Capítulo nove – Anything*

 

*Qualquer coisa

 

 

 

Eu pegaria as estrelas do céu para você. Eu acabaria o mundo para dar a você o sol, a lua...

Por todo tempo, para sempre amando você.

Não importa o que você precise, não importa o que isso exija, eu faço...

Qualquer coisa...

(The Calling)

 

 

 

Durante todo o trajeto de Sealtte a Forks um silêncio sepulcral se instalou entre eu e Edward. De alguma forma, aquele silêncio foi melhor do que qualquer frase solta ou sentimentos expostos. Eu não estava pronta para ouvir mais um “eu te amo”, essa simples frase mexia muito comigo e me transportava para o passado. E eu mais do que ninguém, queria esquecer o passado; queria enterrá-lo para iniciar essa nova fase da minha vida.

 

Edward estacionou na porta da escola para que eu pegasse os meus pertences, desligou o carro e me fitou. Eu senti que ele estava me analisando e escolhendo bem o que ia falar, esperei até que ele quebrou o silêncio.

 

- Bom, voltamos ao início – ele continuou me estudando com o seu olhar esmeraldeado.

 

Rapidamente os pensamentos começaram a se formar na minha cabeça sem o meu consentimento. Voltamos ao início? Será que ele falou isso por que supostamente estamos juntos ou por que estamos na porta da escola onde tudo se desenrolou, onde Edward ficou sabendo que eu tenho uma “amizade colorida” com o Jake, onde o Jake deu uma surra em Edward, onde eu mais uma vez o desmoralizei e que no final da confusão acabei me entregando de corpo e alma para Edward dentro do seu Volvo prata? Muitas suposições para uma única frase não dita corretamente.

 

- Sim, voltamos ao início – respondi depois de algum tempo, mesmo não sabendo exatamente o que ele queria dizer. – Obrigada por me trazer até aqui – agradeci já me preparando para abrir a porta.

 

- Não precisa me agradecer, eu fiz porque quis e porque sei que a culpa foi toda minha em te deixar sem carro e as suas coisas – disse sorrindo.

 

- Não foi...

 

- Bella vamos deixar as coisas como estão? – ele me cortou no momento em que ia dizer que “não era culpa dele eu ter esquecido as minhas coisas”. Na verdade tudo aconteceu tão rápido e eu também era esquecida o que já é um fato conhecido por todos.

 

- Sim, vamos – mais uma resposta para uma pergunta de muitas interpretações.

 

- Te vejo mais tarde?

 

- Vou trabalhar daqui a pouco – comentei sem conseguir tirar os olhos dos lábios dele que esporadicamente sorria para mim.

 

- Entendo – ele arqueou uma das sobrancelhas e voltou a me analisar. – Eu gostaria muito de te levar a escola e quem sabe a gente não conversa? Acho que temos alguns pontos a esclarecer sobre o que aconteceu hoje – enfatizou Edward.

 

- Tudo bem – disse sem rodeios. – A minha primeira aula é às seis e meia de modo que...

 

- As cinco eu estarei na sua casa – me cortou novamente.  – Na verdade daqui à uma hora e meia! – olhou o relógio de pulso.

 

O quê? Quanto tempo eu passei no carro com ele? Ainda era de manhã quando tudo aconteceu! Eu forcei um sorriso afim de não demostrar a minha confusão mental e disse:

 

- As cinco então – sai do carro antes que rolasse aqueles climas melosos de despedida.

 

Não olhei para trás, mas eu sabia que ele ainda estava lá me olhando de dentro do carro. Gritei por cima do murro baixo da escola e o inspetor Jordan não demorou a aparecer para abrir o portão para mim.

 

- Oie Jordan – cumprimentei o senhor de quase cinqüenta anos, cabelos grisalhos e pele morena.

 

- Senhorita Bella! – ele pareceu surpreso em me ver, afinal eu não lecionava mais no horário da tarde e no meu horário não era Jordan que se ocupava com a segurança da escola. – O que faz aqui?

 

- Esqueci algumas coisas – respondi sorrindo.

 

- Hã...sei – ele me retribuiu o sorriso. – A senhorita vive esquecendo as coisas!– me repreendeu.

