Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 9
Psicomagnetron


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! *_*

É realmente muito bom ter uma folga para atualizar as fics, vocês não imaginam como eu estava sentindo falta disso!

Enfim, aqui está mais um capítulo, espero que vocês curtam, e qualquer dúvida, é só perguntar! Muito Obrigada pela paciência!

#BoaLeitura! :)



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O enorme galpão metálico parecia vibrar ao som dos corpos que se digladiavam. Uma gigantesca base de treinamento estava localizada bem no meio daquela cidade, há algumas quadras de um enorme campo de futebol. Skye caminhava lentamente e permitiu-se alguns segundos de êxtase ao adentrar o Complexo.

– Uau...

– Bacana, não? – Jéssica surgia numa parede detrás de Skye. – Foi recém construído. Está novinho em folha.

– Percebi – a garota caminhava boquiaberta enquanto observava os equipamentos e a estrutura do local – Mas então… Qual é a daqueles garotos?

– Os poderes?

– É.

– Bem, vejamos – Drew tirou a sua máscara e pegou uma das toalhas que estavam disponíveis num armário próximo dali. – A garota foi a última que achamos antes de você se juntar a nós. Samantha. Ela emite essas descargas elétricas pelas mãos. – Jessica apontava para a garota que estava praticando velocidade e precisão ao acertar alvos metálicos com seus raios. – Quando Carol a encontrou, ela tinha acabado de transformar um homem em carvão.

– Nossa – Skye arregalou os olhos, tentando imaginar a cena. – Não deve ter sido a melhor visão do mundo.

– Pois é. Estamos trabalhando em um codinome para ela ainda.

– Codinome? – Skye sorriu espantada para ela. – E vocês tem isso aqui?

– Claro que temos! Eu e Carol nos divertimos à beça dando nomes a esses monstrinhos.

– Eu sou boa com apelidos. Quem sabe eu possa inventar o codinome dela?

– Seria uma ótima ideia, Skye.

As duas sorriam descontraídas, agora sentadas em um dos bancos do complexo. Carol estava mais na frente, treinando o garoto com asas.

– E aquele ali, quem é?

– Adam Cross. E as asas de anjo combinam perfeitamente com o temperamento dele. É tão pacífico que chega a dar dó quando o Mark começa a encrencar com ele.

– E ele… Pode voar?

– Essa é a ideia. Mas ele ainda não aprendeu a calibrar a coisa. Semana passada ele voou por uns dez segundos e caiu sobre o piso. Daquela altura. – Jessica apontou para o terceiro andar da instalação. – Teria sido um desastre se Mark não tivesse transformado o chão em uma cama macia para ele.

– Ah, quer dizer que o encrenqueiro não é tão ruim quanto parece?

– Então, foi um espanto para nós também. – Jessica sorriu, ao ver Carol segurando as asas de Adam enquanto ele tentava manter o equilíbrio. – O garoto tem uma parada meio artística, eu acho. Até onde sabemos, ele consegue alterar a propriedade dos materiais. Depois desse episódio quase trágico do Adam, Danvers passou dias zoando o Mark, dizendo que ele tinha um coração mole no fim das contas.

– É, ele parece bom em modelar coisas. – Skye acenou com a cabeça para Mark, que tentava a todo custo alterar uma peça de vibranium.

– É, e ele vai passar dias tentando fazer pelo menos um arranhão nisso.

– Por que? Esse metal é tão forte assim? Você acabou de dizer que ele transformou o chão em massinha para amaciar a queda do Adam…

Esse metal – ela deu uma pausa para enfatizar. – É nada mais nada menos do que o material usado no escudo do Capitão América, querida. Vibranium.

– O-kay – Skye levantou os braços em inocência, agora com os olhos brilhando ao encarar o metal à sua frente – Por que não avisa ao garoto?

– E perder toda a diversão? Nunquinha!

– A Jessica já está tagarelando de novo? – Carol surgiu no meio das duas, enquanto Adam descansava sentado no tapete emborrachado. – Ela meio que tem uma matraca no lugar da boca. Acho que veio no pacote dessa coisa toda de aranha.

– Ha-ha-ha. – Drew deu uma risada irônica e Carol pegou uma toalhinha do armário. – Algum progresso com o Asas de Anjo?

– Pouco. O guri tem um medo danado de altura.

– Nossa.

– Que ironia.

