Tremor escrita por Jessyhmary


Capítulo 7
Frequência Cardíaca


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Já passa das 3h da manhã! kkk
Eu nem ia atualizar essa agora, mas eu li os comentários de vocês e acabei me inspirando e escrevi mais do que o normal! kkkk
Quero agradecer a todos e... Não tenho nada a dizer desse capítulo, rs
Espero que curtam.

#BoaLeitura! :)



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– Quanto tempo até chegarmos? – Jemma perguntava despretensiosa, observando os últimos raios de sol desaparecerem no horizonte.

– Trinta minutos.

Simmons encarava a piloto vez por outra numa tentativa inútil de identificar algum traço estranho na sua expressão. Sabia que May não a deixaria ir sozinha, a menos que tivesse uma ótima desculpa para aquilo. "O que Skye faria nessa situação?"

– Preciso ir montar meu equipamento antes de pousarmos, com licença.

May apenas assentiu e continuou com os olhos fixos na vasta imensidão que havia à sua frente. Jemma deixou o assento de co-piloto e dirigiu-se até as malas com os equipamentos. Naquele momento ela lembrava do quanto havia aprendido com Skye.

Montou os rastreadores de Fitz e as câmeras de vigilância interna. Checou a aparelhagem de comunicação e configurou os monitores. Tinha um plano. Pegou um pen drive de Skye na mochila e descarregou o programa para o painel de vigilância principal. Só precisaria convencer May a ficar no quinjet e o monitor faria o resto.

– Aterrissaremos em um minuto, agente Simmons.

– Tudo bem, May, estou indo colocar o cinto.

Simmons apertou o cinto e esperou que a turbulência passasse. A aterrissagem sempre era a parte mais difícil, mas depois de tanto tempo voando no Bus, ela já havia se acostumado.

– Para onde vamos primeiro? – May perguntou depois de fazer uma ronda parcial nos arredores do quinjet. – Está limpo lá fora.

– Agente May, eu preciso que me auxilie com a parte de monitoramento e recepção de dados.

– E isso te deixa sozinha lá fora? – May olhou desconfiada para ela.

– Infelizmente, sim. – Simmons apontou para o painel principal. – Veja, aqui no canto direito aparecerá uma tela com as imagens das microcâmeras instaladas nesse capacete. – ela apontou para o capacete engraçado que colocava na cabeça. – Você verá tudo o que eu ver.

– E se a ameaça vier por trás? – May cruzou os braços insatisfeita.

– Então – a bioquímica apontava a outra extremidade do painel. – As imagens da segunda camerazinha aparecerão no canto esquerdo do painel.

– E o que eu devo fazer aqui, supostamente?

– Essa é a parte chata. – Simmons a entregou um tablet e um dispositivo retangular com um botão no meio. – Eu vou medir a frequência sísmica no epicentro e os dados serão transmitidos até esse dispositivo. Sempre que essa tela aqui ficar verde, você imediatamente deve pressionar esse botão azul.

– E isso faz?

Isso vai salvar os dados com precisão na planilha de ondulação espectral e será enviado automaticamente para o Fitz.

– Falando nele, por que ele não veio para ajudá-la com isso, Agente Simmons?

– É que... Os equipamentos da Base são os únicos que conseguem ler e decodificar os dados em tempo real. Daqui nós só podemos transmiti-los.

May a olhou com os olhos semicerrados, como se insistisse em desconfiar de alguma coisa, mas acabou por concordar com os termos da bioquímica.

– Tudo bem. Mas, se acontecer qualquer problema, reporte-se a mim imediatamente, agente Simmons. – ela ordenou quase que em tom de ameaça. – Não sabemos o paradeiro de Skye e odiaríamos ter outra agente perdida. Estarei monitorando tudo daqui. Ativou as câmeras?

– Sim, senhora. – Simmons digitou alguma coisa e o painel mostrou as imagens das câmeras do capacete em tempo real. – Estarei de volta em duas horas.

Era exatamente sete horas da noite quando Simmons deixou o quinjet. May assistia tudo o que acontecia pelas câmeras e estava pronta para agir caso surgisse alguma complicação.

Jemma teve de andar meio quilômetro até a marca deixada por Skye no momento exato do tremor. Não pôde evitar sentir um calafrio passando pela sua espinha ao pisar no chão rachado pela força que emanava dela. Apertou os olhos com força e olhou para o relógio. 7h15min. Ela colocou a mala no chão, tirou alguns equipamentos e começou a montá-los. Era um local público, mas devido ao acidente, a área havia sido posta em quarentena, ironicamente, sem nenhum guarda por perto para monitorar o movimento.

– Pronto, agora fixamos você aqui.

