não sabia se iria chegar. Eu estava no meu quarto. Tinha arrumado tudo, mas quando cheguei à minha escrivaninha, não me senti capaz de esconder o porta-retrato, e decidi que se Syaoran viesse, iríamos estudar na sala.

"É complicado ficar a sós contigo. Meu coração acelera, e eu sinto vontade de te tocar. Pegar na sua mão, te abraçar."

Suas palavras subitamente invadiram minha mente, e eu me senti ruborizar. Se acontecesse, o que eu iria fazer?

Naquele instante, escutei a campainha tocar e levei um susto. Era ele, só podia ser. Da janela do meu quarto tentei confirmar, e vi que minhas suspeitas eram verdade. Desci correndo as escadas, e logo abri a porta. Usava roupas casuais, uma mochila negra e um sorriso no rosto.

- Entra. - eu resmunguei, abrindo espaço para que ele pudesse passar.

- Tadaima. - disse, tirando os sapatos e adentrando o corredor.

- Não é a sua casa! - eu berrei, me irritando. Ouvi somente um risinho em resposta. Suspirei, esboçando um sorriso. Com o que é que eu estava preocupada, mesmo?

Essa era a coisa que Syaoran sabia fazer melhor, afinal: dissipar todas as minhas dúvidas e dilemas em um segundo.

O alcancei na sala. Ele estava sentado no chão de frente para a mesinha de centro. Já tinha até mesmo começado a tirar os livros de dentro de sua mochila. Me acomodei de frente para ele, já tinha organizado meus materiais ali há algum tempo. Abri o livro de química, e ele fez o mesmo.

- Sakura... - sussurrou, tirando minha atenção das formulas que tinha que decorar. - Depois, você vai ter que ficar sozinha até tarde, certo?

- Sim... Por que?

- Então depois lhe ensinarei a fazer um omelete. - ele sorriu, sem esperar respostas, logo voltando a se concentrar. Então, de fato, ele estava disposto a me fazer andar na sua mesma velocidade. Abaixei a cabeça, fingindo fazer o mesmo que ele. Entretanto, era difícil controlar a respiração e o batimento cardíaco. Percebi que nos últimos tempos, qualquer coisa que ele fizesse ou dissesse acabava por martelar minha cabeça por horas e horas. Definitivamente tudo passou a ser relacionado a ele de alguma maneira.

E a imagem de Yukito... Parecia se afastar cada segundo mais, apesar de ainda existir.

It's like I've been awakened
(É como se eu tivesse sido despertada)
Every rule I had you breaking
(Tantas regras eu tive que quebrar)
It's the risk that I'm taking
(É grande o risco que estou correndo)
I ain't never gonna shut you out
(Eu nunca vou te deixar de lado)


- Sakura, cuidado! - ele exclamou. - Não pode ligar o fogo tão alto, e nem é a hora pra isso!

Eram quase nove da noite, e Syaoran estava tentando me ensinar algo sobre culinária, no entanto eu não era o que se pode definir uma 'boa aluna'.

- Faça você então, sensei. - eu desliguei o fogo e cruzei os braços, forçando um semblante emburrado.

- Deixe de ser criança, Sakurinha. - ele suspirou, afagando levemente minha cabeça.

- Sakurinha é a mãe! - exclamei, afastando sua mão.

- Está mostrando as garras, é...? - demandou, usando um tom zombeteiro.

- Ah. Fique quieto ai antes que me aborreça o bastante para não te dar o presente!

- Presente? - ele repetiu. Ignorei tal pergunta, e fui até a geladeira, de onde tirei um bombom caseiro.

- Isso... - eu me aproximei, estendendo-lhe o chocolate. - É pra você. - Li me olhou assustado, e rapidamente pegou o bombom dos meus dedos.

- Qual o signifi...

Eu não deixei que ele terminasse, apoiando o dedo indicador sobre seus lábios, apesar de ter ficado em ponta de pés para fazê-lo.

- Feliz São Valentin atrasado. - senti como se todo o sangue do meu corpo estivesse em meu rosto. Nunca imaginei que dizer aquilo poderia ser tão vergonhoso.

Syaoran também ruborizou, e para esconder sua reação virou-se imediatamente, indo pegar algo dentro de uma gaveta.

