Do you feel me escrita por AnneWitter


Capítulo 4
Esperando essa noite.


Notas iniciais do capítulo

- Cap não betado
— Mais uma vez obrigada pelos comentários: Nalurulez, Norachan, Sawaco e Boulevard of Broken Dreams.
—Espero que gostem desse cap.
— E não esqueçam de comentarem!



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A angustia daquela constatação embalava dolorosamente seu coração. Tudo não passava de um sonho, embora tão real.

Queria que aquilo fosse verdade, estava cansada de ficar só. Na grande cidade, apesar de viver rodeada de pessoa - “amigos” - nunca realmente se sentiu acompanhada, era como se fosse um personagem moldado por um escritor, a colocá-la em ambiente hostis para analisá-la, nada além disso. Uma completa estranha num lugar que poderia ser eternamente seu lar.

E por isso se sentia tão terrível diante aquela realidade, seu adorável sonho despedaçado em milhões de cacos, de modo que não tinha como concertá-lo ou torná-lo real.

Resolveu então se retirar daqui, enquanto suas lágrimas caíam livres. Seus últimos dizeres, não ecoaram pelo casarão, estagnou-se no salão; emudecendo.

Retirou-se apressadamente do salão; antes que chegasse a porta de saída, parou. Lembrou da choupana que agora vivia, solitária a margem de uma estrada vazia, com a floresta como companhia. Tudo tão longe, tão frio quanto a neve que caíra naquela região. Qual mudança teria em sua vida se voltasse para lá? Estaria alguém a sua espera?

Respirou fundo. Embora ali também não tivesse ninguém, aqueles três haviam lhe feito companhia melhor do que dezenas de outras pessoas que passaram pela sua vida.

Olhou para trás, daquele ponto lhe era vedado a imagem da porta, mas em sua mente conseguia vê-la e além dela os três sobre o palco a esperando para mais um dia de diversão. Aos poucos as lágrimas deram lugar ao um sorriso terno; era aquilo que ela precisava fazer.

Enxugou os últimos vestígios das lágrimas de seu rosto e voltou para o salão; não sabia se era somente um delírio de sua parte, porém assim que adentrou ao salão lhe foi como se os três lhe saudasse com entusiasmo, felizes por sua companhia ter voltado.

–Foi bobagem minha agir daquele modo. - disse a eles. - Ficarei com vocês.

Nesse momento seu estomago roncou, sentiu-se envergonhada por isso, embora fosse completamente normal. Afinal ela tinha passado o dia anterior todo ali sem comer nada, dormira e nem comera nada ao acordar, era mais que obvio que aquele sinal apareceria cedo ou tarde.

–Oh, parece que tenho que me alimentar antes de qualquer coisa. - disse num sorriso bobo. - Esperem por mim, voltarei o quanto antes.

Dito isso deu-lhes as costas, mas com a plena certeza em seu coração que voltaria para eles...



•••

Era um pouco mais de meio dia quando ela entrou novamente naquele casarão, bem alimentada, e ainda assim trazia numa das mãos uma cesta com alimentos, queria estar prevenida caso fosse necessário.

Na outra, ela trazia uma sacola com um vestido, que queria usar para compor a cena poética que aqueles três encenavam.

Quando entrou no salão cumprimentou alegremente os três rapazes, que tinham seus olhares em sua direção, tão vívidos e amáveis.

Feliz com sua própria decisão, ela repousou a cesta sobre a mesa e seguiu depois para fora do lugar, embora eles fossem bonecos, sentia-se desconfortável com a ideia em se trocar diante deles. Voltou ao hall de entrada e desse seguiu o outro corredor, diferente do anterior, assim que se despontava era visível diversas portas do lado esquerdo e aquilo empolgou Lucy.

Conseguia imaginar atrás de cada uma oportunidades únicas e incríveis. Tentou a primeira porta, trancada; a segunda também, a terceira... Isso começava a frustrá-la, respirou fundo e tentou a quarta, nada diferente.