– Pois é, meninas. Eu já tentei convencê-lo, voei com ele diversas vezes, mas sempre que eu o soltava ele perdia o controle e se desesperava, e eu tinha que salvá-lo. E aquele episódio em que ele tentou voar sozinho e caiu do terceiro andar… Sorte nossa que o Mãos de Massinha estava brincando lá embaixo e viu a queda a tempo. Eu e Jessica tínhamos ido comprar comida e eles deviam estar descansando, mas Adam quis bancar o durão.

– Então, desde esse dia, nós revezamos entre quem vai comprar a comida e quem vai ficar de babá aqui.

– Capitã Danvers… Meu uniforme. De novo.

As três mulheres viraram-se na direção do garoto que surgiu atrás delas. Ele tinha o cabelo espetado e alguns buracos chamuscados em seu uniforme azul-marinho.

– Vá até o setor de reparos, Cole. Eles farão um relatório reprovando seu uniforme.

– Sinto muito, acabou esquentando demais...

– Relaxa, guri. Eles encontrarão um modelo mais resistente à sua temperatura.

Cole saiu da ala de treinamento, enquanto Mark zoava com a fumaça que saía de seu uniforme.

– Isso tudo é muito insano. – Skye virou-se para Carol e Jessica, um tanto atordoada. – Digo, num dia eles são pessoas normais e no outro… Estão fazendo tudo tremer ao seu redor.

Skye abaixou a cabeça e olhou para si mesma. Sabia que não entendia nem metade do seu dom e que, provavelmente, aqueles garotos estavam muito melhor encaminhados do que ela própria. A quem queria enganar? Skye não compreendia o que era, nem o que se tornaria dali em diante e parecia que a missão recebida por Fury não incluía o item: “conhecer suas origens.”

– Você vai achar uma forma de compreender isso tudo, Skye. – Carol a olhou compassiva, como se tivesse lido sua mente. – Nenhuma de nós conseguiu se adaptar rapidamente a mudanças tão bruscas. Quando o Psicomagnetron mudou minha biologia, aliando o DNA de Mar-vell ao meu… Não foi exatamente a melhor coisa do mundo. Eu desejei ser forte o suficiente para ser algo bom para o mundo e canalizei minhas energias para conseguir isso. Você deveria fazer o mesmo.

Skye sorriu fracamente e respirou fundo. Naquele momento, teria de engolir todas as suas dúvidas e preocupações. Suas origens. Tudo aquilo ficaria em segundo plano até que concluísse sua missão. Canalizaria suas energias para ser quem precisasse ser e salvar a S.H.I.E.L.D e o mundo da destruição.

– Eu farei isso, Capitã. – Skye sorriu para as duas e apontou para o celular – Preciso atender essa ligação. Só um momento.

Ela afastou-se de suas novas companheiras e dirigiu-se até o banheiro. Apoiou uma das mãos na parede e se encarou no espelho, tentando reconhecer a garota que imitava todos os seus mínimos movimentos do outro lado. Pressionou o botão verde e calou-se, apenas esperando instruções.

– Descobrimos a localização do mecanismo de destruição, Skye.

– Stark está mesmo por trás disso?

– Do mecanismo, não. Na verdade, Stark ainda não sabe nada sobre ele.

– Devo dar início agora?

– Ainda não. Hill me passou as especificações de uma segunda agente para compor sua equipe. E, a propósito, Maria não está nada otimista com relação a você e essa missão.

– Com todo respeito, senhor, não vejo como essa informação possa ter sido útil para mim nesse momento.

– Isso é só para você entender a gravidade da missão. Prove a Hill que ela está errada em relação a você.

– Entendido, senhor. Quando chegará o meu reforço tático?

– Bem, eu não diria tático… Mas tenho certeza de que vocês se darão muito bem. Você será avisada quando conseguirmos extraí-la sem suspeitas da sua amada equipe.

– Da minha equipe?

– Sem mais perguntas, Skye – Fury a interrompeu antes que surgissem mais questionamentos. – Ward e a Agente 33. Onde estão?

– Em uma cela reforçada aqui no Complexo. Carol disse que estão sendo vigiados por um dos meninos com poderes.

– Ótimo. E o objeto? Já encontrou?

– Não ainda. E provavelmente não está aqui no Complexo. Precisarei de mais algum tempo no apartamento de Danvers. Tem certeza de que é mesmo necessário. – Skye parecia relutante com relação a isso.