- Obrigado. - ele sussurrou, e eu sorri. Me perguntei por qual motivo eu não aceitava sua proposta, mas nada me veio em mente. Talvez eu simplesmente não quisesse machuca-lo, pois ainda me sentia incerta sobre meus sentimentos.

- Sakura, corte o alho-poró. - Li disse após alguns instantes, mostrando-me uma faca e o vegetal. Parecia mais calmo. Eu assenti, obedecendo-o segundos depois.

- Ai. - murmurei. Eu tinha cortado o dedo.

- Está tudo bem? - ele logo indagou, parando de mexer os ovos.

- Sim... É só um cortezinho. - eu respondi, indo pegar um papel toalha para parar o sangramento.

- Onde tem algum band-aid?

- No meu quarto... Na primeira gaveta da escrivaninha.

- Já volto. - Syaoran avisou, largando o avental e correndo para as escadas. Me senti feliz por ele se preocupar tanto assim comigo. Fui até a porta da cozinha, esperando por ele.

Instantes depois ouvi passos apressados descendo as escadas. Me espantei por ele ter sido tão rápido. Mas o que eu vi passar por mim sem nem ao menos me olhar foi uma pessoa irritada. O segui com o olhar... Qual era o problema?

A foto!

Ele tinha visto a foto... Mas como sou idiota! Corri atrás dele, sem me preocupar com minha ferida. Ele já estava no jardim quando o alcancei. Puxei sua camisa, fazendo-o parar.

- O que eu esperava, afinal?! - sua voz estava rouca e imperativa. Nunca o tinha visto tão irritado. - Que você, só porque vivo te seguindo e fazendo tudo para ser notado, esquecesse o Yukito? Sou mesmo um iludido! Mas a culpa é sua, Sakura! - Ele virou-se para mim. O semblante oscilava entre a raiva e a frustração. - Você continua aumentando minhas expectativas e esperanças, mesmo sabendo que não quer ficar comigo. Acha divertido me ver rastejando por você? Sempre soube que não passava de uma sádica!

- Me escute, Syaoran! - eu gritei, e ele se calou. Soltei sua blusa ao ver que ele não voltaria a fugir. - Eu... Encomendei a nossa foto do festival. Quando ela chegar... Eu irei substituir com aquela que está no meu quarto.

- Isso... Quer dizer que...?

- Syaoran. - eu fitei o olhar âmbar, decidida. Eu finalmente   tinha escolhido. - Deixe-me ser sua namorada.

Ele arregalou os olhos, então me puxou para um abraço. Ah, o calor, seu cheiro...

- Eu prometo que nunca vai se arrepender por isto. - ele sussurrou em meu ouvido, e eu enlacei meus braços em volta dele, esperando que suas palavras se tornassem verdade. Por que, desde o começo, aquilo era tudo o que eu mais precisava.

Everywhere I'm looking now
(Em Todo lugar que estou olhando agora)
I'm surrounded by your embrace
(Você me cerca com o seu abraço)


Não é como se eu não tivesse nenhuma dúvida. E eu também não tenho certeza se essas dúvidas irão embora algum dia.

Entretanto, existe algo chamado "esperança" que ultrapassa todas as minhas incertezas. Ver o rosto do Li corando de felicidade me faz pensar que a minha escolha não poderia ter  sido melhor. Eu realmente quero acreditar que Syaoran e eu podemos dar certo.

Porque eu também desejo ser feliz.

You're everything I need and more
(Você é tudo que eu ìpreciso e mais,)
It's written all over your face
(Isso está escrito em todo o teu rosto)
Baby I can feel your halo
(Baby, eu posso sentir a sua Aureóla)
Pray it won't fade away
(Rezo para que ela não desapareça.)


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Notas finais do capítulo

Deus, a primeira parte desse capitulo foi extenuante de se escrever. -_- *empacou milhares de vezes.*
Mas eu gostei. Finalmente, né? XD
A música foi colocada depois. Eu escutei ela quando estava escrevendo a última parte, então decidi fazer um songfic. Acho que o ultimo capitulo também vai ser, mas ainda tenho que decidir.
Sinto muito dizer mas agora faltam somente dois capitulos. x_x
Obrigada pelas reviews! Estou respondendo, BEEM lentamente, mas estou respondendo. XD
E então, gostaram desse?