 

- Ah Jordan, você sabe que não tem graça ir para casa, sem ao menos esquecer um caderno – fiz cara de moleca travessa.

 

- Ah, senhorita não vai mudar nunca! – afirmou ainda sorrindo.

 

- Algumas coisas nunca mudam Jordan – aleguei me afastando dele. Fui até a secretaria e peguei minhas coisas (leia-se bolsa, celular, chaves do carro, livros e alguns cadernos) no meu armário é que provavelmente alguém teve a consideração de guardar para mim, tendo em vista que sai correndo para entregar a lancheira de Melanie antes encontrar com Edward e Jacob.

 

Por isso que eu amava lecionar na Forks Elementary School; que além de ser uma escola com um ótimo padrão de ensino, era honesta e tratava os professores como professores e não como escravos. Em outras palavras, se eu lecionasse em uma escola com outro nível, não encontraria as minhas coisas no meu armário e muito menos, meu carro na garagem e trabalharia igual uma corna para ganhar pouco no final do mês.

 

Entrei no carro e coloquei minhas coisas no banco do carona, liguei este e manobrei para sair da vaga, antes mesmo que eu buzinasse para que Jordan abrisse o portão, lá estava ele com aquele seu ar de inspetor todo sério acenando com a cabeça para mim antes que eu saísse.

 

Enquanto dirigia, catei com a mão direita meu celular na bolsa. Quando abri o fliper e vi três chamadas não atendidas de Jacob no visor eu suspirei pesado e senti um forte aperto no meu coração. Eu não era uma boa amiga e muito menos uma boa amiga de “amizade colorida”, ele certamente estava magoado comigo e com razão. Jacob sempre ouviu meus lamentos, e ao invés de reclamar ou dar conselhos ele só me confortava e dizia que tudo um dia ia passar e que era só questão de tempo. E que amiga eu fui? Uma péssima amiga, eu respondo! Que recusou namorar um cara legal, honesto, bonito, gostoso, fiel e compreensivo e que aceitou uma amizade colorida mesmo sabendo que não correspondia aos sentimentos deste.

 

Apertei a tecla “send” discando o número gravado no visor, mas caiu na caixa postal. Busquei outro número na lista telefônica do celular, mas este chamou e ninguém atendeu, por fim tentei o de casa, mas nada também. Quem sabe amanhã eu falava com Jake? Ou até ele mesmo me ligasse novamente depois de ver o meu número na lista de chamadas não atendidas do seu celular? Eu realmente espero que ele ligue, não quero perder um amigo como Jacob!

 

Ao chegar em casa eu ainda pensava em Jake e até que ponto minhas ações o tinha magoado. Eu tinha consciência de que o fazia sofrer, e mais eu tinha consciência de que o fiz criar esperanças sobre nós. Na verdade eu sempre fui sincera quanto a isso, nunca menti sobre meus sentimentos, mas confesso que fui imprudente em continuar com uma relação na qual eu não sentia mais do que atração física. Eu sobrepus o desejo carnal a amizade que tínhamos. Misturei as estações e talvez agora nada mais possa ser corrigido!

 

Anita ainda estava em casa quando cheguei e foi só ao sentir o cheiro de café fresco que me toquei que não havia almoçado. Pedi a Anita para preparar um sanduíche para mim, enquanto escolhia minha roupa para trabalhar e separava o meu programa de aula. Tomei meu café, me despedi de Anita com um beijo na bochecha e fui tomar um banho.

 

Escutei a campainha tocar quando terminava de me arrumar, mas dei de ombros, porque se Anita ainda estivesse lá em baixo pediria para que a pessoa retornasse mais tarde. Olhei o relógio e vi que eram quatro e meia da tarde, peguei minhas coisas para esperar Edward na sala e só não cai da escada de susto ao ver Jacob na minha sala de estar, sentado no meu sofá, porque eu já havia completado os degraus.

 

- Jake o que faz...

 

- Anita me deixou entrar – ele se apressou em dizer.

 

É claro que Anita o deixaria entrar! Ela gostava de Jake, sabia que ele era meu amigo e que tínhamos uma amizade colorida. Ela jamais permitiria que ele me esperasse na porta de casa. E ser cavalheiro era uma das muitas qualidades que Jake possuía e Anita sabia muito bem que ele me esperaria na sala de estar ao invés de subir e me assediar no quarto.