Jemma falava com o equipamento e olhava discretamente para o relógio. Abriu o laptop de Skye que levava escondido na mochila e o colocou fora do alcance das microcâmeras. Olhou para o pen drive por um segundo e o encaixou na porta USB no laptop. Em alguns minutos ela se conectou às microcâmeras com alcance bluetooth e cruzou a transmissão. A gravação estava feita. Tudo o que May veria por duas horas seria a bioquímica andando de um lado para outro segurando tablets e medindo frequências, e os dispositivos que entregara a May, estavam configurados para piscar na tela a cada quinze minutos, mantendo assim a piloto estacionada no quinjet.

– Agora, Skye – Simmons falava consigo, logo após certificar-se de que May estava recebendo uma gravação ao invés das câmeras em tempo real. – Tenho vinte minutos para chegar até você.



(...)



– Tem certeza de que esse é o lugar?

– Claro que tenho, agente 33. – Ward olhava pelo binóculo, esperando ver algum sinal de Simmons. – Essa é a biblioteca. West Walton Street.

– E que horas são agora?

– 7h58min.

– Faltam dois minutos. – A mulher tirou uma rosquinha de dentro da bolsa. – Isso é, se ela não se atrasar.

– A Simmons é um relógio, Lyssa. – ele largou o binóculo e encarou a parceira. – E é britânica, o que reforça o fato de ser um relógio.

– Então nós esperamos mais alguns segundos.

Lyssa tomou o binóculo de Ward e olhou pelo seu lado do carro. Há duas quadras dali, uma britânica de traços finos e delicados andava pela rua a passos longos e apressados. O cabelo curtinho estava quase encostando nos ombros e ela estava com os olhos marejados. Era ela.

– Ali está a sua passagem, Ward. Achamos nossa garota.

Ward não pôde evitar sorrir. Abaixou-se no banco do motorista e esperou a bioquímica atravessar a rua. Os finos pingos de chuva faziam Simmons encolher-se e puxar a gola do sobretudo na tentativa de se cobrir um pouco mais. Mal havia subido a calçada da biblioteca quando sentiu uma mão tapando sua boca com violência. Ela ainda tentou alcançar a arma na bolsa quando Lyssa puxou a alça bruscamente e a arrancou dela.

– Nossa, ela veio armada. – Lyssa foi a primeira a dirigir-lhe a palavra. – Por que veio armada, britânica? Por acaso sabia que viríamos?

– Aprendi a me preparar para o que fosse necessário – Jemma falava ofegante depois de Ward segurá-la pelos braços, liberando suas vias respiratórias novamente. – Algo como vocês, por exemplo.

Mas olha que infortúnio, Jemma – Ward falava próximo ao ouvido da cientista que se debatia tentando se soltar dele. – Você não conseguiu se defender no fim nas contas.

Ele a arrastou até o fim de um beco que ficava ao lado da biblioteca e Lyssa apenas os seguia com um sorriso sádico em seu rosto.

– O que quer, Ward? – Simmons pronunciou o nome dele com nojo. – Por que estava me esperando?

– Você não se lembra? – ele segurou o rosto de Jemma a pressionando contra a parede. – Vim ajudá-la a cumprir uma promessa.

Simmons o olhou com ira nos olhos.

– Que da próxima vez que eu o visse...

– Você me mataria. – Ward completou. – Bom, eu estou aqui. Esperando.

– Ward – Jemma cerrou os dentes, sentindo seu sangue esquentar. – Você vai pagar caro por isso...

– Não, amor – ele estendeu a mão e Lyssa lhe entregou uma seringa. – Quem vai pagar é você.

– Larga ela agora, Ward.

Grant Ward sorriu com o canto da boca, segurando a seringa a dois centímetros da veia de Simmons.

– Eu disse para largar a Jemma.

Skye repetia resoluta. Apenas ela brilhava sob a luz do poste na frente do beco. Suas mãos estavam suando, mas seu batimento cardíaco havia se estabilizado em torno de 70bpm.

– Eu sabia que você viria.

– Você vai deixar a Simmons vir até aqui e depois, Ward... – Skye nem ao menos parecia tê-lo ouvido. – Você vai embora. O mais rápido que conseguir.

– Ou...

– Ou eu juro que não respondo por mim, Grant.

80bpm.

Skye engolia em seco ao ver os olhos de Jemma sendo preenchidos por lágrimas. Ward ainda segurava a seringa.

– Eu não tenho medo de você, Skye.

– Sua chance passou.

Skye começou a caminhar para dentro do beco, fazendo Lyssa apontar a arma para ela.

– Mais um passo e você morre. – Ameaçava a agente 33 com o rosto modificado. – Fique onde está!

– Você não vai atirar em mim.