–Que chateação sem fim. - resmungou para si.

Seguiu para quinta, o cenário continuou o mesmo. Na sexta mudou, quando entrou, porém, não se sentiu feliz. Era o banheiro. Incrivelmente impecável na limpeza.

Dentro deste lhe era disponível uma banheira branca, pia, privada, suporte de toalha e uma armarinho sobre a pia – sem espelho. Por não ter nada mais interessante, ela seguiu para o armário e o abriu, tão vazio quanto aquele lugar.

–Decepcionante. - disse desaminada.

Porém, ela poderia ao menos fazer o que queria fazer, trocar de roupa.

Rapidamente ela o fez, tirou o casaco, vestido e calça, e sobre seu corpo com roupa intima, ela colocou o vestido estilo século XIX, com babados e rendas nas cores vermelho, branco e rosa – tento a flor representando esta cor ao centro do decote do tomara que caia.

Olhou automaticamente para o armarinho a espera de enxergar seu reflexo, só então lembrou que esse não possuía um espelho.

–Mas, no salão sim. - sorriu com a lembrança do objeto em pé perto da mesa do tabuleiro.

Guardou suas coisas rapidamente dentro da sacola e se retirou dali, havia outras portas para verificar, mas estava decepcionada demais para isso, além disso realmente queria se ver naquele vestido, que há muito comprara e que nunca vestira.

Correu entusiasmada em direção ao salão, a sola grossa e pesada da bota que ainda calçava lhe incomodou, resolveu tirá-la. A jogou no corredor para o salão e então seguiu para este. Deveria sentir frio, mas não sentia. Havia ali dentro um calor aconchegante, qual também lhe envolvera durante a noite para acalentá-la em seu sono.

Quando retornou colocou-se rapidamente diante do espelho e gostou do que viu, empolgada ficou na frente dos rapazes, rodando para eles, a mostrar a elegância de seu novo traje.

–Muito bonito, não é? - indagou a eles ao parar de rodar. - Comprei alguns meses atrás. Acho que é perfeito para essa ocasião, o que acham?

Era estranho, mas ela conseguia ouvir a resposta deles.

'É como qualquer outro vestido' – diz o moreno de cabelos cumpridos.

'Bonito.'– responde o moreno de cabelos curtos.

'Lindo, realmente combina com você.'– carinhosamente responde o rapaz de excêntrico cabelos.

–Como esperado, você é aquele que sempre dará a resposta perfeita. - olhou para os outros dois. - Não que não goste de vocês também, mas há algo especial nele. - finaliza com seu olhar sobre os dele.

Sorrindo ela se coloca no mesmo lugar do dia anterior.

–Rapazes vamos começar com suas apresentações, estou realmente empolgada para isso.

E começa a bater palma, ao um ritmo que está em sua mente, ou pelo menos assim parece. O som de um piano impecavelmente afinado preenche o local, e duas vozes harmoniosas iniciam uma música.

–Oh, realmente amo essa música. - diz empolgada.

Fecha os olhos e em sua mente os imagina dançando um passo para cá e outro para lá, com os olhos fechados, envolvidos na canção que sae emocionalmente de seus lábios. O rapaz de cabelos cumpridos a tocar o piano com maestria. Tão perfeitos juntos que lhe parecia um terrível crime só em pensar em separá-los.

–Ficarei aqui eternamente com vocês. - sussurra ela embalada em suas emoções.

'Não, você não pode.' a voz dele, em sua mente sussurra. Surpresa abre os olhos, ele com seu olhar avinco sobre si.

–Por que não posso?

'Você tem que ser livre, não queira perder-se eternamente nesse lugar.'

–Aqui me parece tão bom. - disse melancólica.

'Depois dessa noite, decida se vai querer continuar neste lugar.'

–Ok, varei isso. Esperarei até a noite e então escolherei. - disse franca.

Sentia agora dentro de si, que o certo era esperar e tinha certeza que algo grandioso estava para acontecer naquela noite.





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