 

- Eu te liguei, mas você não atendeu – disse colocando minhas coisas na mesa da sala e sentando no sofá ao lado dele.

 

- Celular descarregado – me mostrou sem graça o celular. – E o outro está em casa!

 

- Hum...sei...então não foi por que você não quis me atender por que eu não atendi suas ligações? – inquiri encarando-o.

 

- Não, é claro que não! Você sabe que eu não faria isso com você! – percebi que ele estava tenso porque ficava o tempo todo passando as mãos nas coxas.

 

- Foi bom você ter vindo eu precisava mesmo conversar com você – comuniquei.

 

- Eu também! – Jacob forçou um sorriso.

 

- Então eu começo, primeiro as damas, não é? – perguntei sorrindo.

 

- Como mandam as antigas tradições, sim, mas eu gostaria de falar primeiro – seus negros olhos focalizaram os meus com tanta intensidade que pude ver a dor neles.

 

- Ok... – foi só o que eu consegui falar ao ver o quanto eu estava fazendo-o sofrer.

 

- Você sabe que eu sempre gostei de você e que nossa amizade sempre foi colocada em primeiro lugar – eu só balancei a cabeça concordando. – Você sabe também que aconteceu algo inesperado entre nós e que nossa amizade tomou proporções maiores e... – senti ele me analisar por um momento escolhendo qual palavra melhor completaria a frase.

 

- Que nos tornamos íntimos mais do que antes – disse antes que ele chegasse a uma conclusão.

 

- Sim – ele riu e foi um sorriso simpático do Jacob alegre e cheio de vida que eu conhecia. – Só que eu queria que você soubesse que não me arrependo de nada, que em nenhum momento você me iludiu, porque eu sabia muito bem o que sentia por mim – meus olhos já estavam molhados e a qualquer hora eu ia chorar. – Eu gosto muito de você Bella e não quero que a nossa amizade acabe por causa do Cullen – o sobrenome de Edward saiu junto com um rosnado da boca de Jacob.

 

- Eu e Edward ficamos hoje – disse rápido com medo de me arrepender no meio do caminho. Jacob era o meu amigo e mentir para ele estava fora de cogitação!

 

- Eu sei... – sua voz quase não encontrou forças para sair.

 

- Desculpa Jake eu não queria que fosse desse jeito! – apressei em concertar a minha merda, ele estava triste e magoado porque o mandei ir embora e resolvi ficar para falar com Edward, mas é obvio que ele não sabia que eu tinha transado com Edward. Eu e minha boca grande e essa mania de ser sempre sincera! – Você é meu melhor amigo e nos tínhamos...

 

- Uma amizade colorida Bella, só isso! – ele me cortou bruscamente.

 

- Jake eu lamento muito não corresponder aos seus sentimentos, não que eu não quisesse – não consegui me segurar eu já estava chorando. – Você é o homem que qualquer mulher ia querer para casar e se eu pudesse mandar nos meus sentimentos seria você que eu gostaria de ter ao meu lado – as lágrimas desenfreadas escorriam pela minha face. – Você é perfeito Jake – disse com a voz embargada.

 

- Mas não para você! – seus olhos encontraram os meus novamente e eu vi que ele estava se esforçando para não chorar.

 

- Você é perfeito eu sempre te disse isso, eu que não sou perfeita e que não mereço o que você sente por mim! – rebati.

 

- Você tinha que me ter deixado decidir isso – ele disse baixinho, cheio de rancor na voz.

 

- Desculpe Jake... – minha voz era apenas um sussurro.

 

- Bella eu cansei de lutar uma guerra sem fim, em que eu sou o único que me machuco. Eu gosto muito de você, mas não sei dizer se isso é amor... - ele não terminou a frase e ficou me olhando confusamente, tocou-me o rosto por um breve segundo e disse:

 

- Se fosse amor nada disso teria acontecido entre você e o Cullen e hoje estaríamos juntos e felizes! – aquelas palavras foram como tiros a queima roupa no meu peito.

 

Era bom saber que o Jake não me amava, só assim ele não sofreria tanto. Mas eu sempre pensei que o sentimento de Jake por mim fosse mais forte, um amor mais forte do que de amigo.