Skye continuava andando e Lyssa recuou alguns passos. Ward a encarava, agora mudando de estratégia.

– Okay, Skye... Vamos fazer do seu jeito.

Ele segurou Jemma pelo pescoço e a jogou contra a parede, segurando a seringa próxima ao pescoço dela.

– Nem mais um passo, Skye.

– Você quer a mim, e não ela. Solte-a, Ward. Você não vai gostar do que vai te acontecer caso a Simmons se machuque pra valer. Vai por mim – ela deixou a postura séria e aderiu ao seu humor habitual. – Você não é tão burro a esse ponto.

– E o que você vai fazer? – ele olhou para a bioquímica e em seguida voltou a encarar Skye. – Você odiaria perdê-la.

100bpm.

– Vai ficar tudo bem, Jemma. Apenas respire – Skye falava ao longe, enquanto segurava as lágrimas. – Esse idiota não vai fazer nada comigo aqui.

– Eu tentei, Skye! – ele gritou dessa vez, assustando Lyssa. – Eu te disse a verdade, eu te levei ao seu pai! Eu me vinguei do meu irmão... Eu estava pronto a recomeçar... Por você!

– Ah, não me venha com essa, Ward! – Skye olhou para cima, incrédula. – Eu não vim até aqui para escutar essa baboseira. – ela encarou Jemma por um segundo e deu um passo à frente, agora olhando fundo nos olhos de Grant. – Você tem três segundos para soltá-la, ou você o fará de uma forma bem desagradável.

– Skye, eu...

– Um.

– Você não está sendo...

– Dois.

– Você não pode fazer...

– Tempo esgotado. – outra voz feminina surgia de cima deles num uniforme avermelhado. – Você não está sendo cooperativo.

Em questão de milésimos de segundos, a seringa voara da mão de Grant e ficara presa na parede. Por uma teia.

– Hey! – Lyssa protestava ao ter sua arma puxada para cima pelas teias de Drew.

– Desculpe, tive de confiscar a sua também. – ela cumprimentou sarcástica, movendo-se com destreza pelas paredes.

– Jéssica, cuide da Simmons – Skye aproveitou-se do deslize de Ward para tirar Jemma dos braços dele. – Deixa esses dois comigo.

– É pra já, agente!

Jessica puxou Simmons para fora do beco com a ajuda das teias e as duas saíram correndo pela avenida quase deserta. Skye havia ficado no beco com os dois picaretas.

– Foi tão fácil capturar vocês, Ward. – ela despejou com um sorriso nos lábios. – Você realmente achou que eu não tinha notado o programa espião no meu próprio celular? – ela deu uma risada, aproximando-se dos dois. – Foi mais fácil do que eu previ.

– Você... Sabia? – ele olhou para Lyssa e ela deu de ombros. – Sabia do plano?

– Todinho – ela sorriu, triunfante. – Só precisei de algo que te trouxesse até mim.

– Okay. – ele deu dois passos e sorriu, tentando manter a compostura. – Vamos ver o que May te ensinou, então.

Não, Ward. – Skye deu alguns passos para trás e começou a respirar ofegante. – Por mais que eu queira aplicar meu treinamento em você... Estou sob ordens.

130bpm

– Do que você está falando, Skye?

– Você saberá na hora certa.

– Já chega com isso! Nós estamos dando o fora daqui!

Lyssa correu em direção a ela, pronta para o combate. Skye apertou os punhos e concentrou-se o máximo que pôde. Triplett. Seu pai. A traição de Ward. O colapso do templo. Os pensamentos enchiam sua mente e em instantes, todo seu corpo começou a sentir o calor que a invadia quando estava prestes a desabar.

Ela estava pronta.

270bpm

O grito foi liberado e os tijolos começaram a se fragmentar, batendo-se uns contra os outros. O chão começava a rachar, fazendo com que Lyssa e Ward ficassem presos no concreto, enquanto Skye os observava afundar até a cintura.

– Skye, pare isso! – Ward gritava, desesperado. – Nós vamos morrer.

– Por mais que eu queira isso – ela afastou-se dois passos e sua frequência cardíaca começou a se estabilizar. – Preciso dos dois vivos. Só estou mantendo os dois presos.

– Sabe que sairemos daqui em dois minutos, não é?

– Não se eu puder impedir isso.

Três tiros foram ouvidos atrás de Skye. May empunhava uma ICER e estava com uma cara nada agradável.

– Olá, Skye – a garota se virava para a mais velha com uma cara de quem ia levar bronca. – Por que eu não estou surpresa ao vê-la aqui?


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Notas finais do capítulo

Caraca... Quase nomeei o Capítulo de: GIRL'S POWER! kkkk

O que acharam? O que suspeitam que vai acontecer agora?

#Itsallconnected! :D