– Se um fragmento de psicomagnetron não puder parar aquela joça Kree, o que mais você sugere que usemos? Um pé de cabra? – ele deu uma pausa, notando o receio dela do outro lado da linha. – Olhe, agente Skye... Nós estamos tentando parar um evento de repercussão global, arriscando começar uma guerra das brabas, então eu diria que não temos muito tempo para discutir sobre integridade e moral, aqui. Siga com o plano. Encontre o fragmento. Carol o mantém bem guardado em algum lugar. Não prossiga sem o psicomagnetron em mãos.

– Entendido, senhor. Hoje mesmo darei início às buscas.

– Você está fazendo a coisa certa, Skye. E algum dia será muito bem recompensada por isso.

– Estarei satisfeita se eu apenas conseguir parar aquela maldita máquina.

– Até porque você sabe o que significa se não parar.

– Sei.

Skye apertou os olhos por alguns segundos antes de se encarar no espelho novamente. Não havia como voltar atrás.

– Eu e todos os da minha espécie desapareceremos da face da Terra.




(…)




– Já chega em 56 o número de ocorrências registradas em delegacias de todo o país apenas na última semana. As testemunhas afirmam que criaturas bizarras dos mais diversos tipos e formas tem invadido nossas cidades, causando danos materiais e resultando em fatalidades e graves transtornos políticos. A população continua a pressionar o governo por medidas de contenção, sendo essa uma das pautas de assembleias políticas em todo território nacional.

– Que ótimo. – Sarah desligou o monitor que transmitia o canal de notícias. – Agora estão nos chamando de “criaturas bizarras”. Muito engraçado mesmo.

– Isso não é bom para Skye. – Coulson se pronunciou no meio do grupo, encarando May com o olhar preocupado. – Simmons, como anda o processo de rastreamento? Alguma notícia de Skye?

– Não, senhor. O aparelho está pronto, mas até agora, só captou terremotos de maiores magnitudes. Onde quer que esteja, Skye está se esforçando para ficar fora dos radares. Ela deve ter encontrado uma forma de controlar seus tremores.

– E sabemos que ela é boa nisso, senhor – Fitz comentou, coçando o rosto com o olhar vago. – Ela vive para encontrar padrões e encobrir rastros. Foi assim que ela entrou para a S.H.I.E.L.D pra começo de história.

– Vamos continuar procurando, Coulson – May o olhou séria, disposta a confiar que Skye sabia o que estava fazendo – Quando ela se sentir segura o suficiente, Skye voltará. Você a conhece. Sabe que ela nunca arriscaria colocar nenhum de nós em perigo. Confie nela.

Coulson olhou desconfiado para sua equipe. Até mesmo Fitz parecia tranquilo e conformado ante o desaparecimento de Skye. Algo ali parecia não estar certo. Cheirava a armação. O ar parecia pesado pela pressão que sentiam ao esconder Skye de Coulson.

– Por que está parecendo que eu sou o único aqui preocupado com Skye? Por acaso algum de vocês sabe de algo do qual eu não fui informado ainda?

– Senhor – Jemma atreveu-se a falar – Há dias que nenhum consegue dormir direito. Estamos todos preocupados com Skye e com as revoltas que estão acontecendo com o surgimento desses superseres e, sinceramente, nenhum de nós sabe como agir diante disso. Eu sinto a falta dela todos os instantes, mas estou tentando me manter focada. Sem isso, eu desmoronaria como acontece quase todas as noites quando lembro que ela não está aqui – seus olhos começavam a lacrimejar – Então, com todo respeito, não aja como se fosse o único nesta base a sentir falta dela.

Simmons deixou a sala de monitoramento sob os olhares cuidadosos de todos os agentes. Sarah desviou os olhos de todos e sentou-se no sofá, enquanto Coulson suspirava, um tanto arrependido de ter se colocado daquela forma. Fitz seguiu atrás de Jemma e May agradeceu mentalmente à cientista por tê-la poupado de inventar uma mentira maior para Coulson. No fim das contas, Simmons sabia que May estava fazendo um esforço sobre-humano para esconder a verdade de Coulson e preferiu tomar essa responsabilidade para si. Jemma Simmons não era mais a mesma. E, naquelas circunstâncias, nem poderia.


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Notas finais do capítulo

Gente... O que vocês acham da missão? Algum palpite?

#Itsallconnected! #AgentsofSHIELD!



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