 

Eu amava Jacob e amava Edward, de uma forma bem diferente, mas eu amava. Jacob era como um dia de sol em algum país tropical. Aquele céu azul, sem nuvens, cujo sol intenso chega a queimar a pele das pessoas. O Jake era assim, ele me acalentou e me trouxe a paz, a tranqüilidade e a esperança que um dia tudo fosse mudar. Edward era como um tornado, que surge inesperadamente, devastando tudo o que vê pela frente, sem fazer descriminação. Ele destruiu a minha vida, o meu sonho de viver ao lado dele e construir uma família. Mas como um tornado que surgiu inesperadamente e desapareceu tão rápido quanto apareceu, de minha vida. Ele me deixou marcas que nunca se cicatrizaram até hoje. Edward era um vício, não era uma coisa boa, mas eu queria assim mesmo. Jake era o porto seguro para onde eu sempre recorria quando estava mal e também era um vício, só que um vício bom.

 

Prendi a respiração, ao perceber o que eu sentia pelos dois homens que faziam parte da minha vida. Eu os amava, e não queria perder nenhum dos dois.

 

- Nós somos felizes, nós sempre fomos, não houve momento de tristeza entre nós! – Jake piscou os olhos, surpreso com a minha confissão.

 

- Sim, nós fomos felizes, mas como amigos – disse passando a mão em seus cabelos grossos e negros. Nós fomos felizes de outra forma também, só que eu nunca percebi que era loucamente e perdidamente apaixonada por Jacob Black. Isso até agora!

 

- Jake eu... eu te adoro, eu gosto muito de você – me esforcei para não dizer que o amava. Merda! O que está acontecendo comigo?! Eu não posso amar dois ao mesmo tempo, não posso ficar com os dois e por que não percebi que amava Jake antes de me entregar loucamente hoje para Edward?

 

- Eu também gosto muito de você Bella.

 

O silêncio que se instalou entre nós foi frio e doloroso. Olhamos-nos um para o outro sem saber o que fazer. Perdi-me nos negros olhos de Jacob que não expressava mais que uma frieza e vi o quanto confusa eu estava com tudo o que estava acontecendo na minha vida! Droga, por que as coisas têm que ser tão difíceis?

 

- Então como ficamos? – perguntei sem pensar, limpando as lágrimas da minha face.

 

- Tenho que ir Bella – Jake fugiu da minha pergunta levantando rapidamente do sofá, foi quando eu vi que sua blusa estava toda ensanguentada.

 

- Jake! Meu Deus! O que houve?! – interpelei assustada olhando agora melhor e vendo que a barra da blusa dele tinha muito sangue.

 

- Eu estou bem, não foi nada comigo – suspirei aliviada. – Mas eu matei um cachorro na estrada, tentei socorrer e...

 

- Sinto muito Jake!

 

- Eu também sinto muito. Sinto muito pela gente, sinto por não ter conseguido salvar o cachorro, eu sou um fracasso!

 

- Não, você não é! – retruquei.

 

- Tenho que ir Bella – disse novamente abrindo a porta e rumando para o seu carro.

 

- Jake! – gritei antes de ele entrar no carro e corri até ele. – Amigos ainda?

 

- Sempre Bella! – ele me deu aquele sorriso lindo, branco e perfeito. – Só espero que você saiba o que está fazendo! – o sorriso desapareceu dando espaço a uma carranca das grandes.

 

- Eu não sei Jake, mas vou tentar.

 

- Não tiro sua razão em tentar. Você está certa! – fiquei surpresa com a sua confissão. Se fosse outro no lugar do Jake, ia começar a falar mal do cara, por defeitos e dizer tudo e mais um pouco que pudesse me magoar, só para me convencer do contrário. Mas Jake não era assim, ele sabia muito bem respeitar as decisões dos outros!

 

- Por isso que você é perfeito! – disse sorrindo para ele, mas Jake não pareceu me ouvir, abriu a porta do carro e antes que ele entrasse o meu instinto falou mais rápido e eu o puxei para um beijo.

 

Um beijo urgente. Um beijo de despedida. Um beijo de arrependimento por ser uma tola e não amar o Jake! Separamos-nos a procura de ar e quando abri meus olhos Jake já me olhava assustado.

 

- Jake eu...

 

- Bella, por favor, nunca mais faça isso – pediu me afastando com se eu tivesse uma doença contagiosa.

 

- Desculpa! – disse baixinho.

 

- Você já fez a sua escolha Bella e eu não faço parte dela! – comentou friamente. – Acabou entre nós! – eu o olhei confusa. – Nós somos amigos, nada mais que isso! Eu acho melhor você ter uma boa explicação o Cullen não vai gostar nada disso! – vi que ele olhava por cima do ombro e o segui. Não posso falar que gelei, porque eu estava mais do que gelada. Era como se alguém me tivesse submerso em um lago congelado e me deixado lá por anos a fio, eu não conseguia mexer nenhum músculo. Até que ouvi Jake falar.

 

- Se ele te ama, assim como eu, ele vai entender – Jake entrou no carro sem me olhar e partiu.

 

Puta merda, eu sou uma idiota! Uma idiota confusa que não sabe o que quer da vida!

 

Edward me fitava com ódio, raiva, rancor... sei lá o que, do seu carro que estava parado a poucos metros da onde eu havia estado com Jacob. Como eu não escutei ele chegar?! Encarei a situação, já tinha feito merda mesmo, era melhor encarar os fatos e abrir o jogo! Nada de mentiras! Aproximei-me de Edward que agora evitava me olhar e disse:

- Jake terminou comigo!

 

- Não sabia que você e ele tinham alguma coisa! – ele disse com toda a ironia que pode encontrar dentro dele.

 

- Nós tínhamos muito mais que uma simples amizade! – rebati.

 

- Eu percebi isso quando você o beijou! – alegou Edward consternado.

 

- E você quer saber Edward? Eu e Jake poderíamos ter muito mais que uma simples amizade se o meu coração não fosse burro o suficiente para ficar apaixonado por você por tanto tempo! – explodi.

 

O que ele queria agora? Que eu suplicasse o seu perdão por ter me visto beijar o Jake?!

 

- Eu não te devo explicações da minha vida, afinal não temos nada! – a passos largos caminhei até a minha casa.

 

- Quem disse que não? – ele estava ao meu lado já.

 

- Edward eu...

 

- Bella eu te amo! – ele surtou do meu lado. – Tudo bem que eu não me senti feliz te vendo beijar o Black, mas eu não quero te perder...

 

Ok! Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui?! Porque o Edward Cullen que eu conheço não é assim tão compreensivo não, muito pelo contrário, ele é possessivo e extremamente ciumento.

 

- Eu não quero te perder, me entende? Eu passo por cima de tudo para que você fique comigo novamente, eu faço qualquer coisa...

 

- Edward você tem que entender que o quê você acabou de presenciar...

 

- Você gosta dele, não gosta? – ele me cortou. Droga! Será que não consigo falar?!

 

- Gosto Edward. Gosto mais do que eu pensava! – fui sincera. – Mas ele terminou comigo, nós não temos mais nada.

 

- E o que nós temos Bella? – eu nem tinha percebido que ele estava tão perto de mim. Eu estava um degrau acima dele, na varanda de casa, o que nos deixava do mesmo tamanho.

 

- Eu não sei – respondi confusa. Eu não sabia de mais nada! Eu só queria sumir por mil anos! Droga, tudo estava tão bem antes de Edward voltar a Forks! Por que tudo na minha vida tinha que ser difícil de resolver?

 

- Me deixa refrescar a sua memória? – Edward não esperou minha resposta, tomando-me a boca para um beijo apressado e quase violento. Eu me assustei, mas apesar de ser pega de surpresa eu fiquei aliviada em saber que ele estava sendo sincero ao falar que passaria por cima de tudo para ficar ao meu lado. – Eu te amo Bella, nunca se esqueça disso! – ele encostou a sua testa a minha e afagou os meus cabelos. – Eu quero tentar, por favor, deixe-me tentar...

 

Ofegante pelo beijo inesperado eu me afastei um pouco e o fitei completamente confusa e com a cabeça zunindo de tanta dor. Eu me sentia fraca com tudo o que tinha acontecido hoje, e ficar sobre muita pressão me deixava com uma dor de cabeça infernal!

 

- Você aceita ser a minha namorada, de novo? – acariciou a minha face com o dedo indicador.